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Bahia com Tudo

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Muito se fala sobre a menor gravidade do coronavírus em crianças e adolescentes saudáveis. Mas nem por isso os mais novos devem deixar de tomar cuidado. Eles, por exemplo, correm o risco de desenvolver a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Na Bahia, um menino de 9 anos, morador de Salvador, foi a primeira morte registrada de um paciente com a confirmação da síndrome.

No total, 14 crianças e adolescentes entre 2 e 16 anos desenvolveram a enfermidade no estado até a quarta-feira, 26, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Além do garoto que acabou morrendo, três doentes continuam internados e 10 já tiveram alta.

Ao todo, o estado registrou 19 crianças e adolescentes com sintomas da síndrome que causa uma inflamação generalizada. Após o diagnóstico, foram detectados 2 pacientes com a também rara Síndrome de Kawasaki, que possui quadro similar à doença ligada ao coronavírus. Outros três casos suspeitos ainda não foram diagnosticados.

Ainda não se sabe qual é a relação exata entre a síndrome e o coronavírus. A doença acomete pacientes com até 18 anos infectados pela doença viral, de acordo com a Infectologista pediátrica, Anne Galastri. Em nota técnica, o Ministério da Saúde delimita a faixa etária até os 19 anos.

A médica informou que os adultos possuem um espectro de contaminação pela Covid-19 diferente da faixa etária pediátrica, o que explica a ocorrência da doença entre os mais jovens. A maior incidência de casos da síndrome ocorre após os 10 anos, aponta a especialista.

Geralmente, os sintomas da SIM-P aparecem entre uma e duas semanas depois da infecção, explica a Infectologista pediátrica. Acredita-se que síndrome se trata de uma resposta imune descontrolada capaz de desbalancear as funções orgânicas do corpo do paciente. Como sugere seu nome, a enfermidade altera o corpo todo, o que explica sua a gravidade.

A médica ressalta que se trata de uma síndrome rara, que acomete apenas poucos casos dentre as crianças e adolescentes infectados pelo coronavírus.

"A ocorrência da síndrome não tem correlação com alguma doença prévia. Os pacientes com outras doenças não têm mais risco de evoluir para a síndrome", apontou Galastri.

A identificação da síndrome é muito recente e ainda não é possível dizer a sua incidência na população, segundo a coordenadora de imunização do estado, Vânia Vandenbroucke. "Só teremos informações mais concretas quando ocorrer a sistematização das notificações no sistema de saúde. É importante estar alerta pois grande parte dos casos são graves e a ocorrência de uma morte é preocupante", pontuou a coordenadora.

Relação com o coronavírus
Nem todas as 14 crianças e adolescentes com o diagnóstico confirmado da doença testaram positivo para o coronavírus. Apenas 11 enfermos possuíam a confirmação da covid-19, enquanto três apenas tiveram contato com alguém que pegou a doença viral.

“Nem todos os pacientes são testados de modo adequado para o coronavírus. Nós temos limitações, o que faz com que nem todo mundo que apresenta a síndrome tenha testado positivo para a Covid-19, mas é uma doença correlacionada temporalmente com o coronavírus”, pontuou a infectologista pediátrica.

Os meninos são a maior porcentagem de pacientes com confirmação na Bahia, com 11 casos registrados dentre o gênero, enquanto apenas 3 eram meninas. Dos enfermos, três possuem nove anos, dois têm 10 anos e outra dupla tem 2 anos. As idades de três, cinco, seis, sete, oito, 14 e 16 anos registraram apenas um caso cada.

Cidade do único óbito causado pela SIM-P, Salvador teve o maior número de diagnósticos da síndrome, com oito ocorrências, seguida de Camaçari com dois pacientes com a doença. Madre de Deus, São Sebastião do Passé, Candeias e Santo Antônio de Jesus registraram um enfermo cada.

Segundo a Sesab, são seis os hospitais notificantes para a doença em toda a Bahia, destes quatro são da rede pública e dois privados. A coordenadora de imunização do estado ressalta a importância da notificação para que se tenha uma melhor condução da doença.

"Deve se fazer a notificação para se seja possível elucidar melhor a síndrome e conhecer o seu perfil. Os casos suspeitos e confirmados devem ser notificados e existe um formulários online para isso. Assim, a Sesab e o Ministério da Saúde podem acompanhar os casos, até mesmo para concluir se se trata da SIM-P. A partir do perfil dos casos, se consegue delimitar, por exemplo, quais tratamentos foram mais bem sucedidos", disse.

O alerta do Ministério da Saúde para a notificação dos casos da síndrome ocorreu em 20 de maio e, junto com ele, veio um pedido para que os serviços de saúde fizessem uma busca retroativa até 26 de fevereiro de casos suspeitos. "Até o momento, os casos mais antigos na Bahia tiveram o início dos sintomas em junho, mas pode haver outros ainda mais antigos", informou Vandenbroucke.

De acordo com a coordenadora, a Sesab tem feito orientações para o manejo adequado dos quadros da síndrome e também treinando a rede de saúde para atender os acometidos pela enfermidade.

Atenção
Os pais de pessoas da faixa etária focal da doença devem se atentar a mudanças no comportamento dos filhos para que estes sejam tratados rapidamente. Galastri recomenda que os responsáveis mantenham um contato direto com o pediatra que acompanha seu filho e sempre prestem atenção nos sinais de gravidade.

"Existem sinais que apontam para a necessidade de levar o paciente para a emergência. No hospital, será analisado se a criança possui a síndrome. Dentre os sintomas para a ida ao hospital, estão a dificuldade para respirar, a prostração, a ocorrência de convulsão, a desidratação e grandes períodos sem se alimentar ou urinar", apontou.

Em caso de não tratamento ou uma atenção incorreta, a doença pode evoluir para o óbito. "O paciente precisa receber medicações para bloquear essas inflamações no corpo todo. Existem tratamentos com imunoglobulina, anti coagulante, corticoterapia, por exemplo. É importante que a criança seja atendida em um hospital capaz de dar o suporte necessário para o caso, até mesmo com a disponibilidade de um UTI. Muitas vezes, ocorre alteração em vários órgãos, o que faz ser necessária a intubação, por exemplo", afirmou a médica, que aponta que vários pacientes com a doença chegam a ir para a UTI.

A síndrome foi relatada pela primeira vez em Londres, onde os profissionais de saúde notaram um aumento nos quadros de Síndrome de Kawasaki com correlação com a infecção pelo coronavírus, contou a infectologista pediátrica, Anne Galastri. "Foi feita uma avaliação, que apontou se tratar da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, que é parecida com a doença apontada inicialmente", afirmou.

Alerta
Em 20 de maio, o Ministério da Saúde emitiu um alerta, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com o objetivo de chamar a atenção da comunidade pediátrica para a identificação precoce da SIM-P no país e orientar quanto ao manejo clínico dos casos.

Em nota técnica, datada de 20 de julho, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde ressalta que a notificação da síndrome é importante por ser pouco conhecida e emergente, com associação potencial à Covid-19.

A pasta explica que a notificação tem como objetivo a identificar e monitorar a ocorrência de casos de SIM-P associada ao coronavírus no Brasil e caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de síndrome no país para adoção de medidas de prevenção, controle e manejo clínico dos casos.

Critérios
A Sesab utiliza os critérios do Ministério da Saúde para a definição de casos suspeitos e confirmados. Para ser caracterizado como a síndrome, o paciente deve possuir até 19 anos, estar internado com a presença de febre elevada, de, no mínimo, 38ºC, e persistente a partir de três dias.

A criança e o adolescente com suspeita da doença ainda tem que apresentar, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: Conjuntivite não purulenta, erupção cutânea bilateral ou sinais de inflamação mucocutânea; Hipotensão arterial ou choque; disfunção miocárdica, pericardite, valvulite ou anormalidades coronárias; evidência de coagulopatia; manifestações gastrointestinais agudas, como vômito, diarréia ou dor abdominal.

Para caracterizar o quadro da síndrome, ainda deve ser analisada a existência de marcadores de inflamação elevados. A criança deve ter teste positivo para o coronavírus ou históricos de contatos com contaminados. Também deve ser afastado o diagnóstico de outras causas de origem infecciosas que geram inflamação.

O ministério ainda aponta que crianças e adolescentes que possuem os sintomas totais ou parciais da Síndrome de Kawasaki ou de choque tóxico com evidência de infecção pelo coronavírus também podem ser casos suspeitos da SIM-P.

A infectologista pediátrica, Anne Galastri, explica os sintomas mais comuns: “a criança tem uma febre maior que 38,5º C por quatro a cinco dias, ela também pode apresentar lesões na pele e oral, conjuntivite, o aumento dos linfonodos, o que é conhecido como íngua. Também há a alterações laboratoriais, como na função cardíaca, hepática e renal”.

Casos no Brasil
No Brasil, já foram registradas 9 mortes pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica até 8 de agosto, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, são 117 casos confirmados da doença entre as crianças e adolescentes do país. “O Brasil monitora casos de SIM-P em crianças e adolescentes, entre 7 meses e 16 anos. O objetivo é identificar se a síndrome pode estar relacionada à Covid-19”, informou a pasta.

Os números podem crescer já que o ministério informou que haverá atualização do assunto ainda nesta semana. Ao ser questionado sobre a ocorrência da síndrome nos estados e em cada idade, a pasta não respondeu.

Segundo informações do jornal O Tempo, apenas três casos da SIM-P foram registrados até julho, todos no Rio de Janeiro. Citando o Ministério da Saúde, o texto informa que cinco estados já registraram óbitos em decorrência da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. O maior número de casos ocorreu no Rio de Janeiro, com 3 mortes, seguido do Pará e do Ceará, com duas mortes em cada um deles. O estado de São Paulo e a Bahia registraram 1 óbito cada.

A maior parte dos pacientes que desenvolveram a doença tinham até 4 anos de idade, segundo o jornal. Nesta faixa foram 48 casos confirmados e seis mortes. Dos casos confirmados, a maior parte ocorreu em pacientes é do gênero masculino, com 69 confirmações.

Salvador alcançou a marca de 70.371 pessoas recuperadas do novo coronavírus nesses cinco meses de pandemia. O número representa 95% do total de casos confirmados da doença (73.824) na cidade, segundo levantamento divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nesta quinta-feira (27).

Dentro desse quantitativo de pessoas que venceram a Covid-19, um caso de superação chamou atenção na cidade ontem (26). Manoel de Jesus, 105 anos, morador da cidade de Ribeira do Pombal, teve alta após o tratamento no hospital de campanha do Wet’n Wild, localizado na Avenida Luiz Viana Filho, a Paralela.

Segundo a SMS, na quarta-feira (26), a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para o tratamento de pessoas com a Covid-19 fechou em 52%. Esse patamar tem se mantido em estabilidade, mesmo com a retomada gradual das atividades econômicas, culturais e religiosas.

Só para se ter uma ideia, na terça (25) e na segunda (24), o índice de preenchimento das vagas de terapia intensiva foi de 52% e 54%, respectivamente. No domingo (23), a taxa também foi de 54%. Atualmente, há 62.264 casos suspeitos de coronavírus em Salvador e 2.325 mortes. Para tratar dos pacientes, a capital dispõe de 719 leitos de UTI e 721 clínicos.

O Diário Oficial da União desta quinta-feira (27) divulgou as estimativas da população para estados e municípios, com data de 1º de julho de 2020.

Os dados mostram que a Bahia se aproxima cada vez mais da marca de 15 milhões de habitantes. O estado tem uma população estimada de 14.930.634 pessoas. Em 2019 o número era de 14.873.064 habitantes.

No Brasil, a estimativa aponta para uma população de 211.755.692 de pessoas. Em 2019, a população estimada era de 210.147.125 pessoas. De acordo com a projeção, o Brasil ganhou mais 1,6 milhão de habitantes em relação ao ano passado.

Os estados mais populosos são: São Paulo (46.289.333), Minas Gerais (21.292.666) e Rio de Janeiro (17.366.189).

O Distrito Federal já conta com uma população de 3.055.149 habitantes. Roraima é o estado com a menor estimativa populacional (631.181).

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu a próxima sexta-feira como prazo para o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentar um novo formato para o Renda Brasil, programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família. As informações são do jornal O Globo, do Rio.

Esse é também o prazo em que o governo espera bater o martelo sobre o valor da ampliação do auxílio emergencial, que será estendido até dezembro.

O prazo foi dado numa reunião com ministros na terça-feira (25), quando o presidente também vetou o fim do abono salarial. O benefício pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos era a principal fonte de financiamento proposta pela equipe econômica para o novo programa social.

O abono salarial beneficia cerca de 23,2 milhões de trabalhadores e deve custar aos cofres federais, neste ano, um total de R$ 18,3 bilhões.

Esses recursos respondem por 83% da diferença de custo do novo programa em relação ao gasto atual do Bolsa Família. Estima-se que o Renda Brasil vá custar R$ 52 bilhões, enquanto o Bolsa Família custa R$ 30 bilhões por ano.

O presidente também quer um valor médio do programa superior ao proposto pela equipe econômica, que está em torno de R$ 270.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro criticou publicamente a proposta do Renda Brasil, apresentada a ele pela equipe econômica esta semana. Bolsonaro afirmou que o projeto está suspenso e que não vai "tirar (recursos) dos mais pobres" para abastecer o novo programa, apresentado como substituto do Bolsa Família.

"Ontem, discutimos a possível proposta do Renda Brasil. E eu falei “está suspenso”, vamos voltar a conversar. A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar a paupérrimos. Não podemos fazer isso aí", disse durante evento em Minas Gerais.

De acordo com O Globo, fontes do governo afirmam que, se não for encontrada nenhuma fonte de financiamento, o programa vai acabar muito parecido com o atual Bolsa Família, que paga em média R$ 190, mas com um desenho e nome diferentes.

Além de subir o valor, Bolsonaro pretende aumentar o número de beneficiários do Bolsa Família, que hoje são cerca de 14 milhões de família, para mais de 20 milhões de lares.

O número de pessoas com renda per capita abaixo de meio salário mínimo no país caiu 13,1 milhões até julho de 2020 durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), segundo estudo da Fundação Getulio Vargas.

Coordenado pelo professor Marcelo Neri, o estudo Qual foi o Impacto Imediato da Pandemia do Covid sobre as Classes Econômicas Brasileiras?, aponta que esse contingente representa uma queda de 20,69% dessa faixa de renda, o que equivale a um ritmo muito superior ao observado no país nos períodos seguintes ao lançamento de planos de estabilização como o Cruzado, em 1986, e o Real, em 1994.

“O estudo mostra que, usando a primeira faixa de renda, que é até meio salário mínimo por pessoa, que é uma faixa importante não só para medir a pobreza, mas é o critério do cadastro único, que foi usado na concessão do auxílio emergencial, houve uma queda de 20,69% na proporção da população que está nesse segmento. Então, essas pessoas subiram. A gente observa que 13,1 milhões de pessoas saíram da pobreza”, disse o professor Marcelo Neri, em entrevista à Agência Brasil.

O estudo, baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Covid 19 (PNAD Covid) do IBGE, em uma comparação do ano de 2019 até julho de 2020, também mostrou que em plena pandemia as parcelas que tinham rendas per capita acima de dois salários mínimos per capita ou renda familiar em torno de R$ 7,7 mil, perderam 5,8 milhões de pessoas.

“Esse número caiu, então, tem boas notícias em quem está embaixo e más notícias para quem está em cima. Essa boa notícia de quem está embaixo está ligada ao auxílio emergencial”, destacou.

De acordo com a análise, à faixa até meio salário mínimo somaram 52,1 milhões de brasileiros em julho de 2020, cerca de 24,62% da população total. Em 2019, eram 65,2 milhões de pobres, correspondentes a 31,04% da população, o que comprova a queda identificada na taxa de pobreza na pandemia. Já a proporção das pessoas com rendas maiores ou iguais a dois salários mínimos por pessoa, recuou 18,35%, passando de 15,67% em 2019 para 12,80% em 2020.

Para Marcelo Neri, os dois movimentos impulsionam o contingente populacional intermediário compreendido entre os dois intervalos. “O estudo mostrou que 5,8 milhões caíram da faixa de dois salários mínimos per capta ou mais. Então, o grupo do meio cresceu duplamente o miolo da distribuição de renda, porque gente subiu e gente caiu. Isso dá cerca de 21 milhões de pessoas, que é mais ou menos a população da Argentina”, disse.

Regiões
Segundo o professor, os maiores impactos foram no Nordeste, onde a queda atingiu 28,7% e no Norte, com recuo de 25,12%. Embora menores, houve reflexos também nas outras regiões do país. No Centro-Oeste caiu 17,01%, no Sudeste 9,67% e no Sul 9,32%.

Conforme o estudo, as diferenças são explicadas pela maior importância da renda do Bolsa Família expressos em valores per capita mensais nas regiões mais impactadas. No Nordeste é de R$ 16,6 e no Norte R$ 14,7. No Sul é de R$ 2,64 e no Sudeste, R$ 3,94.

“Teve esse grande ganho de redução de pobreza no norte e no nordeste. É um fato a ser enfatizado. A gente está falando de uma situação adversa com a chegada da pandemia”, disse.

O professor destacou que no Norte e no Nordeste é maior o número de beneficiários do Bolsa Família. Além disso, a informalidade é maior nessas regiões. Esses dois fatores explicam, de acordo com ele, a diferença de impacto do auxílio em relação às outras partes do Brasil.

“[As pessoas na informalidade] passaram a receber o auxílio que é generoso em relação a renda média do Brasil. O beneficiário do Bolsa Família, mais de 80%, ganha R$ 1,2 mil, que é mais de seis vezes o benefício médio do Bolsa Família, que era R$ 191. Foi uma injeção de recursos importante”, ressaltou.

Isolamento
De acordo com Neri, o estudo analisou também o comportamento nas diferentes classes em relação a pandemia, e chamou a atenção os resultados sobre isolamento social, em que a pessoa fica em casa ou que sai apenas para fazer atividades essenciais, com uma participação surpreendentemente mais forte entre os mais pobres, “o que não se esperava”.

Para ele, isso também pode ser um efeito do auxílio emergencial. “O auxilio fez não só com que a pobreza caísse imediatamente e enquanto durar, mas por outro lado, comportamentos de mitigação dos efeitos da pandemia como o isolamento social foram até mais fortes entre os pobres. Isso é mais um sinal dos efeitos do auxílio”

Conforme o estudo, 27,8% da faixa abaixo de meio salário mínimo ficaram rigorosamente isolado e 48,3% ficaram em casa e só saiu por necessidade básica, nível superior em 4 a 5 pontos de porcentagem em relação ao total da população.

Proteção
O estudo avaliou ainda o uso de equipamentos e produtos de proteção contra o novo coronavírus (covid-19), como máscaras, álcool em gel e desinfetantes. “Nesse caso a gente vê que o pessoal mais pobre usou menos, como era de se esperar, mas todos esses itens, com exceção das luvas descartáveis, que é uma coisa mais seletiva e mais rara, mais de 92% [da população], mesmo os mais pobres, tiveram acesso. Embora eles usem menos do que as camadas mais altas”.

Desafio
O professor disse que esses resultados se referem a uma situação temporária relacionada ao período de pagamento do auxílio. Agora, segundo ele, tem que ver como o governo vai conduzir a questão e como será a substituição do benefício.

Neri lembrou que o assunto está em discussão na equipe econômica, e um dos problemas é o custo da medida. Nos níveis atuais de concessão de R$ 600 ou até R$ 1,2 mil para mães solteiras e beneficiários do Bolsa Família, o gasto do governo é em torno de R$ 50 bilhões por mês.

“A gente não sabe como vai ser esse processo [da retirada do auxílio]. Tem a discussão do Renda Brasil, o primeiro estágio é a transição do auxílio ainda em 2020 e depois o que acontece em 2021. Essa redução da pobreza ajuda a pandemia e à própria pobreza, mas não é sustentável”, disse.

Na visão do coordenador do estudo, embora esteja cumprindo o seu papel durante a crise, inclusive o de manter as rodas da economia girando, a situação fiscal brasileira não permite a manutenção de benefícios dessa magnitude. “Em um certo sentido, o auxílio emergencial também ajudou a manter a atividade econômica em um nível menos insatisfatório”, disse, acrescentando que o governo tem um desafio pela frente para definir o que será feito pós-auxílio emergencial.

Não houve espancamento nem execuçao na morte do miliciano Adriano da Nóbrega, segundo concluiu a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Nesta quarta-feira (26), a SSP passou detalhes da investigação sobre o caso.

De acordo com a conclusão, Adriano efetuou sete disparos contra os três policiais que invadiram o imóvel. Dois destes tiros acertaram o escudo de proteção usado pelo trio de PMs e outros cinco atingiram portas e janelas do imóvel.

No revide, que não durou mais que cinco sgundos, os policiais dispararam dois tiros contra Adriano. Um dos disparos foi dado por um tenente da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) que estava com um fuzil. Outro tiro partiu da carabina de um soldado do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

"O procedimento foi finalizado hoje. Com a chegada da reprodução (reconstituição do crime), nós conseguimos formatar os detalhes finais e ele (inquérito) está indo indo amanhã, pela manhã, para a o Ministério Público de Esplanada, para que siga seu encaminhamento formal", declarou o delegado Marcelo Sansão, diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e responsável pelas investigações do caso.

O delegado Sansão disse que o proprietário do sítio não tinha realmente o conhecimento de que Adriano estava escondido no local. “Gilson não estava na região. Na época ele pensava em fazer uma comercialização do imóvel. Leandro, o fazendeiro, que já tinha uma amizade com Adriano, tinha a chave porque estava mostrando essa propriedade para possíveis interessados e houve interesse de Adriano na aquisição dessa propriedade”, explica.

O delegado disse que até agora tem não informações sobre os celulares encontrados com Adriano que forma enviados ao Ministério Público do Rio de Janeiro. “Em consequência da investigação do Rio, que estão mais evoluídas sobres as movimentações criminais, ações de inteligências, foram encaminhados para lá, pois havendo informações importantes para o processo investigativo na Bahia, iriam ser compartilhados. Até o momento não houve esse repasse de informações”, contou.

Reconstiuição e perícia
O perito criminal José Carlos Montenegro, que assina o laudo de reconstituição, disse que as versões apresentadas pelos três policiais são convergentes com a simulação dos fatos. Ele disse que os três policiais – um tenente e dois soldados – ao chegarem ao sítio, perceberam que um homem, neste caso Adriano, havia corrido para dento do imóvel.

Os policias desembarcam da viatura e mantém a mesma formação tática até o final da ação: um soldado vai à frente com o uso de um escudo balístico para dar proteção, atrás o tenente com um fuzil e o segundo soldado na retaguarda com uma carabina. Eles se posicionaram na entrada da casa e pediram para que Adriano abrisse a porta. Testemunhas confirmaram a versão dos policiais.

Diante do silêncio, os policiais usaram um aríete para arrombar a porta e dão de frente com Adriano, armado com uma pistola 9 mm, no corredor do imóvel “No momento, o escudo recebe os primeiros tiros do suspeito que está reagindo a uma abordagem policial. Houve revide e Adriano acabou atingido duas vezes. Um dos disparos foi dado por um tenente que portava um fuzil. Outro tiro partiu da carabina de um soldado do Bope", declarou Montenegro.

Segundo o perito médico-legal Mário Câmara, diretor do Instituto Médico Legal (IML), a análise do IMl está em convergência com o laudo de local de ação violenta e com laudo da reprodução simulada. O corpo de Adriano sofreu duas únicas perfurações. “O primeiro tiro quebra clavícula e sai arrombando a costela. O segundo tiro atinge Adriano quando ele gira. Entra na axila, atinge o pulmão, coração, sai e aloja cabeça. Foi esse o tiro que o matou. Tanto que Adriano cai imóvel e os disparam cessam imediatamente. Os policiais foram muito profissionais, muito bem treinados”, afirmou Câmara.

O suposto terceiro tiro que foi apontado em vídeos nas redes sociais, era a perfuração de saída do segundo tiro que aloja cabeça, próximo à orelha, afirmam os peritos. Câmara diz que não houve tiro à queima-roupa, ou seja, feito à curta distância, comumente em casos de execução. As perfurações encontradas no corpo de Adriano não apresentam tatuagens provenientes da queimadura da pólvora das armas, acrescenta.

Câmara descartou a hipótese de tortura e agressão a Adriano antes da morte. "O laudo da Bahia, feito pelo doutor Alexandre Evangelista, foi exatamente igual ao laudo emitido pelo Rio de Janeiro. As pessoas disseram que ele [Adriano] apanhou, por causa da fratura de costelas. Elas (as fraturas) ocorreram também nas costelas posteriores, justamente na saída do tiro de fuzil. Furo de fuzil arrebenta osso. Não houve espancamento do indivíduo. Foram dois tiros que atingiram Adriano, em distâncias superiores a um metro", explicou.

Relembre
O ex-policial militar do Rio Adriano Magalhães da Nóbrega era considerado peça-chave para o esclarecimento de dois casos: a expansão das milícias no Rio de Janeiro, muitas vezes com a ajuda clandestina de autoridades públicas, e o esquema envolvendo o gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador da República. Depois de um ano foragido, Adriano foi morto em fevereiro deste ano por policiais da Bahia, em fazenda em Esplanada, a 170km de Salvador.

A Polícia Militar da Bahia descobriu o paradeiro de Adriano com a ajuda da equipe de inteligência da polícia fluminense. Segundo a polícia, ele reagiu a uma ordem de prisão e morreu após uma troca de tiros. De acordo com a Secretaria de Segurança da Bahia, Adriano, depois de reagir, foi abatido com dois tiros — um de carabina e outro de fuzil. Um dos projéteis atingiu a região do pescoço. O outro perfurou o tórax.

A Bahia registrou 65 mortes e 4.082 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +1,7%) nas últimas 24h, de acordo com boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) divulgado no final da tarde desta quarta-feira (26).

No mesmo período, 3.970 pessoas foram consideradas curadas da doença (+1,8%), que desde o início da pandemia já infectou, pelo menos, 245.021 baianos e baianas e tirou a vida de 5.116 deles. Ao todo, 11.899 casos ainda se encontram ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 415 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (30,75%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Almadina (5.618,59), Ibirataia (5.159,35), Dário Meira (4.808.59), Salinas da Margarida (4.589,26), Itabuna (4.584,40).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 453.265 casos descartados e 85.257 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta quarta-feira (26).

Na Bahia, 20.096 profissionais da saúde foram confirmados para covid-19.

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 65 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. Segundo a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 5.116, representando uma letalidade de 2,09%.

Perfis
Dentre os óbitos, 56,12% ocorreram no sexo masculino e 43,88% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 51,92% corresponderam a parda, seguidos por branca com 15,83%, preta com 15,52%, amarela com 0,84%, indígena com 0,12% e não há informação em 15,77% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 75,88%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (77,25%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.

As usinas Santa Cruz, em Santa Cruz Cabrália, e Santa Maria, em Medeiros Neto, pertencentes ao grupo São Luiz, vão investir um total de R$ 192,4 milhões em ampliações, tanto nas unidades industriais, quanto na área agrícola para produção de etanol anidro e hidratado. O incremento na capacidade de produção dos produtos será de 86,5 mil m³/ano, já no campo, a produção a mais de cana-de-açúcar será de 1,1 milhão de toneladas por ano. Os protocolos de intenções foram assinados com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), na quinta-feira (20). 

"Eu acredito muito na agroindústria. A cultura da cana-de-açúcar tem gerado e vai gerar muito mais empregos no nosso estado. Hoje vemos duas usinas consolidadas ampliando seus projetos no Extremo Sul. Temos a Agrovale, no Norte, que é referência nacional no setor sucroalcooleiro. E, em breve, teremos um Polo Agroindustrial e Bioenergético consagrado no Médio São Francisco baiano", afirma o vice-governador João Leão, secretário da pasta. 

De acordo com Luiz Carlos Queiroga, diretor da usina Santa Maria, os investimentos nas usinas têm sido constantes. "A cultura da cana não existia nesta região, fomos pioneiros, hoje já está enraizado na Bahia. Esperamos continuar expandindo e atingir a capacidade total das usinas. No caso de Medeiros Neto, onde fica a Santa Maria, o município não tinha nenhuma indústria quando chegamos, o povo vivia de pecuária, sem nenhuma tecnologia, ninguém sabia o que era cana, nós que introduzimos a cultura", conta. 

Na usina Santa Maria, em Medeiros Neto, serão investidos R$ 67 milhões na unidade industrial e R$ 64 milhões no campo. Com a ampliação, a previsão é que a produção de etanol hidratado e anidro passe de 96 mil m³/ano para 160 mil m3/ano, onde serão mantidos os 225 empregos diretos e criados mais 60. No campo, a produção de cana-de-açúcar vai saltar de 1,2 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas ao ano. Os 1,8 mil empregos diretos serão mantidos e mais 700 serão gerados no período de safra. 

Em Santa Cruz Cabrália, a produção de etanol vai dobrar na usina Santa Cruz, passando de 22,5 mil m³/ano para 45 mil m³/ano. Serão investidos R$ 15,6 milhões na unidade industrial, criados 45 empregos diretos e mantidos 131. Na área agrícola, os investimentos serão de R$ 45,8 milhões e a produção de cana-de-açúcar também vai dobrar, saindo dos atuais 300 mil t/ano para 600 mil t/ano. No período de safra, além de manter os 900 empregos diretos, serão criados mais 370. 

Polo Agroindustrial 

O Polo Agroindustrial e Bioenergético, uma aposta do Governo do Estado para potencializar econômica e socialmente o Médio São Francisco baiano, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico, da Agricultura (Seagri) e de Desenvolvimento Rural (SDR), tem previsão inicial de investimentos privados na ordem dos R$ 2,2 bilhões, em cinco projetos com capacidade instalada anual de 10,5 milhões de toneladas de cana (TCH) e possibilidade de gerar 21,2 mil empregos diretos e indiretos. 

Usinas Santa Cruz e Santa Maria vão investir R$ 192,4 milhões em ampliações no Extremo Sul baiano 

Serão criados mais de 1 mil empregos entre área industrial e agrícola 

As usinas Santa Cruz, em Santa Cruz Cabrália, e Santa Maria, em Medeiros Neto, pertencentes ao grupo São Luiz, vão investir um total de R$ 192,4 milhões em ampliações, tanto nas unidades industriais, quanto na área agrícola para produção de etanol anidro e hidratado. O incremento na capacidade de produção dos produtos será de 86,5 mil m³/ano, já no campo, a produção a mais de cana-de-açúcar será de 1,1 milhão de toneladas por ano. Os protocolos de intenções foram assinados com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), na quinta-feira (20). 

"Eu acredito muito na agroindústria. A cultura da cana-de-açúcar tem gerado e vai gerar muito mais empregos no nosso estado. Hoje vemos duas usinas consolidadas ampliando seus projetos no Extremo Sul. Temos a Agrovale, no Norte, que é referência nacional no setor sucroalcooleiro. E, em breve, teremos um Polo Agroindustrial e Bioenergético consagrado no Médio São Francisco baiano", afirma o vice-governador João Leão, secretário da pasta. 

De acordo com Luiz Carlos Queiroga, diretor da usina Santa Maria, os investimentos nas usinas têm sido constantes. "A cultura da cana não existia nesta região, fomos pioneiros, hoje já está enraizado na Bahia. Esperamos continuar expandindo e atingir a capacidade total das usinas. No caso de Medeiros Neto, onde fica a Santa Maria, o município não tinha nenhuma indústria quando chegamos, o povo vivia de pecuária, sem nenhuma tecnologia, ninguém sabia o que era cana, nós que introduzimos a cultura", conta. 

Na usina Santa Maria, em Medeiros Neto, serão investidos R$ 67 milhões na unidade industrial e R$ 64 milhões no campo. Com a ampliação, a previsão é que a produção de etanol hidratado e anidro passe de 96 mil m³/ano para 160 mil m3/ano, onde serão mantidos os 225 empregos diretos e criados mais 60. No campo, a produção de cana-de-açúcar vai saltar de 1,2 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas ao ano. Os 1,8 mil empregos diretos serão mantidos e mais 700 serão gerados no período de safra. 

Em Santa Cruz Cabrália, a produção de etanol vai dobrar na usina Santa Cruz, passando de 22,5 mil m³/ano para 45 mil m³/ano. Serão investidos R$ 15,6 milhões na unidade industrial, criados 45 empregos diretos e mantidos 131. Na área agrícola, os investimentos serão de R$ 45,8 milhões e a produção de cana-de-açúcar também vai dobrar, saindo dos atuais 300 mil t/ano para 600 mil t/ano. No período de safra, além de manter os 900 empregos diretos, serão criados mais 370. 

Polo Agroindustrial 

O Polo Agroindustrial e Bioenergético, uma aposta do Governo do Estado para potencializar econômica e socialmente o Médio São Francisco baiano, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico, da Agricultura (Seagri) e de Desenvolvimento Rural (SDR), tem previsão inicial de investimentos privados na ordem dos R$ 2,2 bilhões, em cinco projetos com capacidade instalada anual de 10,5 milhões de toneladas de cana (TCH) e possibilidade de gerar 21,2 mil empregos diretos e indiretos. 

América Dourada, Canápolis, Paramirim, Piatã e Sebastião Laranjeiras terão o transporte suspenso a partir de quinta-feira (27). A medida, que tem o objetivo de conter o avanço do novo coronavírus na população baiana, foi publicada em decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta (26). No total, a Bahia possui 354 cidades com transporte suspenso.

Ficam suspensas nesses municípios a circulação, a chegada e a saída de qualquer transporte coletivo intermunicipal, público e privado, rodoviário e hidroviário, nas modalidades regular, fretamento, complementar, alternativo e de vans.

O decreto ainda autoriza a retomada do transporte intermunicipal em Gavião, Ituaçu, Jaborandi e Jussiape, cidades com 14 dias ou mais sem novos casos de Covid-19.

Lista de municípios:
Abaíra, Abaré, Acajutiba, Adustina, Água Fria, Aiquara, Alcobaça, Almadina, Amargosa, América Dourada, Anagé, Andaraí, Andorinha, Angical, Anguera, Antas, Antônio Gonçalves, Aporá, Apuarema, Aracatu, Araci, Arataca, Aurelino Leal, Baianópolis, Baixa Grande, Banzaê, Barra, Barra do Choça, Barra do Mendes, Barra do Rocha, Barreiras, Barro Alto, Barro Preto, Barrocas, Belmonte, Belo Campo, Biritinga, Boa Nova, Boa Vista do Tupim, Bom Jesus da Lapa, Bom Jesus da Serra, Bonito, Boquira, Brejões, Brejolândia, Brumado, Buerarema, Buritirama, Caatiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Caculé, Caém, Caetanos, Caetité, Cafarnaum, Caldeirão Grande, Camacã, Camamu, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Canápolis, Canarana, Canavieiras, Candeal, Candiba, Cândido Sales, Cansanção, Canudos, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Caraíbas, Caravelas, Cardeal da Silva, Carinhanha, Casa Nova, Castro Alves, Catolândia, Central, Chorrochó, Cícero Dantas, Cipó, Coaraci, Cocos, Conceição do Coité, Conde, Condeúba, Contendas do Sincorá, Cordeiros, Coribe, Coronel João Sá, Correntina, Cotegipe, Cravolândia, Crisópolis, Cristópolis, Curaçá, Dário Meira, Dom Basílio, Elísio Medrado, Encruzilhada, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Fátima, Feira da Mata, Filadélfia, Firmino Alves, Floresta Azul, Formosa do Rio Preto, Gandu, Gentio do Ouro, Glória, Gongogi, Guajeru, Guanambi, Guaratinga, Heliópolis, Iaçu, Ibiassucê, Ibicaraí, Ibicuí, Ibipeba, Ibipitanga, Ibiquera, Ibirapitanga, Ibirapuã, Ibirataia, Ibitiara, Ibititá, Ibotirama, Ichu, Igaporã, Igrapiúna, Iguaí, Ilhéus, Inhambupe, Ipiaú, Ipirá, Irajuba, Iramaia, Iraquara, Irecê, Itabela, Itaberaba, Itabuna, Itacaré e Itaetê.


A restrição ainda inclui os municípios de Itagi, Itagibá, Itagimirim, Itaguaçu da Bahia, Itaju do Colônia, Itajuípe, Itamaraju, Itamari, Itambé, Itanhém, Itapé, Itapebi, Itapetinga, Itapicuru, Itapitanga, Itaquara, Itarantim, Itatim, Itiruçu, Itiúba, Itororó, Ituberá, Iuiu, Jacaraci, Jacobina, Jaguaquara, Jaguarari, Jandaíra, Jequié, Jeremoabo, Jiquiriçá, Jitaúna, João Dourado, Juazeiro, Jucuruçu, Jussara, Jussari, Lafaiete Coutinho, Laje, Lajedão, Lajedinho, Lajedo do Tabocal, Lamarão, Lapão, Lençóis, Licínio de Almeida, Livramento de Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Macajuba, Macarani, Macaúbas, Macururé, Maetinga, Maiquinique, Mairi, Malhada, Malhada de Pedras, Manoel Vitorino, Mansidão, Maracás, Maraú, Marcionílio Souza, Mascote, Matina, Medeiros Neto, Miguel Calmon, Milagres, Mirangaba, Mirante, Monte Santo, Morpará, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mucugê, Mucuri, Mulungu do Morro, Mundo Novo, Muquém do São Francisco, Mutuípe, Nilo Peçanha, Nordestina, Nova Canaã, Nova Fátima, Nova Ibiá, Nova Itarana, Nova Redenção, Nova Soure, Nova Viçosa, Novo Triunfo, Olindina, Oliveira dos Brejinhos, Ouriçangas, Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Palmeiras, Paramirim, Paratinga, Paripiranga, Pau Brasil, Paulo Afonso, Pé de Serra, Pedro Alexandre, Piatã, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Pintadas, Piraí do Norte, Piripá, Piritiba, Planaltino, Planalto, Poções, Ponto Novo, Porto Seguro, Potiraguá, Prado, Presidente Dutra, Presidente Jânio Quadros, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Quijingue, Quixabeira, Rafael Jambeiro, Remanso, Retirolândia, Riachão das Neves, Riachão do Jacuípe, Riacho de Santana, Ribeira do Amparo e Ribeira do Pombal.

Também estão com transporte suspenso Rio de Contas, Rio do Antônio, Rio do Pires, Rio Real, Rodelas, Ruy Barbosa, Salinas da Margarida, Santa Bárbara, Santa Brígida, Santa Cruz Cabrália, Santa Cruz da Vitória, Santa Inês, Santa Luzia, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santa Teresinha, Santaluz, Santana, Santanópolis, São Desidério, São Domingos, São Félix do Coribe, São Gabriel, São José da Vitória, São José do Jacuípe, São Miguel das Matas, Sapeaçu, Sátiro Dias, Saúde, Seabra, Sebastião Laranjeiras, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Serra Preta, Serrinha, Serrolândia, Sítio do Mato, Sítio do Quinto, Sobradinho, Souto Soares, Tanhaçu, Tanque Novo, Tanquinho, Taperoá, Tapiramutá, Teixeira de Freitas, Teofilândia, Teolândia, Terra Nova, Tremedal, Tucano, Uauá, Ubaíra, Ubaitaba, Ubatã, Uibaí, Umburanas, Una, Urandi, Uruçuca, Utinga, Valença, Valente, Várzea da Roça, Várzea do Poço, Várzea Nova, Varzedo, Vereda, Vitória da Conquista, Wagner, Wanderley, Wenceslau Guimarães e Xique-Xique.

De R$ 600 para R$ 1,2 mil. Esse foi o aumento na compra de mil unidades de tijolos numa das lojas de material de construção mais populares de Salvador, O Fazendão, em Cajazeiras. O aumento de 100% não é exclusivo da empresa do seu Gilberto Cerqueira, 60 anos. O CORREIO entrou em contato com pelo menos 10 lojas de material de construção de sete cidades baianas, e confirmou não só o crescimento do valor do produto, como também a sua falta.

“Blocos? Não temos. Estou com oito páginas de clientes aguardando o produto chegar. O fornecedor diz que vai chegar na próxima semana, é a nossa previsão, mas ele sempre diz isso e não entrega. A gente fica só aguardando... estamos vivendo um cenário complicado e estressante”, disse Claudia Azevedo, gerente da Torres Materiais de Construção, localizada em Cajazeiras.

“Eu não sei qual loja de Salvador tem bloco atualmente, pois faço parte de um grupo em que todos estão com esse problema”, completou Azevedo. O grupo em questão é o da Associação dos Comerciantes de Material de Construção da Bahia (Acomac-BA), cujo presidente, Geraldo Cordeiro, confirma a falta do material.

“Como estamos num período chuvoso, isso dá impacto direto na cerâmica. As empresas têm dificuldade para extrair o barro na chuva e também a madeira, que é usada na queima dos blocos, não pode estar molhada. Mas também junta a isso o aumento do consumo do produto nessa pandemia. O setor está registrando um aumento geral de 10% nas vendas”, disse.

Das cinco empresas de Salvador procuradas pela reportagem, somente a Construa Barato, da Mata Escura, disse ter o bloco. O local vende somente por delivery. “A gente teve que encontrar um bom fornecedor que fica na divisa da Bahia com o Espírito Santo. Por ser mais em conta, tô vendendo o milheiro por R$ 1,060 mil, mas já cheguei a vender por R$ 1,2 mil”, disse o dono da loja, Tom Sampaio.

Fábrica
O dono da Cerâmica Santos, de Livramento de Nossa Senhora, centro-sul baiano, afirmou que esse é o primeiro reajuste de preço dos blocos em 12 anos, o que foi possível pelo aumento de demanda. “Sempre nós vendemos aquilo que estava no patamar da produção e hoje nós temos uma demanda que não conseguimos suprir. Produzimos cerca de 600 mil peças por mês e continuamos nessa produção máxima, mas não podemos passar disso”, afirmou.

Já em Luis Eduardo Magalhães, no extremo oeste, um aumento de quase 100% no preço do produto foi registrado pela Oeste Material de Construção, que também está com o produto em falta. “Eles ainda estão entregando um pedido de 40 dias de atraso e que vai direto para os clientes que encomendaram”, afirmou o dono da loja, Luciano Araújo. Lá, o valor do milheiro saltou de R$ 420 para R$ 800.

Em Barro Preto, cidade vizinha de Itabuna, no sul da Bahia, a Marcosta Materiais de Construção também está sem blocos. Lá o aumento no preço foi menor: saltou de R$ 500 para R$ 650, segundo o gerente Wildson Bernades Guimarães. “Em Itabuna, vejo que o valor vendido pelo setor é ainda maior: R$ 800”, disse.

Em Feira de Santana, esse crescimento no preço dos blocos foi tão expressivo que Jorge Morais, dono da Massa Fina Material de Construções, decidiu parar de vender o produto há três meses. “É um produto que necessita de uma logística muito grande e o preço tá alto, chega a ser constrangedor para o cliente, que está fazendo a obra e precisa terminar. Antes eu vendia por R$ 500 e, se ainda continuasse a vender, seria com um aumento de 90%”, afirmou.

Outros materiais
Quem é dono de loja de material de construção não reclama apenas da falta e do aumento do preço de tijolos. “Eu estou há 35 dias sem blocos na loja, mas também não tenho inox, Se tivesse todos os itens, o movimento seria bem melhor”, explica Giovanni Argolo, gerente da O Fazendão, loja de Cajazeiras. “O tempo de espera do PVC está de 45 dias. Hoje, eu não tenho uma porta sanfonada e uma vara de tubo de 100 para oferecer ao cliente”, reclamou Claudia Azevedo, da Torres Materiais de Construção.

Em Lauro de Freitas, Marcio Nascimento, dono da Construpiso, diz que o maior problema da sua loja são fios e cabos. “Não consigo encontrar. O preço subiu muito. O mesmo é com piso e revestimento”, afirmou. Já em Barreiras, Marizete Azevedo, dona da Casa Santa Luzia, relata seu drama: “tá faltando cimento, telha, ferro de todos os tamanhos e tipos, e piso. Está muito difícil trabalhar”.

Para Rosivaldo Califa, dono de uma loja de materiais de construção de Itabuna que leva o seu sobrenome, o aumento na demanda fez com que as fábricas tivessem dificuldades de fornecer os produtos. “As lojas de roupa estavam fechadas e as pessoas não tinham onde gastar dinheiro. Aí vieram gastar com a gente. O povo ficou em casa e começou a reformar”, disse.

A consequência da falta de mercadoria é o aumento dos preços, registrado por todos os comerciantes entrevistados. “Eu acho que vai ter que ter a mão do governo para frear isso, pois tá tendo muito aumento”, defende seu Califa. A verdade é que, mesmo com o crescimento dos preços, o aumento nas vendas do setor é constatado.

“Na região de Feira de Santana o aumento de vendas foi de 12%. Já em Itabuna e região cacaueira foi 10%, que é a média do estado. Agora a região campeã foi a do centro-oeste baiano, também influenciado pelo bom momento vivido pelo agronegócio baiano: 18% de crescimento”, afirmou Geraldo Cordeiro, presidente da Acomac-BA.

O fornecimento do auxílio emergencial é apontado pelo setor como um fator que ajudou no aumento das vendas, “principalmente nas periferias das cidades e regiões do interior. As pessoas reservaram parte desse dinheiro para fazerem simples melhorias em suas residências”, disse Geraldo. O pedreiro Carlos Pereira, que trabalha em cajazeiras, diz não perceber aumento na demanda. “Eles só chamam para coisas mais urgentes”, disse, ao explicar que, para ele, essas obras são feitas pelos próprios moradores.

Mais emprego
Mesmo em plena pandemia do novo coronavírus, Salvador registrou em julho a criação de 439 empregos formais no setor da construção civil, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (24) do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Além do segmento, outra área que obteve resultado positivo foi a da indústria, com 34 postos gerados.

“Temos que comemorar esses resultados, que são frutos de muito trabalho da Prefeitura para reativar a economia. Vínhamos numa velocidade enorme de geração de emprego e, apesar da crise causada pela Covid-19, não diminuímos os investimentos em infraestrutura para melhorar a condição da cidade, bem como manter os postos”, explica o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), Sérgio Guanabara.

“Como forma de minimizar os impactos causados pelo coronavírus, procuramos evoluir com parcerias privadas e estipulamos metas de emissão de alvará para que as obras não parassem. Sofremos muito, mas temos trabalhado com propósito firme de recuperar os níveis de emprego. Um exemplo disso é o plano de estímulo a diversos segmentos da economia local, composto por 101 ações inovadoras para o desenvolvimento da capital”, acrescenta Guanabara.