Terça, 14 Maio 2024 | Login

O homem que invadiu duas escolas e deixou três mortos e 11 feridos em Aracruz, no Espírito Santo, foi preso no início da tarde desta sexta-feira (25), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e um policial militar. As informações são do g1.

De acordo com o capitão Alexandre do 5° Batalhão da PM de Aracruz, ele havia fugido em um carro, mas foi encontrado. A PRF confirmou a prisão ao portal.

O caso aconteceu em duas escolas de Aracruz, cidade no norte do Espírito Santo, a cerca de 85 km da capital, Vitória.

Pessoas foram atacadas na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral, que é particular. As escolas ficam no bairro de Coqueiral, a 22 km do centro de Aracruz.

Dois dos mortos são professores da escola Primo Bitti, e o terceiro, um aluno do Centro Educacional Praia de Coqueiral. As vítimas ainda não foram identificadas.

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A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação Guardiões da Infância, para cumprir mandados de prisão decorrentes de decisões judiciais condenatórias por crimes relacionados ao abuso sexual infantil em todo o país. Nesta terça-feira foram cumpridos, simultaneamente, 23 mandados de prisão.

No total, mais de 100 foragidos já foram detidos nos 26 estados e no DF desde o início das ações, em agosto deste ano. As prisões seguem em andamento. Segundo a PF, o objetivo da operação é retirar do convívio social indivíduos que já haviam sido investigados, processados criminalmente e condenados, dando efetividade ao sistema de justiça criminal e impedindo que novos crimes contra crianças e adolescentes sejam cometidos.

A Polícia Federal, além realizar de um número expressivo de Operações Policiais combatendo essa modalidade criminosa, também atua na identificação de vítimas de abuso sexual infantil, por meio da Força-Tarefa de Identificação de Vítimas, composta por policiais federais e civis especializados na tarefa de identificar vítimas a partir de imagens e vídeos, com a finalidade de resgatá-las e identificar e prender seus agressores.

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Um caso de importunação sexual a uma paciente dentro do Hospital Geral do Oeste, em Barreiras, está sendo investigado pela polícia. O funcionário teria se debruçado sobre a vítima, que estava sedada após passar por uma cesariana na unidade, segundo informações da TV Oeste.

O caso aconteceu na última segunda-feira (14). Segundo a Polícia Civil, o funcionário foi apresentado pela Polícia Militar na 1ª Delegacia Territorial de Barreiras. De acordo com as informações prestadas pela guarnição da PM, uma equipe de saúde foi acionada depois de o suspeito ter se debruçado sobre uma paciente da unidade de saúde.

O homem será investigado em inquérito policial.

Em nota, a assessoria do hospital informou que a diretoria está apurando a denúncia. "O profissional envolvido foi afastado temporariamente até que a apuração seja finalizada". A instituição informou também que está prestando informações às autoridades policias para resolver o caso.

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Após viralizar nas redes sociais, um vídeo em que um técnico de enfermagem aparece realizando uma cirurgia de amputação, no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (Hats), em Jacobina, o ex-diretor da unidade se pronunciou afirmando que este não foi um caso isolado.

Conhecido como Tuca, o ex-gestor e médico Manoel Inácio Paz Júnior, revelou que o técnico realizava cirurgias com frequência no Hats. Ao descobrir a irregularidade, ele proibiu o funcionário de realizar procedimentos cirúrgicos, afastou o médico por uso excessivo de medicamentos - que o impediam de trabalhar - e denunciou o caso ao prefeito de Jacobina, Tiago Dias (PCdoB).

Mesmo após saber o que estava ocorrendo na unidade, o prefeito, de acordo com Tuca, o surpreendeu com a resposta: "Se o técnico consegue fazer a cirurgia às vezes é até melhor que o próprio médico", contou o ex-diretor em entrevista à Rádio Clube FM, do município, ontem (09). Ainda assim, os afastamentos foram levados a diante.

No entanto, após seu pedido de demissão, feito juntamente com sua filha, a médica Dra. Manuela, que aconteceram em solidariedade aos colegas que foram mandados embora em uma demissão em massa, os procedimentos irregulares voltaram a acontecer. “É um fato que eu já tinha conhecimento, de que técnico faria cirurgia no hospital. Quando eu fui diretor, fatos graves ocorreram, casos de polícia. Um caso era este", afirmou Tuca.

Ao CORREIO, a prefeitura afirmou lamentar as declarações do ex-diretor e apontou ter dúvidas quanto a sua motivação de ir a público.“Ele não pediu para sair da direção, ele foi substituído. Não pela gestão, mas sim pela nova instituição que assumiu a gestão do Hospital. [...] Também nos causa dúvidas se são falas de um profissional que não agiu como manda o rigor ético profissional na posição de diretor [...] ao registrar as supostas faltas e falhas de conduta de profissionais que ele alega, ou se são afirmações motivadas por sua saída da direção do hospital”, diz a nota.

O Instituto Vida Forte, é a empresa que administra a unidade há menos de um mês. A contratação se deu de maneira emergencial, para substituir a Fundação José Silveira, antiga administradora. Neste período, houve uma série de demissões por parte da nova empresa, que afetaram desde técnicos de enfermagem até o setor de limpeza.

Família comenta caso
Na terça-feira (08), dia em que o vidro foi divulgado, o prefeito de Jacobina publicou em suas redes sociais, dois áudios descritos como um "pronunciamento dos familiares do paciente". Na gravação, um homem, chamado João Paulo, se apresenta como irmão da vítima e afirma que o rapaz já chegou no hospital com a perna amputada, devido a gravidade do acidente de moto que havia sofrido.

Já no segundo áudio - de 2,5 minutos - sem se identificar, uma mulher se apresenta como irmã do paciente e, assim como João Paulo, diz que ele chegou sem a perna, que o médico passou mal no momento da cirurgia e o técnico de enfermagem “fez apenas finalizar a perna do meu irmão”, descreve a gravação.

Em nota, o Instituto Vida Forte que está apurando o fato por meio de sindicancia e que “Todas as medidas de apuração já foram imediatamente iniciadas. Nosso compromisso é com o bem-estar e saúde do paciente e, por isso, toda e qualquer medida necessária será tomada”, diz o texto.

Relembre o caso
Imagens gravadas no Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho (HATS) denunciam a realização irregular de uma cirurgia. No vídeo, o procedimento de amputação de uma perna aparece sendo feito por um técnico de enfermagem, e não pelo médico.

Enquanto o cirurgião apenas observa o colega de trabalho, com uma mão na cintura e a outra no bolso, ambas sem luva, o técnico de enfermagem sutura a perna do paciente já amputada.

Na tentativa de ajudar o colega, outros profissionais também aparecem ao redor do técnico, na gravação feita no último sábado (5), e divulgada nesta terça (8), pelo Jornal da Clube, da Rádio Clube FM de Jacobina.

Em nota, a prefeitura da cidade informou que a Secretária Municipal de Saúde abriu um processo administrativo para apurar o caso. Para isso, o Instituto Vida Forte - responsável pela administração do hospital - foi acionado para prestar esclarecimentos preliminares sobre o ocorrido.

“Caso sejam comprovadas irregularidades ou desconformidades do ponto de vista das diretrizes médicas hospitalares, todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis serão prontamente adotadas", garante o texto, que também afirma ter solicitado a íntegra do vídeo que denuncia a ação.

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Testemunhas que presenciaram as mortes do policial militar Maurício Carmo de Jesus, 36 anos, de seu irmão, Valter Carmo de Jesus, 40, e de um jovem de 18 anos identificado apenas como Rian no bairro de Cosme de Farias, em Salvador, por volta das 22h de domingo (30) apontam que os três teriam sido executados após uma confusão no trânsito.

Maurício e Valter estavam no final de linha do bairro, onde acontecia uma festa do tipo paredão, quando começaram a discutir com outros homens. Sobre o motivo da confusão, moradores divergem. "Um deles estava de carro com a esposa porque veio só pegar um cachorro quente e, no meio da festa, foi dar uma ré. Acabou atingindo um menino e começou a discussão", aponta um, que prefere não se identificar.

Outra moradora, que também não revela seu nome e estava na festa, diz outra coisa. Segundo ela, Maurício teria ido até o local para levar Valter para casa. "Não vi isso do carro, nem dele pegando ninguém. Parece que o policial [Maurício] veio para levar o irmão para casa, tirando ele da festa mesmo. No meio disso, começou o tiroteio", diz ela.

Motivo do tiroteio

Apesar de divergir sobre o começo da confusão, as fontes ouvidas pela reportagem corroboram sobre o motivo da situação ter acabado em tragédia. "Eles são daqui e o pessoal conhece. Os traficantes perceberam que um deles era polícia e estava armado. Aí, já no meio da briga, resolveram matar. Veio pelo menos dez homens armados", relata a moradora.

O outro morador diz o mesmo, além de destacar que a família de Maurício e Valter é conhecida na região de Cosme de Farias. "Eles são de uma família tradicional daqui, o povo conhece. Os traficantes identificaram ele como policial e, quando isso acontece, ficam ainda mais agressivos. A gente só viu vários homens chegando de arma na mão e começando a atirar", fala ele.

Major Sérgio Almeida, comandante da 58° Companhia Independente da Policia Militar (CIPM), informou que agentes foram acionados para ocorrência de disparo de arma de fogo, mas se depararam com um cenário diferente.

"Quando chegamos aqui, encontramos três corpos ao solo. Prestamos socorro até o HGE e, após isso, recebemos a notícia do falecimento dos três, além de tomar conhecimento que um deles era policial militar", fala Almeida, afirmando que a segurança no bairro está reforçada para tranquilizar os moradores.

A família de Maurício e Valter foi ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta segunda-feira (31) para liberar os corpos dos dois. No entanto, optaram por não dar entrevistas. De acordo com o IML, os corpos foram liberados para a Ordem Terceira de São Francisco, um dos cemitérios da Quinta dos Lázaros, em Salvador. Familiares preferiram não revelar o horário do sepultamento. Não há informações da relação de Rian com os dois, já que a família do jovem também preferiu não falar sobre o caso.

Silêncio de medo

O tiroteio que vitimou os três fez quem estava na festa passar por momentos de desespero. Em imagens, várias pessoas descem uma escada mas imediações do fim de linha de Cosme de Farias, mas acabam se deparando com mais individuos envolvidos no tiroteio e precisam retornar. Um caos que deixou muitos assustados.

No entanto, quando perguntados sobre a situação, muitos dos moradores optaram pelo silêncio e não comentaram o caso mesmo estando na festa. "A gente é morador, aqui não vemos nada e falamos muito menos. Se nos metemos nessa história, é capaz de sobrar para nós que não temos nada a ver", disse um, sem revelar a identidade por medo.

Outro abordado pela reportagem fez discurso parecido para justificar o porquê de não falar do que viu na festa. "Para minha segurança, eu não falo dessas coisas. Não quero ter meu nome vinculado a isso e nem que me vejam conversando. O domínio do pessoal da CV [grupo criminoso] aqui é forte", responde outro morador.

De acordo com informações de fontes da polícia, o bairro de Cosme de Farias tem uma ação do grupo criminoso batizado de Comando da Paz (CP), que teria o apoio do Comando Vermelho (CV).

Procurada para responder sobre a situação, a Polícia Civil (PC) informou apenas que a Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM) investiga as mortes. Além disso, confirmou que dez homens armados foram vistos na região. O crime ainda segue sendo investigado e diligências estão sendo realizadas para identificar os suspeitos.

 

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O empresário e herdeiro Thiago Brennand, foragido desde 27 de setembro, foi preso nos Emirados Árabes. Ele aparece em um vídeo agredindo a modelo Helena Gomes após uma discussão em uma academia, em São Paulo.

A prisão do empresário foi confirmada pela delegada Ivalda Oliveira Aleixo, do Departamento de Capturas da Polícia Civil de São Paulo, ao g1.

Thiago tentou intimidar uma integrante do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que deu parecer pelo arquivamento de uma denúncia dele contra uma mulher por suposta extorsão e denunciação caluniosa. Em e-mail enviado à 2ª Vara Criminal, ele intimidou uma promotora alegando que tomaria medidas junto aos órgãos da Corregedoria, caso não desse andamento à denúncia apresentada por ele.

O caso se passou em junho deste ano, antes de Brennand ter sido denunciado pela agressão à modelo Helena Gomes, na academia de um shopping da capital. O empresário entrou com pedido de abertura de ação criminal contra a mulher, que o havia acusado de crime sexual, mas não teria apresentado provas. A promotora deu parecer pelo arquivamento do pedido.

Contrariando a regra de que as manifestações devem acontecer nos autos do processo, no dia 21 de junho, ele enviou mensagem para o e-mail da promotora pública Daniela da Silveira Fávaro contestando o parecer pelo arquivamento. A reportagem teve acesso às mensagens.

"V.Exa negou por duas vezes o prosseguimento de inquérito policial, com duras e robustas provas, atacando frontalmente todo o sistema judiciário brasileiro. É dizer: se a mim me for negado o direito à continuidade do inquérito, e de produção de provas, uma vez avaliadas as provas produzidas naquele exíguo espaço de tempo do apuratório em tela, qual outro inquérito policial merece prosperar?", indaga.

Em outro ponto, ele afirma que a promotora "maculou" sua honra. "Disse que a versão da vítima, no caso eu, não condizia ‘minimamente’ com a verdade e ainda me classificou como moleque, no parágrafo final, aduzindo que eu deveria resolver minhas pendengas como adulto, sem desperdiçar o erário através do mau uso do Poder Judiciário."

Interpol
A Justiça de São Paulo determinou a inclusão do nome de Thiago Brennand Fernandes Vieira na lista de procurados da Interpol, organização internacional de polícia criminal. O brasileiro é considerado foragido desde que teve a prisão preventiva decretada, no dia 27 de setembro, devido à agressão à modelo.

Antes de ser denunciado, ele viajou para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e não atendeu à determinação da Justiça para que retornasse ao Brasil, a fim de responder pelas acusações que pesam contra ele. Brennand é acusado também de crimes sexuais. Ao menos dez mulheres o denunciaram por ameaças, cárcere privado e estupros. Desde o dia 26 de setembro, as vítimas prestam depoimentos ao MPSP.

Uma das mulheres já ouvidas acusou Brennand de tê-la estuprado, mantido em cárcere privado e obrigado a se submeter a uma sessão de tatuagem, em que o monograma com as iniciais dele foi gravado em seu corpo.

A Interpol tem 195 países membros que compartilham o acesso a dados sobre crimes e criminosos. As polícias estão conectadas através de um sistema de comunicação, conhecido como difusão vermelha, e têm acordo de suporte técnico e operacional inclusive para efetuar prisões. Os Emirados Árabes não estão na lista de países membros da Interpol.

Em março de 2019, o Brasil assinou um tratado de extradição com os Emirados Árabes. O tratado prevê a extradição instrutória, quando a pessoa processada criminalmente ainda não foi julgada, e a extradição executória, após sentença condenatória.

Embora dependa de trâmites legais para ganhar força de lei, a Justiça tem entendido que o protocolo de intenções formalizado entre os dois países já permite esse tipo de cooperação.

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A polícia baiana só conseguiu resolver um quarto dos crimes violentos letais intencionais (CVLI) que ocorreram na Bahia no ano passado. Isso significa que em 74,5% das situações, os agentes de segurança pública não foram capazes de apontar um provável autor. Ao todo, 1.137 inquéritos decifrados foram encaminhados para o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), a maior parte relativa a homicídios. Enquanto isso, 4.548 crimes violentos ficaram sem a indicação de suspeitos.

Ao longo de 2021, a Polícia Civil diz ter encaminhado 993 inquéritos de homicídios resolvidos. Esse número representa uma taxa de 23,5% de elucidação. Além desses, foram enviados para o MP outros 25 crimes de lesões corporais seguidas de morte e 45 de latrocínios elucidados. No caso desses dois tipos de crime, a polícia foi capaz de apontar possíveis culpados para metade dos casos.

A Polícia Civil afirma que a maior parte dos homicídios ocorridos no estado se deve ao envolvimento das vítimas com o tráfico de drogas. A ‘justificativa’ que liga avítimas a outros crimes colabora para que homicídios não sejam solucionados, segundo aponta Luiz Cláudio Lourenço, do Laboratório de Estudos sobre Crime e Sociedade, da Universidade Federal da Bahia (Lassos/Ufba).

“Quando as vítimas são facilmente colocadas no campo de suspeitos de envolvimentos no tráfico de drogas não ajuda a solucionar e atrapalha a investigação. Isso cria uma resposta genérica que não leva a nenhum autor”, explica.

Para o professor, a sociedade acabou se acostumando com essa resposta da polícia: “A opinião pública fica de alguma forma satisfeita porque não se vê a necessidade de solucionar homicídios se a vítima estiver envolvida com outros crimes”.

O pai da advogada Narriman Matos, 23, foi assassinado no bairro Cidade Nova, onde morava, em 2009. A polícia nunca indicou suspeitos para o crime, mas a família acredita que Marival Matos tenha sido morto porque era agente penitenciário. Narriman ficou sabendo do assassinato do pai por uma vizinha.

"Existem duas versões para o caso, a primeira que um homem que estava num carro chamou ele e atirou, e a segunda que diz que dois meninos chegaram atirando e depois correram. Só sabemos mesmo que foi proposital por conta da profissão dele", diz a filha.

Justificativas

Ameaças que testemunhas sofrem após presenciarem algum crime também são impeditivos para que a polícia realize um bom trabalho de investigação, como lembra Sandro Cabral, professor do Insper e da Ufba de estratégia no setor público.

“O ambiente para a pessoa testemunhar pode ser muito intimidador. Às vezes a população possui informação para auxiliar a polícia, mas tem medo de denunciar”, afirma. Para o professor, é essencial que dados de efetividade sejam divulgados para que a sociedade possa saber se o trabalho da polícia está de fato sendo efetivo.

Outro fator que pode ajudar a explicar o número de inquéritos elucidados é o baixo efetivo de funcionários, de acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes. Ele revela que cerca de 100 dos 417 municípios da Bahia não possuem policiais civis atuando.

“Nós atribuímos a baixa resolutividade aos problemas que enfrentamos. Temos, na Bahia, 5.500 policiais para uma população de 17 milhões de habitantes. Também há um problema de desmotivação por conta da falta de reconhecimento do Estado e desvalorização salarial”, alega. A Associação dos Delegados da Polícia da Bahia (Adpeb), Secretaria de Segurança Pública (SSP) e Polícia Civil foram procuradas, mas não comentaram os dados da reportagem.

A pesquisa Onde Mora a Impunidade, realizada pelo Instituto Sou da Paz em 2020, apontou que a Bahia ocupa a terceira posição de homicídios não solucionados. O estado fica atrás apenas do Paraná e Rio de Janeiro.

Morosidade

Mesmo quando um inquérito é encaminhado para o Ministério Público elucidado, não significa que a Justiça será feita de forma breve. Em outubro de 2014, o desaparecimento do adolescente Davi Fiúza, após uma abordagem policial na Estrada Velha do Aeroporto, comoveu o estado. A investigação da polícia demorou quatro anos para ser concluída e culminou com o indiciamento de 17 policiais militares.

Apesar do inquérito, o MP ofereceu denúncia contra sete deles, por sequestro e cárcere privado. O caso seguiu então para a Justiça Militar e somente no final de agosto, oito anos depois do desaparecimento, ocorreu a primeira audiência do caso.

O professor Luiz Cláudio acredita que é preciso que a Polícia Civil esteja articulada com o Ministério Público para que os casos sejam solucionados de maneira mais breve. “Não basta a polícia concluir o inquérito, já que o Ministério Público precisa oferecer a denúncia. Essa articulação é muito importante”.

Mais de 90% dos inquéritos de feminicídio são elucidados

Diferente do que ocorre nos outros tipos de homicídio, em que costuma ser difícil apontar autoria ou suspeitos, em 92% dos feminicídios [homicídio contra mulheres por questões de gênero] ocorridos na Bahia no ano passado, a Polícia Civil conseguiu identificar o executor do crime.

Isso ocorre porque quando as mulheres são assassinadas apenas por serem mulheres, os autores costumam manter ou mantinham algum tipo de relação com a vítima. São maridos, namorados e mesmo ex-companheiros que matam as vítimas, muitas vezes, por ciúmes ou por não aceitarem o fim do relacionamento com elas.

“Nos feminicídios, acaba sendo muito mais fácil apontar autoria porque advém de relações estabelecidas entre o autor do crime e a vítima. Normalmente, o autor possui um grau de proximidade e conhece bem a vítima. As testemunhas facilmente apontam o suspeito e a investigação ocorre de maneira mais rápida”, explica o professor e pesquisador Luiz Cláudio.

O mandante de um feminicídio que ocorreu na capital baiana em março de 2019 e chocou o país, foi enfim condenado pela Justiça em agosto deste ano. Fábio Vieira foi considerado culpado por mandar Alex Pereira dos Santos assassinar a ex-namorada e condenado a mais de 10 anos de prisão. Isabela Oliveira Conde foi atingida por 68 facadas, se fingiu de morta durante o ataque e conseguiu sobreviver.

 

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O mês de setembro foi violento em Salvador e Região Metropolitana. Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado, foram registrados 127 tiroteios e 121 pessoas baleadas, sendo 91 mortas e 30 feridas, ao longo do mês.

Dos tiroteios registrados, 42 foram durante ações policiais, resultando em 24 mortos e sete feridos. Esses números indicam que quase metade das mortes registradas em setembro foram decorrentes de ações ou operações policiais. Do total de pessoas mortas em setembro, 86 eram homens e 05 eram mulheres. Destas mortes, 15 ocorreram em chacinas. O instituto classifica como chacina casos de violência com ao menos três pessoas mortas.

O instituto destaca alguns casos de violência que tiveram repercussão na região, como a morte do jovem Gleidson Oliveira, 28, que estava em um ônibus quando homens armados pararam o transporte público, mandaram-o descer e o executaram. Já um militar foi executado a tiros dentro da própria casa, no Curuzu.

Gabriel Edvan, 24, foi assassinato em Fazenda Coutos, enquanto jogava bola com amigos. Em Mata de São João, o adolescente Wallace, de 13 anos, foi morto a tiros em uma festa "paredão".

O Fogo Cruzado atua na Bahia em parceria com a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. Os dados também estão disponíveis na API do instituto, onde podem ser consultados de forma aberta e gratuita.

Esse é o terceiro relatório do Instituto Fogo Cruzado na Bahia. O aplicativo do Instituto funciona de forma colaborativa e anônima com registro de dados e informações sobre tiroteios e violência por arma de fogo. Por meio das informações coletadas e de um mapeamento ativo, o Instituto realiza o levantamento e faz a contabilização, especificando as localidades e os recortes dos dados (chacinas, balas perdidas, tiroteios e outros indicadores).

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Três agências bancárias da cidade de Irará foram atacadas por bandidos na madrugada desta sexta-feira (7). Unidades especializadas das polícias Militar (Cipes) e da Civil (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado - Draco) fazem um cerco na região para prender os assaltantes.

Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), informações preliminares apontam que uma agência teve o seu cofre violado, que em outro estabelecimento um caixa conseguiu ser aberto. Na terceira agência, os criminosos não conseguiram efetuar o roubo.

Os policiais encontraram os carros que foram usados na ação incendiados. Os veículos vão passar por perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), que buscará impressões digitais dos autores, entre outras provas.

No local, zona rural entre as cidades de Irará e Água Fria, os policiais encontraram, além dos veículos, diversos miguelitos (estruturas pontudas de ferro arremessadas por criminosos com o objetivo de furar os pneus de viaturas, evitando perseguição policial). Estojos de munição de fuzil e pistola também foram encontrados e apreendidos.

As agências ainda vão passar por perícia para identificar indícios que apontem para a autoria dos ataques. Informações sobre os criminosos podem ser repassadas através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP).

Roubos a bancos
Os roubos a bancos na Bahia, em 2022, de janeiro a setembro, apresentaram redução de 71,8%. Em números absolutos foram 11 ocorrências este ano, contra 39 no mesmo período de 2021.

Na capital baiana, a queda foi de 88,9% , saindo de nove, no último ano, para um caso em 2022. Já nos municípios do interior e da Região Metropolitana de Salvador (RMS), as diminuições foram de 70,8% e 50%, respectivamente. As cidades do interior baiano, que antes apresentavam 24 casos, registraram sete, enquanto a RMS reduziu o crime pela metade, saindo de seis para três.

 

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O empresário e o gerente que agrediram funcionários de uma loja em Salvador foram indiciados por tortura, informou a Polícia Civil. O inquérito foi concluído e segue para o Ministério Público.

Alexandre Carvalho, dono da loja, também vai responder por constrangimento ilegal e exercício arbitrário. O primo dele, Diógenes Carvalho, que é gerente do estabelecimento, foi indiciado somente por tortura. O caso foi em agosto. Segundo os funcionários, eles foram acusados de furtar R$ 30 da loja, que fica na Joana Angélica.

Eles são acusados de queimar a mão de um funcionário com a inscrição "171", artigo do Código Penal que trata de estelionato, além de agredi-lo com pauladas. Outro funcionário também foi agredido fisicamente.

"Me bateram, me agrediram, queimaram minha mão com ferro de passar roupa e disseram que eu estava roubando nos dois meses que eu trabalhei na loja, me pedindo pra confessar e me gravando", disse um dos funcionários, Willian de Jesus, 24 anos, à TV Bahia, na época do fato. "Depois de dois dias, meu colega foi agredido".

O outro funcionário, Marcos Silva, 24, contou que trabalhou no local por um ano e nunca roubou nada. "Por causa de R$ 30 não tinha necessidade de falar aquilo. Se queria me botar fora, era só ele falar que não queria mais".

Em imagens que circularam nas redes sociais, é possível ouvir uma voz dizendo "Bota 171 aí, ladrão". Os vídeos teriam sido gravados pelos próprios acusados.

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