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'Me bateu até eu desmaiar': designer vítima de espancamento detalha como namorado a agrediu na Bahia

'Me bateu até eu desmaiar': designer vítima de espancamento detalha como namorado a agrediu na Bahia

Abalada e ainda muito machucada, a designer de interiores Bruna Alexandra Colzani, de 35 anos, contou na manhã desta sexta-feira (6), em entrevista à TV Bahia, como o crime aconteceu, em Salvador. O agressor, até então namorado da vítima, chegou a ser preso e responde em liberdade.

O crime foi cometido no dia 29 de dezembro, quando Bruna e o agressor, Henrique Vilela Gonçalves, estavam em um bar no bairro do Dois de Julho. O então casal havia encontrado um amigo do próprio Henrique, antes dele passar a ameaçar a vítima e então agredi-la, por ciúmes.

Nesta sexta-feira (6), ao lado da mãe, Bruna disse que as ameaças foram feitas de forma velada. Com medo e em alerta, a vítima disse que sabia que iria ser agredida, assim que Henrique passou a olhar para ela.

"Hoje minha cabeça ainda dói muito, minha costela também está bastante dolorida, meu corpo no geral. [No dia do crime] A gente chegou no bar para encontrar o amigo dele, que tinha chegado de viagem. Estávamos conversando normal, e ele começou a ficar com ciúmes do nada. Ciúmes no geral, porque estávamos em uma conversa em galera, não foi uma conversa só entre eu e o amigo dele para causar isso".

"Ele começou a me olhar com cara de ameaça. Eu notei que ele estava com ciúme, pedi para ir no banheiro, aí eu fui no banheiro e pedi para a dona do bar, para que ela me escondesse".

Pai de agressor negou pedido de ajuda

Depois de escondida, Bruna pediu ajuda ao pai do agressor, que é ex-policial e negou o socorro a ela. Minutos depois de ter pedido ajuda, ela foi surpreendida por Henrique invadindo o quarto onde estava escondida.

"Ela me escondeu no quarto, que fica em cima do bar. Eu liguei para o pai dele, para vim tentar resolver, acertar as coisas, porque eu sabia que ele [Henrique] ia acabar me agredindo. O pai dele disse que não iria se meter. Aí ele invadiu o quarto da menina, me encontrou lá, e começou as agressões, começou a me dar chutes e socos".

"Ele começou as agressões e eu só fiquei perguntando o porquê que ele estava me batendo. Ele não respondia, só foi me batendo até eu apagar [desmaiar]".
Bruna relatou que, quando acordou, estava no chão do banheiro e o pai de Henrique estava no local. Foi ele quem levou a vítima para casa.

"Depois de apagar, eu já não lembro mais o que aconteceu. Só lembro que eu acordei no chão, debaixo do chuveiro, com o pai dele e um amigo do amigo do pai, jogando água e dando tapinhas na minha cara, para eu acordar. Eu acordei e ele [pai do agressor] falou assim: ‘vou te levar para sua casa, ele vai pegar as coisas dele e vai sair de lá, e eu te deixo em casa’.

"Eu acabei desnorteada e, com medo, acabei indo com o pai e com o agressor. Quando chegou lá, o agressor disse que não iria sair, que eu teria que sair da minha casa. Eu disse que jamais sairia da minha casa, então acabei chamando a polícia".

Levado para delegacia

Quando a equipe da Polícia Militar chegou à casa de Bruna, Henrique foi algemado e levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas, junto com o pai dele e ela, que precisava prestar depoimento.

"Chegando lá, ele deu depoimento primeiro e eu fiquei na sala de espera. Eu estava vomitando muito, devido a um chute na costela, e depois eu fui dar o meu depoimento, só que a delegada não estava lá, estava fazendo via web. Depois que eu terminei meu depoimento, a delegada chamou o pai dele para falar alguma coisa, e mandou o pai dele me levar para o HGE [Hospital Geral do Estado]".

"Eu fiquei com muito medo, por que o pai do agressor vai proteger quem? O filho dele, não a mim".

Bruna foi hospitalizada com traumatismo craniano, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE. Depois de internada, ela sofreu uma nova violência: o pai do agressor negou o direito dela de se comunicar com a própria mãe.

"Eu só pedia para ele [pai] ligar para minha mãe, e ele fingindo que estava ligando e dizendo que ela não atendia. Em nenhum momento ele ligou, porque minha mãe me descobriu três dias depois. Eu fui internada e fui direto para a UTI. Toda vez que eu acordava, nos horários de visita, eu via o pai dele. Nunca era minha mãe. Eu sempre perguntava: ‘cadê a minha mãe?’, e ele dizia que não estava conseguindo falar".

A vítima teve alta na quinta-feira (5), sete dias após a internação, e está em casa com a mãe. O caso é acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e segue sob investigação da Deam. A Polícia Civil ainda não informou se o pai de Henrique também será investigado.

Uma medida protetiva de urgência foi solicitada para a vítima, e a polícia pediu a prisão do suspeito, que foi liberado na audiência de custódia e responderá em liberdade. Para a mãe de Bruna, fica o alívio de ter a filha de volta em casa e o desejo de justiça para que Henrique pague pelas agressões.

"É uma vitória ter ela aqui, acalma um pouco coração. Mesmo nessa situação, nesse estado. É uma vitória ela estar fora do hospital, estar viva, que é o mais importante. Ele está livre. Vai responder, mas está em liberdade. A gente pediu junto à Delegacia da Mulher que pedisse a prisão preventiva dele, e que ele fosse indiciado por tentativa de feminicídio. Ele tentou matar a minha filha, não só agrediu".

 

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  • De azul e branco, baianos e turistas celebram a Rainha do Mar

    Colares, fitinhas, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta das ruas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se reuniram para celebrar a Rainha do Mar, Iemanjá, nesta sexta-feira (2).

    Por volta das 6h30, o sol estava escondido entre as nuvens, mas isso não impediu que o público fosse para o local e formasse uma longa fila para entregar o presente à Iemanjá.

    Na multidão estava o biólogo Maick dos Santos, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo. Esta é a segunda vez que ele participa da festa.

    “Eu vim ano passado pela primeira vez e decidi voltar este ano, porque eu gosto muito da energia, de toda a cultura que envolve a celebração”, disse.

    Para o paulista, este dia é marcado pela valorização da cultura e das religiões de matrizes africanas.

    “Acho importante as pessoas entenderem de onde elas vêm. É um momento para celebrar a ancestralidade, a religiosidade e toda a história da cultura preta”, destacou.

    Pouco tempo depois, o sol apareceu e as nuvens se dispersaram no céu. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a temperatura máxima chegue até 32º nesta sexta, na capital baiana.

    De vestido azul e tranças pretas, a oceanógrafa Ana Beatriz participa da festa todos os anos. Baiana de Salvador, ela escolheu uma roupa leve para curtir o dia em meio ao calor que faz na cidade.

    “Acho que é um momento para agradecer pelo ano que passou e pedir prosperidade e caminhos abertos para este ano que está começando”, disse.

    Quem também é veterana na celebração é a carioca Inês Cunha. Este é o sétimo ano que ela participa da festa e, segundo a carioca, já virou tradição usar a mesma camisa branca com o trecho de uma música em homenagem à Rainha do Mar.

    "Eu uso essa camisa, porque ela tem o trecho de uma música da Império Serrano, de quando a escola de samba fez uma homenagem à Iemanjá”, explicou.

    “Hoje é um dia para se recomeçar com as raízes, com a ancestralidade. Cada vez que a gente vem, a gente descobre uma coisa diferente. Já fiz minha oração, molhei os pés no mar, participei da roda de samba e agora estou volta do para o hotel”.

    Quem ficou responsável pelo presente principal de Iemanjá foi a Casa de Oxumarê, localizada na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Ele será entregue por volta das 16h desta sexta.

    O tema deste ano é Olokun que, segundo os organizadores, é o espírito do vasto do oceano que mora nas profundezas, e foi escolhido através de um jogo de búzios feito pelo babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê.

    "Temos dois presentes hoje: um foi o sonho dos pescadores e [o outro], a concha, foi escolhida pelo oráculo. A concha representa não só a riqueza do mar, o oxogênio, mas também a mudança do ser", explicou Babá Pecê.

    Entre os adornos utilizados no presente estavam conchas, flores, uma imagem que representa a Rainha do Mar, comidas, além de outras "coisas secretas" que, de acordo com os organizadores, não podem ser detalhadas.

    Autoridades políticas estiveram no local, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues e do vice-governador Geraldo Júnior. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve comparecer pela tarde dutante a entrega do presente.

  • Parte de prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador

    Parte do prédio que abrigou o Restaurante Colon por 107 anos, em Salvador, desabou na manhã desta quinta-feira (25), um dia após ser interditado pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal). Tradicional na capital baiana, o estabelecimento localizado no bairro do Comércio, foi citado na obra "O Sumiço da Santa", do escritor baiano Jorge Amado.

    Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira. Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.

    De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.

    A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

    Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.

    A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.

    A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram nesta quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.

    Imóvel em área tombada pelo Iphan
    Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.

    Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.

    O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.

    Fechamento do restaurante
    Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.

    Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.

    A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.

    No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.

  • Vendedores ambulantes são deslocados para 'passarela' no carnaval de Salvador; entenda

    Os vendedores ambulantes que trabalham na Barra terão uma área específica no carnaval de Salvador em 2024. A prefeitura vai montar uma espécie de passarela atrás da balaustrada da orla para os trabalhadores.

    O anúncio foi feito pelo titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Alexandre Tinoco. "Eles poderão ficar de forma confortável e segura, podendo servir as pessoas através da balaustrada", disse à TV Bahia nesta quarta-feira (24).

    Entenda a diferença:
     Nos carnavais anteriores, os ambulantes ficavam na calçada, na frente da balaustrada.

     Neste ano, esses trabalhadores poderão ficar na estrutura montada ao fundo, especialmente para eles.

     O espaço vai abrigar também os isopores grandes dos ambulantes — o kit entregue pela prefeitura a cada trabalhador de serviço no carnaval é composto por um isopor grande e dois pequenos. Na folia de 2024, a caixa maior não poderá ficar na calçada.

     Mas os ambulantes poderão circular pela calçada e pela pista para se aproximar dos blocos, por exemplo, desde que usem os isopores pequenos.

    O objetivo com isso é "desafogar" as ruas do circuito para facilitar a circulação de pessoas.

    A estrutura está sendo montada entre o Farol da Barra e o Barra Vento. A estimativa da Semop é de que cerca de 320 a 350 ambulantes ocupem o espaço.

    Ao todo, considerando o Circuito Dodô, que vai da Barra à Ondina, e o Circuito Osmar, no Campo Grande, 4.110 trabalhadores foram cadastrados para o carnaval deste ano.

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