Domingo, 28 Abril 2024 | Login

O Brasil é um dos países com maior proporção de alunos matriculados em cursos para formar professores, mas com um dos mais baixos índices de interesse na profissão. Para especialistas, isso mostra que a docência se torna opção pela facilidade em ingressar no ensino superior, baixas mensalidades e alternativa de cursos a distância - não pela vocação. Estudos internacionais mostram que um bom professor é um dos fatores que mais influenciam na aprendizagem.

Os dados são de pesquisa feita pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que traçou o perfil de quem estuda para ser professor na América Latina e Caribe. Enquanto no Brasil, 20% dos universitários estão em cursos como Licenciatura e Pedagogia, na América Latina são 10%, em países desenvolvidos, 8%.

Em compensação, só 5% dos jovens brasileiros dizem querer ser professores quando estão no ensino médio. E, apesar da grande quantidade de alunos desses cursos no Brasil, faltam docentes para lecionar disciplinas específicas, em áreas de Exatas e Ciências.

Na Coreia do Sul, por exemplo, 21% se interessam pela profissão e só 7% ingressam, de fato, na universidade, porque há muita concorrência e maior seleção. No Chile e no México, os dois índices são mais próximos, cerca de 7% se interessam e menos de 15% cursam Pedagogia ou Licenciatura.

Segundo o Estadão apurou, o Ministério da Educação (MEC) deve anunciar no fim do mês um programa de formação de professores com revisão de diretrizes curriculares.

"Muitos alunos em ensino médio entram em programas de formação de professores por um refúgio, não há muita exigência e acaba sendo um caminho mais fácil para conseguir um título", diz o economista chefe da divisão de educação no BID, Gregory Elacqua. "Isso não é bom para a educação."

A pesquisa mostra ainda que a nota no Pisa - avaliação internacional de estudantes - dos jovens brasileiros e outros latinos que querem ser professores é mais baixa que a da média. Em países como Alemanha, Finlândia e Japão, ela é mais alta que a dos demais. Como consequência, depois de formados, os professores da América Latina têm dificuldade em passar em concursos públicos ou receber certificações.

"A gente atrai as pessoas mais vulneráveis e que lá na frente vão enfrentar o desafio de educar crianças vulneráveis também", diz a diretora de políticas públicas do Instituto Península, que atua na área de formação de professores, Mariana Breim. "Se é este público que está procurando a docência, temos de abraçá-lo e fazê-lo se apaixonar por ela", completa. Os dados mostram que 71% dos alunos de Pedagogia e Licenciatura são mulheres no Brasil, índice semelhante em outros países latinos.

Mariana vê como um problema o rápido crescimento de cursos a distância para formar professores. Hoje, 1,6 milhão de pessoas cursam licenciaturas no Brasil, 60% delas a distância. Pesquisas mostram que essa modalidade tem maior evasão e que 70% dos alunos não realizam nem a quantidade mínima de horas de estágio obrigatório. "A docência é uma atividade relacional. Ele vai dar aula presencial e não remota depois. O aluno precisa de ajuda para permanecer na universidade e precisa ir para a escola desde os primeiros anos."

Para Elacqua, o Brasil deve investir fortemente na valorização da profissão, com campanhas nacionais, como fizeram Cingapura e Coreia, além de selecionar com mais rigor quem pode ser professor e ter bolsas para garantir a permanência desses estudantes nos cursos. Dados mostram que de dez alunos que ingressam em cursos de formação docente, quatro evadem nos dois primeiros anos e mais dois no restante. Isso ocorre pela qualidade do curso, mas também pela dificuldade em terminar o ensino superior, já que a maioria está em universidades privadas

Proposta
Uma das propostas do Movimento Profissão Docente, que reúne entidades do terceiro setor, com apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é uma bolsa que juntaria o valor de dois auxílios que já existem hoje no Ministério da Educação (MEC), com novas exigências. A nova bolsa pagaria R$ 1,3 mil. As bolsas foram reajustadas para R$ 700 pelo governo Lula.

O MEC disse que a formação docente é tema prioritário e que um dos focos é aproximar estudantes que querem ser professores das salas de aula. A ideia é o "fortalecimento dos programas de licenciatura, revisando as diretrizes, em parceria com as instituições".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A taxa de desocupação no Brasil ficou em 8,4% no trimestre encerrado em janeiro, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 7,9% e 8,5%, mas acima da mediana de 8,2%.

Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,3%.

No trimestre móvel até dezembro, a taxa de desocupação estava em 7,9%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.835 no trimestre encerrado em janeiro. O resultado representa alta de 7,7% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 275,134 bilhões no trimestre encerrado em janeiro, alta de 11,9% ante igual período do ano passado.

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As alunas de biomedicina da Unisagrado, faculdade particular de Bauru, em São Paulo, que haviam sido acusadas de etarismo contra uma colega de 44 anos, se desmatricularam da faculdade após a repercussão do caso, desde o último sábado (11).

A universidade informou ao Metrópoles que, após a instauração do processo disciplinar, as jovens “solicitaram a desistência do curso”.

“Comunicamos que foi instaurado processo disciplinar e, durante, as três estudantes solicitaram a desistência do curso de Biomedicina; dessa forma o processo perdeu o objeto e por isso foi finalizado”, disse a nota.

As jovens foram criticadas nas redes sociais após um vídeo no qual debocham da colega de sala, de 44 anos, viralizar. Elas dizem que a mulher deveria estar aposentada e que ela “não sabe o que é o Google”. “Gente, quizz do dia: como desmatricular uma colega de sala?”, pergunta uma delas no início do vídeo. Na sequência, outra menina responde: “Ela tem 40 anos. Já era para estar aposentada”.

Segundo o g1, as três estudantes estão arrependidas do que falaram na gravação e alegaram que foi uma brincadeira de mau gosto. Ela ainda revelou que o vídeo foi publicado no "close friends", mas acabou saindo da roda de amigos.

"Nunca foi na intenção de dizer que pessoas de mais idade não podem adquirir uma graduação, pois não tenho esse pensamento. Foi uma fala imprudente e infeliz que tomou uma proporção que não imaginávamos", comentou.

A sobrinha da mulher, que foi criticada pelas estudantes, comentou que a tia sempre teve vontade de estudar, mas nunca pode entrar em uma universidade por motivos pessoais.

"Ela sempre teve o sonho de estudar e nunca teve oportunidade. Hoje, ela conseguiu entrar em um curso que ela sempre quis e estava muito feliz e animada para começar as aulas, e daí surgem três meninas que só vivem na própria bolha, gravando vídeo zombando pela minha tia ser a mais velha da turma", disse.

Nas redes sociais, a universidade repudiou o preconceito cometido pelas estudantes.

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O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, deu mais detalhes nesta segunda-feira, 13, sobre o Voa Brasil, programa formatado para que um público específico, com renda de até R$ 6,8 mil, possa comprar passagens aéreas a R$ 200. A ideia, segundo ele, é que as companhias aéreas tenham um segmento dentro de seus programas de fidelidade dedicado ao programa. Com ele, servidores, aposentados e pensionistas, além de estudantes com Fies, poderão comprar duas passagens por ano ao preço de R$ 200 cada, parcelar em 12 vezes por meio de financiamento da Caixa, que fica então responsável por fazer o pagamento às áreas

França afirmou que é uma espécie de "consignado", mas negou que haja subsídio do governo, apenas o financiamento pelos bancos públicos. Em entrevista à CNN, ele citou a Caixa e também o Banco do Brasil. A previsão é de que quase 12 milhões de passagens sejam emitidas por ano dentro do programa.

Além do público-alvo citado pelo ministro, outras pessoas - que tenham renda de até R$ 6,8 mil - também poderão participar, desde que paguem de forma antecipada, e não parcelada. As passagens a R$ 200 ficarão restritas a um período específico do ano, meses "intermediários" das temporadas nos aeroportos: a partir da segunda metade de fevereiro até junho, e depois nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro.

Se a formatação do programa ocorrer bem, o ministro acredita que poderá iniciar o Voa Brasil no segundo semestre, utilizando 5% da capacidade ociosa das aeronaves. A porcentagem vai escalonando a cada semestre, até chegar a 20% no quarto semestre de funcionamento da política.

"Descobrimos obviamente que durante os meses intermediários aviões saem com 21% de passageiros a menos. Governo não entra com subsídio, ele ajuda a financiar, mas é tarefa da Caixa financiar. Diferença é que essas pessoas têm renda garantida, vai ser espécie de consignado, quando der ok vai ser descontado da previdência, do salário, não tem intermediação de banco, é 100% sem inadimplência", disse França.

Na avaliação do ministro, o programa vai provocar uma redução de preço geral nas passagens, uma vez que reduz a ociosidade enfrentada pelas companhias áreas. Ele afirmou inclusive que as ações das empresas teriam subido pelo entendimento de que a partir do programa "vão voar lotadas". "Temos uma luta paralela, que é o preço do combustível de aviação (QAV), a gente quer que seja reduzida. Mas as companhias estão fazendo seu papel, oferecendo ao governo um voo mais barato para muitas pessoas", disse.

O ministro ainda destacou o pedido do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que mais 100 aeroportos brasileiros passem a receber voos de carreira. Sem dar detalhes, França afirmou que quer mais empresas disputando o mercado e que uma "nova está chegando agora", sem dizer qual. "Número de aeroportos diminuiu porque voos ficaram concentrados em aeronaves maiores. Queremos várias empresas disputando, vai ter uma nova chegando agora que vai disputar mercado", disse.

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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, anunciou hoje (8) que a autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC) deixará de realizar a edição digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Palácios justificou o cancelamento da prova a distância alegando que poucos estudantes optaram por realizá-la desde sua criação, em 2020. Segundo o presidente do Inep, considerando a baixa adesão, o custo da versão digital de uma das principais formas de acesso ao ensino superior no Brasil não se justifica.

A Agência Brasil entrou em contato com as assessorias do Inep e do MEC, que confirmaram as informações divulgadas pelo jornal. De acordo com a reportagem, em 2022, só o Enem Digital custou R$ 25,3 milhões aos cofres públicos. Isso significa dizer que o valor por estudante foi de cerca de R$ 860, enquanto na edição impressa este custo foi de aproximadamente R$ 160.

“Resolvemos cancelar a edição digital e não há planos para que ela volte a ocorrer”, disse Palácios ao Estadão. As provas físicas do Enem deste ano estão previstas para serem aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro. Inicialmente, as inscrições para o exame regular deverão ser feitas entre 8 e 19 de maio.

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No dia 8 de março acontece a comemoração do Dia Internacional da Mulher. A data, criada em 1917 para representar a luta por justiça para o gênero, só foi oficializada em 1975, em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

Como dá para imaginar, diferente de outras datas comemorativas, o dia não foi criado pelo comércio. Mas muitos não conhecem os acontecimentos históricos que geraram a data, e porque ela é celebrada neste dia.

Da onde surgiu o Dia das Mulheres?

Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois deles são considerados determinantes para sua oficialização.

O primeiro foi uma tragédia que aconteceu em 1911: O incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York. Segundo pesquisadores, essa foi uma das primeiras vezes em que as terríveis condições de trabalho que as mulheres eram submetidas tomou as capas dos jornais;

O segundo é considerado um marco da História Contemporânea, e diz respeito a marcha das mulheres russa por pão e paz em 1917. Na época, as mulheres protestaram por melhores condições de vida, trabalho e pelo fim da Primeira Guerra Mundial - em um contexto que ainda não podiam votar.

Incêndio

Dois anos antes do incêndio em Nova York, em 1909, as mulheres que trabalhavam na fábrica têxtil haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino. Em conjunto com os sindicatos e com o Partido Socialista da América, elas se reuniram em uma passeata que reuniu cerca de 15 mil mulheres. A fábrica recusou as reivindicações.

Um ano depois, em 1910, o movimento inspirou a ativista alemã Clara Zetkin a criar uma data anual para comemorar a luta, nas conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague.

Já em 1911, a fábrica continuava mantendo as funcionárias em uma jornada de trabalho de cerca de 14 horas ao dia, em semanas que ultrapassavam as 60 horas, e eram remuneradas com 6 a 10 dólares. Elas também protestavam por mais segurança no trabalho.

Foi quando a fábrica pegou fogo, e dos 600 funcionários, 146 pessoas morreram, das quais 129 eram mulheres, no dia 25 de março. Por isso, o mês de março ficou marcado na história como uma conscientização do desastre.

Revolução Russa

Já o dia 8 de março surgiu quando as mulheres russas passaram a protestar por direitos igualitários, em 1917, no estopim da Revolução Russa. No dia 8 do mesmo ano, milhares de russas se reuniram em uma passeta pedindo pelo fim da Primeira Guerra Mundial, e contra o desemprego.

Nos anos seguintes, o Dia das Mulheres continuou a ser celebrado naquela data pelo movimento socialista, na Rússia e nos demais países do bloco soviético.

Oficialização

Com a luta feminista ganhando força e a consolidação do direito ao voto, em 1975, a ONU reconheceu a data como uma celebração dos direitos do gênero feminino e estabeleceu, então, que o dia 8 de março seria o Dia Internacional das Mulheres.

A partir daí, o evento passou a ser comemorado por mais de 100 países como um momento dedicado à luta pela igualdade de gênero.

 

No dia 8 de março acontece a comemoração do Dia Internacional da Mulher. A data, criada em 1917 para representar a luta por justiça para o gênero, só foi oficializada em 1975, em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

Como dá para imaginar, diferente de outras datas comemorativas, o dia não foi criado pelo comércio. Mas muitos não conhecem os acontecimentos históricos que geraram a data, e porque ela é celebrada neste dia.

Da onde surgiu o Dia das Mulheres?

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Vários eventos influenciaram a criação da data, mas dois deles são considerados determinantes para sua oficialização.

O primeiro foi uma tragédia que aconteceu em 1911: O incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York. Segundo pesquisadores, essa foi uma das primeiras vezes em que as terríveis condições de trabalho que as mulheres eram submetidas tomou as capas dos jornais;

O segundo é considerado um marco da História Contemporânea, e diz respeito a marcha das mulheres russa por pão e paz em 1917. Na época, as mulheres protestaram por melhores condições de vida, trabalho e pelo fim da Primeira Guerra Mundial - em um contexto que ainda não podiam votar.

Incêndio

Dois anos antes do incêndio em Nova York, em 1909, as mulheres que trabalhavam na fábrica têxtil haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino. Em conjunto com os sindicatos e com o Partido Socialista da América, elas se reuniram em uma passeata que reuniu cerca de 15 mil mulheres. A fábrica recusou as reivindicações.

Um ano depois, em 1910, o movimento inspirou a ativista alemã Clara Zetkin a criar uma data anual para comemorar a luta, nas conferências de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague.

Já em 1911, a fábrica continuava mantendo as funcionárias em uma jornada de trabalho de cerca de 14 horas ao dia, em semanas que ultrapassavam as 60 horas, e eram remuneradas com 6 a 10 dólares. Elas também protestavam por mais segurança no trabalho.

Foi quando a fábrica pegou fogo, e dos 600 funcionários, 146 pessoas morreram, das quais 129 eram mulheres, no dia 25 de março. Por isso, o mês de março ficou marcado na história como uma conscientização do desastre.

Revolução Russa

Já o dia 8 de março surgiu quando as mulheres russas passaram a protestar por direitos igualitários, em 1917, no estopim da Revolução Russa. No dia 8 do mesmo ano, milhares de russas se reuniram em uma passeta pedindo pelo fim da Primeira Guerra Mundial, e contra o desemprego.

Nos anos seguintes, o Dia das Mulheres continuou a ser celebrado naquela data pelo movimento socialista, na Rússia e nos demais países do bloco soviético.

Oficialização

Com a luta feminista ganhando força e a consolidação do direito ao voto, em 1975, a ONU reconheceu a data como uma celebração dos direitos do gênero feminino e estabeleceu, então, que o dia 8 de março seria o Dia Internacional das Mulheres.

A partir daí, o evento passou a ser comemorado por mais de 100 países como um momento dedicado à luta pela igualdade de gênero.

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Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica o número estimado de 822 mil estupros por ano no Brasil, equivalente a dois por minuto.

De acordo com informações da Agência Brasil, o levantamento tem como base dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE); e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, tendo 2019 como ano de referência.

A partir da estimativa, o Ipea calculou a proporção dos casos estimados de estupro que não são registrados pela polícia ou pelo sistema de saúde. A conclusão é que, dos 822 mil casos anuais, apenas 8,5% chegam ao conhecimento das autoridades policiais e 4,2% são identificados nas unidades de saúde.

“O quadro é grave, pois, além da impunidade, muitas das vítimas de estupro ficam desatendidas em termos de saúde, já que, como os autores ressaltam, a violência sexual contra as mulheres frequentemente está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade de sono, além de ser um fator de risco para comportamento suicida”, avalia o Ipea.

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Estudantes aprovados na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do primeiro semestre de 2023 podem fazer a matrícula. O prazo começa nesta quinta-feira (2) e segue até a próxima quarta-feira (8). A lista de aprovados está disponível no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Foram disponibilizadas, ao todo, 226.399 vagas para cursos de graduação, em 128 instituições públicas participantes, sendo 63 universidades federais. Puderam se candidatar os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com nota superior a zero na prova de redação e que não realizaram a prova na condição de treineiro.

Lista de espera
O prazo para participar da lista de espera começou a valer na última terça-feira (28) e segue também até o dia 8. A convocação dos candidatos da última etapa, por parte das universidades, está prevista para ocorrer a partir de 13 de março.

O Sisu reúne, em um sistema eletrônico gerido pelo Ministério da Educação, as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a maioria ofertada por instituições federais (universidades e institutos).

O sistema executa a seleção dos estudantes com base na nota do Enem. Até o limite da oferta das vagas, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos, eles são selecionados por ordem de maior classificação, em cada uma das duas edições anuais do Sisu.

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Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram, por unanimidade, derrubar o uso obrigatório de máscaras em aviões e em aeroportos. A votação, em reunião nesta quarta-feira, considerou a diminuição do número de casos de Covid-19 no país e o avanço da vacinação.Já o desembarque por filas para evitar aglomeração, os procedimentos de limpeza e a disponibilização de álcool em gel nos ambientes continuam valendo. Também fica a recomendação do uso de máscara pela tripulação nas aeronaves.

A decisão foi tomada pelo relator da medida, diretor Daniel Pereira, e acompanhada por todo o colegiado. Em seu voto, Pereira afirmou que “no atual contexto nacional e internacional da doença, tivemos diminuição nos casos de óbitos. O número de novos casos também vem representando queda na Semana Epidemiológica com redução de quase 90% entre novembro e janeiro. O número de casos também é inferior em comparação ao registrado em novembro de 2022, quando o uso de máscaras voltou à obrigatoriedade em aeronaves e aeroportos, e o de óbitos é inferior ao registrado em agosto [quando a Anvisa flexibilizou o uso de máscara]".

"Diante do exposto, entendo que é chegada a hora de um novo normativo. Concluo, assim, pela necessidade de adequação do dispositivo para a retirada da obrigatoriedade de máscaras pelos viajantes ", concluiu Pereira. 

Fica a obrigatoriedade para que a tripulação oriente a recomendação pelo uso de máscara.

A diretoria também observou a alta na China e em outros países no final do ano passado com o afrouxamento geral de medidas de biossegurança, mas pontuou que os índices globais voltaram a declinar a partir de janeiro deste ano.

"Ontem, agregamos contribuições do setor. É observado que as pessoas só usam a máscara quando chegam nos aeroportos. A medida também não é adotada em outros países. Houve uma importante redução dos tripulantes a bordo nas aeronaves", apresentou o coordenador de vigilância epidemiológica em aeroportos presente na reunião, Cristiano Gregis.

O uso obrigatório de máscaras em aeronaves e aeroportos após a pandemia da Covid havia sido liberado pela primeira vez em agosto de 2022, mas a reguladora decidiu voltar com a norma em novembro do mesmo ano diante da alta do vírus no país e a proximidade com as festas de fim de ano.

O Ministério da Saúde iniciou, nessa segunda-feira, uma nova etapa da vacinação contra o coronavírus em todo o país com as doses bivalentes, em reforço contra as variantes da doença. O Movimento Nacional pela Vacinação também deve aumentar a cobertura vacinal com a dose monovalente entre crianças e adultos com o esquema atrasado.

"A vacina é a melhor estratégia de saúde pública para reduzir os danos e salvar vidas. Nosso trabalho é para que todos se vacinem, do mais ilustre ao mais desconhecido brasileiro", reforçou a diretora da Anvisa Meiruze Freitas acerca da campanha.

A liberação da Anvisa ocorre logo após o Carnaval, evento que naturalmente causa preocupação entre especialistas em saúde pela aglomeração. No entanto, diferente dos que se deram nos últimos três anos, este foi realizado em um cenário epidemiológico “positivo”, segundo o último boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo o informe, a maioria das cidades brasileiras festejou “em queda ou em situação compatível” com a oscilação de casos de problemas respiratórios, como a Covid.

 

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que suspenda a obrigatoriedade do uso de máscaras em aeroportos e aeronaves como forma de prevenção à covid-19. Para fazer o pedido, o CFM se baseou em uma revisão de estudos internacionais publicada na "Cochrane Library", cuja principal conclusão é de que a proteção facial não teria impacto significativo. Cientistas apontam fragilidades do estudo e questionam resultados. A Anvisa discute a questão em reunião na manhã desta quarta-feira, 1.

Publicado em 30 de janeiro, o estudo avaliou a eficácia da máscara na prevenção de doenças respiratórias - entre elas a covid-19. O trabalho revisa dados de outros 12 estudos e é assinado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido. A principal conclusão da revisão é que a máscara faz "pouca ou nenhuma diferença" como política de saúde pública destinada a evitar a disseminação de vírus respiratórios. O estudo reascendeu a polêmica que já havia provocado intensos debates no início da pandemia.

Um artigo de opinião assinado pelo jornalista conservador Bret Stephens e publicado no New York Times na semana passada jogou gasolina no já acalorado debate:

"(...) Quando se trata dos benefícios do uso de máscara em nível populacional, o veredito é: o uso obrigatório foi um fracasso", escreveu Stephens. "Os céticos que foram furiosamente ridicularizados e ocasionalmente censurados como ‘desinformantes’ estavam certos. Os principais especialistas que incentivaram as máscaras estavam errados. Em um mundo melhor, caberia a este último grupo reconhecer o erro, juntamente com seus consideráveis custos físicos, psicológicos, pedagógicos e políticos."

Antes mesmo de o artigo de Stephens ser publicado, o CFM já havia elencado o estudo de Oxford (entre outros trabalhos) no ofício enviado à Anvisa, datado de 13 de fevereiro:

"Ao final, conclui-se que, diferentemente do que ocorre no contexto de profissionais de saúde em ambientes hospitalares usando equipamentos de alto nível, não há justificativa científica para a recomendação ou obrigatoriedade do uso de máscaras pela população em geral como política pública de combate à pandemia de covid-19."

Pesquisadores brasileiros ouvidos pelo Estadão, no entanto, apontam falhas na revisão da Cochrane que podem ter enviesado os resultados e defendem a continuação da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões e aeroportos.

Os cientistas dizem que os britânicos compararam situações e momentos diferentes (em muitos casos não havia circulação significativa do vírus, por exemplo) e que não houve um controle por exemplo sobre como as máscaras teriam sido usadas.

"Foi uma infelicidade da Cochrane misturar uma revisão sistemática com uma meta-análise; fica uma salada, analisaram situações e momentos diferentes", afirmou a pneumologista da Fiocruz Margareth Dalcolmo, uma das maiores especialistas do País em covid-19. "Tirar desse estudo a conclusão de que uma barreira mecânica não protege contra uma doença viral de transmissão respiratória é uma estupidez completa."

O infectologista Júlio Croda, também da Fiocruz, outro expoente do combate à covid-19 no País, concorda com a colega. Croda explicou que todos os estudos incluídos na revisão são ensaios clínicos individuais.

"Muitos profissionais de saúde acreditam que os ensaios clínicos geram as evidências mais robustas para qualquer tipo de pergunta científica, o que não é necessariamente verdade", afirmou o especialista. "E essa dificuldade de entendimento sobre a qualidade das evidências atrapalha a compreensão das limitações de cada estudo."

Nos estudos analisados, o uso da máscara é uma recomendação.

"Ou seja, não temos como checar se as pessoas realmente usaram a máscara, se usaram durante todo o tempo, se usaram da forma correta como recomendado", ponderou.

"Por isso, os estudos clínicos de comunidade são os mais adequados para este tipo de avaliação. Nestes estudos, usamos comunidades semelhantes (nível econômico, educacional), como cidades, bairros ou aldeias. Em algumas fazemos campanhas educativas e distribuímos máscaras. Em outras, não. Como são comunidades semelhantes e a única coisa diferente foi a sua intervenção, é possível medir o efeito dessa intervenção."

De acordo com as orientações gerais da Organização Mundial de Saúde (OMS), revisadas no último mês, as máscaras são recomendadas para "qualquer pessoa em espaço lotado, fechado ou mal ventilado".

"Vale lembrar que a OMS não declarou ainda o fim da pandemia. É pouco provável que tenha outra onda, mas não é impossível. O vírus continua circulando", afirmou Margareth Dalcolmo. "Ainda que os aviões tenham filtros de ar novos, eu defendo o uso de máscara. Se houver um portador de vírus de transmissão respiratória, a chance de contágio é muito grande."

A Anvisa decide nesta quarta-feira se mantém a obrigatoriedade em reunião da diretoria colegiada.

Em nota enviada à imprensa por ocasião do recebimento do ofício do CFM, portanto antes do feriado do carnaval, a Anvisa informou que "pauta suas decisões nas melhores evidências científicas e está alinhada a organismos nacionais e internacionais de referência como o Ministério da Saúde, a OMS e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)."

A agência reforçou ainda que "há circulação do coronavírus no País, o que pode levar ao aparecimento de novas variantes de preocupação."

Também por nota, o CFM esclareceu que "não se posicionou contra as máscaras".

"O CFM apenas compartilhou com a Anvisa, por meio de ofício, o resultado de levantamento feito por pesquisadores sobre estudos relacionados à eficácia do uso de máscaras em aeronaves. O envio teve como objetivo contribuir com reflexão sobre o tema no âmbito daquela autarquia, em especial no que se refere ao trânsito de passageiros e tripulantes na aviação. No Brasil, chama a atenção o fato das máscaras serem obrigatórias apenas nos aeroportos e aviões, enquanto não são cobradas em outros ambientes, como shows e outras aglomerações. Diante disso, entende-se que cabe à agência avaliar os documentos e tomar medidas com base nas evidências arroladas, caso as considere pertinentes."

Publicado em Brasil