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O percentual de famílias brasileiras com dívidas continuou em alta no mês de agosto e atingiu 72,9%, um novo recorde mensal. O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os pesquisadores explicam que endividamento é diferente de inadimplência, quadro que se configura quando as dívidas estão em atraso. Em agosto, um em cada quatro brasileiros (25,6%) não estava conseguindo quitar as dívidas no prazo, percentual que se mantém estável em relação a julho e é 1,1% menor que em agosto de 2020.

"Vale notar que o crédito não é necessariamente um vilão à economia, ele potencializa o consumo das famílias, assim como suporta iniciativas empreendedoras, tão importantes para os informais, hoje em dia. Entretanto, tendo em conta o contexto do endividamento elevado, especialmente pelas compras no cartão de crédito, e com a crise sanitária ainda promovendo incertezas no desempenho econômico, são imperativos mais rigor e planejamento das famílias com as finanças", diz um trecho da pesquisa.

Além do número de famílias endividadas, também está aumentando o percentual de famílias com mais de 50% da renda mensal comprometida com suas dívidas. Essa proporção chegou a 21,1% do total de famílias endividadas em agosto.

Na análise da CNC, a alta contratação de dívidas é motivada, principalmente, por fatores como a precariedade do mercado de trabalho formal e a inflação elevada. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que muitos brasileiros têm recorrido à informalidade e obtido crédito para investir em pequenas atividades que possam recompor sua renda e garantir seu sustento.

"Mas há uma necessidade grande de planejamento do orçamento familiar para que esse alívio não vire um problema ainda maior do que o que se tinha inicialmente, uma bola de neve", alerta.

A CNC destaca que o crédito mais acessível, com taxas de juros relativamente baixas, contribuiu para um maior endividamento no primeiro semestre de 2021, quando a concessão média de crédito aos consumidores atingiu 19,2%, a maior desde o início de 2013. Apesar disso, a alta da inflação e o consequente aumento da taxa básica de juros (Selic) já têm sido precificados pelo mercado, o que resulta em juros mais altos.

Para a economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, mesmo que a inadimplência permaneça estável, a elevação dos juros aumenta o risco de esse indicador piorar no futuro.

"O crédito mais caro e as despesas elevadas restringem a capacidade de consumo das famílias. Enquanto faltarem sinais mais robustos de recuperação no mercado de trabalho formal e na renda, com alívio da inflação, as necessidades de recomposição dos rendimentos pelos mais vulneráveis seguirão elevadas. Com isso, o endividamento no país pode aumentar ainda mais", diz a especialista, em análise divulgada pela CNC.

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A análise por alimentação da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou que a despesa per capita (por indivíduo) mensal no Brasil foi de R$ 209,12. A área urbana contribuiu com R$ 186,28 (89,1%), enquanto a área rural ficou com R$ 22,84 (10,9%).

A região que mais contribuiu para a renda mensal por pessoa foi o Sudeste (45,7% da média ou R$ 95,47), quase o dobro da Região Nordeste (23,4% ou R$ 48,89). Segundo o IBGE, o grupo de faixa etária compreendida entre 25 e 49 anos de idade contribuía à época para o valor médio da despesa com alimentação com R$ 101,45, ou 48,5% da média.

A despesa per capita mensal foi maior entre as pessoas com carteira assinada (R$ 50,66), fora da força de trabalho (R$ 53,32) e por conta própria (R$ 42,58). Na composição da média da despesa per capita com alimentação, observa-se que a contribuição era 62,3% (R$ 130,18) na parcela da população formada por famílias cuja pessoa de referência era homem, enquanto famílias que tinham uma mulher como referência contribuíam com 37,7% (R$ 78,94).

A análise por diferentes arranjos familiares mostra que a parcela da população composta pelas famílias formadas por mais de um adulto com ao menos uma criança contribuiu com 35,5% (R$ 74,33) do valor da média per capita com a despesa de alimentação, enquanto a formada por mais de um adulto sem criança contribuiu com 33,1% (R$ 69,23).

A despesa mensal por indivíduo dentro do domicílio somou R$ 147,45, de acordo com a POF 2017-2018, divididos entre R$ 129,47 na área urbana e R$ 17,98 na área rural. A análise regional mostra que o Sudeste apresentou a maior despesa per capita mensal com alimentação dentro de casa, de R$ 66,32, com maior concentração na faixa etária de 25 a 49 anos de idade (R$ 67,89).

A diferença do gasto per capita mensal é pequena entre famílias com pessoa de referência da cor branca (R$ 73,50) e de pretos e pardos (R$ 71,38), indica a pesquisa do IBGE. Entretanto, o gasto mensal por indivíduo é bem maior para famílias lideradas por homens (R$ 90,48) do que por mulheres (R$ 56,97). Por arranjos familiares, a despesa mensal por pessoa com alimentação no domicílio é maior para famílias com mais de um adulto com pelo menos uma criança (R$52,54) e com mais de um adulto sem criança (R$ 46,45).

Fora do domicílio
Por outro lado, a despesa per capita mensal com alimentação fora de casa somou, no período analisado, R$ 61,68, dos quais R$ 56,81 na localização urbana e R$ 4,87 na área rural. De novo, destaque para o Sudeste do país, com contribuição de R$ 29,14. Predominou nesse tópico a faixa etária entre 25 e 49 anos de idade (R$ 33,57). A despesa mensal por pessoa com alimentação fora de casa foi maior para quem tinha ensino superior completo (R$ 20,79).

Por forma de aquisição, a maior contribuição para o gasto per capita mensal com alimentação fora do domicílio foi encontrada entre os empregados com carteira (R$ 16,91) e por conta própria (R$ 12,10). A pesquisa evidencia também que, no caso da média Brasil, a despesa per capita com alimentação no domicílio contribuía, à época, com 70,5% para a média, enquanto a alimentação fora do domicílio contribuía com 29,5%.

Segurança alimentar
No Brasil, no período de referência da pesquisa, o percentual da população que vivia em domicílios identificados com o grau de segurança alimentar (SA) era de 59%, contra 41% que conviviam com algum grau de restrição para acesso a uma alimentação em quantidade e variedade desejadas. Com grau de insegurança alimentar leve foram identificados 27% dos domicílios. As casas onde a qualidade e a quantidade desejada em relação aos alimentos já estavam comprometidas alcançavam 13,9%.

Por localização geográfica, 52% da população brasileira viviam em áreas urbanas e em domicílios com o grau de segurança alimentar (SA). Na área rural, esse percentual chegava a 7,1%. A POF apurou que o percentual da população que vivia em domicílios nos quais o padrão da alimentação foi considerado bom era 58,3%, contra 35,9% com avaliação satisfatória e 5,8% com avaliação ruim. Entre os 41% da população que residiam em domicílios com insegurança alimentar, 28,4% eram integrantes de famílias com a pessoa de referência preta ou parda e 12,1% de famílias cujo responsável era branco.

A maior parte da população que vivia em domicílios identificados com o grau de SA vivia nas regiões Sudeste e Nordeste, que concentravam 40,1% da população brasileira. Ainda segundo o IBGE, o valor mensal mínimo por indivíduo, necessário para gastos com alimentação familiar, por situação de segurança alimentar existente no domicílio, atingia R$ 348,60, sendo R$ 311,84 na área urbana. O maior valor foi encontrado no Sudeste (R$ 163,79).

Transportes
O IBGE constatou que o gasto médio per capita familiar com transportes no país foi de R$ 85,44, distribuídos 71,2% (R$ 60,81) em transporte particular, táxi e aplicativos; 20,6% (R$ 17,57) em transporte coletivo; e 8,3% (R$ 7,06) em transportes alternativos e outros. Nas famílias com pessoa de referência preta ou parda, a contribuição para despesa per capita com o transporte coletivo (R$ 10,30) foi maior do que a contribuição das famílias chefiadas por pessoa branca (R$ 7,01).

Por regiões, o maior gasto per capita com transportes foi observado no Sudeste (49%), contra o menor (5%) na Região Norte. A distribuição acumulada das despesas por pessoa com transportes mostra que 40% dos menores rendimentos foram responsáveis por 17,1% dos gastos, contra 10% dos mais ricos, que responderam por 27%.

Setenta e oito por cento dos brasileiros viviam em famílias que utilizaram alguma forma de transporte coletivo, dos quais 35,7% viviam em famílias que declararam ter avaliação positiva, 20% avaliaram como satisfatório o transporte coletivo e 22,2% tiveram avaliação ruim.

Lazer e viagens
A pesquisa do IBGE apurou uma média total mensal em nível Brasil de R$ 53,93 para despesas com lazer e viagens esporádicas, divididos entre lazer (R$ 14,87, ou 27,6%) e viagens esporádicas (R$ 39,05, ou 72,4%). A maior despesa no total foi encontrada no Sudeste: R$ 29,42.

Considerando a cor ou raça e o sexo da pessoa de referência, o maior gasto envolvendo lazer e viagens esporádicas a lazer foi encontrado entre os brancos (R$ 34,41) e entre os homens (R$ 35,80).

A POF 2017-2018 mostra ainda que famílias cuja pessoa de referência estava na faixa etária compreendida entre 25 e 49 anos de idade contribuíram com R$ 26,76 per capita do seu orçamento para consumo em lazer e viagens. Esse valor equivale a 49,6% do total. Na faixa de 50 a 64 anos, a participação foi de 33,3%. Já idosos (com 65 anos ou mais) corresponderam a 15,1%.

Famílias com pessoa de referência com ensino superior completo representaram metade do total do consumo com lazer e viagem, ou o equivalente a 50,2%. Do total de R$ 14,87 de despesa média per capita com lazer, R$ 9,49 (63,8%) se destinaram a eventos culturais, esportivos e de recreação e R$ 5,39 (36,2%) para leitura, brinquedos e jogos. Alimentação, transporte e hospedagem responderam por 73,4% das despesas com viagens esporádicas a lazer, enquanto o item passeios e eventos e pacotes turísticos nacionais e internacionais representaram 6,6%.

A avaliação subjetiva para o tópico lazer mostrou proximidade entre os três níveis de classificação: 35,1% para bom, 30,7% para satisfatório; e 34,1% para ruim. A POF destaca ainda que entre os 10% da população com os maiores rendimentos, 54% viviam em famílias que avaliaram seu padrão de lazer como bom e 14% como ruim. Por outro lado, entre os 40% da população com os menores rendimentos, apenas 29% viviam em famílias que consideraram bom o seu padrão de lazer e 42% viviam em famílias que avaliaram como ruim.

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A produção industrial da Bahia seguiu em alta no mês de junho, com aumento de 10,5% em relação ao mês anterior. Foi o segundo aumento seguido nesse comparativo e o melhor desempenho para um mês de junho desde 2018. Os dados são do IBGE.

Dos 15 locais que a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE analisa, a Bahia foi o que teve o maior crescimento da produção industrial. O resultado também foi bem melhor que a nacional, que não registrou quedas nem crescimento (0%).

Apesar dos dados positivos, o setor fabril baiano segue com produção abaixo do período pré-pandemia, 28,4% abaixo do registrado em fevereiro do ano passado.

Comparando com junho do ano passado, a produção industrial baiana também teve queda de 7,9%. Nesse comparativo, a Bahia ficou como segunda pior do país, melhor somente que o Pará, que registrou queda de 8%.

No acumulado do primeiro semestre desse ano, comparando com o período anterior, a Bahia tem os piores índices do Brasil, com queda de 15%. Nos 12 meses encerrados em junho, a queda de 8,7%, também a pior do país.

Celulose e produtos derivados de petróleo
O recuo que vem desde junho do ano passado acontece por conta da sexta queda seguida na indústria de transformação (-8,6%), aponta o IBGE. Já a indústria extrativa tem o quinto resultado positivo seguido, com aumento de 2,9%.

A queda geral no mês acontece por conta de resultados negativos em 6 das 11 atividades da indústria de transformação, com destaques para fabricação de celulose, papel e produtos de papel (- 52,5%) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (- 13,1%).

O recuo mais forte comparando os dois meses de junho foi da fabricação de veículos automotores, reboques e carroceria (-77,9%).

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Com 664 mil hectares plantados, o cultivo de frutas na Bahia responde por 31% da produção nacional do setor. O destaque fica para as lavouras de uva e manga no Vale do São Francisco, onde ficam os dois municípios do estado com maior faturamento na fruticultura: Juazeiro (R$ 589 milhões anuais) e Casa Nova (R$ 300 milhões).

Os dados são da Secretaria da Agricultura (Seagri), com base em levantamento do IBGE. A pasta estadual ressalta ainda que a Bahia é o segundo maior produtor de frutas frescas.

Parte destes números decorrem do desempenho no Vale do São Francisco, que inclui os números de Pernambuco também. A região fatura anualmente R$ 2 bilhões com as safras de manga e uva e produz anualmente um milhão de toneladas de frutas. A receita com exportações alcança R$ 440 milhões.

Uma das iniciativaas baianas é o Distrito de Irrigação do Perímetro de Maniçoba (DIM), em Juazeiro. Duas mil famílias vivem das cuturas de manga e uva no local. O faturamento dos 625 lotes do distrito – a maioria destinada a pequenos produtores – foi de R$ 184 milhões em 2020.

De acordo com a Seagri, são gerados 9.914 empregos diretos e outros 39.652 indiretos no em Maniçoba. No distrito estão plantados mais de cinco mil hectares de manga, que geram uma produção de 90 mil toneladas da fruta por ano – metade da safra é destinada à exportação.

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Em junho, o preço da cerveja subiu mais do que a inflação, ao contrário do que vinha acontecendoo nos últimos 12 meses. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A cerveja para consumo em casa registrou um aumento nos preços de 1,03% em junho, 2,58% no ano e 5,02% no acumulado em 12 meses, de acordo com dados inéditos da CervBrasil.

Já a cerveja para consumo fora do domicílio sofreu um reajuste de 0,48% no mês, de 2,30% no ano e de 4,47% no acumulado em 12 meses.
Enquanto isso, o IPCA teve alta de 0,53%.em junho; 3,77%no acumulado do ano; e 8,35% no acumulado dos últimos 12 meses.

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O setor mineral baiano vai registrar um aumento de mais de 53% em sua produção no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. A constatação foi feita com base nos dados divulgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e utilizados para um balanço semestral realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A produção mineral bruta comercializada passou de R$ 3,7 bilhões, contra R$ 2,7 bilhões no período de 2020. O resultado coloca a Bahia em terceiro lugar no ranking nacional dos maiores produtores minerais, ficando atrás apenas de Minas Gerais e Pará.

O bom resultado também representa um incremento de receitas para os municípios com produção mineral, que recebem 60% da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), a contribuição paga pelas mineradoras. Em Jaguarari, no norte do estado, por exemplo, esta contribuição no período cresceu 161%, indo de R$ 3,2 milhões em 2020 para R$ 8,5 milhões em 2021. Outro caso expressivo foi o de Caetité, cuja CFEM passou de R$ 72 mil para R$ 2,5 milhões. Um crescimento de 3500%. Os números foram coletados no dia 16 de junho e a expectativa é que com o fechamento do mês sejam ainda maiores.

“Em bom português, podemos dizer que Caetité bombou! A melhor característica do dinheiro da CFEM é que ele é dinheiro novo. Ele não vem com restrições. O município pode identificar as áreas que estão precisando e utilizar o valor da melhor forma. Pode ser para educação, segurança, saúde, ou qualquer setor que for representar maior ganho para sua população.”, diz Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM.

A mineração assegura insumos e impulsiona negócios para milhares de empresas de todos os portes e de praticamente todos os segmentos. A sua remuneração salarial média é duas vezes maior que a das indústrias de transformação, construção civil e chega a ser três vezes maior que a do comércio. O setor promove uma forte dinamização da economia na região onde se insere, pois demanda toda uma cadeia produtiva de suprimentos e insumos.

Atualmente, a Bahia é o maior produtor brasileiro de barita, bentonita, cromo, diamante, magnesita, quartzo, salgema e talco; o segundo maior produtor de níquel; e o terceiro de cobre. É, ainda, o único produtor de vanádio e urânio do Brasil.

Nove vezes mais minério de ferro

Outro mineral que vem apresentando um crescimento significativo é o ferro, cuja produção cresceu quase 900% neste semestre, em relação ao ano passado. Boa parte desse aumento se deve à entrada da Bamin no mercado. A mineradora brasileira iniciou a operação comercial em janeiro e promete transformar a Bahia no terceiro maior estado produtor de minério de ferro do Brasil. Atualmente, os três estados que mais produzem o metal são Pará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

“E nós estamos apenas raspando a superfície, a Bahia tem um potencial que vai muito além da Bamin”, afirma Eduardo Ledsham, presidente da mineradora.

O projeto completo da Bamin conta com a conclusão do Porto Sul, em Ilhéus (BA), e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), cujo leilão foi vencido pela empresa, em 8 de abril deste ano. Os trilhos desta primeira etapa vão de Caetité ao Porto Sul e devem colocar a Bahia no seleto grupo de exportadores nacionais de minério de ferro, commodity que representa aproximadamente 4% do PIB brasileiro. Só a carga estimada pela mineradora deve ocupar um terço da capacidade da ferrovia.

Logística determina produção mineral

Estudos realizados pela CBPM mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. Na esteira da FIOL, a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos. Esses dados comprovam que, para seguir crescendo, a Bahia precisa de um modal ferroviário forte, moderno e competitivo.

Por isso, setores do governo e empresariado baiano agora lutam tanto pela FCA/VLI (Ferrovia Centro-Atlântica) quanto pela FIOL. A ferrovia tem sido tema de discussão entre a concessionária, que quer continuar a operar a FCA por mais 30 anos, e os grupos supracitados, que questionam quais benefícios essa parceria trouxe para Bahia e quais vai trazer a partir daqui.

“Precisamos de garantias de que a empresa, ou qualquer outra concessionária, irá investir no trecho baiano da ferrovia, apresentando uma solução para a falta desse trem, considerando não apenas a demanda atual de carga ferroviária como o seu potencial futuro.”, afirma Tramm.

O abandono dos trilhos prejudica a logística de cargas para empresas baianas, que enfrentam ainda deterioração na malha. Dentre eles, a desativação total dos trechos Senhor do Bonfim-Juazeiro/Petrolina, Esplanada-Propriá, Mapele-Calçada, e parcial no Porto de Aratu, somando uma perda de mais de 620 km. Essas desativações contribuem para o isolamento do Nordeste da malha ferroviária nacional.

Este conteúdo tem apoio institucional da CBPM e WWI e oferecimento da Mineração Caraíba e RHI Magnesita.

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Daqui a oito dias, em 26 de junho, será realizado o sorteio da Quina de São João, que este ano pagará um prêmio estimado em R$ 190 milhões. As apostas para o concurso especial começaram na última terça-feira (15).

O concurso especial 5.590 não acumula e teve acréscimo no valor da premiação após o sorteio anterior não ter registrado ganhadores na faixa principal.

Se não houver ganhadores na faixa principal, com acerto de 5 números, o prêmio será dividido entre os acertadores da 2ª faixa (4 números) e assim por diante.

O sorteio será realizado em 26 de junho, no espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo, às 20h.

Para jogar, é preciso marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis. A aposta mínima com cinco números custa R$ 2.

O apostador pode deixar para o sistema escolher os números, por meio da Surpresinha. Ganham prêmios os acertadores de 2, 3, 4 ou 5 números.

As apostas podem ser feitas nos volantes específicos ou nos de concursos regulares em qualquer lotérica do país, no aplicativo Loterias Caixa e no portal.

Segundo a Caixa, caso apenas um ganhador leve o prêmio da Quina de São João e aplique todo o valor na poupança, receberá, no primeiro mês, cerca de R$ 383 mil em rendimentos.

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Projetos em implantação no Polo Agroindustrial e Bioenergético do Médio São Francisco, nos municípios de Barra e Múquem do São Francisco, foram visitados, nesta terça-feira (15), por três grupos de investidores, o Kasuya Consultoria Agro, a Cedro Participações, ambos de Luis Eduardo Magalhães, e o Grupo União, de Pernambuco. A comitiva, que também esteve no canteiro de obras da Ponte que liga Barra à Xique-Xique, foi coordenada pelo vice-governador João Leão, secretário do Planejamento.

“Com R$ 9,6 bilhões de investimentos privados previstos, o Polo Agroindustrial, em implantação na Bahia, nesta sofrida região do Médio São Francisco, deve gerar em torno de 60 mil empregos, diretos e indiretos, e incrementar em até 10% a receita do Estado da Bahia, nos próximos 10 anos”, afirmou Leão, ao ressaltar o potencial do projeto para a economia da baiana. 

Luis Henrique Kasuya, executivo da Kasuya Consultoria Agro, destacou as qualidades da região. “Nós andamos hoje do município de Barra até Ibotirama e vimos um potencial enorme, visto que as terras aqui têm uma fertilidade natural muito boa. É uma região com altíssimo potencial de produtividade”. 

Já o diretor do Grupo União, Jair Meireles, mostrou entusiasmo ao conhecer as propriedades. “Realmente se constata um alto índice de produtividade. Eu vi aqui, duzentas, trezentas toneladas de cana toda irrigada. Com esse alto índice de produtividade você precisa de menos terra, é possivel concentrar mais o canavial próximo a área da indústria e com todas as viabilidades”, disse.
 
O Polo Agroindustrial, já possui 16 projetos agrícolas, agropecuários, agroindustriais e sucroalcooleiros em implantação, é parte de uma iniciativa do Governo do Estado que visa criar outros polos de desenvolvimento na Bahia, historicamente concentrado na Região Metropolitana de Salvador. 

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A Baixa dos Sapateiros, que ao longo dos anos vinha perdendo o posto como uma das principais regiões de comércio de rua e popular de Salvador, amarga dias ainda mais difíceis com a pandemia. De acordo com a Associação dos Lojistas da Baixa dos Sapateiros e Barroquinha (Albasa), das 360 lojas locais, aproximadamente 40% fecharam as portas.

Para o vice-presidente da Albasa, Rui Barbosa, o principal problema começou em 2014, com a reestruturação das linhas de ônibus na cidade. “A Lapa ficou hoje com 107 linhas, além do metrô, e nós ficamos só com 10. É uma deslealdade com a Baixa dos Sapateiros. Aí o cliente não chega”, pontua. A reclamação é comum entre os lojistas, que dizem precisar pegar dois ônibus e o metrô para chegar ao trabalho e, por vezes, ainda caminhar cerca de 1km.

O vice-presidente explica que a pandemia veio para piorar ainda mais o cenário e que, apesar de mais de um ano depois, as coisas ainda não voltaram ao normal. “É como se a gente tivesse saído da UTI para a enfermaria. Tem muita gente com dívidas, devendo impostos. Tem FGTS, INSS, IPTU, ICMS. As contas continuam chegando e não temos nenhum auxílio. É, no máximo, a possibilidade de jogar o problema para frente. Só Deus mesmo na vida do comerciante para suportar uma situação dessas”, ressalta Barbosa.

“Nós esperamos que melhore, já que foi inaugurada a Barroquinha, o Mercado São Miguel e vai ter obra no Aquidabã. São mais de 180 anos de existência. É um comércio importante e tradicional que não pode morrer”, finaliza.

Obstáculos da pandemia

Carol Souza, de 37 anos, montou uma loja de cosméticos há cerca de dois anos na Baixa dos Sapateiros, mas, ainda no começo da pandemia, foi forçada a fechar as portas. “Com as restrições, a gente teve que fechar a loja por quatro meses e aí não aguentei. Era a única loja de cosméticos daqui”, conta.

Mas outro fator que contribuiu para o fechamento foram os assaltos constantes na porta da loja. Segundo os comerciantes, a concentração desse tipo de crime fica nas proximidades do Pelourinho. “Era todo dia e, principalmente, com turistas. Os meninos saíam do beco e levavam as correntinhas. Recentemente eles colocaram a polícia para rondar ali, aí até melhorou, mas não resolveu”, diz Carol.

Com o fim da sua loja de cosméticos, Carol foi trabalhar na loja do marido, a Casa do Bebê, que vende roupas e artigos para bebês. Ela fica na outra extremidade da Baixa dos Sapateiros, que diz ser “mais tranquila”. Por lá, a saída para a crise foram as vendas online. “A gente começou a vender pela internet. Graças a Deus, conseguimos manter todos os funcionários, mas por aqui é exceção isso. Muita gente foi demitida, principalmente aqueles com carteira assinada e contrato”, coloca.

“Aqui em frente você já tem umas cinco lojas fechadas; andando mais um pouco já soma umas 10. Até lá na Barroquinha já tem um monte. Essa loja aqui do lado já tem três anos que ninguém aluga. O movimento não é mais o mesmo há um tempo já. Reformaram a calçada, colocaram um certo policiamento, mas o cliente mesmo não vem. Isso aqui precisa se tornar atrativo, precisa ser divulgado”, acrescenta a gerente.

Já para a loja de produtos de cama, mesa e banho, A Sergipana, de sete anos de existência, a pandemia teve ainda mais impacto. A proprietária, Rita Maria, de 46 anos, precisou demitir os dois funcionários que tinha. “Agora é só meu marido e meus filhos me ajudando. A gente criou dívidas porque é muita coisa para pagar e pouco cliente para comprar. “Fica cada dia mais difícil e tem muita loja fechando, seja pequena ou grande. A Baixa dos Sapateiros está morrendo aos poucos”, destaca.

Decaindo aos poucos

Luciene Oliveira, de 55 anos, começou a trabalhar na Baixa dos Sapateiros ainda aos 18. “Comecei no Centro Comercial Santa Bárbara, com uma loja de moda masculina. Foi um sucesso aqui até 1996. Depois, foi caindo aos poucos e o movimento foi diminuindo cada vez mais”, conta.

Segundo ela, a piora começou no final dos anos 1990, quando os camelôs passaram a não ser mais bem-vindos no local. “Antes, aqui tinha camelô. Era um pouco de bagunça, mas ajudava muito no movimento. Depois que a prefeitura tirou eles, isso aqui enfraqueceu”, diz Luciene.

Hoje ela tem sua loja de variedades ainda na Baixa dos Sapateiros, a Lu Embalagens, mas isso é motivo de animação. “Eu até troquei de ponto e vim para esse, que fica mais visível, mas a pandemia foi um baque grande, é muita conta para pagar. E olha que não tem funcionário; aqui é meu filho e minha sobrinha comigo me dando suporte. Mas os poucos clientes que chegam ainda pedem desconto. O lucro já é pouco. Aqui na minha eu pego menos de 30% às vezes e já vi especialista dizendo que não é certo”, explica a lojista.

Paulo Silva, de 66 anos, é proprietário da Street Wear, loja de roupas masculinas há 25 anos. Para ele, os anos fizeram muito mal para a Baixa dos Sapateiros e a situação atual é lamentável. “Isso aqui piorou muito nesses anos todos. Nem tinha violência e agora alguns lojistas até se reúnem para bancar uma empresa de segurança particular. O transporte foi o pico da piora. Eu tenho muitos clientes antigos que deixaram de vir. Aí o resultado é loja fechando”, diz ele, que já chegou a ter quatro funcionários e, agora mantém apenas um.

Paulo faz uma avaliação do que vem acontecendo com o local. “Por aqui, a gente tem mesmo clientes de mais idade. Os mais jovens só querem saber dos shoppings, que é cheio de atrativos. Aí o comércio de rua fica em segundo plano”, opina.

Sobre o problema trazido pela Albasa e pelos comerciantes a respeito da insuficiência do transporte público para a Baixa dos Sapateiros, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) disse, em nota, que algumas linhas foram substituídas, mas o serviço não deixou de ser oferecido à população.

Segundo a secretaria, no novo Terminal da Barroquinha, entregue recentemente totalmente requalificado, os usuários contam com 10 linhas e cerca de 50 ônibus por hora, favorecendo bairros como Paripe, Pirajá, Acesso Norte, Pau da Lima, São Marcos, Vale das Pedrinhas, Fazenda Grande, Parque São Cristóvão, entre outros. Além do atendimento de linhas que passam pela Baixa dos Sapateiros, Terminal de Aquidabã, e Campo da Pólvora.

“Também é possível realizar a integração com ônibus ou metrô na estação da Lapa ou no Terminal Acesso Norte, de onde saem ônibus com intervalos de aproximadamente 10 minutos para a região da Baixa dos Sapateiros”, diz a nota.

Quanto ao problema da falta de segurança, em nota, a Polícia Militar informou que, de acordo com o 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM/Centro Histórico), o policiamento na Baixa dos Sapateiros é realizado diuturnamente por guarnições motorizadas e policiamento a pé, que fazem rondas ostensivas preventivas.

"Além do policiamento ordinário, a unidade dispõe de guarnições de motociclistas e da Companhia de Emprego Tático Ostensivo (CETO), que se sobrepõem ao policiamento do setor, de acordo com a mancha criminal. O Batalhão tem intensificado o policiamento, com vistas a coibir ações delituosas de quaisquer naturezas, contando com o reforço e o apoio da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) RONDESP BTS, que realiza constantes ações preventivas e repressivas na localidade", informou a PM.

A PM destacou ainda que o 18º BPM tem um diálogo permanente com gestores da Albasa e está de portas abertas para a comunidade da região. "É importante salientar ainda que o cidadão deve registrar as ocorrências na delegacia, pois a PM trabalha a partir dos dados estatísticos de cada área. Além de ligar para o Disque Denúncia, 3235-0000, para informar dados sobre qualquer crime que aconteça nos bairros", reforça a corporação.

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O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), promulgou a lei que define o valor do salário mínimo em R$ 1.100 em 2021. No fim do ano passado, o governo enviou uma medida provisória sobre o tema e, com isso, o montante já está em vigor desde o dia 1º de janeiro.

Neste ano, o valor diário do salário mínimo corresponde a R$ 36,67 e, o valor horário, a R$ 5.

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