Segunda, 29 Abril 2024 | Login

Detentos da Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP Itaitinga IV), na Grande Fortaleza, tem vivido dias de tortura e maus tratos, como relatam advogados e familiares.

Em denúncia enviada ao G1, os internos são obrigados a comer pão com sabão, ingerir água misturada com água sanitária, além de sabonetes líquidos no copo. Se tivessem almoço, o jantar não era servido. O chão é limpo através da saliva dos presos, e os produtos de higiene não são recebidos pelos detentos após saírem das mãos dos familiares.

Os primeiros casos de tortura vieram à tona em junho deste ano, quando onze policiais penais foram investigados quebrar dedos de detentos na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (IPPO II), no município de Itaitinga.

Na outra unidade prisional, em UP Itaitinga IV, as denúncias chegaram no mês seguinte. As imagens de um dos detentos tendo a cabeça perfurada por balas de borracha foram divulgadas.

Uma advogada que acompanha um dos detentos, informou que o cliente dela foi estrangulado, e também observou presos com marcas de agressão.

"Chegou também ao meu conhecimento outro caso no qual eles (os agentes) estavam dando choques nos testículos. Teve outro que sofreu tortura psicológica. O diretor trocava ele de cela a cada três ou quatro dias, para que ele viesse a perder tudo. Quando troca de cela, ele perde o colchão, a água que a família leva, os produtos de higiene", disse.

Os "ataques coordenados" aos policiais penais foram repudiados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Com a repercussão negativa, a Justiça do Ceará afastou toda a diretoria por 90 dias em julho, mas o diretor retornou, causando insatisfação dos detentos.

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A operação policial realizada contra uma organização criminosa que resultou em seis suspeitos mortos e 15 presos, na manhã desta sexta-feira (22), no bairro de Águas Claras, em Salvador, era planejada há um ano. Segundo a Polícia Civil, a atuação da organização criminosa responsável por 30 homicídios e tráfico de drogas é monitorada há cerca de seis anos.

"Existem investigações que já apontavam, desde 2017, e 2018, que diversos membros desse grupo eram envolvidos em crimes de homicídio. Então, já era um grupo monitorado e, diante do crescimento do número de homicídios no bairro de Águas Claras, a gente sentiu a necessidade de planejar uma operação contra esse grupo", disse a delega Fernanda Asfora, da Delegacia de Homicídios.
As informações foram divulgadas em entrevista coletiva concedida por representantes das policiais Federal, Militar e Civil, que coordenou a ação da operação "Saigon" . A PFR também integrou a mega-operação.

Ainda de acordo com as forças de segurança, a operação não tem relação com a ação realizada na semana passada na região vizinha, no bairro de Valéria, quando um policial federal e quatro suspeitos morreram em confronto.

"Essa operação não tem relação com a Operação Fauda, da semana passada, porque é uma operação que vem sendo planejada há um ano. É lógico que essa operação também ocorre dentro de um contexto de conflito entre facções criminosas", disse Fernanda Asfora.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação desta sexta busca cumprir 43 mandados de prisão e de busca e apreensão contra um grupo suspeito de traficar drogas e matar mais de 30 pessoas, na região de Águas Claras, em Salvador.

Os mandados também são cumpridos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no município de Feira de Santana e no sistema prisional.

Das seis mortes, cinco aconteceram na região de Águas Claras e uma em Feira de Santana.

Entre os homens mortos estão, Eduardo dos Santos Cerqueira, mais conhecido como "Firmino", que de acordo com a Polícia Civil, é um dos chefes do tráfico de drogas no bairro. Ele é apontado por ser o mandante de diversos homicídios ocorridos na localidade.

Outro investigado que foi morto é Gilmar Santos de Lima, mais conhecido como "Capenga", que acumula uma extensa ficha criminal, com entradas por tráfico de drogas e homicídio. De acordo com a polícia, o homem era o gerente do tráfico na localidade de "Casinhas", em Águas Claras.

Durante a Operação Saigon, a mãe e a esposa de "Capenga" foram presas. A primeira estava com drogas e R$ 8 mil. Já a segunda estava com uma arma.

"Esse grupo é responsável por mais de 30 homicídios. É uma operação resultante do trabalho investigativo de mais de um ano conduzidas por equipes do DHPP, que reuniram informações de campo e utilizaram análises de dados de Inteligência e técnicas investigativas modernas, reunindo elementos de prova contra a atuação dos criminosos e permitindo a representação por medidas cautelares de prisão e busca e apreensão contra integrantes da organização", explicou a diretora do DHPP, delegada Andréa Ribeiro.

Todos os presos foram levados para a sede do DHPP onde ficarão à disposição da Justiça. Um dos mandados de prisão foi cumprido no sistema prisional contra um suspeito de homicídio. Todo material apreendido será encaminhado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Participaram também da megaoperação, equipes de vários departamentos da Polícia Civil e agentes das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal.

Mais de mil alunos sem aulas
A Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que por causa da sensação de insegurança no bairro de Águas Claras, as escolas municipais Eduardo Campos, Cantinho das Crianças, São Damião, Iraci Fraga e Francisco Leite estão com as atividades suspensas nesta sexta-feira (22). Ao todo, 1.769 estudantes estão sem aula.

O Colégio Estadual Santa Rita de Cássia, em Águas Claras, abriu, nesta sexta, mas por precaução, os poucos alunos que compareceram foram dispensados para voltar para casa.

Os colégios estaduais Noêmia Rego e Dinah Gonçalves, em Valéria, e o Nossa Senhora de Fátima, no Derba, abriram, mas registram baixa frequência.

Transporte desviado
Já a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que por causa da operação policial, os ônibus do transporte público de Salvador que operam nos bairros de Cajazeiras 7 e Águas Claras não estão seguindo até os respectivos finais de linha.

Em Cajazeiras 7, os veículos circulam na Estrada do Matadouro e de lá seguem o itinerário. Já em Águas Claras, os ônibus vão até o Largo Vitor Augusto Méier, conhecido como Largo da Mortadela.

Onda de violência
A Bahia vive uma onda de violência entre julho e setembro. Veja o histórico abaixo:

30 mortes em confrontos em uma semana

Em uma semana, entre 28 de julho e 4 de agosto, 30 mortes em diferentes confrontos com policiais militares foram registrados na Bahia;
Por causa das mortes, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, disse que acionou a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos para acompanhar os casos.

Tiroteios em bairros de Salvador

Em Salvador, diversas trocas de tiros e ações com 17 reféns liberados fizeram moradores do bairro do Alto das Pombas deixarem suas casas em agosto;
No dia 3 de setembro, 11 pessoas foram mortas em confronto com a Polícia Militar e oito foram presas no Alto das Pombas e Calabar, bairro vizinho. Mais de 15 armas foram apreendidas;
A madrugada do dia 6 de setembro foi marcada por tiroteios em outros dois bairros da capital baiana: Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina.

Operação com PF e quatro homens mortos

Na sexta-feira (15), policiais federais, civis e militares fizeram uma operação para cumprir mandados de prisão contra um grupo criminoso. No local, os agentes foram surpreendidos por integrantes de uma facção que estava prestes a entrar em confronto com um grupo criminoso que atua na região;
A operação terminou com um policial federal e quatro suspeitos mortos. Outros dois agentes (um civil e outro federal) ficaram feridos;
 Desde então, outros 11 suspeitos de participarem do confronto morreram em diversos bairros de Salvador e em Simões Filho. Ao todo, foram 14 suspeitos e um policial federal mortos, confirmados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia.

Ações de combate ao crime organizado
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal se reuniram no sábado (16), para discutirem ações de combate ao crime organizado e ampliação de esforços para que sejam encontrados todos os suspeitos de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé.

Na reunião, que aconteceu no Centro de Operações e Inteligência (COI) da SSP, situado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), estiverem presentes o secretário da Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, o diretor Executivo da PF, Gustavo Paulo Leite de Souza, o diretor de Inteligência da PF, Rodrigo Morais Fernandes, o superintendente Regional da PF na Bahia, Flávio Albergaria, e integrantes das Polícias Militar e Civil. Eles discutiram novas ações de inteligência e de repressão qualificada.

De acordo com Werner, todos os recursos estaduais e federais estão disponíveis. Ele destacou que o trabalho integrado entre a SSP-BA e a Polícia Federal está focado no combate às facções criminosas.

Desde agosto, a Polícia Federal participa de operações na Bahia como parte de um acordo de cooperação entre o governo estadual e federal para reprimir a criminalidade no estado.

O grupo criminoso se escondeu em uma região de mata fechada, do bairro periférico da capital baiana, de acordo com a secretaria da segurança da Bahia.

Três viaturas blindadas da Polícia Federal foram enviadas à Bahia na segunda-feira (18), para reforçar o combate ao crime organizado. Os veículos foram embarcados em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro, e devem chegar até esta sexta-feira (22) à capital baiana.

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Dois criminosos foram presos em flagrante após fazerem um bebê refém, na quarta-feira (20), em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Equipes da Rondas Especiais (Rondesp) RMS e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) realizaram a liberação da criança e prenderam a dupla com uma pistola 9 milímetros e um simulacro de arma de fogo.

Equipes da Rondesp RMS patrulhavam a localidade de Capim Arara quando identificaram um grupo armado que tentou fugir. Parte dos suspeitos entrou em um condomínio residencial da região e arrombou o apartamento onde a criança vive. A mãe do bebê conseguiu escapar dos suspeitos, mas a criança foi tomada pelos homens, como esclareceu o major Guilherme Reis Borges, comandante da Rondesp/RMS.

“No primeiro momento tentamos acalmar os ânimos, principalmente da mãe da criança e tentar a negociação com os criminosos. Logo acionamos o Bope que tem todo o preparo nessas ocorrências. O processo durou cerca de duas horas e felizmente conseguimos prender esses homens e, o mais importante, entregar a criança com vida e bem para a mãe”, finalizou.

Os sequestradores também estavam com um carregador, 50 munições, quatro celulares, uma balaclava, roupas camufladas e uma luva. Os homens foram encaminhados à 27ª Delegacia Territorial (DT) Itinga, onde foram autuados em flagrante, permaneceram à disposição da Justiça e, posteriormente, passaram por audiência de custódia, sendo decretada a prisão preventiva da dupla.

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Um homem foi preso em flagrante em Salvador após roubar uma van escolar, invadir uma casa e fazer um casal refém por 1h30. De acordo com a Polícia Militar, que negociou com o suspeito, o crime aconteceu nesta quinta-feira (14), no bairro de Castelo Branco. O suspeito preso ficou ferido, mas nenhuma das vítimas teve ferimentos.

Um segundo envolvido na ação está foragido. Conforme informado pela PM, dois homens abordaram o motorista de uma van que fazia transporte escolar na rua principal do bairro. Uma policial flagrou o roubo e disparou contra os suspeitos.

Houve troca de tiros e, durante o confronto, um dos suspeitos fugiu em uma moto. O segundo homem foi baleado na perna, invadiu uma casa da região e fez o casal que estava dentro do imóvel, refém.

Os reféns foram libertados, sem ferimentos, após mais de 1h de negociação entre o suspeito e os policiais.

O homem foi levado para o Hospital Eládio Lasserre para atendimento e, sem seguida, para a Central de Flagrantes. Com ele, foram apreendidos uma arma de fogo, cinco munições e três telefones celulares que foram roubados antes da ação com os reféns.

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Uma operação da Polícia Federal iniciada nesta quinta-feira (14) investiga a participação de advogados em negociações e decisões judiciais de um desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Batizada de Patronos, a operação cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais dos investigados, em Salvador.

Além disso, o ministro relator do caso ordenou bloqueio de cerca de R$ 37 milhões em bens e valores dos investigados, sob suspeita de origem ilícita.

Também foi determinada a suspensão do levantamento pelos investigados de cerca de R$ 7 milhões, vinculados aos processos em que foram proferidas as decisões agora investigadas.

Os investigados poderão responder por corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de capitais. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

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Uma operação da Polícia Federal iniciada nesta terça-feira (12) busca desarticular um grupo criminoso especializado em fraudar licitações.

Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na cidade de Belmonte como parte da Operação Pavio.

A PF espera que com o material apreendido hoje consiga detalhar ainda mais a extensão dos danos ao patrimônio público. A investigação anterior já mostrava uma "confusão empresarial com promiscuidade entre representantes das empresas", diz a corporação em nota.

Além disso, a PF diz que novas provas podem ajudar a localizar o caminho trilhado pelo dinheiro desfiado. O valor desviado não foi informado.

Os acusados pelo esquema vão responder por corrupção ativa e passiva, assim como fraudes licitatórias, com penas que podem chegar a 20 anos de prisão somadas.

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A noite de terça-feira (5) e madrugada desta quarta (6) tiveram novos registros de violência em Salvador. Os bairros do Calabar e Alto das Pombas, ocupados pela Polícia Militar desde segunda-feira (4), seguem com clima de tensão e policiamento reforçado, enquanto novas ocorrências de troca de tiros foram registradas nos bairros do Engenho Velho de Brotas e Nordeste de Amaralina.

No Alto das Pombas e Calabar, região mais central da capital baiana, escolas estão sem aulas desde a segunda-feira (4). As atividades vão seguir suspensas nesta quarta, e o policiamento continua reforçado em toda região, inclusive com monitoramento aéreo.

Por causa do clima de insegurança, algumas famílias decidiram deixar o bairro na noite de segunda-feira. Outros moradores, que ainda estão no Alto das Pombas e no Calabar, não descartam a possibilidade de mudança.

Entre segunda e terça-feira (5), dez suspeitos morreram em confrontos com a polícia. Não há registro de policiais ou moradores inocentes feridos.

Na noite de terça-feira, moradores do Engenho Velho de Brotas, bairro que fica a cerca de 3,5 km do Alto das Pombas, viveram momentos de tensão com intenso tiroteio antes das 20h. A Polícia Militar informou que foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou um homem morto.

No Nordeste de Amaralina, comunidade que fica em um dos maiores complexos de bairros da periferia de Salvador, também houve registro de tiroteios na noite de terça-feira. Até o momento não há registro de feridos.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que mantém as ações de inteligência e repressão qualificada nesta quarta-feira, em todas essas localidades aonde houve registros de tiroteios na noite de terça.

Com o registro do corpo encontrado no Engenho Velho de Brotas, até a madrugada desta quarta-feira o balanço da SSP-BA entre segunda e quarta-feira é de:

11 pessoas mortas
8 pessoas presas
4 ações com reféns e 17 reféns liberados
Apreensão de 6 fuzis, 11 pistolas e 3 granadas

Escolas fechadas

Mesmo com a troca de tiros na terça-feira, alguns mercados e padarias da região do Alto das Pombas e do Calabar voltaram a abrir as portas.

Apesar disso, escolas da região seguiram fechadas e o posto de saúde do Alto das Pombas, a Unidade de Saúde da Família Ivone Silveira, só funcionou durante a manhã.

Nesta quarta-feira, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou que por causa da sensação de insegurança no bairro de Alto das Pombas e entorno, 1.511 estudantes das escolas municipais tiveram as atividades suspensas.

Confira abaixo as escolas fechadas nesta quarta:

Conjunto Assistencial Nossa Senhora de Fátima;
Casa da Amizade;
Professor Antônio Carlos Onofre;
Cidade de Jequié;
Centro Municipal de Educação Infantil Tertuliano de Góis;
Centro Municipal de Educação Infantil do Calabar.

Governador reúne cúpula da Segurança Pública

Ainda na terça-feira, o governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), se reuniu com a cúpula da Segurança Pública no estado.

Já o secretário da SSP-BA, Marcelo Werner, apresentou um balanço parcial da operação e afirmou que a guerra entre facções criminosas é causa da violência na Bahia.

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Mais três suspeitos foram mortos em confrontos com a Polícia Militar no Alto das Pombas, em Salvador, por volta das 12h desta terça-feira (5). Somados aos sete de ontem, subiu para 10 o número de mortes durante as operações realizadas no local.

O secretário da Segurança Pública Marcelo Werner afirmou que as facções criminosas não vão causar terror à população da Bahia. Em coletiva para falar dos episódios de violência no bairro, o secretário disse que a polícia baiana está "fazendo frente" e melhorando a questão da segurança no estado.

"As facções não podem se sobrepor às forças de segurança e não causarão esse terror e nem vão implantar a política de medo que querem fazer por aqui", disse.

Werner negou também que a Bahia terá uma intervenção federal na área da segurança. "Negativamente, de forma alguma. A gente mostra pelas ações de inteligência e investimentos que há um avanço na melhora da segurança pública do estado", afirmou.

Ele destacou o reforço do policiamento nas regiões. "Essa operação vem sendo idealizada após a notícia que circulou onde uma facção fazia demonstração de poder bélico para, além de afrontar as forças de segurança, levar terror e medo para a população", disse.

Werner afirmou que a situação de facções grandes nacionais chegando ao estado não é algo que tem acontecido somente na Bahia. "Vêm se associando cada vez mais com facções locais. Isso não é uma exclusividade da Bahia, diversos estados do Norte, Nordeste, Sul e Sudoeste vivem essa realidade. Associações das grandes facções não só para fornecimento de armas, mas de drogas também. Dentro dessas alianças, as principais facções de nosso país acabam transmitindo o modus operando para outras facções locais", disse.

Ontem, a polícia apreendeu seis fuzis 556, oito pistolas e três granadas. Sete suspeitos foram mortos em troca de tiros com a Polícia Militar. Oito foram presos acusados de manter pessoas em cárcere privado. "Com os fuzis de ontem, chegamos a 44 armas desse modelo apreendidas desde o início do ano. É o dobro em relação ao que foi feito no ano anterior", disse o secretário.

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O secretário da Segurança Pública Marcelo Werner disse nesta terça-feira (5) que as facções criminosas não vão causar terror à população da Bahia. Em coletiva para falar dos episódios de violência no Alto das Pombas e Calabar, o secretário disse que a polícia baiana está "fazendo frente" e melhorando a questão da segurança no estado. "As facções não podem se sobrepor às forças de segurança e não causarão esse terror e nem vão implantar a política de medo que querem fazer por aqui", disse.

Werner negou também que a Bahia terá uma intervenção federal na área da segurança. "Negativamente, de forma alguma. A gente mostra pelas ações de inteligência e investimentos que há um avanço na melhora da segurança pública do estado", afirmou.

Ele destacou o reforço do policiamento nas regiões. "Essa operação vem sendo idealizada após a notícia que circulou onde uma facção fazia demonstração de poder bélico para, além de afrontar as forças de segurança, levar terror e medo para a população", disse.

Werner afirmou que a situação de facções grandes nacionais chegando ao estado não é algo que tem acontecido somente na Bahia. "Vêm se associando cada vez mais com facções locais. Isso não é uma exclusividade da Bahia, diversos estados do Norte, Nordeste, Sul e Sudoeste vivem essa realidade. Associações das grandes facções não só para fornecimento de armas, mas de drogas também. Dentro dessas alianças, as principais facções de nosso país acabam transmitindo o modus operando para outras facções locais", disse.

Ontem, a polícia apreendeu seis fuzis 556, oito pistolas e três granadas. Sete suspeitos foram mortos em troca de tiros com a Polícia Militar. Oito foram presos acusados de manter pessoas em cárcere privado. "Com os fuzis de ontem, chegamos a 44 armas desse modelo apreendidas desde o início do ano. É o dobro em relação ao que foi feito no ano anterior", disse o secretário.

O coronel Paulo Coutinho, comandante da Polícia Militar, também falou das ações nos bairros."Objetivamos primeiro a prisão de todos, preservando a vida até de delinquentes. Infelizmente, houve confronto onde sete homens foram mortos, mas oito foram presos", avaliou. "É claro que são ações legais e legítimas da polícia no local".

O comandante falou da situação de moradores do Alto das Pombas que preferiram sair do bairro ontem. "É um efeito colateral de qualquer ação dessa natureza. A gente, primeiro, se solidariza com as pessoas e a demonstração clara disso é a nossa presença com reforço policial no local".

Reunião com governador

O secretário falou de uma reunião com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pela manhã. "Essa reunião é mais uma de trabalho, para que a gente possa traçar cada vez mais metas, não só de acompanhamento diário das ações que a gente vem realizando, mas também traçar metas para as forças de segurança, para que a gente possa melhorar e trazer paz e segurança a todos no nosso estado", disse.

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Após obedecer rigorosamente o toque de recolher imposto por traficantes a partir das 15h de segunda-feira (4), o comércio do Alto das Pombas voltou a abrir as portas na manhã desta terça-feira (5). A Rua Teixeira Mendes, entrada da localidade, é exemplo disso, com a maioria das lojas funcionando normalmente. Os moradores, que permaneceram em casa para se proteger de possíveis tiroteios, também voltaram a circular pelas ruas dos bairros.

Indo ao trabalho, um morador, que preferiu não revelar seu nome, falou em não parar por conta da violência. "Vida que segue, o trabalho não para e a gente tem que continuar indo. Graças a Deus, está tudo sossegado agora de manhã. Espero que se mantenha assim, mas o medo de mudar de uma hora para outra continua", fala ele, que afirma andar 'ligado' para não acabar sendo vítima de uma bala perdida.

Entre os comerciantes, houve quem foi trabalhar no bairro contrariando pedidos de familares. "Cheguei aqui para ver se as outras lojas estavam abertas e, quando vi que boa parte veio, senti mais confiança. Minha mulher até disse para não vir, mas eu preciso trabalhar e, pelo visto, as coisas estão mais tranquilas", conta um proprietário de loja, que também não revela o seu nome.

O policiamento na região segue reforçado após dias seguidos de confronto entre o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM). Além de viaturas da 41° CIPM, a reportagem notou a presença de equipes da Patamo que entravam e saíam da localidade fazendo varreduras. A PM informou em nota as ações seguem intensificadas, "sem previsão de término".

Na tarde de ontem, cinco criminosos morreram em confronto com policiais e um acabou baleado quando tentava se esconder nos fundos do Cemitério Campo Santo, na Federação. Antes disso, três integrantes do CV que tinham feito duas famílias de reféns na Rua Teixeira Mendes foram presos pela polícia. Na ação de cárcere, nenhum integrante das famílias vítimas do criminoso foi morto ou ferido.

Mesmo com um início do dia sem ocorrências, o clima de tensão segue entre moradores e comerciantes que, enquanto falavam com a imprensa, destacaram que estão atentos para se proteger em eventuais tiroteios.Por conta da tensão, escolas da rede municipal do Alto das Pombas e também do Calabar não tiveram aula pelo segundo dia consecutivo.

Segundo a Secretaria Municipal da Educação (Smed), as escolas municipais Conjunto Assistencial Nossa Senhora de Fátima, Casa da Amizade, Professor Antônio Carlos Onofre e os Centros Municipais de Educação Infantil Tertuliano de Góis e Calabar continuam com as atividades suspensas. Ao todo, 1.042 estudantes estão sem aula.

A rede estadual não teve suspensão de aulas, mas a frequência foi baixa, segundo a secretaria estadual.

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