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Sem soro e dipirona: 33 itens básicos estão em falta em hospitais e farmácias da Bahia

Sem soro e dipirona: 33 itens básicos estão em falta em hospitais e farmácias da Bahia

Soro fisiológico, dipirona, amoxicilina e paracetamol, medicamentos mais do que conhecidos e até comuns nos hospitais, farmácias e caixinhas de remédios caseiras estão em falta ou escassos na Bahia, aponta levantamento do Sindicato dos Farmacêuticos (Sindifarma). Ao todo, são 33 medicamentos de atenção básica que sumiram do mercado e da maioria dos estoques das unidades de saúde do estado.

Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a situação do estoque estadual é zero para 28 medicamentos de alta complexidade cujo fornecimento é de responsabilidade do Ministério da Saúde, e com o risco iminente de escassez para outros 45 remédios que deveriam ser fornecidos pela pasta federal.

Na atenção básica, a falta das substâncias é confirmada pelo superintendente da assistência farmacêutica da Sesab, Luiz Henrique D'Ultra. "Temos recebido relatos de hospitais que prestam serviço para a Sesab e também de municípios que, no caso dos medicamentos de uso hospitalar, há um movimento de falta no mercado", admite. O MS, por sua vez, confirmou o desabastecimento na Bahia e em todo o Brasil e disse que trabalha para “combater o problema”. A pasta afirma ainda que reduziu o imposto sobre a importação dos medicamentos que estão em falta para tentar recompor os estoques.

A compra desses insumos é de responsabilidade dos municípios. Porém, sem o produto à disposição, não há como abastecer os hospitais. Um problema que, para Débora Melecchi, integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e diretora da Federação Nacional dos Farmacêuticos, estabelece o caos na saúde pública. "O impacto é o mais negativo possível. Ao ter descompasso no acesso aos remédios, isso requer atendimento nos hospitais. Em um cenário de área hospitalar sobrecarregada por conta da pandemia, ainda é preciso atender pessoas que adoecem por falta de medicamentos, sem os insumos necessários. É um caos onde vidas estão em risco", afirma.

A escassez que afeta os hospitais também chega às farmácias e, segundo Gibran Sousa, diretor do Sindifarma, está em um momento crescente. Ele também cita a sobrecarga na saúde pública, afirmando que a situação piorou recentemente. "É uma escassez que tem se intensificado nas últimas duas semanas na Bahia e que preocupa. Além do impacto na saúde pública com a maior necessidade de atendimentos, há também a terapia de segunda escolha, quando é preciso optar por uma segunda opção de medicamento que talvez não seja tão eficaz como o recomendado em um primeiro momento", afirma.

Farmacêutica de uma rede privada, Débora Almeida afirma que, onde trabalha, a falta dos remédios começou em meados de maio. Por lá, o principal problema são os medicamentos em solução. "Desde maio, a gente começou a sentir um desabastecimento, principalmente nas apresentações líquidas, em solução. Está bem difícil, seja com dipirona ou antibióticos como azitromicina e amoxicilina. Estão todos em falta e, quando chegam aqui, pela demanda que há, acabam muito rápido", conta.

Procurada para falar da situação na capital baiana, a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) afirmou que, apesar do desabastecimento no mercado, o estoque de medicamentos para atenção básica não enfrenta problemas. Isso porque, prevendo uma possível falta, a equipe da pasta antecipou o reforço para estes itens. Sobre até quando o estoque pode fazer Salvador não ser impactada pela escassez atual, a pasta não respondeu.

Sesab diz que 36 mil pacientes correm risco

O CNS monitora de perto a situação do desabastecimento de medicamentos em todas as esferas. "Nós acompanhamos a situação e o desabastecimento, que acontece na atenção básica e no tratamento de doenças mais graves", pontua Débora Melecchi.

O Ministério da Saúde não respondeu sobre o déficit apontado no estoque de remédios de alta complexidade na Bahia.

Luiz Henrique D'Ultra afirma que o cenário atual afeta cerca de 36 mil pacientes em todo o estado pela total ausência dos remédios ou mesmo a redução do fornecimento. Segundo ele, a situação não é uma novidade.

"Essa falta se mantém por todos os meses. Não são os mesmos medicamentos sempre, às vezes para de faltar um e começa a não ter outro. Porém, na média, temos sempre uns 20 itens faltando numa lista de 150 remédios de responsabilidade do ministério. Dentre estes, são principalmente remédios de oncologia, epilepsia, esquizofrenia, artrite e outras doenças mais graves", enumera.

A Sesab consegue ainda manter o fornecimento de medicamentos para transplante com o intuito de não parar os procedimentos, mas ressalta que é inviável fazer o mesmo quanto aos outros remédios. “Também adquirimos remédios para anemia falciforme. Porém, se fosse para bancar tudo que o MS nos deve, precisaríamos investir R$ 35 milhões, o que é impossível por não termos esse orçamento disponível. E nem poderia porque os impostos vão para o MS na expectativa que ele financie e a gente não recebe”, afirma.

Lista de medicamentos de atenção básica em falta: Sindifarma

Dipirona Solução
Loratadina Xarope
Soro Fisiológico
Budesonida
Dexametasona
Acebrofilina
Cetoprofeno
Diclofenaco Injetável
Carvedilol
Fenitoína
Ambroxol Xarope
Insulina
Haloperidol
Prometazina
Fenoterol
Oseltamivir
Sais de Reidratação Oral
Anlodipino
Doxazosina
Prednisolona
Dorzolamida
Carbamazepina
Dexclorfeniramina
Beclometasona
Ciclisporina
Acetilcisteína
Clorpromazina
Amoxicilina + Clavulanato
Azitromicina Suspensão
Ciprofloxacino
Clindamicina
Cefalexina
Rifamicina

Lista de medicamentos de alta complexidade em falta: (Sesab)

Alfaelosulfase
Deferasirox
Etanercepte
Levetiracetam 250mg
Levetiracetam 750mg
Olanzapina 10mg
Olanzapina 5mg
Pramipexol 0,25mg
Quetiapina 100mg
Quetiapina 200mg
Quetiapina 25mg
Rituximabe
Sildenafila
Somatropina
Tafamidis
Toxina Botulínica 100 UI
Toxina Botulínica 500 UI
Vedolizumabe 300 mg
Sildenafila 50mg
Clozapina 25mg
Infliximabe 10mg
Raltegravir
Atazanavir
Lamívudina
Prednisona
Pentoxifilina
Levofloxacino
Oseltamivir

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    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

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    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

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    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

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    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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