Quinta, 16 Maio 2024 | Login

Em operação para desarticular uma organização que utiliza o Porto de Salvador para escoar drogas para a Europa, a Polícia Federal prendeu preventivamente dois motoristas de caminhão suspeitos de tráfico internacional de entorpecentes e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na capital, em ação iniciada na última semana. Um terceiro mandado de prisão preventiva ainda está em aberto.

Os mandados são relacionados com a apreensão de 3 toneladas de cocaína no Porto de Salvador desde 2018. O primeiro suspeito foi preso na última quinta-feira (17), já o segundo foi detido na sexta (18). Os detidos são motoristas que transportavam a droga para o porto e serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de entorpecentes. O suspeito que ainda não foi encontrado cooptava novos condutores para o esquema. Nesta semana, foram realizadas as buscas e apreensões em Salvador.

As investigações são fruto de apreensões de drogas realizadas por meio de ações conjuntas de fiscalização da Polícia Federal com a Receita Federal no Porto de Salvador. Anteriormente, outros mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram cumpridos no âmbito da operação, que continua atuante mesmo após as últimas detenções. Segundo o órgão que trata do controle aduaneiro, já foram apreendidas mais de 6 toneladas de cocaína no porto da capital neste ano. Na Bahia, a quantidade já passa das 10 toneladas só em 2020.

“Já cumprimos outros mandados antes desses. É uma ação contínua para identificar os envolvidos e descapitalizar a organização criminosa. Não estamos focados apenas na apreensão da droga. Desejamos identificar o patrimônio, de recursos e a rede existente, dos traficantes para poder coibir o tráfico e reduzir o poder do grupo”, explica o delegado da Polícia Federal, Rodrigo Mota, que chefia a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal na Bahia.

No Brasil, foram apreendidas 32,4 toneladas de cocaína nos portos até julho de 2020, segundo a PF. A quantidade já ultrapassou o total de 2018, que fechou o ano com 32,3 toneladas interceptadas. Em 2019, o total do entorpecente apreendido nos portos brasileiros foi de 66,8 toneladas.

Esquema
O esquema montado para enviar a cocaína para a Europa conta com o apoio de motoristas de caminhões que levam produtos de exportação para o porto. Primeiramente, relata o delegado da PF, os condutores são cooptados pela organização, em seguida, eles passam a informar o grupo sobre as cargas que serão transportadas. Com base no material e seu destino, é enviada a ordem para que a motorista desvie do seu caminho antes de chegar no porto para colocar a droga junto com o material legal de exportação. Em uma viagem, o motorista ganha entre R$ 50 mil e R$ 70 mil.

Em caso de êxito do esquema, a cocaína é enviada para a Europa, principalmente, para os portos de Roterdã, na Holanda, e Antuérpia, na Bélgica. De acordo com o auditor-fiscal Marconi Andrade, da Receita Federal, que é responsável por fiscalizar as importações e exportação portuárias, pelo menos, um navio sai semanalmente de Salvador em rota direta à Europa.

“Os navios que saem de Salvador seguem diretamente para algum porto da Europa ou do Marrocos, com cerca de 600 contêineres.Também existe a rota para a América do Norte, mas nesta não é encontrada muita droga. Enviar a cocaína pelo mar é uma forma de conseguir mandar uma grande remessa do entorpecente de uma só vez”, afirma o auditor-fiscal. Segundo ele, até hoje, não foi encontrada nenhum outro tipo de droga no porto de Salvador.

Procurada, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) afirma investir na segurança portuária com “ações que envolvem atividades de inteligência, capacitação da Guarda Portuária, instalação de barreiras físicas e modernização do sistema de controle de acesso dos Portos administrados pela Companhia”. De acordo com a empresa, em média, 60 navios partem, mensalmente, do Porto de Salvador com destino a Europa.

A ação não é exclusividade soteropolitana, mas a capital está entre os três portos do Brasil na ocorrência de crimes do tipo, junto com o de Santos e de Paranaguá, informa o delegado da PF. O auditor-fiscal complementa que as organizações criminosas atuam em vários locais para escapar da fiscalização mais pesada.

“Quando aperta em um porto, eles migram para outro. Essa é uma atividade muito rentável. A organização criminosa não busca apenas a vulnerabilidade do porto, mas também a logística dele, como ele funciona e quais rotas atende”, explica Andrade.

Fiscalização
O trabalho de fiscalização no Porto de Salvador vem se intensificando nos últimos dois anos, garante o delegado da PF. O aumento na fiscalização permitiu que mais cocaína pudesse ser apreendida na capital, mas a maior quantidade de droga interceptada também é consequência do crescimento da atuação dos traficantes.

Em 2017, segundo a receita federal, foram interceptadas 2 toneladas da droga no Porto de Salvador, a quantidade caiu para 1,5 tonelada em 2018, subindo para 2,1 em 2019, até chegar às mais de 6 toneladas neste ano.

Mesmo com toda a fiscalização, parte da droga acaba chegando na Europa, por isso, não é possível precisar a quantidade que é exportada. A Polícia Federal e a Receita Federal mantém contato direto com os agentes fiscalizadores dos portos europeus já que parte do entorpecente é interceptada ao chegar no continente.

Tecnologia
Os órgãos possuem um esquema tecnológico para conseguir impedir o envio de drogas para o exterior por meio do porto. Segundo o auditor-fiscal, um cruzamento de dados aponta quais containers possuem maior chance de carregarem as mercadorias ilegais. As cargas suspeitas passam por uma fiscalização manual. Além disso, todos os produtos enviados para a Europa e o Marrocos passam por um scanner e toda mercadoria que entra no porto é registrada. O trabalho é árduo já que 25 mil contêineres passam pelo Porto de Salvador por mês, estima a Receita Federal.

“Temos que usar um trabalho de inteligência com o apoio da tecnologia, que é a área que mais temos investido atualmente. Com isso, buscamos conseguir achar o alvo correto nesse universo gigante de containers”, afirma Andrade.

Após a apreensão da droga, as investigação ficam apenas por parte da Polícia Federal. Todas as informações sobre a carga são compartilhadas com o órgão para que seja possível identificar os suspeitos de cometer o crime.

Rota da cocaína
O Brasil não produz a cocaína, mas é principal responsável por escoar a droga para a Europa, afinal, o uso do oceano atlântico reduz as distâncias que o entorpecente deve percorrer para chegar ao velho continente. Segundo o delegado da PF, Bolívia, Peru e Colômbia são os produtores da substância, que tem na Europa seu grande mercado consumidor.

A PF acredita que se trata de vários grupos que atuam de forma separada em prol do tráfico internacional da cocaína. Ou seja, uma organização é responsável por cada passo do processo, desde a produção da droga até a distribuição para os consumidores do outro lado do Atlântico.

Além de ser um grande mercado consumidor, o envio da cocaína para a Europa permite que a droga escoe para outros continentes, como a Ásia, ressalta o auditor-fiscal. Os Estados Unidos recebem o entorpecente por outras rotas.

Apreensões de cocaína no Porto de Salvador em 2020

31 de janeiro: uma carga de mais de 1.2 toneladas de cocaína foi apreendida em meio a uma remessa de celulose com destino ao Porto de le Havre, na França.
25 de fevereiro: foram apreendidos 650 kg da droga em uma carga de limão com destino ao Porto de Roterdam, na Holanda.
20 de abril: foram interceptados 800 kg do entorpecente em um carregamento de manga, com destino ao Porto de Roterdã.
27 de abril: uma carga de 1,13 toneladas da droga foi apreendida em meio a uma remessa de manga para o Porto de Roterdã
11 de maio: uma remessa de 550 kg de cocaína foi apreendida em uma carga de uva, com destino ao porto de Roterdã
15 de junho: um carregamento de 673 kg foi apreendido em uma carga de coquinhos secos, com parada no porto de Roterdã e destino ao Egito
14 de agosto: foram apreendidos 915 kg da droga em meio a uma carga de fumo, com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica
Recentemente, um carregamento de 340 kg de cocaína foi apreendida, mas a data não foi divulgada devido às investigações do caso

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Três toneladas de drogas apreendidas em Salvador e Região Metropolitana foram incineradas nesta quarta-feira (23). Foram queimados crack, maconha e cocaína.

Com apoio da COE, equipes da Coordenação de Narcóticos do Draco levaram os 3.000 kg de entorpecentes até um município da RMS, onde foi realizada a destruição. Integrantes do Ministério Público Estadual e da Vigilância Sanitária acompanharam o procedimento.

“Solicitamos autorização da Justiça para ir destruindo todo o montante de entorpecentes apreendido ao longo do ano. Sempre depois dos materiais passarem por perícias no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Essa é mais uma etapa do trabalho de combate ao tráfico de drogas”, declarou a titular da Coordenação de Narcóticos do Draco, delegada Andréa Ribeiro.

Em Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) também promoveu destruição de drogas. Cerca de 300 kg de maconha, cocaína e crack foram incinerados.

Os entorpecentes foram apreendidos nos meses de agosto e setembro deste ano. "Também convidamos o Ministério Público para acompanhar todo o processo. Seguiremos firmes investigando e capturando aqueles que comercializam drogas", afirmou o titular da DTE de Vitória da Conquista, delegado Neuberto Costa Souza.

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Flagrado se comunicando por chamada de vídeo com um preso, um suspeito levou a polícia baiana a identificar uma quadrilha envolvida em pelo menos 30% dos roubos de veículos em Salvador e Região Metropolitana. No momento da ligação, o homem pegava instruções com o detento sobre para qual destino deveria levar o veículo roubado. O movimento foi visto por uma equipe da Polícia Militar, que trocou informações do ocorrido com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), e cinco pessoas foram identificadas inicialmente.

Na noite desta terça-feira (15), policiais das forças da Secretaria de Segurança Pública e da própria Seap fizeram uma batida em três celas do prédio principal do Complexo Penitenciário da Mata Escura, numa operação batizada de ‘ZapCar’. A ação tinha como objetivo identificar dois líderes da suposta quadrilha e, com eles, acabaram sendo encontrados dez aparelhos telefônicos, duas baterias, seis fones de ouvido, cabos USB, cinco carregadores, uma faca e anotações diversas.

De acordo com o superintendente de gestão prisional, coronel Júlio César Ferreira, a ação de identificação do grupo foi resultado do trabalho de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Penal. “As polícias foram até a cela do preso e nas outras duas laterais, fizeram uma abordagem e, enquanto eles estavam trancados, conseguiram encontrar o material”, conta.

Ainda segundo o coronel, dos cinco identificados, dois estavam presos no complexo e ao menos três atuavam do lado de fora, mas acredita-se que o número de participantes da quadrilha seja muito maior. Conforme apurado pelo CORREIO, um dos presos chama-se Alisson Matheus e é provável que ele seja o líder do bando. Os dois detentos são de meia idade, na faixa dos 30 anos, foram presos ainda esse ano e já possuem várias passagens por estelionato, receptação de veículos e formação de quadrilha. Ambos estão no presídio aguardando decisões da justiça e, por isso, a identidade deles não foi revelada.

O esquema
Mesmo presos, eles continuavam comandando roubos e vendendo carros pelo celular. Comandante da Operação Apolo da Polícia Militar, o major Elbert Vinhático, conta que a PM deu suporte à Seap na operação dentro e fora do presídio. O major explica que o esquema costumava funcionar da seguinte maneira: alguém ligava para os líderes presos e descrevia o modelo do carro que queriam, e os presos, por sua vez, acionavam os comparsas na rua para realizar o furto ou roubo do veículo encomendado.

“Daí, [depois do roubo], o comparsa retornava a ligação e buscava onde esse veículo deveria ser entregue. A rota mais comum desse mercado é Feira de Santana”, conta. No mês passado, inclusive, a polícia feirense flagrou um suspeito de 25 anos com um veículo modelo Corolla, roubado em Salvador em 2019, e já com placa clonada. Ao seguir o carro, a equipe ainda encontrou com ele 100 kg de drogas, fuzil, metralhadora e uma espingarda, num condomínio de classe média alta.

De acordo com o coordenador de Inteligência Prisional da Seap, Cyro Freitas, os veículos roubados são fraudados e depois comercializados como se fossem lícitos. Os presidiários foram transferidos para um setor com maior segurança para recebimento de presos de alta periculosidade, conforme informações da SSP.

Má conduta carcerária
Por causa do flagrante de objetos proibidos nas celas, a dupla presa sofrerá um processo administrativo disciplinar (PAD) e serão investigados num novo inquérito. Neste PAD, eles serão taxados como presos de má conduta carcerária e poderão perder o direito a progressão de regime, um benefício que permitiria, por exemplo, responder em liberdade. Por ser material de prova, os celulares encontrados no presídio serão periciados pela polícia técnica.

Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários da Bahia (Sinspeb), Reivon Pimentel disse que a descoberta do esquema foi um desdobramento de uma operação realizada pelos policiais penais há cerca de quinze dias, quando um celular foi encontrado numa cela e enviado para verificação pelo Grupo de Segurança Institucional (GSI). Depois disso, foi feito um contato com o Serviço de Investigação da Polícia Civil, que deu início à apuração que rendeu nesta segunda revista na qual os dez aparelhos foram achados com Alisson.

Segundo Pimentel, as unidades prisionais não têm barreiras de contenção, bloqueadores de sinais telefônicos e nem mesmo câmeras de monitoramento. A ausência destes recursos facilita que comparsas arremessem não só celulares, mas uma diversidade de itens, dentro dos presídios. “Por falta de tecnologia, as prisões perdem para o escritório do crime”, aponta.

O número absoluto de furtos e roubos que podem ter sido cometidos pela quadrilha é uma estatística da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) e o dado não foi informado. Responsável por boa parte da investigação que culminou na identificação dos cinco suspeitos, a unidade foi procurada pela reportagem, mas o delegado titular, Glauber Eiji Uchiyama informou não ter disponibilidade para esclarecer os fatos.

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Um presidiário comandava, de dentro do Complexo Penitenciário da Mata Escura, cerca de 30% dos roubos de veículos na capital baiana e Região Metropolitana. Ele foi identificado na operação batizada de 'ZapCar', realizada pelas forças das Secretarias da Segurança Pública (SSP) e de Administração Penitenciária (Seap), nesta terça-feira (15).

Dez celulares, acessórios e faca foram apreendidos, no início da noite desta terça-feira (15), em celas do prédio principal do presídio de Salvador. As equipes também localizaram duas baterias, cinco carregadores, seis fones, dois USB, uma faca e anotações diversas.

De acordo com o coordenador de Inteligência Prisional da Seap, Cyro Freitas, os criminosos, que já estão presos pelo mesmo delito, indicavam os veículos a serem roubados para serem fraudados e depois comercializados como lícitos através de aplicativos de mensagens.

O comandante de Policiamento Especializado (CPE), coronel Sérgio Freire, revelou que, em agosto, um comparsa dos criminosos foi alcançado por equipes da Operação Apolo enquanto fazia uma chamada de vídeo com o preso. “Ele pegava orientações sobre o destino que deveria dar para veículo roubado”, detalhou.

Os presidiários foram transferidos para uma unidade com maior segurança para recebimento de presos de alta periculosidade.

Integraram a operação coordenada pelo Grupo de Segurança Institucional (GSI) da Seap, policiais do Batalhão de Guardas (BG), da Operação Apolo, ambas da Polícia Militar, e da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) da Polícia Civil.

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Apontada como líder de uma organização criminosa, a delegada Maria Selma Lima não é a única acusada de delitos pela representação enviada ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público. Os delegados Glória Isabel Santos, diretora em exercício do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), e Glauber Eiji Uchiyama, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), também são citados como integrantes do grupo.

Assinado em agosto deste ano pela delegada Carla Santos Ramos, o documento alega que Glória Isabel, que substituiu Maria Selma na diretoria do DCCP, seria o braço direito da servidora apontada como líder da organização.

A denúncia indica que Glória Isabel teria permitido que as ações ilícitas continuassem acontecendo mesmo com a exoneração de Maria Selma. Um fato citado no documento é a liberação de Jadson Sousa da Silva, conhecido como “Jau ou Zeus”, apresentado na 5ª Delegacia (Periperi) em junho deste ano. O homem possui dois mandados de prisão em aberto e compõe o “Baralho do Crime” da SSP por ser um dos indivíduos mais procurados da Bahia.

“Apesar da informação dos mandados de prisão em aberto, a DPC Gloria Isabel Santos o libera, entregando-o a seu advogado”, afirma a autora do relatório.

As acusações contra Glauber Eiji Uchiyama apontam que ele teria auxiliado Maria Selma a proteger um traficante identificado como Anderson Santos Carvalho, preso em janeiro de 2020, após denúncia anônima de que ele conduzia um veículo com odor de droga. Foram encontrados sete tabletes de pasta base de cocaína no painel do carro.

O então titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos não teria efetuado a prisão em flagrante de Anderson, além de não realizar oitiva do condutor do veículo, não representar por sua prisão, não instaurar Inquérito Policial e ainda levar consigo o original do Laudo do Entorpecente. Segundo Carla Ramos, Glauber assinou a ocorrência do preso e fez uma apresentação da droga à imprensa.

Neste caso, segundo o relatório, Anderson foi solto antes de ser solicitado o apoio dos cães farejadores da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. Com a chegada do canil, um dos cães sinalizou a presença da droga no veículo.

O documento afirma que o traficante foi liberado sem ser interrogado apesar da substância ter sido encontrada no veículo em que ele conduzia. “Sequer Inquérito Policial foi instaurado para apurar o fato”, conclui a delegada que fez as acusações.

Telefonema
O relatório ainda aponta que, segundo o investigador Saulo Paim, o delegado Glauber Uchiyama recebeu um telefonema de Maria Selma ordenando que o veículo apreendido fosse levado à sede do departamento para posterior liberação. O pedido teria sido realizado porque a ex-diretora do DCCP estaria em companhia do advogado de Anderson Santos Carvalho, que conduzia o carro.

O investigador ainda teria contado a Carla Ramos que a droga só foi encontrada no painel do carro pela sua insistência em chamar o mecânico.

O veículo foi liberado para o condutor, indica o relatório. Após o ocorrido no começo do ano, Glauber Uchiyama foi nomeado titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos. “Não sabemos quantos veículos foram liberados a mando da DPC Maria Selma, sem uma investigação mais apurada que comprovasse a prática de crime e a autoria de delitos por quaisquer dos membros da Organização Criminosa chefiada pela mesma”, dispara a denúncia.

Procurado, Glauber Uchiyama preferiu não se posicionar, indicando que as respostas partem da assessoria de comunicação da Polícia Civil. A reportagem não conseguiu contato com a delegada Glória Isabel.

Em nota, a assessoria da polícia afirma que a Corregedoria da Instituição (Correpol) tomou conhecimento sobre um relatório com denúncias, na sexta-feira (4) e iniciou as apurações. Informa ainda que um procedimento relacionado a Maria Selma se encontra em andamento na Correpol e não há inquéritos instaurados contra os demais delegados citados no relatório.

Em resposta enviada ao CORREIO, o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB), delegado Fabio Lordello, afirma que a entidade acompanha o desdobramento dos fatos e vai prestar assistência jurídica a Glória Isabel e Glauber Uchiyama, que são sindicalizados.

“A ADPEB reafirma a importância de que toda investigação seja conduzida com transparência e que sejam asseguradas aos envolvidos todas as garantias constitucionais, notadamente o contraditório e a ampla defesa, direitos irrevogáveis atinentes a todos os cidadãos”, disse o presidente.

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Confronto com policiais militares provocou a morte de 12 jovens na madrugada de sexta-feira (6).
Familiares e amigos das 12 vítimas fatais da operação policial comandada pela Polícia de Rondas Especiais (Rondesp), no bairro do Cabula, na madrugada de sexta-feira (6), estão fazendo um protesto na Estrada das Barreiras, próximo ao mercado Todo Dia.

De acordo com informações da Central de Polícia, o protesto começou por volta das 17h30, com o fechamento da via pública. Segundo testemunhas, os manifestantes chegaram a atear fogo em um ônibus.

A Superintendência de Trânsito e Transportes de Salvador (Transalvador) informou que uma viatura foi deslocada para o local, mas não encontrou o grupo de manifestantes. Não há informações sobre a situação do trânsito no local.
Relembre o caso
Uma troca de tiros no Cabula, em Salvador, deixou pelo menos 12 pessoas mortas e três feridas na madrugada desta sexta-feira (6). De acordo com a Central de Polícia, o tiroteio aconteceu por volta das 4h, na Estrada das Barreiras, entre um grupo com cerca de 30 homens e uma guarnição da Polícia de Rondas Especiais (Rondesp Central).

Segundo a Polícia Militar, a guarnição da Rondesp recebeu a informação de que o grupo planejava arrombar uma agência bancária na Estrada das Barreiras. A PM encontrou um veículo abandonado durante uma ronda na área, e ao investigar a denúncia, percebeu que cerca de 30 homens estavam escondidos em uma baixada.

A guarnição foi recebida a tiros, e um sargento da Rondesp foi atingido de raspão na cabeça. A PM revidou e feriu 15 homens durante o confronto. Eles foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Das vítimas, doze não resistiram aos ferimentos e morreram após dar entrada na instituição. O sargento baleado durante a troca de tiros também foi socorrido, medicado e liberado ainda na manhã desta sexta-feira (6).
Inocência
Famílias uniram-se pela dor no Cemitério Quinta dos Lázaros, no sábado (7), quando foram enterradas seis das 12 vítimas da operação policial. Dezenas de amigos, vizinhos e parentes estiveram presentes no sepultamento de Natanael de Jesus Costa, 17 anos, Vitor Nascimento, 20, Everson Pereira dos Santos, 26, Caíque Basto dos Santos, 16, Jeferson Rangel e Agenor Vitalino, 19, e afirmaram que os jovens eram inocentes.

Familiares das vítimas disseram que foram ameaçadas no bairro por policiais - que apontaram armas para os ônibus que saíram do fim de linha da Engomadeira para o enterro - e garantiram que havia policiais à paisana no cemitério.

"Eles estão botando medo, enfrentando a gente com armas. Os meninos protegiam a gente. A gente tem medo é da polícia", disse uma mulher que mora no bairro há 59 anos, pedindo anonimato. "É uma injustiça. Eles têm que pagar. É tudo mentira o que estão dizendo", bradou uma tia de Natanael que não quis se identificar, ao defender que o confronto alegado pela polícia não existiu.

"Todo mundo gostava do meu filho... Ele era inocente! Agora vou criar os dois irmãos sozinha e trabalhar sozinha, porque era ele quem me ajudava", lamentava, aos berros, a costureira Marina Lima de Oliveira, 56 anos. Avó de Natanael, ela o criou como filho junto com os dois irmãos.
Policiamento reforçado
O policiamento na Estrada das Barreiras foi reforçado nesta sexta-feira (6) depois da morte de 12 suspeitos em confronto com a Polícia Militar na região do bairro do Cabula, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Quatro guarnições da polícia de choque, com apoio da Rondesp, Esquadrão Águia e Operação Gêmeos vão agir no bairro por um tempo indeterminado.

Segundo a polícia, há preocupação com retaliações de criminosos e o policiamento é para evitar represálias à população. Além disso, ainda hoje pela manhã, uma guarnição da Rondesp voltou ao local do tiroteio e foi alvo de disparos, segundo a polícia.

Todos os mortos na ação policial já foram identificados, mas os nomes não foram divulgados até o momento. Pelo menos nove deles têm passagem policial, informa a SSP. A polícia também investiga a possibilidade dos suspeitos terem participado de um assalto a banco no Stiep esta semana.

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PM foi recebida a tiros por grupo de 30 homens. Durante o confronto, 15 pessoas ficaram feridas e foram socorridas para o Hospital Roberto Santos.
Uma troca de tiros no Cabula, em Salvador, deixou pelo menos 12 pessoas mortas e três feridas na madrugada desta sexta-feira (6). De acordo com a Central de Polícia, o tiroteio aconteceu por volta das 4h, na Estrada das Barreiras, entre um grupo com cerca de 30 homens e uma guarnição da Polícia de Rondas Especiais (Rondesp Central).

Segundo a Polícia Militar, a guarnição da Rondesp recebeu uma informação de que o grupo planejava arrombar uma agência bancária na Estrada das Barreiras. A PM encontrou um veículo abandonado durante uma ronda na área, a ao investigar a denúncia, percebeu que cerca de 30 homens estavam escondidos em uma baixada.

A guarnição foi recebida a tiros, e um sargento da Rondesp foi atingido de raspão na cabeça. A PM revidou e feriu 15 homens durante o confronto. Eles foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Das vítimas, onze não resistiram aos ferimentos e morreram após dar entrada na instituição. Já nesta manhã, mais uma delas morreu. Entre eles estavam um adolescente.

O sargento baleado durante a troca de tiros também foi socorrido, medicado e liberado ainda na manhã desta sexta-feira (6). Segundo a Polícia Civil, todas as vítimas eram do sexo masculino. As outras três pessoas feridas no tiroteio continuam internada na unidade médica.

De acordo com a PM, junto com os criminosos foram encontrados uma grande quantidade de drogas ilícitas e 16 armas, muitas de calibre restrito. O policiamento foi intensificado na Estrada das Barreiras para impedir retaliações ou ameaças à população do bairro.

A identidade dos envolvidos ainda não foi divulgada pela polícia. Os corpos das vítimas fatais serão encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador, onde deverão passar por perícia.

Caso similar aconteceu no dia 17 de janeiro; relembre
Há 21 dias, também na Estrada das Barreiras, dois homens morreram e um tenente da PM ficou ferido em outra troca de tiros no local. O confronto aconteceu na madrugada do dia 17 de janeiro, em uma localidade conhecida como Vila Moisés.

Uma guarnição da Rondas Especiais (Rondesp/Central) realizava uma ronda no local quando suspeito da atitude de dois homens, que se esconderam ao ver a polícia. De acordo com a Polícia Militar, os policiais desceram da viatura e realizaram buscas no local.

Foi neste momento que eles encontraram um grupo de homens, que passou a atirar contra a PM. Um tenente da Rondesp foi baleado no pé direito, e durante o confronto, dois integrantes do grupo também foram baleados, enquanto os demais fugiram.

Tanto o tenente quanto os dois suspeitos foram socorridos para o Hospital Roberto Santos. Uma das vítimas foi identificada como Alexandre Leal, 22 anos. A dupla envolvida no tiroteio não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada na instituição médica.

Já o militar foi transferido posteriormente para o Hospital São Rafael. O segundo rapaz que morreu após ser baleado no tiroteio ainda não foi identificado pelas polícias Civil e Militar.

Após a troca de tiros com o grupo, os policiais da Rondesp apreenderam duas armas - uma pistola Glock 9mm e um revólver de calibre 38. Também foram apreendidos 40 trouxas de maconha, cartuchos e cápsulas. A ocorrência foi registrada na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHP)), para onde o material apreendido também foi levado.

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Marivaldo Cosme dos Santos foi autuado em flagrante por estupro; caso aconteceu na Pituba nesta manhã.
Um homem foi preso após se masturbar e ejacular dentro de um ônibus na manhã desta sexta-feira (30). O crime aconteceu na Rua das Rosas - paralela à Avenida Paulo VI -, na Pituba, por volta das 7h40. De acordo com o delegado Nilton Tormes, da 16ª Delegacia Territorial (Pituba), o ônibus estava cheio.

"Ele aproveitou que tinha muita gente no coletivo para encostar e esfregar a genitália dele na perna da vítima, que também estava em pé. A mulher pediu diversas vezes que ele se afastasse e quando percebeu a calça dela já estava molhada", contou em entrevista ao Correio24horas.

Ainda de acordo com o delegado, outra mulher, que havia sido importunada no mesmo coletivo, ajudou a parar o ônibus após ver a situação. O homem, identificado como Marivaldo Cosme dos Santos, foi levado por policiais da 13ª Companhia Independente de Polícia Militar à delegacia, onde foi autuado em flagrante por estupro.

"Antigamente, só era considerado estupro a situação em que houvesse conjunção carnal. Hoje, entendemos que qualquer ato libidinoso pode ser enquadrado nesse crime, a exemplo de apalpar partes íntimas ou beijar a pessoa sem consentimento", explicou o delegado.

As roupas da vítima e do acusado foram encaminhadas à perícia. A segunda mulher, que também disse ter sido importunada dentro do coletivo, não chegou a prestar depoimento.

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O soldado Anderson passeava de bicicleta quando foi baleado por dois homens - polícia diz que alvo dos disparos eram dois jovens.
O policial militar que foi morto a tiros em uma praça de Alagoinhas, município localizado a 108 quilômetros, não era o alvo dos atiradores, informou a Polícia Civil.

Os autores do crime, que aconteceu por volta das 20h da quarta-feira (28), já foram identificados. Ainda segundo a Civil, os autores do crime foram dois traficantes que estiveram no bairro para executar rivais.

O soldado Anderson Pinheiro, lotado na Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe/Litoral Norte), foi baleado por engano.

Ele passeava de bicicleta pela Praça Santa Isabel quando foi atingido pelos disparos de arma de fogo desferidos por dupla de traficantes, que chegou no local em uma motocicleta em busca de outros dois jovens.

Os alvos dos tiros eram dois adolescentes, moradores da localidade do Barreiro, também estavam em uma motocicleta. Eles foram baleados na perna, sem gravidade, e socorridos para um hospital de Alagoinhas.

Após ser alvejado, o soldado Anderson caiu da bicicleta e ainda correu buscando socorro dentro de um bar, mas não resistiu aos ferimentos e morreu antes da chegada de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A dupla fugiu na motocicleta logo após realizar os disparos. De acordo com a Polícia Civil, a Justiça já deu entrada no mandado de prisão dos criminosos, que estão foragidos. O caso está sendo investigado pelo titular da 2ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Alagoinhas, Jobson Marques).

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Atitudes que visam depredar o patrimônio público infelizmente não é uma novidade para cidades grandes como Salvador, e, mais uma vez, a má intenção de alguns, causa o prejuízo de todos. Recentemente, um dos cinco totens instalados em caráter de teste pela prefeitura, e que está localizado na Avenida Luiz Viana (Paralela), foi depredado e pichado, inviabilizando o funcionamento do aparelho.
Os totens têm como finalidade informar as linhas de ônibus que passam por aquele trecho da via, além do tempo de espera até que o transporte chegue ao ponto de parada, utilizando sistema de GPS para executar a função.
Apesar de decepcionados por não puderem usufruir do equipamento, os usuários do transporte público já não se mostram surpresos com os atos de vandalismo. “Era uma questão de tempo. Nada que fica em ponto de ônibus dura muito tempo intocado. Esse aparelho mesmo está bem exposto e é frágil. Só não pensei que fossem quebrá-lo tão rápido”, avaliou o estudante de administração, Luan Novaes.
Para a bancária Débora dos Santos, os atos de vandalismo têm como causa principal a falta de educação da população, que não consegue enxergar a importância que os equipamentos para orientar a essas mesmas pessoas. “É muita má-educação e, no final das contas, os prejudicados somos nós, pois esses equipamentos são feitos com nosso dinheiro. Eu fico imaginando as pessoas que poderiam ser orientadas, com relação aos horários dos ônibus, mas que agora, não tem uma previsão de quando vão poder fazer isso, ao menos neste ponto”, avaliou.
A depredação do patrimônio público é um problema comum a toda cidade, e que, muitas vezes, são resultados do mau uso de um acessório, ou mesmo o ato de vandalismo com objetivo apenas de danificar os equipamentos. Uma atitude que deixa como prejudicado principal o cidadão comum. Além disso, o custo de manutenção dos aparelhos também vem do contribuinte, o que leva a um duplo prejuízo.A Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), informou que cinco novos totens serão instalados pela cidade até o mês de abril, ainda em caráter de teste. Estes novos aparelhos ficarão em pontos de grande concentração de usuários de ônibus. Após este período, todos os dez equipamentos informativos passarão a funcionar efetivamente de modo regular, com informações sobre todas as linhas.
Além dos totens, outros aparelhos estão na lista de equipamentos de instalação pública danificados pelos vândalos, como é o caso dos postes de luz. No ano passado, foram gastos R$ 556.500,92, referentes a 20.186 metros de cabos/fios de iluminação pública furtados na cidade de Salvador, segundo dados da Secretaria Municipal da Ordem Pública (Semop).
Entre setembro de 2013 e 2014, a Secretaria Municipal de Manutenção (Seman) gastou R$ 1,2 milhão, com manutenção de equipamentos. De acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), Marcílio Bastos, um montante considerável deste gasto foi usado para reparar os atos criminosos contra o patrimônio público.
“O vandalismo consumiu mais da metade deste valor [de R$ 1,2 milhão]. Os equipamentos que sofreram mais com esta modalidade foram às praças e passarelas. Parque infantil, bancos, mesas, academia da saúde, e aparelhos de ginástica foram alguns dos equipamentos que sofreram baixas nos espaços abertos de lazer”, destacou Bastos.
Já em relação às passarelas, a pichação e a destituição de pisos, são as principais ações de manutenção. Atualmente 18 equipamentos deste tipo estão passando por recuperação e substituição de lâmpadas, cabos elétricos, e até guarda-corpos de ferro são roubados dessas passagens para pedestres, que estão presentes em quase todas as grandes avenidas da capital.

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