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Num momento em que a Bahia enfrenta alta nas hospitalizações por covid-19, com quase 70% de ocupação das UTIs, o Conselho Estadual de Saúde da Bahia alerta que, a partir de 28 de fevereiro, o estado pode perder leitos exclusivos da doença, já que o Ministério da Saúde instituiu uma portaria que encerrará a ajuda de custos a estados e municípios. Com esta retirada de recursos, a população baiana pode ser prejudicada na assistência à saúde.

Neste mês de fevereiro, o conselho enviou ao ministério um ofício solicitando a manutenção do financiamento, uma vez que não é possível prever o surgimento de novas variantes e nem o fim da pandemia. Enquanto órgão fiscalizador e deliberador do SUS, o CES-BA tem pedido a revisão da portaria do governo federal.

Na Bahia, mais de 1.000 leitos foram financiados com recursos da União nestes 2 anos de pandemia. A atual proposta do Ministério da Saúde é incorporar leitos de UTI geral para o atendimento de pacientes com covid-19.

“Eles irão desmontar a estrutura, mas a pandemia ainda não acabou. Vão retirar 100% dos leitos exclusivos de covid-19 no Brasil todo e isso atinge a Bahia. Os estados já estão com dificuldades de manter insumos para fazer a vacinação. Estados e municípios não vão conseguir sozinhos financiar as eventuais necessidades de saúde da população caso a pandemia permaneça”, alerta Marcos Sampaio, presidente do CES-BA.

 

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Salvador bateu o recorde de crianças internadas em Unidade de Terapia Intensiva por complicações da covid-19. São 24 ocupando leitos nos dois únicos hospitais da capital que tratam pacientes infantis com a doença, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualizado até às 21h desta quarta-feira (09). O número é o maior desde abril de 2020 e representa ocupação de 80% das 30 vagas disponíveis no município.

O dado mostra ainda que, mesmo com o aumento no número de leitos disponíveis na cidade, a taxa de ocupação tem escalado. Em dezembro do ano passado, Salvador possuía 20 leitos de UTI pediátrica para tratamento da covid-19. Esse número aumentou para 29 na última semana de janeiro deste ano. Simultaneamente, o número de crianças com quadros graves da infecção pelo Sars-Cov-2 vinha oscilando nas primeiras semanas do ano entre 17 e 19, até que bateu o recorde nesta quarta-feira.

Em outras quatro ocasiões, o número de crianças internadas em leitos intensivos chegou a 22: Em 15 de setembro e 20 de dezembro de 2020; além de 6 de janeiro de 2021, quando a capital possuía 27 leitos destinados a este público. A última vez em que o número foi alcançado foi na segunda-feira (07).

O subsecretário de Saúde da capital, Décio Martins, diz que o aumento no número de crianças hospitalizadas é grave. “Estamos vendo isso com muita preocupação, tanto que, na semana passada, dobramos a capacidade de UTI que nós tínhamos. Abrimos mais 20 leitos de clínicas médicas pediátricas e mais 10 leitos de UTI. Dos 30 da capital, 20 são de gestão do município e 10 do estado”.

Por enquanto, não há previsão de se ampliar novamente essa capacidade, acrescenta o sub-secretário. Duas unidades de saúde possuem UTI pediátrica para receber crianças com coronavírus em Salvador: o Hospital Martagão Gesteira tem 20 leitos, estando com 17 deles preenchidos, o que representa uma ocupação de 85%. Enquanto o Instituto Couto Maia tem uma taxa de 70%, com 7 dos 10 leitos disponíveis com pacientes.

No momento em que a covid-19 se alastra entre pessoas mais novas, a vacinação das crianças de 5 a 11 anos ainda patina, principalmente no interior. Na capital, até esta quarta, 87.550 tinham sido imunizadas com a primeira dose, o que equivale a 50% do público alvo da campanha.

“O número de vacinados é expressivo, mas, por outro lado, ainda temos 92 mil crianças que poderiam ter se vacinado. Por isso, pedimos ao pais e mães que levem seus filhos para tomarem a vacina. A vacinação não está indo mal, mas obviamente pode melhorar. Nossa intenção é sempre conseguir vacinar 100% da população”, afirma Décio Martins.

Crianças são o novo alvo da Ômicron

O avanço da vacinação entre adultos e idosos no país tem feito com que as crianças, as menos imunizadas, se tornem o alvo principal da variante Ômicron, dominante atualmente na Bahia. “As crianças são a parte fraca do elo da cadeia de transmissão da covid-19, porque não foram vacinadas e estão vulneráveis. Além disso, boa parte delas, as menores de 2 anos, não podem usar máscaras”, explica o imunologista e pediatra Celso Sant’Anna.

Além de estarem sujeitas à casos graves por não se vacinarem, as pessoas não imunizadas acabam contribuindo para a aparição de novas variantes, uma vez que o vírus precisa se instalar no corpo humano para de multiplicar e, assim, fazer mutações.

“Elas funcionam como um reservatório importante do vírus na cadeia de transmissão da doença, possibilitando, a partir delas, o surgimento de novas variantes. Então, é preciso aumentar rapidamente o número de crianças vacinadas para que a gente contenha essa pandemia em uma estratégia coletiva”, destaca o médico.

Celso Sant’Anna ainda ressalta que a vacinação não oferece riscos suficientes para que sejam motivo para a não imunização deste grupo: “Não podemos relaxar com a vacinação. As crianças não são cobaias e as vacinas são seguras. Já se vacinou mais de 250 milhões de crianças no mundo, com um número baixíssimo de efeitos colaterais”.

O virologista Gúbio Soares também destaca a importância da vacinação, mas explica que ela não é capaz de prevenir a infecção, mas sim quadros sérios da doença: “É lógico que a vacina não vai evitar que as crianças, ou qualquer indivíduo, tenha a infecção, mas evita que a criança vá para a UTI e fique entubada, causando risco à sua vida”.

Desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, 43 crianças, entre 1 a 9 anos, morreram na Bahia devido às complicações da covid-19.

Bahia possui taxa de ocupação de 77%

A taxa de leitos de UTI com crianças internadas por complicações da covid-19 também é grande na Bahia. Mesmo com a abertura de mais 15 vagas desde o dia 5, a taxa de ocupação está em 77%. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), não há previsão de abertura de novos leitos.

Os dados sobre a vacinação entre as crianças de 5 a 11 anos também não são animadores em território baiano. Apenas 16,32% das crianças começaram o ciclo vacinal, o que representa um pouco mais de 240 mil. Os municípios baianos com mais casos confirmados de covid-19 em pacientes pediátricos são: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Camaçari e Lauro de Freitas.

No Brasil, o percentual de imunização de crianças de 5 e 11 anos tem São Paulo na liderança, com 48,7%, seguido de Distrito Federal (34,8%) e Rio Grande do Norte (26,6%). Ao todo, 19% dos integrantes desta faixa etária tomaram a vacina anticovid no país, segundo dados desta quarta do Consórcio de Veículos da Imprensa com base nos boletins das secretarias estaduais.

Quatro dúvidas sobre covid e vacina em crianças*

A Ômicron representa um risco para às crianças?

Sim. Como se aumentou a taxa de vacinação em adultos, o vírus procura se adaptar e sobreviver naqueles que não estão vacinados, no caso, as crianças. Também pode aparecer uma nova variante, porque o vírus encontra facilidade em se multiplicar em crianças;

Qual é o tempo médio de internação de crianças por covid-19?

Ainda é cedo para responder, porque os internamentos aumentaram agora. Estamos vendo os efeitos dos vírus, então ainda é prematuro para dizer se são 10 ou 20 dias de internação. Cada caso é um caso, tem crianças, por exemplo, que têm a imunidade comprometida por causa de outras doenças;

As vacinas são seguras?

A vacinação é segura para as crianças. Os Estados Unidos é um dos países que tem mais vacinado e não vemos falar em casos de comprometimento de crianças. Os pais podem levar as crianças para se vacinarem e isso é uma ajuda que eles estão dando para a sociedade;

Como o senhor vê a volta às aulas das crianças neste momento da pandemia?

Os protocolos seguidos pelas escolas são relativos, porque é difícil aplicá-los em crianças. Elas gostam de brincar juntas, então o ideal é que elas estejam vacinadas pelo menos com a primeira dose. O ideal seria que as aulas voltassem só em março e não agora, porque vacinando agora, teria um prazo de 15 a 20 dias da primeira dose e isso ajudaria

Fonte*: Gúbio Soares, virologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Doutor em Virologia pela Universidad de Buenos Aires (Argentina), ele é o coordenador do Laboratorio de Viirologia do Instituto de Ciencias da Saude da Ufba

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O ano de 2022 tem sido de recordes nos números da pandemia. Em menos de um mês, a Bahia já registrou a maior taxa de transmissão da covid-19, o maior número de casos ativos e, agora, a maior quantidade de testes positivos. Segundo o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), 70,38% das 3.076 amostras analisadas deram positivo no último domingo (6), o maior percentual desde março de 2020.

A taxa de positividade dos testes em relação à semana epidemiológica - a média de amostras positivas em sete dias – também atingiu a maior marca. “Fechamos a semana epidemiológica, no último sábado, em 64,37% dos testes positivos, que é o maior percentual desde o início da pandemia. Desde o dia 25 de janeiro que entramos nessa faixa de 60% e não saímos mais”, explica a diretora do Lacen-BA, Arabela Leal.

O índice mais próximo do registrado agora foi há exato um ano. “Em fevereiro de 2021, tivemos quatro semanas com a taxa de positividade dos testes acima de 50%, mas nunca passamos de 60%. Nas últimas quatro semanas de dezembro, não chegava nem a 10%, então o aumento foi muito significativo. Saiu de 10 para 22% na segunda semana, depois 44%, 61%, e, agora, 64%”, conta.

O volume de testes enviados pelas prefeituras baianas mais que dobrou, durante o mês de janeiro. De uma média de 3 a 4 mil amostras diárias, o Lacen chegou a receber 8 mil na semana passada. Por conta disso, o laboratório precisou aumentar a equipe e tem demorado mais tempo para dar os resultados. O exame, que ficava pronto em até 48h, demora mais de 72h para sair.

Outro motivo que tem feito os resultados atrasarem é a falta de insumos. “Estamos com dificuldade em receber o kit de extração para execução do teste. O Ministério da Saúde, disse que está tendo problemas com a malha viária. Iríamos receber no domingo de manhã, mas atrasou, e ficamos com a produção em baixa no final de semana”, justifica Arabela Leal.

O Ministério da Saúde foi procurado, mas não respondeu até o fechamento da matéria. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o Lacen não faz contraprovas de exames feitos em farmácias, laboratórios ou clínicas populares. "Todo serviço de saúde, seja privado ou público, tem a obrigação de fazer a notificação dos exames realizados nos sistemas do Ministério da Saúde", explica a secretaria.

Alta transmissibilidade
A razão principal dessa explosão de casos e testes positivos é a alta transmissibilidade da variante ômicron, predominante na Bahia, associado ao desrespeito das medidas restritivas. “As pessoas não estão tendo mais os mesmos cuidados. A ômicron tende ser um quadro mais leve da doença e isso faz com que elas não busquem o teste e não façam o isolamento. Ou seja, elas continuam circulando e transmitindo a doença para outras pessoas”, argumenta.

Arabela reforça que na mínima suspeita, o recomendável é testar. “Em tempos de pandemia, se a pessoa tem sinal de problema respiratório, garganta inflamada, nariz entupido ou uma leve dor de cabeça, já deve servir de alerta para fazer o teste e se isolar”, orienta. Ela ainda recomenda que as pessoas completem o esquema vacinal para evitar sintomas graves.

Positividade de testes dobra no interior
Em Capim Grosso, cidade no Centro-Norte baiano, o número de testes positivos dobrou em relação ao pico da pandemia, em 2021. “Estamos testando 150 pessoas por dia e a média de positividade está sendo 60%, o que era entre 20% e 30% no ano passado”, afirma o coordenador epidemiológico, Maguibe Rangel.

A quantidade de casos ativos, por sua vez, duplicou. “No pico da variante delta tivemos 282 casos ativos, foi nosso máximo. Chegamos a mais que duplicar, chegando a 644 casos na última sexta-feira", acrescenta Rangel. Dentre os infectados, muitos são profissionais de saúde. “Semana passada, ficamos com 43 profissionais afastados, o que retardou o atendimento”, conclui Rangel.

Em Ibiparuã, no Sul da Bahia, o aumento de casos foi tamanho que a prefeitura suspendeu as aulas do calendário letivo de 2022 por tempo indeterminado, “até que seja constatada queda de contágio”. Em uma semana, de 21 a 28 de janeiro, a quantidade de pessoas infectadas na cidade, com menos de 10 mil habitantes, saltou de 48 para 250. O último boletim epidemiológico, da última sexta-feira (4), aponta 213 casos ativos.

No Nordeste baiano, na cidade de Cipó, a alta de casos também foi súbita. Até o dia 11 de janeiro, a cidade acumulava quase 30 dias sem casos ativos. No dia 12, dois foram notificados. Menos de um mês depois, o município acumula 420 infectados simultâneos.

Taxa de transmissão da Bahia continua alta
A taxa de transmissão do novo coronavírus, medida pelo fator RT, teve uma leve queda na segunda quinzena de janeiro. No entanto, a média ainda é alta, por volta de 2, segundo a matemática Juliane Fonseca, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz.

O RT é usado para medir quantos novos casos diários são gerados por uma pessoa infectada. Se a taxa for menor que 1, significa que a curva de contágio está decrescente e a pandemia sob controle. Se estiver superior a 1, a curva de contágio cresce, assim como o número de casos.

“Apesar de a curva estar subindo, ela aparenta ter dado uma reduzida, comparado ao período anterior ao dia 23 de janeiro. Pode ser um bom sinal, mas ainda precisamos observar os próximos 15 dias, pois sempre existe atraso nos dados. Mas, ainda assim, um RT 2 é alto. Ou seja, a pandemia segue descontrolada”, explica Juliane.

Na última semana, o RT variou de 1 a 3,8. No sábado (6), ficou em 1,3 e, no domingo, em 0,45. Esse índice de 0,45 se explica pela demora na confirmação dos casos. “A série de RT tem oscilações com a tendência do número de casos. No dia 3 de fevereiro, foram registrados 15 mil casos em um dia só. Depois caiu para 2 mil. Ou seja, o RT ficou baixo porque foi comparado com os outros dias. Mas a média desse período está em volta de 2, número ainda alto”, detalha a pesquisadora.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ficou de mandar os dados da taxa de transmissão na cidade, mas não os enviou até o fechamento da matéria.

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A Bahia bateu um novo recorde de casos positivos de covid-19 nas amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA): a cada 100 exames realizados, 70,38% dão positivo. Esse percentual, no dia 1º de janeiro de 2022, era de apenas 6,55%. Ou seja, houve um aumento de 974,5% no número de casos positivos em pouco mais de um mês.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) reforçou, pelo Twitter, a importância de se manter as medidas restritivas, para o combate à pandemia do novo coronavírus. “Medidas simples podem ajudar a minimizar o contágio do coronavírus e, também, de outras síndromes gripais: complete a sua imunização, continue usando máscara, evite aglomerações e higienize as mãos”, afirma.

O avanço da covid-19 fez com que algumas cidades no interior cancelassem o retorno presencial das aulas na rede estadual, municipal e privada. Os municípios de Cruz das Almas, Sapeaçu, Teixeira de Freitas, Conde e Santo Antônio de Jesus decidiram manter as aulas remotas, para analisar os dados da Vigilância Epidemiológica nos próximos dias.

Na última sexta-feira (4), a Bahia também bateu outro recorde. Naquela data, o número de casos ativos no estado, ou seja, de pessoas infectadas pela doença, chegou a 36.955. Em janeiro, a taxa de transmissão da covid-19 foi a maior registrada desde o início da pandemia.

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Após o aumento do índice de população vacinada e com o avanço da variante Ômicron, conhecida pela alta transmissibilidade e sintomas mais leves, aumentaram também as chances de vítimas do covid nem saberem que carregaram a doença.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entretanto, o paciente assintomático ainda pode ser um transmissor em potencial do vírus. Para identificar sinais menos comuns da doença, especialistas apontam algumas dicas. Confira:

Apresentou sintomas de gripe e se recuperou sem ter feito teste

Há evidências de que a cepa Ômicron, ao contrário das versões anteriores do vírus, causa sintomas cada vez mais parecidos com os da gripe. Dor de garganta e coriza são alguns. Se você não se sentiu doente o suficiente para fazer o teste, pode ter tido Covid-19 e se recuperado sem saber.

Queda de cabelo maior do que o normal
Uma queda de cabelo incomum pode estar associada ao coronavírus. Um estudo publicado na revista científica The Lancet há cerca de um ano descobriu que 22% dos pacientes sofrem de perda de cabelo nos seis meses após a infecção, principalmente mulheres. De acordo com o levantamento, esse é um sintoma primário da Covid-19 a longo prazo.

Contato com familiares que pegaram Covid-19
Se todos em sua família se contaminaram, exceto você, pode ser que tenha sido infectado e não soube. Com o avanço da vacinação, muitas pessoas contaminadas apresentam sintomas leves ou nenhum sintoma.

Problemas estomacais
Há relatos de pacientes que tiveram diarreia, náusea, vômito e desconforto abdominal, para além dos sintomas respiratórios. Um estudo publicado na revista Gastroenterology, aponta que a diarreia pode ser o primeiro e único sinal de infecção.

Erupção cutânea ou infecção nos dedos dos pés
Alterações na pele parecidas com ressecamento e alergia podem indicar contaminação com a Ômicron, de acordo com pesquisadores. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, revela que palidez na pele, erupções cutâneas, brotoejas, ressecamento da pele e "dedos de Covid" – caracterizados por descamação, vermelhidão, bolhas e inchaços nos pés – também são sinais da doença. Em alguns casos, a erupção cutânea aparece mesmo na ausência de qualquer outro sintoma.

Para ter certeza de um contato anterior com o vírus, entretanto, o ideal é realizar dois tipos de exames. O RT-PCR é capaz de detectar o RNA do vírus. Além desse, outros testes de biologia molecular são geralmente realizados em amostras do trato respiratório superior para saber se o vírus já esteve presente no organismo. Existem também os testes sorológicos, que detectam anticorpos produzidos pelo organismo como resposta à infecção.

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O índice de positividade para os testes de covid-19 examinados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA) subiu 867% em 30 dias. Foram analisados exames do tipo RT-PCR entre os dias 1º e 30 de janeiro.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), a cada 100 amostras analisadas, 6,55 eram positivas no início do mês e agora são 63,39. O último dado se refere a esse domingo (30).

Atualmente, a Bahia tem 31.217 casos ativos da covid-19. Esse é o segundo maior número de casos ativos registrado durante toda a pandemia no estado. No último sábado (29), a Bahia contabilizou 31.884 casos.

Dos 1.359.487 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.300.358 já são considerados recuperados e 27.912 evoluíram para óbito.

 

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Novos leitos serão abertos para atender à demanda da covid-19 na Bahia. Serão 230 unidades nos hospitais Espanhol, Metropolitano, Couto Maia e Riverside.

"Essa semana eu autorizei 230 novos leitos, sendo 60 de UTI e o restante de enfermaria. são 230 só este mês. O que não foi aberto será aberto até a semana que vem", anunciou o governador Rui Costa, nesta quinta-feira (27).

O avanço da ômicron preocupa a gestão, apesar do menor impacto nos leitos de UTI, que não é proporcional ao número de casos, mas vem crescendo. "Em dezembo, tínhamos 180 pessoas internadas em UTI e já estamos chegamos a 400 agora. Nós estamos em locais do estado com 100% de ocupação de leitos de UTI covid", alertou o governador.

Além do aumento dos leitos, o governador também anunciou que profissionais de saúde serão contratados para ocupar as vagas dos que foram afastados por estarem doentes.

"Autorizei que cada hospital envie a sua demanda para a Sesab para suprir os profissionais afastados por causa da covid e vamos contratar".

Entrega e convênios
As declarações do governador à imprensa aconteceram durante um evento, na manhã desta quinta-feira (27) no estacionamento da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.

Na ocasião, foram entregues 15 ambulâncias e convênios foram assinados para obras de pavimentação asfáltica e outras intervenções urbanas de diversos municípios baianos.

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Com o aumento dos casos ativos e da taxa de transmissão da covid-19, a fila da regulação para pacientes com a doença voltou a crescer na Bahia. Houve um aumento de 928% nos primeiros dias de janeiro de 2022. Dia 1º, eram 25 pessoas na fila – oito para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 17 para leitos clínicos. Já na última segunda-feira (24), eram 257 baianos na espera – 75 para UTI e 182 para a enfermaria. Analisando só o aumento da fila para as UTIs, essa alta foi de 837,5%. Já para os leitos clínicos, o crescimento foi de 970,6%.

Para acompanhar a demanda, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ampliou o número de leitos de UTI exclusivos para o novo coronavírus de 546 para 609, neste mesmo período. Mesmo assim, cinco dos nove Núcleos Regionais de Saúde (NRS) do estado estão com ocupação acima de 70%. A região Nordeste do estado, onde ficam localizados os municípios de Alagoinhas e Ribeira do Pombal, é a mais crítica, com 88%. Em seguida, está o Sudoeste (82%), Sul e Leste (76%), e Oeste (71%). Os dados são de um levantamento do CORREIO a partir dos boletins epidemiológicos da Sesab.

De acordo com a secretária estadual da saúde da Bahia, Tereza Paim, essa necessidade de ampliação do número de leitos se deu com o avanço da variante ômicron, que fez subir exponencialmente a taxa de transmissão e casos ativos. Ela pontua que os pacientes da regulação têm características distintas de outras ondas da covid-19. Antes, eles eram internados exclusivamente pelo vírus. Agora, ocupam os leitos por terem doenças de base e também por estarem infectados.

“Com o espalhamento da ômicron, as pessoas estão com doenças que já existem, estando também contaminadas com o vírus. E precisamos eleger essas pessoas para hospitais dedicados à covid. Portanto, esse aumento se deu por pessoas que levam a covid para dentro de hospitais e pelas pessoas que procuram as unidades com sintomas gripais, e que têm outras comorbidades. A realidade do aumento é de pessoas com outras patologias, afetas pela covid”, explica Tereza Paim.

Gravidade menor
Os sintomas, segundo ela, estão mais leves e o tempo de permanência nesses leitos, menor. “Entre março e outubro, o tempo médio era de sete a 10 dias. Hoje, está em torno de quatro dias, no máximo sete. Isso porque a gravidade da doença está menor, em relação à delta e gama, e por conta da vacinação. Pessoas vacinadas têm sintomas menos graves e menos preponderantes”, esclarece.

Isso não diminui, segundo ela, a gravidade da doença, que já matou mais de 27.819 baianos. “A covid é um grande problema de saúde pública, porque tenho que elencar os pacientes isolados, inclusive, e vai chegar uma fase que não vamos conseguir mais fazer isso. E essa é uma doença que só está existindo porque as pessoas deixaram de usar máscara, voltaram a se reunir com a família”, argumenta.

A previsão é que novos leitos sejam abertos até a próxima semana, para desafogar a fila. Cerca de 30 leitos (em torno de 15 clínicos e 15 de UTI) serão abertos no Hospital Espanhol, além de um centro cirúrgico específico para pacientes com covid-19 que precisem operar. “O Espanhol vai chegar ao máximo de sua capacidade instalada e temos estimulado os municípios a abrirem leitos próprios”, anuncia a secretária Tereza Paim.

Somente em Salvador, a prefeitura ampliou o número de leitos clínicos de 110 para 191, entre 30 de dezembro e 11 de janeiro. A ocupação, até a tarde de ontem era de 82%. Em relação aos leitos de UTI, com 67% de ocupação, a prefeitura abriu mais 60, até a última sexta-feira (21). O CORREIO solicitou dados sobre a espera nas filas de regulação da capital, mas a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) não enviou os números.

Interior se adapta ao avanço da ômicron
O município de Guanambi, no Centro-Sul, abriu 20 novos leitos para covid-19 na última semana. A prefeitura ainda intensificou a fiscalização da vigilância sanitária e dobrou a equipe de vacinação. Essas ações ocorrem no momento em que a cidade acumula o maior número de casos ativos desde o início da pandemia e é a segunda no ranking, em toda a Bahia.

Guanambi, que tem pouco mais de 80 mil habitantes, tem 612 pessoas contaminadas. Segundo a prefeitura, quando houve o pico da doença, em março de 2021, não chegou a 60% desse número. Há pouco mais de um mês, no dia 20 de janeiro, eram 26 casos ativos.

Já Barreiras, no Extremo-Oeste baiano, quase triplicou a capacidade de testagem. Até o início de janeiro, eram, em média, 60 coletas por semana. A partir dessa semana, são 200 amostras coletadas. A quantidade de testes positivos aumentou. Dia 3 de janeiro, dos 134 testes feitos, 46 positivaram (34,3%). Na última segunda (24), esse percentual foi de 46,6%. São Desidério, na mesma região, saiu de 6 para 195 casos ativos, basicamente no mesmo período.

Em Feira de Santana, no Centro-Norte, 33 pessoas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas aguardam transferência para hospitais. Segundo o secretário de saúde, Marcelo Britto, nenhuma é por covid. “Tivemos um aumento de 40% no número de atendimentos ambulatoriais e na unidade pós-covid, para pessoas que se recuperam das sequelas da doença, mas pouquíssimos internamentos, afirma o secretário.

Atualmente, Feira é a terceira cidade com maior número de casos ativos da covid. São 576, número quase quatro vezes maior que no dia 2 de janeiro, quando eram 145. A quantidade de casos confirmados da doença também teve alta, de 3.275%, no mesmo período. Em contrapartida, houve uma redução nas hospitalizações, de 83,3%.

Em Barra do Rocha, no Sul baiano, a prefeitura aplicou toque de recolher, até a próxima segunda-feira (31), das 22h às 5h, e também proibiu o funcionamento de bares e restaurantes nos finais de semana. A quase 500 km dali, em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul, houve ampliação do horário de atendimento do centro covid - que funciona até 0h dia de semana e até 17h final de semana - e abertura de mais cinco unidades de testagem.

A União dos Municípios da Bahia (UPB) foi procurada, mas não pôde disponibilizar fonte até o fechamento da matéria.

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O terceiro ano da covid-19 começou sem trégua: a Bahia registrou a maior taxa de transmissão da doença desde o início da pandemia. No dia 19 de janeiro, esse indicador, chamado de fator RT, ficou em 4,36. Nesta segunda-feira (24), ele estava em 2,22. Isso significa que cada 100 infectados passarão o vírus para outras 222 pessoas. Embora tenha caído no período de cinco dias, o número é o maior já registrado após o novo coronavírus atingir o auge no estado, em meados de 2020.

Para que a pandemia fique controlada e haja redução da curva de contágio, ele precisa estar abaixo de 1. No dia 1º de janeiro, esse índice estava em 0,42. Em comparação com o balanço mais recente, o aumento foi 423,8% na taxa de transmissão do estado, que também está acima da média nacional, fixada em 1,64. Ou seja, os pacientes da Bahia transmitem o vírus para mais gente do que a soma geral de todo Brasil.

Os dados foram fornecidos ao CORREIO pela pesquisadora Juliane Fonseca, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz. Ela é doutora em matemática e desenvolve modelos para avaliar a evolução dos números da pandemia. “Tivemos um boom no número de casos, que levou a um aumento drástico no RT. Ele já começa a se estabilizar, mas a média na Bahia é de 3, ainda sim, um RT alto”, avalia Juliane.

Ela explica que a tendência de aumento do número de casos hoje é maior que no início da pandemia, quando um outro fator era utilizado: o R0. “No início da pandemia, o fator de transmissão é muito instável, porque ele está pegando os primeiros dados. Por isso que calculamos por uma outra métrica, o R0, correspondente ao RT. Mas há um crescimento muito maior de notificação diária de casos se se comparar com outros períodos, outras ondas. Isso mostra que a ômicron acelera a transmissão”, constata a pesquisadora.

Juliane ainda esclarece que considera também as subnotificações no cálculo da taxa. “Sabemos que existe o quesito subnotificação e os assintomáticos, que são pessoas que podem transmitir a doença sem sequer apresentar sintomas. Então, incluímos na métrica a hipótese otimista de que a transmissão da doença pelos assintomáticos ou casos não detectados é uma transmissão um pouco menor do que a transmissão daqueles que apresentam sintomas”, esclarece. Ela pontua ainda que o apagão de dados do Ministério da Saúde pode ter influenciado no cálculo.

Sobrecarga no Lacen
Essa grande quantidade de infectados pode ser observada pelos resultados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Um a cada dois testes analisados dá positivo. No dia 1º de janeiro, esse número era menor que sete - um aumento de 723% de amostras positivas para a doença, em três semanas. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o laboratório passou a receber mais que o dobro de testes por dia neste período.

Antes, eram menos de dois mil testes recebidos. Agora, passa de quatro mil. Para dar conta, o tempo de processamento teve que aumentar de 48 para 72 horas. “O Lacen trabalha 24 horas por dia para dar vazão ao número de amostras e não atrasar tanto o prazo de entrega do exame, mas teve aumento na entrega dos resultados”, comenta o técnico da vigilância epidemiológica do estado, Ramon Saavedra.

A ômicron, considerada mais transmissível por especialistas, também é a culpada pela alta no número de casos ativos, que saltou de 1.830 para 19.995, nos primeiros 24 dias de janeiro. Isso significa um aumento de 992,6% na circulação do vírus. A nova cepa, detectada no estado somente no dia 10, também já representa 76,5% das infecções no território baiano.

O número mais preocupante, hoje, é justamente essa quantidade de casos ativos. “São as pessoas que estão cursando a doença e são potenciais transmissores do vírus. Vínhamos numa situação de controle da situação epidemiológica, mas o aumento que tivemos do dia 1º de janeiro para cá é gritante, uma progressão exponencial”, alerta Saavedra.

Por isso que, segundo ele, é preciso manter as medidas restritivas. “Se esses casos ativos, que são pessoas que têm potencial de transmissão do vírus, estiverem circulando no território, pode aumentar a transmissão na comunidade. Até porque elas vão estar se recuperando de suas residências e, por achar que já estão boas, podem sair antes da hora. Por isso, é preciso a manutenção das medidas de proteção e de distanciamento social”, orienta Saavedra.

Os locais de maior alerta para a transmissão do vírus são Salvador e Região Metropolitana, pela densidade populacional. “É essa grande circulação de pessoas que o vírus precisa para estar se perpetuando”, esclarece. O número de mortes e internamentos não cresce na mesma proporção que o aumento de casos, segundo ele, o que indica sintomas mais leves.

A contaminação desenfreada faz o governo do estado retroagir em algumas medidas, como diminuição do público em festas de 3.000 para 1.500 pessoas e suspensão de visitas nas unidades de internação. O atendimento presencial também foi suspenso na Câmara Municipal de Salvador (CMS), até a próxima segunda-feira (31).

Ômicron é 10 vezes mais transmissível
Segundo Andréa Mendonça Gusmão, doutora em Virologia pela Unicamp e professora de Virologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e UNIFTC, já era esperado um aumento de casos após as festas de final de ano. Isso porque a ômicron é mais transmissível do que todas as outras cepas do novo coronavírus que já circularam.

“A ômicron é 10 vezes mais transmissível que a delta, que já era uma variante com maior transmissibilidade, quando comparado com a alfa e beta. Então ela pode ser considerada uma variante supertransmissível. A capacidade de transmissão de uma pessoa infectada é de cerca de 10 a 20 pessoas. Somado ao relaxamento e as festas que aconteceram final do ano, resultou na explosão de casos que estamos vivendo”, detalha Andrea Gusmão.

Ela também cita estudos sobre o tema que indicam uma melhor adaptabilidade do vírus na população. “Estamos observando que é uma variante menos invasiva, menos virulenta que as anteriores, como a de Wuhan, na China. Ela tem maior afinidade pelas células do trato respiratório superior, por isso que os sintomas são mais dor de cabeça, dor de garganta e coriza, e não síndromes respiratórias graves”, afirma.

Por se ligar mais às células respiratórias da parte de cima do corpo, ela se torna também mais transmissível. “Ela termina sendo transmitida com mais facilidade, quando a pessoa fala ou espirra, por exemplo”, conta Andrea. Sobre as pessoas infectadas após tomarem até três doses da vacina, ela explica que se deve à mutação do vírus. “A variante mudou tanto que a imunidade desencadeada pelas cepas iniciais reduziu e a vacina perdeu eficácia. Ela protege contra o risco de óbito, mas não protege contra a infecção pela variante”, conclui.

Sintomas mais leves
A estudante de fisioterapia Vanessa Fernandes, 22, foi uma das que se contaminou com a nova variante. O teste dela deu positivo na última sexta-feira (20), mas os sintomas começaram na terça (18). Ela acredita ter se contaminado após viajar com a família para a Ilha de Itaparica. “Fiz o teste antes de ir para a ilha e deu negativo. Só que tive contato com a família e a maioria das pessoas que voltou para casa já começou a sentir os sintomas”, conta Vanessa.

Das 22 pessoas que frequentaram a casa, pelo menos oito testaram positivo. Vanessa nunca tinha pego covid-19 desde o início da pandemia e está vacinada com três doses. Todos os infectados, porém, só tiveram sintomas leves, como dor de cabeça, moleza no corpo, tosse e febre baixa. “Desde sexta que não sinto mais nada, só um pigarro chato na garganta”, relata.

A empresária Rita Avoletta, 58, teve sintomas ainda mais leves. “Tive dor de garganta por um dia e fiquei rouca por uns quatro dias. Só fui fazer o exame porque tinha pego gripe forte em dezembro, tinha feito o exame e tinha dado negativo. E, quando foi agora em janeiro, fiquei rouca e com coriza, só que deu positivo”, narra Rita. Ela testou positivo na última terça-feira (18) e também tomou as três doses da vacina contra a covid-19.

Cidades com maior número de casos ativos

Salvador - 5.364
Guanambi - 612
Feira de Santana - 576
Camaçari - 494
Porto Seguro - 476
Jequié - 439
Barreiras - 421
Lauro de Freitas - 420
Itabuna - 358
Vitória da Conquista - 314

Fonte: Sesab

Publicado em Bahia

Chegou nesta segunda-feira (24) no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior paulista, um carregamento de 1,8 milhões de doses de vacina pediátrica contra a covid-19. É o terceiro lote enviado ao Brasil do imunizante da Pfizer destinado a aplicação em crianças.

A entrega de hoje estava prevista para ser realizada na próxima quinta-feira (27), porém foi antecipada pelo laboratório norte-americano. Já tinham sido enviadas 2,5 milhões de doses desde que a vacinação de crianças com idade entre 5 e 11 anos foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até o fim de março, o governo federal espera receber 20 milhões de doses de vacinas pediátricas da Pfizer.

Na última sexta-feira (21), a vacina Coronavac também foi incluída pelo Ministério da Saúde no plano de imunização contra a covid-19 para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade. O governo federal está negociando os termos de compra com o Instituto Butantan, que produz o imunizante no Brasil em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

 

 

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