Segunda, 29 Abril 2024 | Login

A disputa por R$ 108 milhões de uma aposta vencedora da Mega da Virada foi parar na polícia. Um grupo de 10 motadores de São Paulo registrou boletim de ocorrência contra o organizador de um bolão que acertou as seis dezenas.

Eles afirmam que pagaram para participar do bolão, mas não foram contemplados com o prêmio. As informações são do Uol.

O organizador se defende afirmando que fez dois bolões distintos, sendo apenas um deles premiado. Segundo a Caixa, as nove cotas do bolão vencedo já sacaram o valor de R$ 12 milhões cada.

Os 10 apostadores que ficaram sem prêmio são representados pelo advogado Mário Bassi, que explica que o bolão que ganhou a Mega da Virada teria reunido, ao todo, 44 cotas, com o valor de R$ 30 cada para participar. No entanto, o organizador usou o valor arrecadado para realizar dois jogos separados — e não teria avisado aos participantes.

Os dois jogos, no entanto, não foram divididos entre todos os participantes: uma aposta foi dividida entre 35 pessoas e uma outra, que acabou premiada, entre apenas 9 apostadores.

"Eles acreditavam que seria feita uma aposta [única]. Tanto que no dia do sorteio, quando surgiu a informação que o bolão desse organizador havia sido o vencedor, meus clientes entraram em contato para falar sobre o recebimento do prêmio. Em um primeiro momento, ele disse que faria o acerto, mas depois começou a se esquivar e, na sequência, parou de responder", disse o advogado ao Uol.

Thiago Ganzotti, advogado do organizador do bolão vencedor, explica que o grupo que ganhou a Mega da Virada integra um bolão formado por nove amigos que existe há sete anos. E que a aposta com os demais 35 integrantes fazia parte de um segundo bolão, organizado apenas para a aposta do fim do ano. As duas teriam sido feitas no mesmo dia.

"O grupo do bolão organizado, existe desde 2015, fato jamais escondido de nenhum morador. As pessoas nele presentes mensalmente jogam na Mega-Sena, e, ao final de 2022, não foi diferente; reunidos, fizeram as apostas, e cada qual ficou com a sua cota", diz o organizador.

Ainda segundo o advogado, os ganhadores tiveram que deixar a cidade após serem ameaçados. "O fato de os membros do bolão em questão estarem ausentes do município se refere somente para salvaguardar a segurança dos mesmos, uma vez que ameaças foram feitas, pela pretensão de algumas pessoas de obterem valores, que seriam referentes ao bolão que existe desde 2015.

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Abalada e ainda muito machucada, a designer de interiores Bruna Alexandra Colzani, de 35 anos, contou na manhã desta sexta-feira (6), em entrevista à TV Bahia, como o crime aconteceu, em Salvador. O agressor, até então namorado da vítima, chegou a ser preso e responde em liberdade.

O crime foi cometido no dia 29 de dezembro, quando Bruna e o agressor, Henrique Vilela Gonçalves, estavam em um bar no bairro do Dois de Julho. O então casal havia encontrado um amigo do próprio Henrique, antes dele passar a ameaçar a vítima e então agredi-la, por ciúmes.

Nesta sexta-feira (6), ao lado da mãe, Bruna disse que as ameaças foram feitas de forma velada. Com medo e em alerta, a vítima disse que sabia que iria ser agredida, assim que Henrique passou a olhar para ela.

"Hoje minha cabeça ainda dói muito, minha costela também está bastante dolorida, meu corpo no geral. [No dia do crime] A gente chegou no bar para encontrar o amigo dele, que tinha chegado de viagem. Estávamos conversando normal, e ele começou a ficar com ciúmes do nada. Ciúmes no geral, porque estávamos em uma conversa em galera, não foi uma conversa só entre eu e o amigo dele para causar isso".

"Ele começou a me olhar com cara de ameaça. Eu notei que ele estava com ciúme, pedi para ir no banheiro, aí eu fui no banheiro e pedi para a dona do bar, para que ela me escondesse".

Pai de agressor negou pedido de ajuda

Depois de escondida, Bruna pediu ajuda ao pai do agressor, que é ex-policial e negou o socorro a ela. Minutos depois de ter pedido ajuda, ela foi surpreendida por Henrique invadindo o quarto onde estava escondida.

"Ela me escondeu no quarto, que fica em cima do bar. Eu liguei para o pai dele, para vim tentar resolver, acertar as coisas, porque eu sabia que ele [Henrique] ia acabar me agredindo. O pai dele disse que não iria se meter. Aí ele invadiu o quarto da menina, me encontrou lá, e começou as agressões, começou a me dar chutes e socos".

"Ele começou as agressões e eu só fiquei perguntando o porquê que ele estava me batendo. Ele não respondia, só foi me batendo até eu apagar [desmaiar]".
Bruna relatou que, quando acordou, estava no chão do banheiro e o pai de Henrique estava no local. Foi ele quem levou a vítima para casa.

"Depois de apagar, eu já não lembro mais o que aconteceu. Só lembro que eu acordei no chão, debaixo do chuveiro, com o pai dele e um amigo do amigo do pai, jogando água e dando tapinhas na minha cara, para eu acordar. Eu acordei e ele [pai do agressor] falou assim: ‘vou te levar para sua casa, ele vai pegar as coisas dele e vai sair de lá, e eu te deixo em casa’.

"Eu acabei desnorteada e, com medo, acabei indo com o pai e com o agressor. Quando chegou lá, o agressor disse que não iria sair, que eu teria que sair da minha casa. Eu disse que jamais sairia da minha casa, então acabei chamando a polícia".

Levado para delegacia

Quando a equipe da Polícia Militar chegou à casa de Bruna, Henrique foi algemado e levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas, junto com o pai dele e ela, que precisava prestar depoimento.

"Chegando lá, ele deu depoimento primeiro e eu fiquei na sala de espera. Eu estava vomitando muito, devido a um chute na costela, e depois eu fui dar o meu depoimento, só que a delegada não estava lá, estava fazendo via web. Depois que eu terminei meu depoimento, a delegada chamou o pai dele para falar alguma coisa, e mandou o pai dele me levar para o HGE [Hospital Geral do Estado]".

"Eu fiquei com muito medo, por que o pai do agressor vai proteger quem? O filho dele, não a mim".

Bruna foi hospitalizada com traumatismo craniano, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE. Depois de internada, ela sofreu uma nova violência: o pai do agressor negou o direito dela de se comunicar com a própria mãe.

"Eu só pedia para ele [pai] ligar para minha mãe, e ele fingindo que estava ligando e dizendo que ela não atendia. Em nenhum momento ele ligou, porque minha mãe me descobriu três dias depois. Eu fui internada e fui direto para a UTI. Toda vez que eu acordava, nos horários de visita, eu via o pai dele. Nunca era minha mãe. Eu sempre perguntava: ‘cadê a minha mãe?’, e ele dizia que não estava conseguindo falar".

A vítima teve alta na quinta-feira (5), sete dias após a internação, e está em casa com a mãe. O caso é acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e segue sob investigação da Deam. A Polícia Civil ainda não informou se o pai de Henrique também será investigado.

Uma medida protetiva de urgência foi solicitada para a vítima, e a polícia pediu a prisão do suspeito, que foi liberado na audiência de custódia e responderá em liberdade. Para a mãe de Bruna, fica o alívio de ter a filha de volta em casa e o desejo de justiça para que Henrique pague pelas agressões.

"É uma vitória ter ela aqui, acalma um pouco coração. Mesmo nessa situação, nesse estado. É uma vitória ela estar fora do hospital, estar viva, que é o mais importante. Ele está livre. Vai responder, mas está em liberdade. A gente pediu junto à Delegacia da Mulher que pedisse a prisão preventiva dele, e que ele fosse indiciado por tentativa de feminicídio. Ele tentou matar a minha filha, não só agrediu".

 

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Uma mulher de 43 anos foi imobilizada pelo próprio marido e estuprada pelo amigo dele, que é vizinho do casal, enquanto aguardavam a virada do ano em Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo.

Quem acionou a Polícia Militar foi o filho da mulher. Os dois homens, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos e encaminhados para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Ourinhos (SP).

Segundo o g1, um boletim de ocorrência por estupro foi registrado.

A mulher passou por atendimento médico na Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo.

A Polícia Civil não informou o resultado da audiência de custódia.

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“Minha filha foi agredida pelo namorado, teve um traumatismo craniano e foi levada para o hospital. O pai do agressor foi cúmplice, ele deu banho nela e tentou apagar todas as provas do crime”, relatou Rosana Soares, de 54 anos, mãe de Bruna Alexandra Colzani, 35, que está internada no Hospital Geral do Estado (HGE) desde quinta-feira (29). O namorado, identificado pela mulher como Henrique Gonçalves Vilela, 25, foi autuado em flagrante como suspeito do crime, mas já responde em liberdade. Rosana prestou depoimento na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam Brotas) nesta segunda-feira (2).

Professora da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), em Cachoeira, Rosana relata que encontrou a filha na Unidade de Terapia Intensiva do HGE (UTI) depois de três dias de procura. Ela detalha que entra em contato com a designer de interiores todos os dias e que não conseguiu se comunicar com Bruna no dia 29. Então, com a preocupação de que pudesse ter acontecido algo, a mãe começou a procurar os amigos e vizinhos da vítima, mas não obteve retorno. Na sexta (30), ela tentou novamente, mas seguiu sem nenhuma novidade.

Depois de procurar por dois dias, logo no início da manhã do sábado (31), Rosana decidiu ir até a casa dela, no bairro de Nazaré, em Salvador. Ao chegar no local, encontrou os portões fechados e os cachorros de estimação de Bruna sozinhos na varanda, sem comida e água, em meio à sujeira de fezes e urina. Para tentar ajudar os animais, a professora chamou um chaveiro e abriu o cadeado. Foi quando conseguiu confirmar que a designer de interiores realmente não estava na casa.

Rosana, então, seguiu com a busca. Ela foi até a casa do namorado da filha, que fica no bairro do Dois de Julho. “Eu chamei ele, mas a vizinha disse que ele tinha saído há cerca de 30 minutos em um carro. Então andei pela região, porque Henrique é filho de um ex-policial muito conhecido lá. Eu entrei nos bares procurando a Bruna, perguntei do pai e do filho, mas ninguém falava nada, ninguém tinha visto nada”, diz a professora.

Quando chegou em casa, por volta das 18h do sábado, Rosana recebeu um recado do pai de Henrique, o ex-policial identificado apenas pelo prenome de Joas, com um pedido para que ela entrasse em contato. “Eu liguei para ele e perguntei da Bruna, que não tinha visto há quase três dias. Perguntei ‘cadê minha filha’ e ele ‘calma, Rosana, não fique preocupada, a Bruna e o Henrique tiveram uma briguinha de casal, mas não foi nada sério, eu só levei ela para o hospital porque estava com uma dorzinha de cabeça'. Mas minha filha teve um traumatismo craniano”, conta a mãe da vítima.

Em nota, a Polícia Civil informa que um homem, de 25 anos, foi autuado em flagrante por lesão corporal, na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam Brotas), na noite de 28 de dezembro, após ter sido conduzido à unidade por policiais militares. Segundo registrado em ocorrência, ele é suspeito de ter agredido fisicamente a sua companheira. A corporação também diz que uma medida protetiva de urgência foi solicitada e a unidade pediu a prisão do autor das agressões, que foi liberado na audiência de custódia e responderá em liberdade.

O que diz a Sesab?

Bruna ficou internada três dias sem o conhecimento da mãe. O pai do agressor visitava Bruna todos os dias. Rosana disse que não recebeu ligação do hospital para avisar sobre o estado de saúde da filha. A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informa que a vítima chegou lúcida ao hospital e foi atendida por uma equipe de assistência social.

"Bruna Alexandra Colzani, paciente de 35 anos, deu entrada no HGE no dia 29/12/2022, por volta de 01h30 da manhã, tendo no registro inicial da ocorrência tratar-se de caso de agressão por socos do seu companheiro, ocorrida em domicílio, no bairro de Nazaré", traz a nota da pasta.

No hospital, Bruna disse que estava acompanhada por dois amigos, um deles era o pai do agressor, o que a equipe de saúde só ficou sabendo depois que a mãe foi até a unidade. O outro amigo não foi identificado. A nota da Sesab diz ainda que a vítima não fez o exame de corpo de delito porque alegou que estava sentindo muita dor. "Os profissionais do Serviço Social fizeram várias tentativas de contato com a genitora sem sucesso", acrescenta.

Ainda segundo a Sesab, Bruna não realizou restrição de visita, por isso o sogro conseguiu visitá-la. "Não temos certeza se a paciente tem conhecimento sobre a repercussão do caso e nos casos em que nos deparamos com a lucidez da vítima, devemos respeitar sua decisão de como conduzir o caso, nos foi informado que a queixa foi devidamente formalizada na delegacia", finaliza a pasta, por meio de nota.

De acordo com o HGE, a paciente tem evoluído com melhora clínica. Ela estava internada em unidade fechada UTI e hoje no final da tarde recebeu alta para Unidade Intermediária com bom prognóstico.

Envolvimento do pai

A professora da UFRB afirma que o pai de Henrique soube do crime e ajudou o filho a apagar todas as provas do que tinha acontecido. “Minha filha foi agredida, mas o pai dele foi até o local e deu banho nela, limpou o sangue dela e mascarou os machucados. Ela prestou depoimento em uma delegacia virtual, com ele do lado, coagindo ela. No laudo, a pessoa que atendeu colocou que a Bruna não tinha nenhuma lesão”, revelou Rosana.

A mãe afirma ainda que o ex-policial e então sogro da sua filha tomou o celular dela, impedindo que ela entrasse em contato com alguém para pedir ajuda. Rosana não foi chamada para comparecer ao hospital, mas o pai do agressor ia ao local todos os dias: “Minha filha, toda vez que tentava abrir o olho, com o rosto todo deformado, quem ela via? O pai do agressor. Ele cerceou ela de uma maneira que ela não conseguiu falar com ninguém”.

Henrique segue em liberdade. Rosana relata que ele estava tomando cerveja em um bar no bairro Dois de Julho, nesta segunda (2). Segundo ela, um vizinho relatou que o agressor efetuou três disparos de arma de fogo no dia 28, que não atingiram Bruna. Para a professora, o pai do agressor é cúmplice do crime. Ela conta que ele sequestrou a designer de interiores, pois impediu que ela entrasse em contato com as pessoas e não compartilhou sua localização com ninguém.

"Se ele levou ela na delegacia às 21h50 do dia 28, e trouxe no hospital no dia 29, imagina o que minha filha passou na mão desses dois. Para mim, o pai é tão agressor quanto o filho. Agora eu quero que a justiça seja feita", denunciou Rosana.

O pai de Henrique foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

O relacionamento

Bruna e Henrique estavam juntos há quase dois anos. Rosana admite que já tinha visto sinais de violência no homem, que era muito ciumento, e tinha alertado a designer, que não se atentou à advertência. Pouco antes do Natal, a professora chamou a filha para participar da ceia que aconteceria no dia 24, mas ela negou, disse que estava brigada com o namorado e “tentando resolver as coisas”, por isso, passaria o feriado com ele.

“Ela nunca me disse que sofreu alguma violência, mas ela já disse que tentou terminar o relacionamento e ele não deixava ou que ela gostava dele e voltava”, pontua a mãe.

Outros casos de violência contra a mulher e feminicídios registrados no fim de 2022 e começo de 2023

Em Curaçá, região norte do estado, um homem foi preso em flagrante após matar a companheira na madrugada desta segunda-feira (2). Ele foi capturado dentro da residência, por equipes da 45ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM). O agressor foi apresentado na Delegacia Territorial (DT) da cidade. Na unidade, o homem foi autuado por feminicídio. Segundo a titular, delegada Tereza Jucélia, o criminoso não possuía passagem e a vítima não havia feito denúncia contra ele.

Uma mulher de 42 anos foi morta a facadas na madrugada do domingo (1º), em Juazeiro, no norte da Bahia. O principal suspeito de matar Gleiciane Cristina de Souza é o marido dela, que não teve o nome divulgado. O crime aconteceu na Rua Eurico Gaspar Dutra, no bairro João XXII. Uma equipe da 75ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi até o local e encontrou a vítima já sem vida dentro de um imóvel.

Os PMs foram chamados depois que moradores denunciaram que um homem armado estava ameaçando pessoas com uma faca na rua. O suspeito conseguiu fugir ao notar a chegada do policiamento. A corporação diz que durante a ação os policiais foram informados que nas proximidades havia uma mulher ferida pelo suspeito, mas ao chegar na casa já a encontraram sem vida. Informações sobre o sepultamento de Gleiciane não foram divulgadas.

Já no dia 31 de dezembro, uma mulher foi morta pelo companheiro dentro da casa onde viviam em Arraial D’Ajuda, no Sul da Bahia. A vítima foi identificada como Daniela Ferreira de Souza, de 27 anos. Após matar a esposa, o suspeito cometeu suicídio, também em casa.

Informações sobre os sepultamentos das vítimas não foram divulgadas.

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O homem apontado como um dos maiores assaltantes de ônibus da Região Metropolitana de Salvador tinha um comportamento violento durante os crimes, intimidando as vítimas. Ele, que não teve nome divulgado, foi preso nesta segunda-feira (19) em cumprimento a mandado de prisão da Justiça de Simões Filho. Segundo a Polícia Civil, o acusado já foi preso vinte vezes e tinha um perfil de roubar perto de onde morava e bem cedo, para tentar evitar o policiamento.

"Ele atuava de forma muita agressiva com as vítimas, os passageiros, aparentando estar drogado. Era muito violento em suas ações. Geralmente atuava de manhã cedo, horário crítico que eles têm buscado atuar, para dificultar também a ação policial, como é muito cedo dificilmente tem uma quantidade efetiva de policiais na rua", explicou o diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegado Arthur Gallas, nesta terça-feira (20).

"Ele agia às vezes sozinho, às vezes acompanhado de outras pessoas. Atuava na Região Metropolitana, Linha Verde, CIA-Aeroporto", acrescentou. "É um cidadão que já foi preso em torno de 20 vezes, tem 20 passagens, responde a 6 inquéritos só no Gerrc", acrescenta.

O delegado diz que duas das prisões foram em flagrante, mas o acusado sempre acabava liberado. "A Justiça avalia a situação e cada caso é um caso", diz. Embora ele também tenha praticado outros crimes, o foco dele era em roubos a coletivos.

Agora, a investigação tenta localizar os suspeitos que às vezes participavam dos assaltos com ele. Segundo o delegado, o perfil dos assaltantes de ônibus é de pessoas jovens, até 30 anos de idade uma parte menores. "Eles atuam em áreas próximas a onde eles residem. Fica mais fácil para eles o deslocamento e é mais seguro porque conhecem a área", acrescenta.

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Em uma manhã comum de sábado, o agente penitenciário Marival Matos, 49, tomou café da manhã com as duas filhas e saiu para encontrar amigos em uma barraquinha no bairro da Cidade Nova, em Salvador. Distraído, a atenção de Marival acendeu quando dois homens em uma moto gritaram seu nome e efetuaram disparos contra ele. O agente não resistiu aos ferimentos.

“Meu pai era uma pessoa extremamente festiva, mas nunca foi de brigar. Era quem apaziguava. Ele teve possibilidade de ter arma de fogo, chegou a cogitar, mas conversando com minha mãe eles entenderam que […] não era adequado. O que é irônico porque veio a falecer por arma de fogo”, recorda a filha mais nova de Marival, a estudante de direito Narriman Matos, 23. Segundo a caçula, o pai foi morto por trabalhar em penitenciária.

A morte de Marival cruza com tantas outras que acontecem no estado da Bahia por meio de um só objeto: a arma de fogo - principal recurso utilizado em homicídios no estado. Em Salvador e na Região Metropolitana (RMS), o instrumento responde por 85% dos homicídios, revela a edição 2022 do levantamento Violência Armada e Racismo do Instituto Sou da Paz. No interior do estado, 78% dos homicídios foram causados pelo objeto. Os índices ultrapassam a média nacional (71%, em 2020) e abrangem o período 2012-2020.

Para o coordenador Luiz Lourenço, do Laboratório de Estudos em Segurança Pública, Cidadania e Sociedade (Lassos) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o número é resultado da facilitação do acesso às armas de fogo. Como consequência, há proliferação do uso do instrumento e aumento de crimes violentos.

“Teve série de quedas de protocolos para compra de armas, hoje podem adquirir armas mais potentes e letais.[Assim como o recurso pode] ser subtraído e cair na mão de criminosos”, associa o coordenador do Lassos.

A quantidade de armas novas registradas na Bahia deu um salto nos últimos quatro anos. Nos três primeiros meses de 2019, foram 400 registros novos de armas de fogo no estado. Em 2022, o número cresceu para 1.363, o que representa um aumento de 240%, segundo dados da Polícia Federal. Desse total, 80% dos processos são feitos por pessoas comuns que desejam andar armadas

Na contramão, o professor de direito e especialista em políticas e gestão em segurança Antônio Melo relaciona a alta participação de armas de fogo em homicídios com o crescimento do crime organizado na capital e estado.

“Essas armas utilizadas na maioria dos crimes por organizações criminosas são ilegais, não são armas subtraídas do cidadão. Ingressam do território vindas em sua maioria de outros países”, argumenta. Ele estima que dentre as armas de fabricação nacional apreendidas do crime organizado, apenas 30% possuem registro legal, no entanto, foram parar na ilegalidade.


Polícia apreendeu média de 13 armas por dia em 2022 na Bahia Foto: Divulgação


Outras armas

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, 76% das mortes violentas intencionais no Brasil em 2022 foram por arma de fogo, 17,6% por arma - instrumento constituído de lâmina de qualquer material cortante, como espadas, adagas, navalhas e arpões - e 6,4% por outros recursos.

Para Luiz Lourenço, do Lassos, a arma de fogo é a que mais potencializa a violência interpessoal, tendo só a finalidade de aniquilar. “O erro é pensar que vai dar garantia de segurança, mas [...] quem possui arma de fogo é alvo potencial”, avalia. Já para Antônio Melo, “as armas em si não são a encarnação do mal, o problema é o uso que se faz dela”.

O professor da Ufba e autor de diversos trabalhos na área de segurança pública Sandro Cabral preconiza que é competência de toda esfera pública, da federal até municipal, trabalhar em conjunto. Isso porque o cenário da Bahia é apenas extensão do nacional.

A Bahia é o 5º estado do país com mais homicídios causados por armas de fogo, só perdendo para Ceará (92% de uso de armas de fogo em homicídios na capital), Rio Grande do Norte (89%), Sergipe (88%) e Paraíba (86%). Em média, nas capitais e regiões metropolitanas do Brasil, a cada 4 homicídios, 3 envolvem armas de fogo.

“Segurança pública é responsabilidade coletiva. É do governo federal ao fazer leis que podem ter maior controle sobre armas, controle de fronteiras. É responsabilidade do governo estadual porque maior parte das forças policiais estão [lá] e também dos municípios que, além da guarda municipal, tem desde instalação de câmeras até troca de informação por meio de conselhos municipais de segurança”, sugere.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) informou que ações policiais em toda a Bahia retiraram das ruas uma média de 13 armas por dia em 2022 e entre janeiro e novembro as mortes violentas recuaram 8,9%. na comparação com o mesmo período do ano passado. A instituição espera que a política adotada nos últimos anos, que facilitou o acesso a armas de fogo de maneira exacerbada, seja revista.

A reportagem do CORREIO também solicitou posicionamento da Polícia Federal, mas não recebeu retorno até fechamento da matéria.

Número de homens negros mortos por arma de fogo é mais que o dobro do número de homens não negros

Na Bahia, o número de homens negros mortos por arma de fogo é mais que o dobro do número de homens não negros. A taxa de homens negros mortos por arma de fogo no estado é de 93,6, enquanto a de não negros é de 44,0. O estado é o 4º no país com a maior taxa de homens negros mortos por armas de fogo e perde apenas para Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. É o que mostra o levantamento do Instituto Sou da Paz.

Marival Matos, o pai de Narriman, alvo de tiros quando estava com amigos, era um homem negro. A filha acredita que a questão racial atravessa toda narrativa de sua vida, sobretudo, na limitação das oportunidades dadas devido justamente pela cor da pele.

“Se ele não fosse um homem negro, dada inteligência que tinha, ele teria meios para não estar no meio em que a gente se encontrava no momento em que ele faleceu”, diz Narriman sobre a renda familiar na época.

Segundo especialistas, os números apresentados pelo instituto são coerentes com a realidade de desigualdade racial vivida no Brasil e, além disso, a cultura armamentista agrava o cenário. Os números são resultado do processo histórico brasileiro, mas também da intensificação da rede de ódio ampliada nos últimos anos.

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A Policia Federal cumpre nesta quinta-feira (15) 81 mandatos de prisão, busca e apreensão contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro suspeitos de organizar atos antidemocráticos. A operação foi autorizada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A determinação está relacionada a investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. Após o resultado do segundo das eleições gerais no Brasil, ocorrido dia 30 de outubro, bolsonaristas bloquearam e fecharam, total ou parcialmente, diversas estradas em estados brasileiros.

"A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (15/12), 81 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em apuração que tramita na Corte acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022", informou a PF.

Os mandados são cumpridos em sete estados - Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina -, além do Distrito Federal.

Em 17 de novembro, Moraes determinou o bloqueio de bens de 43 empresas e pessoas suspeitas de financiar os atos nas vias. A maioria delas é de Mato Grosso.

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Uma mulher de 40 anos teve o corpo queimado pelo companheiro, na cidade de Ourolândia, na Chapada Diamatina. O crime aconteceu no Povoado de Alagadiço e chocou a cidade.

A tentativa de feminicídio aconteceu na tarde de segunda-feira (5), e, segundo a Polícia Civil, a vítima foi socorrida em estado grave. Ela está internada no Hospital Municipal Janaelson da Silva Araruna Costa.

O suspeito de ter cometido o crime foi detido por policiais militares e conduzido para a 1ª Delegacia Territorial (DT/Jacobina), na terça-feira (6). O autor do crime está à disposição do Poder Judiciário.

A Comissão em Defesa dos Direitos das Mulheres e da Mulher Advogada da OAB/BA Subseção Jacobina divulgou uma nota de repúdio sobre o caso. "Diante de tão triste realidade, a OAB/BA Subseção Jacobina, a Comissão em Defesa dos Direitos das Mulheres e da Mulher Advogada repudiam de forma veemente esses atos, não sendo complacente com tamanho desrespeito à dignidade humana. A Subseção frisa que não cessará a busca por meios e instrumentos legais para proteger a mulher vítima de violência. É preciso reafirmar e fazer valer as leis e direitos já consagrados internamente, a exemplo da Lei Maria da Penha".

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O sistema de câmeras do ônibus da empresa Expresso Guanabara registrou o momento em que a estudante de enfermagem Stefani Firmo, 23, foi esfaqueada por outra passageira durante uma viagem entre Recife e Salvador. A jovem foi atingida no rosto e levou 18 pontos.

Nas imagens, é possível ver o momento em que outra passageira se levanta em direção ao local onde Stefani dormia. Nesse momento, ela teria sido esfaqueada. Depois, a estudante acorda e corre em direção a uma amiga que estava em outra poltrona.

As imagens foram compartilhadas pela estudante. "Nas imagens da câmera do veículo, é possível perceber que a mulher que estava atrás de mim se levanta e rapidamente desfere um golpe no meu rosto. A gravação não deixa dúvidas de que não houve qualquer discussão ou transtorno entre eu e ela", escreveu.

Stefani diz ainda que está muito assustada com toda a situação. "O ataque foi gratuito, brutal e cruel. Ainda estou muito assustada com tudo e tentando absorver o que ocorreu", completou.

Stefani contou que após o ataque, a passageira que estava sentada na poltrona atrás da sua não esboçou reação sobre o ataque. “Ela olhou para mim, me viu sangrando, mas foi totalmente fria, apática, não esboçava nenhuma reação. Olhou para mim, virou o rosto e seguiu”, relembra.

De acordo com a Expresso Guanabara, empresa da linha de ônibus que fazia o trajeto entre Recife e Salvador, as imagens da câmera do ônibus foram enviadas à Polícia Civil da Bahia no último sábado (3), conforme pedido da autoridade policial para dar continuidade à apuração dos fatos. A empresa não respondeu se há pretensão de reforço dos procedimentos de segurança e somente informou estar colaborando com tudo o que lhe compete no caso.

A Polícia Civil comunicou que a Delegacia de Proteção ao Turista de Conde já está com as imagens do circuito interno de segurança do ônibus interestadual e que estas serão analisadas, podendo auxiliar na identificação da autoria. Ainda, informou que alguns passageiros foram ouvidos na unidade especializada e as guias periciais foram expedidas. Os laudos são aguardados e caso seja comprovada a autoria, a mulher poderá ser indiciada por lesão corporal.

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O adolescente de 16 anos que atacou as escolas aprendeu a atirar assistindo a vídeos no YouTube, segundo o pai. Depois de alvejar 16 pessoas, voltou para casa, almoçou e seguiu com a família, sem tocar no assunto. O PM, que já foi ouvido pela polícia - que investiga se o autor dos atentados teve aulas presenciais de tiro -, está sendo acusado nas redes sociais de ter preparado o filho para o atentado. Ao Estadão, ele disse ser absurda a alegação e conta que montagens e acusações falsas estão rendendo ameaças de morte contra ele. Por segurança, deixou Aracruz, onde morava.

O comportamento do atirador mudou drasticamente há cerca de dois anos. Segundo o PM, isso ocorreu depois de ter sofrido bullying em uma escola que frequentou até o 9º ano e que não era nenhuma das duas em que praticou o atentado. O adolescente faz tratamento psiquiátrico e é socialmente recluso. Gosta de ver vídeos sobre armas e sobre a 2ª Guerra Mundial.

O policial pediu perdão às famílias das vítimas e diz que o filho precisa ser punido pelo que fez. Também disse que não pretende evitar a punição que sofrerá por ter falhado no acautelamento da arma do Estado que mantinha em casa. "Estão achando que eu sou um grande monstro que treinei meu filho, que dei minha arma para ele, que induzi ele a fazer isso. Estamos arrasados. Se eu pudesse, pediria perdão a cada parente dessas vítimas", ressaltou. "Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer o atentado."

Os nomes do pai e do atirador não serão publicados. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) veda a identificação de autores de atos infracionais e de informações que possam identificá-los.

Mídias sociais
O pai afirmou que muito do que vem sendo divulgado nas mídias sociais é falso. "Quase tudo não é verdade. Estão dizendo que eu fiz postagem nazista, apologia ao nazismo. Sim, eu postei uma foto no meu Instagram, há muito tempo atrás, de um livro que se chama Mein Kampf, que é uma autobiografia do Adolf Hitler, um livro vendido abertamente em livrarias. O fato de você ler um livro faz você ser nazista? Eu fiz um comentário sobre leitura. Disse que ler causa a expansão da consciência", afirmou.

O PM ainda negou qualquer viés ideológico. "Estão dizendo que eu sou bolsonarista, que eu gosto que as pessoas andem armadas. Eu não sou bolsonarista nem lulista. Tenho dois projetos sociais aqui na minha cidade voltados para atendimento de psicoterapia totalmente gratuito."

Segundo ele, o momento da revelação do crime foi chocante. "Eu e minha esposa estávamos na rua, resolvendo algumas coisas. Nós tomamos conhecimento por meio de um grupo do WhatsApp da comunidade aqui. Sou o presidente da associação de moradores. Minha esposa por acaso viu uma postagem referente a um atentado, a uma violência que aconteceu. A gente ligou para o X. porque ficamos preocupados", relatou.

Emoção
O pai afirma que o filho não demonstrou nenhuma emoção. "Chegamos em casa uns 30 minutos depois. A gente tinha de sair para ir a um lugar próximo, chamado Mar Azul. Ele almoçou tranquilamente. Quando a gente chegou em Mar Azul, depois de uns cinco ou dez minutos, uma viatura da Polícia Militar chegou e conversou comigo. Falou que já tinha todas as suspeitas que seria o X, pelo carro que ele utilizou", continuou.

"Aí fui perguntar a ele, disse para ele falar a verdade", lembra o pai. "Aí ele pegou e abriu o jogo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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