Quinta, 02 Maio 2024 | Login

Quando o assunto é proteção contra a covid-19, o bê-á-bá já está decorado: uso de máscaras e distanciamento social, álcool em gel e lavar as mãos com frequência. Mas, e contra a varíola do macaco, como é que faz? Com a confirmação do primeiro caso da doença na Bahia, muita gente tem se feito essa pergunta. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), no Brasil já foram registrados mais de 200 casos da doença. Na Bahia, um paciente de Salvador teve a suspeita confirmada nesta quarta-feira (13), o que aumenta o medo da contaminação pelo vírus. De todo modo, apesar de apresentar uma capacidade de transmissão muito inferior ao coronavírus, a varíola pode ser combatida com estratégias bem parecidas.

É isso que indica o médico infectologista Matheus Todt. Ele aponta que é importante evitar ao máximo contato físico direto, principalmente com quem está infectado e apresenta lesões. "O distanciamento social é fundamental, principalmente de pessoas com sintomas suspeitos da doença. A higiene ambiental, o uso do álcool 70% e a higienização das mãos são ações também efetivas. O vírus da Monkeypox [o nome americano da varíola do macaco] é capaz de ficar mais tempo em um ambiente do que o da covid-19, mas ele não é resistente à grande maioria dos higienizantes", afirma ele.

Outra médica que também incentiva a continuidade do hábito de cuidar da higiene pessoal é a infectologista Clarissa Cerqueira. De acordo com ela, a ação é importante pois a monkeypox também é transmitido por meios além do contato físico. "A varíola do macaco é transmitida de maneira direta de pessoa para pessoa e também através de fômites, que são superfícies e objetos. Então, quando você higieniza as mãos, ao pegar em superfícies, consegue evitar a transmissão da doença. A nível de produto, para as mãos, o que recomendamos é álcool em gel e água e sabão", afirma a médica.

Quem está de acordo com as orientações dos dois médicos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já divulgou nota oficial para recomendar a adoção de medidas de proteção. "Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a Covid-19, mas também contra outras doenças", indica em texto, ressaltando que segue alerta e vigilante quanto ao cenário epidemiológico nacional e internacional.

O virologista Gúbio Soares, ao falar sobre os cuidados que podem evitar a transmissão, ressalta que, no caso da Monkeypox - como a varíola é chamada em inglês -, os maiores riscos de contaminação estão em uma proximidade física mais direta. "É um contágio que vem de um contato muito próximo, em relações sexuais, abraços ou por roupas contaminadas. Porém, o risco de se espalhar pelo mundo ainda não existe. [...] Deve-se evitar os contatos muito próximos, essa é a prevenção. Isso porque o que representa um risco maior são contatos íntimos", explica Soares.

Cuidados extras para os infectados

Ainda de acordo com o médico, quem tem a maior capacidade de evitar que a doença se espalhe são pessoas já infectadas. Ele afirma que observar os sintomas, acionar autoridades de saúde e se isolar são atitudes imediatas de quem notar uma possibilidade de contaminação pela varíola. "É necessário que, imediatamente, quem esteja com suspeita por apresentar sintomas comunique os agentes de saúde, se isole e que a família ou amigos que entraram em contato direto recentemente sejam isolados", fala o virologista, citando a febre, dor de cabeça e no corpo e o aparecimento de várias bolhas pelo corpo como principais sintomas.

Para quem ainda tem dúvidas de como de fato a varíola se manifesta no corpo de pessoas infectadas por ela, Matheus Todt faz uma comparação com uma doença mais conhecida para facilitar o reconhecimento da Monkeypox. "Parece muito um caso de catapora, com febre, dor no corpo, dor nas costas e o aparecimento dessas bolhinhas. A diferença é que essas são mais profundas, começam geralmente da face, passam pelo tronco e chegam também na região genital. Além disso, as bolhas aparecem, todas estouram, viram casquinha e depois saem", destacando que a doença apresenta uma evolução homogênea.

Destaca-se também o fator epidemiológico. Se a pessoa esteve em um país que apresenta surto da doença ou mesmo contato com alguém que passou por um local assim, é preciso estar ainda mais atento. Clarissa Cerqueira ressalta que o chamado para as autoridades de saúde precisa ser rápido. "Quem apresenta sintomas deve imediatamente procurar atendimento médico e evitar contato com outras pessoas. As autoridades sanitárias vão investigar o caso e seus contactantes próximos", completa.

O caso suspeito de varíola dos macacos que vinha sendo investigado pelos centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Salvador e o da Bahia foi descartado laboratorialmente. O resultado foi divulgado na manhã da última quinta-feira (16). A suspeita foi em indivíduo residente na capital baiana que apresentou a tríade de sintomas da doença: febre alta de início súbito, adenomegalia e erupção cutânea. O indivíduo encontra-se internado em unidade hospitalar da rede privada, em Salvador.

Veja como identificar a varíola do macaco

Sintomas comuns - Nos primeiros dias de manifestação é comum ter dor de cabeça, dor abdominal e febre. Ao longo da contaminação, o cenário evolui para erupção cutânea.

Duas etapas - a Infectologista da SMS de Salvador, Adielma Nizarala, explica que os sintomas do vírus se dão em duas fases. Antes, ainda há um período de incubação de 6 a 13 dias, em média, podendo chegar a 21 dias sem sintomas. Após a encubação, começam a aparecer os sintomas virais, como febre, dor abdominal e dor de cabeça. Tosse e dor de garganta surgem com menos frequência. Depois de cinco dias da apresentação dos sintomas virais, começam as apresentações mais características da doença: é quando as erupções cutâneas sobressaem como manchas vermelhas e depois ganham sobrelevação, criando vesícula com líquido que pode romper ou secar e, por fim, desaparecer.

Cuidado com as bolhas - A médica Adielma Nizarala salienta que dentro das vesículas existe grande quantidade do vírus, por isso, é importante não ter contato pele a pele com a pessoa contaminada até a ferida sarar, para evitar a propagação da varíola.

 

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Soro fisiológico, dipirona, amoxicilina e paracetamol, medicamentos mais do que conhecidos e até comuns nos hospitais, farmácias e caixinhas de remédios caseiras estão em falta ou escassos na Bahia, aponta levantamento do Sindicato dos Farmacêuticos (Sindifarma). Ao todo, são 33 medicamentos de atenção básica que sumiram do mercado e da maioria dos estoques das unidades de saúde do estado.

Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a situação do estoque estadual é zero para 28 medicamentos de alta complexidade cujo fornecimento é de responsabilidade do Ministério da Saúde, e com o risco iminente de escassez para outros 45 remédios que deveriam ser fornecidos pela pasta federal.

Na atenção básica, a falta das substâncias é confirmada pelo superintendente da assistência farmacêutica da Sesab, Luiz Henrique D'Ultra. "Temos recebido relatos de hospitais que prestam serviço para a Sesab e também de municípios que, no caso dos medicamentos de uso hospitalar, há um movimento de falta no mercado", admite. O MS, por sua vez, confirmou o desabastecimento na Bahia e em todo o Brasil e disse que trabalha para “combater o problema”. A pasta afirma ainda que reduziu o imposto sobre a importação dos medicamentos que estão em falta para tentar recompor os estoques.

A compra desses insumos é de responsabilidade dos municípios. Porém, sem o produto à disposição, não há como abastecer os hospitais. Um problema que, para Débora Melecchi, integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e diretora da Federação Nacional dos Farmacêuticos, estabelece o caos na saúde pública. "O impacto é o mais negativo possível. Ao ter descompasso no acesso aos remédios, isso requer atendimento nos hospitais. Em um cenário de área hospitalar sobrecarregada por conta da pandemia, ainda é preciso atender pessoas que adoecem por falta de medicamentos, sem os insumos necessários. É um caos onde vidas estão em risco", afirma.

A escassez que afeta os hospitais também chega às farmácias e, segundo Gibran Sousa, diretor do Sindifarma, está em um momento crescente. Ele também cita a sobrecarga na saúde pública, afirmando que a situação piorou recentemente. "É uma escassez que tem se intensificado nas últimas duas semanas na Bahia e que preocupa. Além do impacto na saúde pública com a maior necessidade de atendimentos, há também a terapia de segunda escolha, quando é preciso optar por uma segunda opção de medicamento que talvez não seja tão eficaz como o recomendado em um primeiro momento", afirma.

Farmacêutica de uma rede privada, Débora Almeida afirma que, onde trabalha, a falta dos remédios começou em meados de maio. Por lá, o principal problema são os medicamentos em solução. "Desde maio, a gente começou a sentir um desabastecimento, principalmente nas apresentações líquidas, em solução. Está bem difícil, seja com dipirona ou antibióticos como azitromicina e amoxicilina. Estão todos em falta e, quando chegam aqui, pela demanda que há, acabam muito rápido", conta.

Procurada para falar da situação na capital baiana, a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) afirmou que, apesar do desabastecimento no mercado, o estoque de medicamentos para atenção básica não enfrenta problemas. Isso porque, prevendo uma possível falta, a equipe da pasta antecipou o reforço para estes itens. Sobre até quando o estoque pode fazer Salvador não ser impactada pela escassez atual, a pasta não respondeu.

Sesab diz que 36 mil pacientes correm risco

O CNS monitora de perto a situação do desabastecimento de medicamentos em todas as esferas. "Nós acompanhamos a situação e o desabastecimento, que acontece na atenção básica e no tratamento de doenças mais graves", pontua Débora Melecchi.

O Ministério da Saúde não respondeu sobre o déficit apontado no estoque de remédios de alta complexidade na Bahia.

Luiz Henrique D'Ultra afirma que o cenário atual afeta cerca de 36 mil pacientes em todo o estado pela total ausência dos remédios ou mesmo a redução do fornecimento. Segundo ele, a situação não é uma novidade.

"Essa falta se mantém por todos os meses. Não são os mesmos medicamentos sempre, às vezes para de faltar um e começa a não ter outro. Porém, na média, temos sempre uns 20 itens faltando numa lista de 150 remédios de responsabilidade do ministério. Dentre estes, são principalmente remédios de oncologia, epilepsia, esquizofrenia, artrite e outras doenças mais graves", enumera.

A Sesab consegue ainda manter o fornecimento de medicamentos para transplante com o intuito de não parar os procedimentos, mas ressalta que é inviável fazer o mesmo quanto aos outros remédios. “Também adquirimos remédios para anemia falciforme. Porém, se fosse para bancar tudo que o MS nos deve, precisaríamos investir R$ 35 milhões, o que é impossível por não termos esse orçamento disponível. E nem poderia porque os impostos vão para o MS na expectativa que ele financie e a gente não recebe”, afirma.

Lista de medicamentos de atenção básica em falta: Sindifarma

Dipirona Solução
Loratadina Xarope
Soro Fisiológico
Budesonida
Dexametasona
Acebrofilina
Cetoprofeno
Diclofenaco Injetável
Carvedilol
Fenitoína
Ambroxol Xarope
Insulina
Haloperidol
Prometazina
Fenoterol
Oseltamivir
Sais de Reidratação Oral
Anlodipino
Doxazosina
Prednisolona
Dorzolamida
Carbamazepina
Dexclorfeniramina
Beclometasona
Ciclisporina
Acetilcisteína
Clorpromazina
Amoxicilina + Clavulanato
Azitromicina Suspensão
Ciprofloxacino
Clindamicina
Cefalexina
Rifamicina

Lista de medicamentos de alta complexidade em falta: (Sesab)

Alfaelosulfase
Deferasirox
Etanercepte
Levetiracetam 250mg
Levetiracetam 750mg
Olanzapina 10mg
Olanzapina 5mg
Pramipexol 0,25mg
Quetiapina 100mg
Quetiapina 200mg
Quetiapina 25mg
Rituximabe
Sildenafila
Somatropina
Tafamidis
Toxina Botulínica 100 UI
Toxina Botulínica 500 UI
Vedolizumabe 300 mg
Sildenafila 50mg
Clozapina 25mg
Infliximabe 10mg
Raltegravir
Atazanavir
Lamívudina
Prednisona
Pentoxifilina
Levofloxacino
Oseltamivir

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A Prefeitura de Itacaré anunciou a retomada da exigência do uso de máscaras de proteção cobrindo nariz e boca, para conter o avanço da covid-19 e de outras doenças respiratórias no município. A medida começou a valer na última segunda-feira (11). O decreto com as novas regras foi publicado no Diário Oficial do Município. De acordo com comunicado da prefeitura, a medida tem como objetivo zelar pela garantia do bem-estar e conservação da saúde pública dos seus munícipes devendo, quando necessário, adotar medidas, ainda que restritivas, que objetivem a diminuição dos riscos à saúde.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a retomada da obrigatoriedade do uso de máscaras levou em consideração o aumento significativo de casos positivos de covid no município de acordo com o último boletim epidemiológico constando 71 casos ativos, sendo dois internamentos. O decreto prevê o uso obrigatório de máscaras em unidades de saúde como: hospitais, clínicas públicas e privadas (incluindo odontológicas), Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Unidades Básicas de Saúde (UBS), laboratórios e farmácias.

Também passa a ser obrigatório o uso de máscaras em estabelecimentos públicos e privados onde se prestam atendimento ao público, especialmente, pelos respectivos funcionários, servidores e colaboradores como: rodoviária, comércio em geral, rede hoteleira e estabelecimentos turísticos; transportes públicos e privados incluindo-se ônibus, taxis, vans, transportes alternativos, mototaxi, lanchas; igrejas e templos religiosos; creches, escolas e estabelecimentos de ensino.

No decreto também ficou recomendado o uso de máscara em ambiente externo com aglomeração de pessoas como eventos, shows e casamentos. E que nos estabelecimentos públicos e privados deve ser disponibilizado, de forma obrigatória, álcool 70% para as pessoas que frequentarem o local. Quem desobedecer a determinação está sujeito a penas dos crimes previstos nos art. 268 – Infração de medida sanitária preventiva e art. 330 – Desobediência, ambos do Código Penal Brasileiro. A pessoa que estiver apresentando sintomas gripais e quem teve contato com pessoas sintomáticas ou com confirmação da doença deve procurar a unidade de saúde mais próxima.

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O gripário do bairro do Pau Miúdo, em Salvador, foi reaberto e volta a atender pacientes com problemas respiratórios a partir desta segunda-feira (11). A decisão foi tomada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) depois da grande procura de pessoas às unidades de saúde com sintomas gripais.

O posto havia sido desativado, em março deste ano, por causa da queda de casos da doença na cidade. No entanto, de acordo com a SMS, o monitoramento de pessoas em busca de testagem da Covid-19 e a quantidade de pacientes positivos fez com que a unidade voltasse a atender a população.

De acordo com o último boletim da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), publicado no domingo (10), a capital baiana tem 2.415 casos ativos da doença.

À época que a unidade foi desativada, em 1º de março, a cidade contabilizava 1.719 casos ativos da Covid-19. Ou seja, os números aumentaram em mais de 40% nos últimos quatro meses em Salvador.

O coordenador de urgência e emergência da SMS, Ivan Paiva, disse que a secretaria levou em conta a dificuldade de regulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, em alguns casos, a demora para transferência de pacientes que precisaram ficar em ambulâncias por mais tempo enquanto aguardavam atendimento.

“Estamos reabrindo hoje [nesta segunda-feira] o gripário. É um dos gripários que, em algum momento, tivemos o maior volume de atendimento durante a pandemia em alguns dias, chegando a atender mais de 300 pessoas”, comentou.

Segundo ele, a unidade vai funcionar com 10 leitos de enfermaria e dois de sala vermelha (para internação de pessoas com maior gravidade). Paiva disse também que a prefeitura busca ampliar a capacidade do acolhimento na unidade aos pacientes com sintomas considerados de baixa complexidade.

“Basicamente os sintomas são os gripais: mal-estar, febre, nariz entupido, garganta incomodando um pouco. Mas pacientes com falta de ar e sintomas mais complexos também têm a capacidade de serem acolhidos”.

"Se for identificado um sintoma mais grave, principalmente nos pacientes com comorbidades, eles serão transferidos para a rede hospitalar e ocuparão um leito de acordo com a complexidade”, explicou Ivan Paiva.
O local funciona 24 horas por dia, aberto todos os dias da semana, para o trato de síndromes gripais como H1N1, H3N2, Covid-19 e outros vírus.

A unidade fica em anexo ao Centro de Saúde Maria Conceição, ao lado da base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e foi a mais procurada pela população de Salvador nos picos da pandemia da Covid-19 com mais de 35 mil atendimentos.

Saiba a unidade que deve procurar em casos de problema respiratório
Dor de cabeça, tosse, febre, congestão nasal, entre outros sintomas, são os primeiros sinais de que algo não vai bem com nossa saúde. Na dúvida, muitas pessoas buscam as unidades de saúde da rede pública sem saber que os locais de atendimento são projetados para diferentes níveis de complexidade de cada paciente.

O g1 conversou com o coordenador de urgência e emergência hospitalar da Secretaria Municipal da Saúde, o médico Ivan Paiva, e preparou um guia que ajuda a entender o sistema público de saúde em tempo de pandemia.

UBS, UPA ou gripário: onde devo ir?
Unidade Básica de Saúde (UBS): é a porta de entrada do atendimento SUS. É ideal para pacientes com sintomas leves. Na UBS é avaliada a necessidade de transferência para uma UPA ou gripário;
Unidade de Pronto Atendimento (UPA): faz o atendimento de média a grave complexidade. Na UPA é avaliada a necessidade de transferência para hospitais;
Unidade Dedicada ao Atendimento das Síndromes Gripais (gripário): atende exclusivamente sintomas gripais de média a grave complexidade. No gripário é avaliada a necessidade de transferência para hospitais.
Que unidade devo procurar a partir dos sintomas?
Sintomas leves de febre, dor no corpo, dor na garganta, cefaleia (dor na cabeça), congestão nasal: UBS.
Tosse com secreção (catarro), falta de ar, dor no peito: UPA ou gripário, com preferência ao gripário.
Sintomas mais graves com febre e tosse com secreção: UPA ou gripário, com preferência ao gripário.
Sintomas combinados com outras comorbidades, a exemplo de hipertensão e diabetes: UPA.
Pacientes com outras patologias não relacionadas à Covid-19 e outras síndromes gripais: UPA.

Onde encontro as unidades de saúde?
UPAS

Barris: Praça João Mangabeira, Rótula
Bairro da Paz: R. Tancredo Neves, s/n
Bonfim: Av. Dendezeiros do Bonfim, 1
Brotas: R. Jardim Madalena, s/n
Cabula: Rua Direta do Saboeiro s/n
Itapuã: R. da Cacimba, s/n
Jardim Santo Inácio (Santo Inácio/Pirajá): R. Direta de Santo Inácio, s/n
Paripe: R. São Gonçalo de Paripe, s/n
Periperi: R. das Pedrinhas, 358
Santa Mônica (San Martin): R. do Forno, s/n
São Caetano: Rua Anna Mariani Bittencourt, s/n
São Cristóvão: R. Arquiteto Marcos Moreira Solter, s/n
Vale das Pedrinhas: Av. Vale das Pedrinhas, 19
Valéria: R. do Lavrador, s/n

Gripários

Gripário dos Barris: Praça João Mangabeira, Rótula
Gripário Pau Miúdo: R. Marquês de Maricá, s/n

Unidades Básicas de Saúde

Boca do Rio: R. Manoel Quaresma, 8
Brotas: Av. Dom João VI, 450
Cosme de Farias: R. Direta de Cosme de Farias, sn
Imbuí: Rua Professor Jairo Simões, 304
Federação: Av. Cardeal da Silva, s/n
Saboeiro: Rua Jurucutus, s/n
Veja mais notícias do estado no g1 Bahia.

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O Brasil já tem 219 casos confirmados de varíola dos macacos. O total de casos foi contabilizado pela Agência Brasil, com base em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo tem o maior número de casos: 158. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, que, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado, soma 34 confirmações da doença.

O Ministério da Saúde informa que os outros casos foram registrados nos estados de Minas Gerais (14), Paraná (três), Rio Grande do Sul (três), Ceará (dois), Rio Grande do Norte (dois), Goiás (dois) e Distrito Federal (um).

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O Ministério da Saúde informou na noite deste domingo, 12, a ocorrência de mais um caso importado no Brasil de varíola dos macacos. De acordo com a pasta, trata-se de uma notificação do Rio Grande do Sul, que foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo.

Esse é o terceiro caso identificado no País de pessoas que estiveram recentemente na Espanha e em Portugal.

O ministério disse que o infectado é um homem de 51 anos, que retornou ao Brasil na sexta-feira, 10, de uma viagem para Portugal.

O paciente está em isolamento domiciliar, apresenta quadro clínico estável, sem complicações, e está sendo monitorado pelas Secretarias de Saúde do Estado e do Município.

"Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de Monkeypox, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)", trouxe a nota da Saúde.

O ministério informou ainda que segue em articulação direta com o Rio Grande do Sul para monitoramento do caso e rastreamento dos contatos.

Os outros dois casos confirmados são em São Paulo.

No total, há investigação de seis casos suspeitos, que seguem isolados e em monitoramento.

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Foi confirmado o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil. Trata-se de um paciente de 41 anos, da cidade de Sâo Paulo, que viajou recentemente à Espanha. A confirmação aconteceu nesta quarta-feira (8).

Além do caso confirmado, a Prefeitura de São Paulo também monitora, de acordo com o g1, uma mulher de 26 anos, hospitalizada com suspeita de ter contraído a doença. Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a paciente passa bem.

Além desse caso suspeito em São Paulo, o Ministério da Saúde informou, nesta segunda-feira (6), que sete casos estão em investigação nos estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia.

Segundo a pasta, os pacientes "seguem isolados e em recuperação, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em saúde. A investigação dos casos está em andamento e será feita coleta para análise laboratorial".

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O crescimento no número de casos de covid-19 na Bahia tem deixado pais, estudantes e diretores preocupados. A prefeitura de Salvador acendeu o sinal amarelo e informou que monitora a situação.

Em uma semana, o estado registrou aumento de 86% nos casos ativos de covid-19. Na quinta-feira (02), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) informou que 953 pessoas estão contaminadas. No dia 26 eram 512. A flexibilização da máscara e a diminuição do ritmo de vacinação são apontados como facilitadores desse crescimento, de acordo com especialistas.

Ainda segundo a Sesab, de 1,5 milhão de casos de covid-19 registrados na Bahia desde o início da pandemia, 7,7% foram na faixa etária de 10 a 19 anos. Em relação ao número de óbitos por complicações da infecção, 97 ocorreram nesse grupo, o que representa 0,3% do total de mortes por covid no estado: 29,9 mil.

A estudante Maria Antônia**, 15 anos, teve covid em maio de 2021 e voltou a manifestar sintomas da doença nesta semana. Preocupada, a mãe da adolescente resolveu que ela devia se afastar da escola até melhorar. Segundo a jovem, outros colegas da mesma sala também estão com sintomas gripais.

“Eu comecei a ter os sintomas na terça-feira, a garganta irritada, mas nada demais. Na quarta, depois que voltei da escola, comecei a sentir também dor de cabeça e indisposição, então não voltei no dia seguinte. Vou fazer o teste amanhã [nesta sexta-feira, 03] para saber se é covid, mas já tomei todas as vacinas. Se for, os sintomas estão sendo leves”, contou Maria Antônia.

Mesmo com a flexibilização do uso de máscaras, a estudante contou que usava o equipamento na escola, incentivada pela direção da unidade. Nesta quinta-feira (2), estudantes do Colégio Cândido Portinari, no Costa Azul, fizeram testes depois que outros colegas manifestaram sintomas e foram confirmados com covid.

O colégio divulgou um comunicado aos pais afirmando que devido ao surgimento de casos confirmados de covid-19 entre estudantes do ensino médio, faria a testagem dos alunos, e pediu autorização. O Portinari também voltou a recomendar o uso de máscara nos ambientes da escola. O número de casos confirmados não foi divulgado. Em nota enviada à reportagem, a direção da escola contou que a ação foi preventiva.

“Fomos informados pelas famílias, essa semana, que alguns estudantes testaram positivo para covid-19. Mantendo os cuidados que o colégio vem tendo com relação às orientações e monitoramento, como medida preventiva, em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, decidimos fazer a testagem dos estudantes do ensino médio, nesta quinta-feira”, diz a nota.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse, também em nota, que a testagem de estudantes no Colégio Portinari faz parte de uma ação de rotina. “Após a ocorrência de alguns casos suspeitos de covid-19 no local, o CIEVS solicitou a testagem para investigação dos casos. A iniciativa visa identificar os casos positivos do coronavírus para que os infectados sejam encaminhados para isolamento domiciliar, evitando assim a disseminação do vírus”.

Atenção redobrada
Os gestores das escolas temem os efeitos das doenças gripais típicas do outono-inverno e estão frisando a necessidade do uso de máscara. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Bahia (Sinepe-BA), Jorge Tadeu Coelho, contou que a instituição fez uma reunião na segunda-feira (30) e discutiu a questão, mas não tem levantamento do número de alunos infectados.

“Estamos acompanhando a evolução dos casos de covid, mas o que tem nos preocupado mais são as doenças gripais típicas desse período. As escolas estão seguindo as recomendações dos órgãos de saúde, no momento o uso de máscara não é obrigatório, mas estamos sugerindo o uso da proteção. A maioria dos pais é consciente e tem seguido as orientações, e os protocolos elaborados nos dois anos de pandemia estão ajudando nesse sentido”, contou.

Em seu perfil no Instagram, o Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (Sinpro/BA) também recomendou que os professores e a comunidade escolar retomem o uso do acessório.

Ações nas escolas
No Colégio Marista, em Patamares, estudantes com sintomas gripais devem aguardar em casa por 48 horas e retornar apenas com avaliação médica. A orientadora educacional do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, Mariana Magalhães, contou que essa decisão foi tomada pela direção há duas semanas.

“Continuamos com o protocolo biosanitário adotado durante a pandemia. Apesar das autoridades flexibilizarem as máscaras, aconselhamos a manutenção do uso principalmente para quem tem alergias ou outros sintomas gripais. Além do afastamento de 48 horas, é fundamental avaliação médica e o uso de máscara no retorno”, contou.

Os bebedouros ainda estão vedados para consumo direto, é preciso usar copos ou garrafas individuais, lanches não podem ser compartilhados e a higienização das mãos com álcool 70% faz parte da rotina.

Os Colégios Bernoulli e Salesiano disseram que estão seguindo as instruções e decretos dos órgãos públicos e redobrando os cuidados. Em comunicado enviado aos pais, o Colégio Anglo-Brasileiro tornou o uso de máscaras obrigatório para estudantes de três séries. A medida foi preventiva, após a confirmação de casos.

A mãe de um aluno de 15 anos que estuda no colégio Oficina e que preferiu não se identificar, contou que tanto ela quanto o filho testaram positivo para a covid-19 nesta quinta-feira (2). “Ontem [quarta, 01], quando ele estava na escola, me mandou mensagem para voltar para casa porque estava com uma sensação de febre. Hoje de manhã eu também acordei febril e fomos fazer o teste”.

Com o resultado positivo, ela e o filho estão isolados do resto da família, em quartos separados dentro de casa. Ambos estão vacinados e apresentam sintomas leves. Segundo a mãe, o filho relatou que dois colegas, mas de uma turma diferente da dele, estão contaminados com a covid-19.

No Oficina, o uso de máscaras não é obrigatório. “As máscaras foram liberadas, mas os meninos [dois filhos] continuaram usando. O colégio chegou a mandar um e-mail para os pais falando sobre a importância do uso de máscaras, mas não retomaram a obrigatoriedade”, acrescenta a mãe.

O irmão do adolescente até então não apresentou sintomas, mas por recomendação do colégio, deve se manter afastado das aulas por enquanto.
Já o colégio Integral informou que o uso de máscaras é facultativo e que a obrigatoriedade só será restabelecida caso existam protocolos oficiais das autoridades. O colégio também negou que tenham sido identificados casos positivos de covid-19 entre os seus alunos.

Rede pública
A preocupação com o vírus não tem sido menor na rede pública. Pais, estudantes e professores relataram que temem que a situação saia de controle. A comerciante Jucélia Cerqueira, 40, tem dois filhos em idade escolar e tem alguns receios.

“Os mais velhos [adolescentes] conseguem entender a necessidade dessas medidas, mas não seguem. Não vejo ninguém usando máscara. Os mais novinhos tendem a querer se abraçar, e isso ainda é um risco. Deixo eles na escola com o coração na mão, mas não há muito o que se fazer. Temos que orientar”, disse.

Questionada se pretende exigir o uso da máscara entre os estudantes, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) informou, em nota, que seguirá o que for recomendado pelas autoridades sanitárias. Procurada, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) disse que no momento, não há nenhuma diretriz do governo para a volta da exigência do uso desse acessório.

A Secretaria Municipal de Educação (Smed) também se manifestou em nota: “Até o momento, não existe decreto que obrigue o retorno ao uso de máscaras. Por enquanto, a família decide se as crianças vão para a escola com a proteção”, afirmou.

**Nome trocado para preservar a identidade da fonte.

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As tendências de alta da inflação e de baixa da renda das famílias tem levado os consumidores a um movimento que começa pela substituição de suas marcas preferidas para outras mais baratas e, em seguida, a retirada total do item ou serviço de seus hábitos de consumo. Um dos setores em que esses passos devem se intensificar nos próximos meses é o da Saúde. No último dia 26, a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) autorizou o reajuste de até 15,5% nos planos individuais e familiares. No entanto, um público estimado em 6 milhões de pessoas podem ter que arcar com um boleto mensal até 43,1% mais caro para poder optar por médicos, laboratórios, clínicas e hospitais particulares.

Isso porque, além do reajuste anual - que é o maior dos últimos 22 anos -, as operadoras são autorizadas a elevar as mensalidades quando há transição de faixa etária - o último aumento possível é aos 59 anos. O cálculo foi feito pela equipe de cientistas liderada por Mario Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e por Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio (UFRJ). O grupo se baseou em dados da ANS, que pela primeira vez divulgou valores comerciais dos convênios e operadoras, e considera todos os tipos de planos: individuais, coletivos empresariais, coletivos por adesão, entre outros.

No total, o País tem 41,9 milhões beneficiários de convênios médicos. Nem todos, porém, terão esse aumento acumulado: parte dos contratos de planos empresariais, por exemplo, não prevê esse tipo de elevação de preço. Segundo os pesquisadores, 6 milhões (cerca de 7%) estão nas faixas etárias em que a lei permite o aumento da mensalidade pelo critério de idade, além do reajuste anual do valor.

As informações foram divulgadas nesa quarta (1º) no site do jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem explica que as empresas do setor têm previsto em lei o reajuste para a mudança de uma das 10 faixas etárias pré-estabelecidas para a seguinte. Esse aumento por idade pode ser feito até na transição para os 59 anos - depois disso, só é permitido o reajuste anual. A regra estipula ainda que a última faixa (59 anos ou mais) não pode ter reajuste que seja seis vezes maior que o da primeira (0 a 18 anos).

Para Mario Scheffer, a redistribuição dos valores para cada faixa etária é feita com "relativa flexibilidade", o que permite às próprias operadoras decidirem quais faixas recebem maior ou menor reajuste. "Geralmente, os valores maiores ficam para as faixas mais elevadas". "Os planos não estão carregando nas costas o atendimento aos idosos", critica Ligia Bahia. "A pessoa paga o plano a vida inteira e, quando chega aos 59 anos e mais precisa, não consegue arcar com os custos mais", acrescenta Scheffer.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que o reajuste é indispensável para recompor a variação dos custos. E diz que os dados sobre planos coletivos do ano passado mostram que taxas muito acima da média "são exceções e não regra".

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Com os valores dos boletos cada vez mais altos seguindo a inflação, os planos de saúde, que têm grande peso nas despesas mensais, têm sido os queridinhos na hora de cortar gastos. As opções têm sido mudar para uma categoria mais em conta no mesmo plano, migrar para um mais barato ou, até mesmo, ficar sem cobertura privada e contar com o sistema público. Para preocupar ainda mais quem permanece segurando as pontas com um plano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou na última quinta-feira (26) reajuste máximo de 15,5% na cobrança das operadoras.

A personal trainer Rita Santos, de 49 anos, já estava insatisfeita com a mensalidade de R$ 574 que paga ao plano de saúde. Devido à porcentagem recorde no ajuste anual, tem buscado novas opções. "[Meu plano] era mais caro, cerca de R$ 600. Eu disse que iria parar de pagar e eles me deram desconto. Com o aumento não sei se vou ter condições de custear. É abusivo". Como teve câncer de útero há quatro anos, Rita precisa de um convênio que ofereça internação e realização periódica de exames. Desde o anúncio da ANS, tem buscado planos mais baratos e que contemplem suas necessidades.

Para a consultora de serviços Rebeca Mascarenhas a tendência será manter o plano, mas migrando para uma cobertura mais enxuta. "As pessoas vão pagar por produtos com custo menor pela abrangência, um produto mais regional. Porque os nacionais são mais caros, têm totalidade maior em atendimento de localização. [Os clientes] vão tentar tentar manter dentro do orçamento deles", projeta com base no cenário de crise, anterior ao aumento.

Sem plano de saúde, o advogado Victor Lessa aderiu a um convênio de menor abrangência geográfica para a esposa e filha, neste ano. O custo atual é de R$ 650,00, foi uma redução de R$ 330, considerando os R$ 980 que pagava na cobertura anterior. Com o aumento, no entanto, está considerando cancelar o plano que assistia à esposa para ter condições de manter o da filha, de nove meses.

Outras formas econômicas que os segurados já vêm tomando é a escolha por convênios com rede credenciada mais enxuta. Há planos hospitalares que dispõem de um número limitado de casas de saúde ou fazem parceria com médicos independentes. Beneficiários também têm recorrido à troca pelo plano ambulatorial, o qual disponibiliza exames e consultas, no entanto, não inclui internação, cirurgias de alta complexidade e só cobre as primeiras 12 horas de atendimento em casos de emergência.

Em caso de rescisão contratual, o advogado Rodrigo Araújo, especialista na área da saúde, orienta o consumidor a fazer o cancelamento oficialmente, ao invés de apenas deixar de pagar o convênio. É importante enviar um e-mail manifestando o posicionamento para a central de saúde da operadora. Caso seja cobrado multa ou aviso prévio, o cliente pode requerer o pedido perante o Poder Judiciário.

Quanto ao desagrado mediante o reajuste recorde, o advogado defende a necessidade de uma cúpula que estabeleça uma fórmula de reajuste mais transparente. Para Araújo, é importante a discussão de nova metodologia que repasse ao consumidor todo o processo e afira a regularidade do ajuste. Tendo o cálculo os números da ANS e custos das operadoras de saúde averiguados e esclarecidos por auditoria, afirma.

"O índice estabelecido pela INS, ainda que fosse suspeito, era considerado como lícito. Porque partia de uma autarquia que deveria ser isenta, que representa uma relação entre os usuário do plano de saúde e as operadoras", diz Rodrigo Araújo, especialista na área da saúde sobre a polêmica do maior reajuste desde 2000.

Insatisfação com o setor não é recente
O engenheiro mecânico aposentado Renato Polcri, de 64 anos, teve que mudar para um plano de saúde bem inferior ao que tinha, em fevereiro. O plano era vinculado à empresa em que trabalhava e, na folha, o desconto era de R$800 na cobertura dele, da esposa e da filha. Com a aposentadoria, o plano passou a custar para ele R$4,5 mil. “Eu até tentei segurar as pontas, fiquei uns 2 anos pensando bastante, ponderando, mas não teve jeito”, diz.

Ele trocou o plano que dava direito à internação e contava com uma ampla rede de hospitais de grande porte, por um bem mais simples, ambulatorial, com duas opções de hospitais menores, no valor de R$1,5 mil. A diferença de preço é de R$3 mil entre os dois. “Eu posso pegar parte desse dinheiro e guardar ou investir para uma emergência. Eu sei que é um plano bem inferior, mas é o que dá para pagar agora. Minha aposentadoria estava indo quase toda para pagar o plano de saúde”, explica.

O consultor de planos de saúde José Carlos Cruz afirma que o preço é o principal fator considerado na mudança de convênios. “Falo por experiência, o cliente com condições de manter o padrão não vai dispensar [o plano]. Quando o cliente sai do Hospital São Rafael para ter uma rede inferior é porque não teve realmente condições de continuar pagando o plano que dá aquela cobertura”, ressalta.

Como o valor é definido conforme o conjunto de médicos, consultórios, laboratórios, hospitais e clínicas que o pacote apresenta, Cruz adverte que não adianta, na hora de cortar gastos, querer mudar de um plano para outro com uma rede parecida. Assim, a mudança de Renato Polcri foi radical, mas acertada tendo em vista o objetivo de reduzir os gastos mensais.

“Na maioria dos planos de saúde que têm o São Rafael, Português na rede, os valores são equivalentes. Se pegar [o plano] SulAmérica, Bradesco, Unimed, que têm aqueles hospitais naquela rede, vão estar cobrando um valor equivalente. Não tem como fugir, infelizmente”, exemplifica.

O advogado Carlos Alberto Ferreira, de 56 anos, optou por trocar o plano coletivo por planos individuais do mesmo convênio para ele, a esposa e os dois filhos quando perdeu um dos empregos. Ele diz que o boleto do plano de saúde estava levando embora mais de 50% do salário que ele recebia. “Eu pagava mais de R$3 mil por mês e estava impraticável. Aí, em 2020, quando surgiram as categorias individuais no plano que eu tinha, decidi fazer a mudança”, conta.

Com os planos individuais, a economia mensal foi de apenas R$600 e, ainda assim, as contas ficaram apertadas. “Era isso ou ficar sem plano porque ir para um ambulatorial eu achava muito arriscado, acabava não valendo a pena. Para ajudar, minha filha, que já trabalha, começou a pagar o plano dela e minha esposa começou a contribuir também. Mas toda hora tem aumento, é apertado, mas vamos fazendo um malabarismo aqui até onde der”, afirma o advogado.

Sem contar com o reajuste, a enfermeira Milena Gomes, de 36 anos, já considerava alto o valor de R$ 561,50 que paga pelo plano de saúde individual. O preço, todavia, está abaixo do que pagava em outro convênio que tinha antes. Assim como Renato e Carlos, ela buscou outras opções para poder driblar os altos preços. “Troquei o plano porque estava mais em conta. [...] O serviço do outro era melhor. Mas prefiro ter esse do que ficar sem”, conta.

O presidente da Associação de Defesa dos Segurados de Planos, Sistemas e Seguros de Saúde da Bahia (ASPS-Ba), Maurício Magalhães, destaca a alta frequência de aplicação de reajustes abusivos por parte dos convênios. “As pessoas não conhecem seus direitos, não sabem o que é e o que não é um aumento abusivo no ramo dos planos de saúde e saem perdendo. É muito difícil a associação se deparar com alguém que paga um valor justo pelo plano que tem”, diz.

Magalhães ainda coloca na discussão a redução das redes e profissionais credenciados e negação de procedimentos médicos e cirúrgicos.

“Os planos ficam menores e mais caros. A pessoa paga com sacrifício e, quando precisa, ainda corre o risco de ter um procedimento pelo qual ela tem direito sendo negado. Se ela não tem conhecimento, paga por fora ou fica sem se não tiver condições; se sabe que aquilo está errado, ainda tem que colocar na Justiça”, finaliza.

Número de beneficiários também aumenta
Embora haja instabilidade econômica, um levantamento da ANS mostrou crescimento do setor. De 2021 para 2022, houve aumento de 1.277.234 beneficiários, o equivalente a 2,6%. Em fevereiro deste ano, o ramo registrou mais de 49 milhões de usuários em planos de assistência médica em todo o país. Na Bahia, havia 1.569.898 milhão de beneficiários por assistência médica em 2021 e o número cresceu para 1.634.402 neste ano, o correspondente a 4,1%.

Para a consultora de serviços Rebeca Mascarenhas, a procura aumentou devido às preocupações da população com a saúde durante a pandemia da covid-19. “Pessoas que antes não viam necessidade de ter um plano de saúde, devido ao difícil acesso ao serviço público [...] viram a real necessidade de estar assegurado num momento desses”, explica.

É o caso da aposentada de 77 anos Marlúcia Oliveira. Portadora de Alzheimer e enfermidades cardiorrespiratórias, a idosa necessita de urgências que o Sistema Único de Saúde (SUS) nem sempre consegue suprir. A filha e cuidadora de Marlúcia, Lúcia Morais, conta que paga mensalmente R$ 1.700 num convênio para que a mãe consiga os serviços necessários, mas o boleto pesa – e muito – nas despesas.

“É muito caro. Inclusive, já negaram exames, mesmo eu pagando esse valor absurdo. Tive que ligar para reclamar, fazer particular e pedir reembolso. Mas tenho medo da fila de regulação [sistema público criado para gerir vagas hospitalares]. Infelizmente, é aceitar as imposições”, declara.

 

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Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 472 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,03%), 370 recuperados (+0,02%) e mais uma morte.

Dos 1.549.464 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.518.665 já são considerados recuperados, 860 encontram-se ativos e 29.939 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico desta quarta-feira (1) contabiliza ainda 1.884.158 casos descartados e 335.349 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até às 17 horas desta quarta.

Na Bahia, 63.444 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. Para acessar o boletim completo, clique aqui ou acesse o Business Intelligence.

Vacinação
Até o momento temos 11.613.974 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.689.329 com a segunda dose ou dose única, 5.862.915 com a dose de reforço e 237.126 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 944.967 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 491.307 já tomaram também a segunda dose.

 

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