Quinta, 25 Abril 2024 | Login

Época de confraternizar e celebrar com os amigos e a família, o fim de ano é também um momento de sair às compras para grande parte dos brasileiros. No entanto, se as festas do período são conhecidas pela fartura, a situação econômica atual do país pode acabar limitando o orçamento da população, especialmente no Natal.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias brasileiras com dívidas (em atraso ou não) alcançou 74,6% em outubro deste ano. O número foi o maior já registrado pelo estudo, que começou em janeiro de 2010. Antes de julho deste ano, a parcela nunca havia chegado a mais de 70%. A maioria das dívidas (84,9%) envolve cartão de crédito.

A situação é confirmada pelo levantamento do Reclame Aqui, realizado no início do mês, sobre as compras de Natal deste ano. Às vésperas da festa, 74,9% das pessoas disseram que não vão presentear pessoas queridas, conforme a pesquisa. O principal motivo é a falta de dinheiro para comprar presentes, apontada por 32,8% dos que não vão comprar. As demais justificativas são a falta de vontade de presentear (23,6%), a sensação de que tudo está caro (18,2%) e o fato de estar endividado (16,4%).

A técnica em Segurança do Trabalho Amanda Fernandes, de 27 anos, é uma das pessoas que pretendem economizar. Ela diz que os preços estão "altíssimos'' e que o custo de vida está incompatível com o salário que recebe.

“Vou economizar para evitar dívidas porque está difícil guardar dinheiro. O investimento no momento é em algo que nos dê mais dinheiro”, ressalta ela, que pretende economizar também durante a comemoração do Réveillon.

Para Amanda, no entanto, diminuir os gastos não significa deixar de agradar os mais chegados. A alternativa é investir nas famosas “lembrancinhas”, itens mais baratos, mas que demonstram o afeto da mesma maneira.

“Vou evitar comprar presentes caros e dar lembrancinhas para a família, para não passar em branco. Apesar de o dinheiro estar difícil, devemos valorizar nossa família principalmente nesses tempos de perdas devido à covid-19. Se não pode dar um kit de perfume, podemos dar uma barra de chocolate, um cartão de Natal, uma lembrancinha de R$ 1,99. O que vale é o carinho”, diz.

Segundo o professor, mentor e consultor empresarial na área de bolsa de valores Lucas Rios Freire, a renda familiar está diretamente ligada ao crescimento do país, revelado pelo Produto Interno Bruto (PIB). “Se o país cresce pouco ou se há, por outro lado, uma contração econômica, há uma direta tendência de empobrecimento das famílias, ligadas ao desemprego e à perda de renda familiar”, explica.

A pandemia e suas consequências, como o desemprego e o enfraquecimento do comércio, da indústria e da economia, são apontadas por Lucas como as causas do endividamento familiar visto nas pesquisas. Porém, ele também chama a atenção para outro fator: a falta de perícia em educação financeira.

“Conviver com dívidas sempre foi um desafio da família brasileira. Sim, porque na escola primária, a criança não é instruída em como organizar o orçamento familiar. A dívida não é um privilégio das famílias menos favorecidas economicamente, mas de toda a sociedade de modo geral e, principalmente, do próprio Estado Brasileiro”, explica.

“Não se deve esquecer que a fatura sempre chegará para ser adimplida. Compre somente o essencial. Não se iluda com descontos irrisórios e parcelas que irão se atrelar ao orçamento doméstico por 10, 12 meses. O espírito natalino não deve ser associado a um cenário de compras demasiadas e desnecessárias. Lembre-se sempre de realizar um planejamento doméstico financeiro de sorte para não fugir do orçamento realizado”, aconselha ele.

“Por fim, seria de bom-tom que as famílias tenham uma reserva financeira, em conta poupança, que cubra de seis a 12 meses de gastos rotineiros. Isto irá fazer com que a sombra do endividamento não persiga aquele núcleo familiar”, completa.

Ceia mais barata

Não dá para falar em festas de fim de ano sem citar as famosas ceias. Seja no Natal ou no Ano Novo, o brasileiro gosta de comemorar o momento com um cardápio repleto de delícias tradicionais da época. O grande empecilho deste ano é a alta nos preços dos alimentos.

Um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou um aumento de 6% no preço da cesta de Natal, que era cerca de R$ 309 em 2020 e, neste ano, passou para uma média de R$ 328. Alguns itens típicos tiveram alta de pelo menos 25%, como o panetone com frutas cristalizadas. Peru, chester, bacalhau, champanhe e bombons também estão mais caros.

Luciano Almeida, CEO da Foodtech Restin, uma plataforma on-line do setor alimentício, ensina como economizar com a comida. “É possível fazer uma ceia caprichada pensando de forma consciente naquilo que estará à mesa. Se o peru está caro, opte pelo frango e capriche nos temperos, recheio e acompanhamentos”, orienta.

A substituição e o planejamento das compras foram as principais táticas encontradas pela autônoma Arielle Moreira, 37, para garantir o cardápio natalino sem gastar muito. “Assim como em 2020, aqui em casa, vou substituir o peru por um frango mais elaborado. Como vou fazer uma pequena reunião familiar, também ficou combinado que cada parente deve levar um prato de comida”, conta ela.

Outras dicas dadas por Luciano é comprar produtos próximos ao vencimento, que costumam ser vendidos até pela metade do preço, não ter medo dos alimentos de “fim de feira” devido à aparência, fazer uma ceia consciente, sem extravagâncias, e congelar as sobras. “Assim, dá para preservar o sabor e usar em novas receitas para o dia seguinte. As frutas da decoração da mesa também podem ser congeladas e, no momento oportuno, transformadas em sucos, que vão super bem no calor”, ensina.

“Use o que sobrou e capriche no arroz carreteiro, um prato brasileiro da região Sul apreciado por muita gente. Baião de dois também vai super bem com as sobras de carnes. Frango, chester e peito de peru viram coxinhas muito apetitosas para aquele lanche da tarde. As aves também podem dar vida a escondidinhos e panquecas”, finaliza.

Publicado em Economia

Os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que estão com os benefícios atrasados, mas venceram na Justiça ações de concessão ou revisão em novembro deste ano, vão receber os valores nos próximos dias.

O Conselho da Justiça Federal (CJF) divulgou, nesta segunda-feira (20), a liberação dos limites financeiros aos Tribunais Regionais Federais (TRFs) para o pagamento de Requisições de Pequeno Valor (RPVs). Do total geral, R$ 1.461 bilhão corresponde a matérias previdenciárias e assistenciais, a exemplo de revisões de aposentadorias, auxílios-doença, pensões e outros benefícios, que atingem 79.836 processos, com 103.619 beneficiários.

O Conselho esclarece ainda que cabe aos TRFs, segundo cronogramas próprios, o depósito dos recursos financeiros liberados. Com relação ao dia em que as contas serão efetivamente liberadas para saque, esta informação deverá ser obtida na consulta de RPVs disponível no Portal do Tribunal Regional Federal responsável.

O TRF da 1ª Região, que atende, dentro outras unidades federativas, a Bahia recebe a liberação de R$ 635 milhões para matérias previdenciárias ou assistenciais, referentes a 2.330 processos, com 38.102 beneficiários.

Publicado em Brasil

Enquanto a modalidade Pix garantido não é disponibilizada pelo Banco Central, alguns bancos e carteiras digitais de pagamento estão se adiantando e já permitem aos usuários a realização de pagamentos Pix via cartão de crédito. Alguns incluem até mesmo o parcelamento, mas é preciso estar atento às condições.

Em linhas gerais, o serviço é oferecido da seguinte maneira: o usuário mantém seu cartão de crédito cadastrado no aplicativo do banco ou da carteira digital. Escolhe fazer pagamento via Pix, normalmente, e na opção de pagamento, onde pode escolher usar o saldo da conta bancária, da carteira digital ou outras opções, basta escolher o uso do cartão de crédito.

Ao fazer isso, o usuário irá transferir a quantia, de acordo com o limite disponível no cartão de crédito, e a pessoa a quem se destina o pagamento irá receber o Pix em poucos segundos, sem nenhuma alteração. O uso do cartão de crédito, no entanto, para pagamentos Pix veio com taxas fixadas por quem fornece o serviço, debitando um valor a mais do cartão de crédito.

O Bradesco, por meio do seu banco digital, Digio, permite aos clientes fazer pix utilizando o limite do cartão de crédito e pagando de forma parcelada. A função pode ser usada para pagamentos de R$ 50 até R$ 3.000 e é limitada a 40% do limite do cartão de crédito.

No caso do Digio, o valor pode ser parcelado em até 12 vezes e é cobrada uma taxa de até 9,9% ao mês.

A carteira digital RecargaPay é um dos aplicativos para transações financeiras que também ofertam o serviço, cobrando um pouco menos do que os grandes bancos, até. A taxa cobrada é de 2,99% e a funcionalidade é a mesma, basta ter uma conta no aplicativo, estar com um cartão de crédito cadastrado e, na hora que for realizar o pagamento via Pix, a partir do aplicativo, selecionar a opção de uso do cartão de crédito. O valor segue o limite disponível no cartão e também pode ser parcelado em 12 vezes.

Com previsão para lançamento no primeiro semestre de 2022, o Pix Garantido está sendo desenvolvido pelo Banco Central justamente para permitir o pagamento via Pix de forma parcelada. Com o Pix Garantido será permitido agendar o pagamento de contas, tendo como garantia o próprio saldo em conta na data prevista para pagamento ou contando com a figura de um intermediário, a exemplo de um banco, que garantirá o pagamento no dia em que o valor parcelado foi agendado.

Na última sexta-feira, o Pix bateu o recorde de transações diárias desde que foi lançado. De acordo com o Banco Central, levando-se em consideração transferências e pagamentos, foram registradas cerca de 50,3 milhões de transações por meio do sistema de pagamentos instantâneos num único dia. O recorde anterior havia sido de 50 milhões.

Integração dos aplicativos das instituições com a lista de contatos nos smartphones, facilitando a identificação dos contatos que possuem o celular ou o e-mail como chave Pix. (Concluído - 1º tri/21)
Gestão dos limites pelos aplicativos. (Concluído - 1º tri/21)
Atalho para o canal de atendimento da instituição para tratar reclamação e atalho para reclamação junto ao BC (Concluído - 2ºtri/21)
Pix Saque e Troco: Para dar ao consumidor a opção de obtenção de dinheiro em espécie diretamente do lojista e para facilitar a gestão de numerário dos estabelecimentos. Regras já divulgadas pelo BC. (Serviço estará disponível a partir de 29/11/2021)
Iniciador como nova modalidade de participação no Pix, agregando ainda mais competição ao arranjo, e possibilidade de instituições detentoras de conta transacional que sejam autorizadas pelo BC e certificadas no Open Banking possam oferecer o serviço de iniciação no Pix. Iniciação com chave, inserção manual (29/10/2021); Iniciação direta pelo iniciador (29/10/2021) e Iniciação pela leitura de QR Code e agendamento (01/12/2021)
Bloqueio cautelar e devolução: possibilidade de bloqueio cautelar em caso de suspeita de fraude e devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes | Regras (Concluído - 2º tri/21) | Vigência: 16/11/2021
Pix Cobrança: pagamentos imediatos. (Concluído); pagamentos com vencimentos para pagamento em data futura, podendo incluir juros, multas, acréscimos, descontos e outros abatimentos. (Concluído) e padronização de arquivo de remessa e retorno para viabilizar gestão de cobranças em lote. (4ºtri/21)
Débito automático no Pix: Para facilitar pagamentos recorrentes por meio do Pix (previsão para o 2º trimestre de 2022)
Reportagem originalmente publicada no JC Online

Publicado em Economia

A Petrobras não promoveu nenhum reajuste no preço dos combustíveis durante todo o mês de novembro. Apesar disso, a gasolina está pesando ainda mais no bolso dos consumidores baianos. Nos postos de Salvador, o litro do produto já está sendo vendida por até R$ 7,30. O motivo para esta alta, segundo os representantes do setor, é o risco de desabastecimento provocado por a Petrobras não conseguir atender todos os pedidos feitos pelas distribuidoras para o fornecimento de combustíveis.

Para lidar com o problema, de acordo com Walter Tannus, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis), as distribuidoras estão tendo que importar gasolina mais cara e o preço é passado para os postos, que decidem se repassam ou não o valor a mais para o consumidor. “É uma decisão empresarial. Alguns seguram o preço até quando podem e outros precisam repassar”, explica.

De fato, de acordo com o aplicativo Preço da Hora, na tarde dessa terça-feira (30), ainda haviam 17 postos de combustíveis na Região Metropolitana de Salvador (RMS) vendendo gasolina pelo preço anterior ou até abaixo. A maioria, no entanto, já tinha atualizado os valores para, em média, R$ 6,93.

“As distribuidoras importam combustíveis e, segundo elas, o produto chega mais caro do que é o da Petrobras. Quando chega no final do mês, a situação se agrava, pois o estoque está baixo e eles precisam acelerar a importação. Aí o preço só aumenta”, relata Tannus.

Sadi Leite, diretor executivo do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom), reforça essa justificativa. “A Petrobras informou para as distribuidoras que não ia conseguir ofertar a quantidade de pedidos e, realmente, o mercado tá tendo que se valer da importação. Hoje, a gasolina importada é de R$ 0,10 a R$ 0,20 mais cara, no geral”, afirma.

Somado esse custo extra com impostos que incidem sobre a importação, o preço da gasolina é ainda mais encarecido, o que justificaria o valor de R$ 7,30 no litro encontrado na segunda. A situação é tão séria que alguns representantes das distribuidoras chegaram a alertar para o perigo de acontecer desabastecimento de combustíveis.

A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom) chegou a divulgar uma nota alertando do perigo.

“As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, disse.

Sadi Leite é mais cauteloso e afirma não haver risco de desabastecimento. “Não existe nenhuma possibilidade, em parte por causa da importação e em outra porque a Petrobras vai ter que se virar para atender, pelo menos, os clientes que tem contrato. Ela não vai deixar faltar produto”, confia.

FUP diz que quase 500 mil barris de derivado de petróleo são importados por dia para o Brasil
Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), também considera que o aumento no preço dos combustíveis é por conta da busca pelo mercado internacional. “Nós temos denunciado há algum tempo esse problema, que é gerado pelo aumento na capacidade ociosa das refinarias no Brasil. Atualmente, temos uma média de 67% de utilização da nossa capacidade de produção. Se não usa o restante, cresce a dependência de importação”, diz.

Segundo Bacelar, quase 500 mil barris de derivado de petróleo são importados por dia para o Brasil, o que encarece os preços dos combustíveis em todo o território nacional, não apenas na Bahia. “Nós defendemos que as refinarias voltem a operar com quase 100% da sua capacidade, como era em 2014. O Brasil decidiu por essa política que torna a população, as distribuidoras e os postos reféns dos importadores”, aponta.

Os especialistas ouvidos pela reportagem consideram que esse problema é compartilhado com os outros combustíveis, como o diesel e o gás natural. Ambos, porém, não arriscam em dizer que a tendência de alta, por esse motivo, vai se manter em 2022.

“Vai depender muito da postura de Petrobras ou do preço internacional. É algo imprevisível. A gente espera que o peço do petróleo baixe e o dólar também”, afirma Walter Tannus.

Segundo a Petrobras, essa incapacidade de abastecimento completo não está relacionada com algum problema de produção da empresa e sim com o crescimento do pedido das distribuidoras, o que aumentou por causa da pandemia. “A gente não esperava um crescimento tão grande. Na Bahia, estamos com um volume de vendas próximo ao de 2014, quando atingimos a nossa melhor média. O diesel tem sido bem demandado por causa dos caminhões que estão rodando para todos os lados nessa retomada”, considera Leite.

Até o momento, em 2021, a Petrobras realizou 15 reajustes no preço da gasolina, sendo 11 aumentos e quatro reduções. No total, o valor do combustível vendido nas refinarias teve crescimento de 74%. Já o diesel teve 12 reajustes, sendo nove aumentos e três reduções que totalizaram um crescimento no preço de 65%. O último reajuste aconteceu no dia 26 de outubro e levou a gasolina a custa R$ 3,19 e o diesel R$ 3,34. Confira a lista de todos os reajustes feito pela empresa:

Gasolina
19 de janeiro – R$ 1,98
26 de janeiro - R$ 2,08
8 de fevereiro – R$ 2,25
18 de fevereiro – R$ 2,48
1º de março - R$ 2,60
9 de março - R$ 2,84
20 de março - R$ 2,69
25 de março - R$ 2,59
16 de abril – R$ 2,64
1º de maio – R$ 2,59
12 de junho – R$ 2,53
6 de julho – R$ 2,69
12 de agosto – R$ 2,78
8 de outubro – R$ 2,98
26 de outubro – R$ 3,19

Diesel:
26 de janeiro - R$ 2,12
8 de fevereiro – R$ 2,24
18 de fevereiro – R$ 2,58
1º de março - R$ 2,71
9 de março - R$ 2,86
25 de março - R$ 2,75
9 de abril – R$ 2,66
16 de abril – R$ 2,76
1º de maio – R$ 2,71
6 de julho – R$ 2,81
28 de setembro – R$ 3,06
26 de outubro – R$ 3,34

Publicado em Bahia

Data mais importante do ano para o comércio, o Natal deverá confirmar a força de sua tradição em 2021. Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o pleno funcionamento das atividades comerciais em todo o Brasil, a expectativa é que 77% dos consumidores presenteiem este ano, retornando ao patamar de consumo pré-pandemia.

É o que aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas. De acordo com o levantamento, estima-se que 123,7 milhões de pessoas devem ir às compras de presentes de Natal, com potencial para injetar aproximadamente R$ 68,4 bilhões na economia.

Entre aqueles que não pretendem presentear no Natal, a principal justificativa é a falta de dinheiro (26%), não gostar ou não ter o costume (19%), seguido pelos que estão desempregados (16%).

Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, o avanço da vacinação e a reabertura total das atividades comerciais em todo o país trazem uma expectativa para o setor, mesmo em um cenário de dificuldade econômica.

“Este ano será possível realizar festas e eventos sociais e coorporativos. Isso também estimula as compras e o consumo. Apesar do cenário econômico preocupante, a pesquisa demonstra que a força simbólica e cultural do Natal se sobrepõe às adversidades que os brasileiros ainda lidam com a crise econômica. O Natal é o período mais aguardado do ano para consumidores e comerciantes e dá indícios de que a disposição dos brasileiros para consumir está retornando, ainda que aos poucos”, afirmou.

Roupas, brinquedos e perfumes lideram o ranking dos presentes

De acordo com a pesquisa, os mais lembrados na hora de presentear serão os filhos (62%), a mãe (45%) e o cônjuge (42%). Além disso, 69% dos consumidores pretendem comprar presentes para si mesmo no Natal. Em média, os consumidores pretendem comprar 4,5 presentes para algum familiar ou amigo no Natal e o ticket médio de cada presente será de R$ 122,78. Vale destacar ainda que a metade daqueles que vão comprar presentes deseja gastar até R$ 150,00 por presente (49%).

Entre os itens mais comprados, 61% afirmam que pretendem comprar roupas, 37% brinquedos, 36% perfumes/cosméticos, 36% calçados e 24% acessórios. De acordo com os consumidores que presentearam no Natal de 2020, 40% pretendem comprar este ano a mesma quantidade de presentes adquiridos no ano passado, enquanto 28% pretendem comprar mais presentes e 22% menos.

Entre os pesquisados, 33% pretendem gastar menos nas compras de presentes este ano, 31% pretendem gastar mais e 27% gastar a mesma quantia. Entre aqueles que pretendem gastar menos, 37% querem economizar, 22% estão com o orçamento apertado e 18% citam as incertezas com relação à economia brasileira para o próximo ano. Já aqueles que devem gastar mais afirmam principalmente que darão um presente melhor (36%), os preços estão mais caros (34%) e darão mais presentes (26%).

Internet será o principal local de compra

Seguindo a tendência das compras online, a internet (45%) será o principal local de compra dos consumidores no Natal, em seguida aparecem as lojas de departamento (43%) e o shopping center (40%). Entre aqueles que farão compras online, 37% devem comprar quase todos os presentes na internet; 31%, metade dos presentes; e 21%, todos os presentes. Em média, 67% dos presentes serão comprados pela internet.

Os canais de compra online mais utilizados devem ser: os sites (76%) e os aplicativos (72%), com destaque para os de lojas varejistas nacionais e em sites internacionais, seguidos pelo Instagram (23%).

A internet também será o principal local de pesquisa de preços, de acordo com os entrevistados: 79% pretendem fazer pesquisa de preços antes de comprar os presentes, sendo que 83% vão utilizar a internet (sobretudo os sites e aplicativos e as redes sociais). Já 68% costumam fazer pesquisas de forma offline, principalmente nas lojas de shopping e de rua.

Na percepção da maioria dos consumidores (71%), os preços em 2021 estão mais caros do que no ano passado, enquanto para 20% estão na mesma faixa de preço e 7% acreditam que estão mais baratos.

Os consumidores também estão atentos aos preços. Quando se trata da escolha do estabelecimento onde pretendem comprar os presentes, 55% são influenciados pelo preço. Já 39% escolhem o local por conta de ofertas e promoções; 24%, pela variedade de produtos; e 23%, pelo atendimento.

Dinheiro e cartão de crédito parcelado serão principais formas de pagamento

As principais formas de pagamento dos consumidores nas compras de Natal serão: dinheiro (48%), cartão de crédito parcelado (39%), cartão de débito (38%) e PIX (30%). Entre os que pretendem pagar parcelado, o número médio será de 6,3 parcelas, o que significa que o consumidor pagará a última prestação em junho de 2022.

De acordo com os consumidores, 49% pretendem parcelar as compras para ter condições de comprar todos os presentes, 43% afirmam que mesmo tendo condições de pagar à vista, preferem pagar desta forma para garantir sobra de dinheiro no orçamento e 28% para poder comprar presentes melhores.

“Dividir as compras em uma grande quantidade de parcelas sem avaliar o peso no orçamento pode atrapalhar o planejamento financeiro para o começo do ano. Sempre que possível, o ideal é pagar à vista, evitando o endividamento e procurando descontos. Mas, caso seja preciso parcelar, é recomendável restringir o número prestações para diminuir o impacto dessas compras no longo prazo”, orientou o presidente da CNDL.

Publicado em Economia

O percentual de famílias brasileiras que relataram ter dívidas ficou em 74,6% em outubro, alta de 0,6 ponto percentual em relação a setembro, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira, 4, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É o 11º mês seguido de alta. Na comparação com outubro de 2020, a proporção de famílias endividadas está 8,1 pontos maior.

Apesar da alta contínua, a CNC já vê moderação no crescimento, como resultado do aumento recente das taxas de juros.

"A alta recente dos juros reduziu a dinâmica da contratação de dívidas em outubro e fez o indicador capturar um acréscimo abaixo dos últimos meses, quando apresentava aumento, em média, de 1,5 ponto", diz a nota divulgada nesta quinta pela CNC.

A Peic considera qualquer tipo de dívida e, portanto, o crescimento do endividamento não é necessariamente negativo. Pelo lado positivo dos dados de outubro, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso atingiu 25,6% em outubro, 0,1 ponto acima do registrado no mês anterior e 0,5 ponto abaixo do apurado em outubro de 2020.

Já a parcela que declarou não ter condições de pagar contas ou dívidas - o que indica uma permanência na situação de inadimplência - passou de 10,3% em setembro para 10,1% em outubro. Na comparação com outubro de 2020, a alta é de 1,8 ponto.

"A inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos", diz outro trecho da nota da CNC.

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Os clientes da Neoenergia Coelba inscritos na Tarifa Social de Energia Elétrica poderão negociar os débitos com a concessionária até o dia 13 de novembro. A distribuidora vai zerar as cobranças de juros, correção e multa dos clientes que possuem contas em atraso, podendo chegar a um desconto de até 36% no valor total da dívida. A empresa ainda permitirá a quitação do débito à vista ou dividido em até 18 parcelas no cartão de crédito.

O cliente que deseja participar desta negociação deve entrar no portal da empresa (www.neoenergiacoelba.com.br) e clicar no link negociação de dívidas para realizar todo o processo de forma virtual. Além do site, as negociações podem ser realizadas via Whatsapp (71 3370-6350), pelo teleatendimento, no número 116, ou nas lojas de atendimento presencial.

Nos últimos meses, a Neoenergia Coelba ampliou suas formas de pagamento digital, com possibilidades de quitação via PicPay, Pix, RecargaPay e débito em conta, além dos agentes bancários tradicionais.

O atendimento ao público foi ampliado e passou a ser feito também pelo Whatsapp (71 3370-6350), Facebook, teleatendimento (116), site oficial (www.neoenergiacoelba.com.br) e nas tradicionais lojas de atendimento, que estão seguindo todos os protocolos sanitários visando a segurança dos clientes e dos atendentes.

Publicado em Economia

O sonho da cozinheira Arlene Oliveira, 51 anos, é viver da venda de bolos. Porém, com o aumento nos preços dos alimentos, gás e energia, seu faturamento diminuiu e hoje ela busca um emprego temporário no Natal. “Quero essa oportunidade para sustentar a casa ou até conseguir o dinheiro necessário para investir no meu negócio”, explica. Comparado com o ano passado, Arlene vai ter mais facilidade de encontrar um emprego. É que a Bahia terá 23% a mais de vagas de trabalho temporário neste Natal, de acordo com previsão da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomercio)..

No total, serão 3.049 vagas frente às 2.476 registradas no ano passado. Se a previsão deste ano for concretizada, apesar de ainda estarmos numa pandemia, esse será o terceiro melhor Natal desde 2014, perdendo apenas para os anos de 2018 e 2019. Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Bahia (ABRH-BA), Wladmir Martins, o surgimento dessas vagas temporárias tem relação com a própria crise sanitária.

“A gente está vindo de um momento difícil da economia por conta da pandemia. Houve uma retração, o que gerou uma demanda reprimida que está sendo liberada agora. As empresas estão cada vez mais voltando a trabalhar dentro de uma normalidade e isso acelera a economia”, explica.

Entre os segmentos, ainda de acordo com a previsão da Fecomercio, os hiper e supermercados devem ser os que mais vão empregar temporariamente, com 1.239 vagas. “Os supermercados costumam ter demanda maior em períodos que antecedem as festas, com a maior busca por bebidas e alimentação. Fora o fato de que essas empresas hoje oferecem diversos produtos, como brinquedos e eletrodomésticos, o que estão ligados com as festas de final de ano. Tudo isso gera essa demanda”, aponta Martins.

Dentre os mercados que devem abrir vagas temporárias, o Hiperideal diz que costuma ter, no período do Natal, um aumento em 10% de vagas temporárias nas lojas da cidade. “E nas unidades de praia é ainda maior, podendo chegar até 20%”, calcula a empresa, em nota. A reportagem também tentou contato com a Perini, G Barbosa, Mercantil Rodrigues e Atakarejo, mas não obteve retorno até o fechamento do texto. Já o Grupo Big, que é dono das marcas Maxxi, Big Bompreço, Super Bompreço, Sams e TodoDia, disse não poder participar dessa pauta.

Setor de vestuário, calçados e utilidades domésticas também estarão em alta
Não serão apenas os mercados que vão gerar novas vagas temporárias. Segundo a previsão da Fecomercio, o setor de vestuário e calçados deve gerar 535 postos de trabalhos finitos no Natal, seguido do setor de utilidades domésticas, com 488 vagas. Todos os demais seguimentos devem ter 788 vagas, o que completa as 3.049 oportunidades de emprego previstas. A reportagem pediu à Fecomercio uma fonte que pudesse comentar sobre esse estudo, mas não obteve sucesso.

Varejista de brinquedos, a Ri Happy deve ter vagas temporárias no Natal, mas ainda não definiu a quantidade e nem a previsão de quando serão lançadas. Para o Dia das Crianças deste ano, a empresa também abriu vagas temporárias. Foram 2.400 oportunidades em todo o Brasil, sendo 66 na Bahia. Destas, 11 vagas foram na unidade de Lauro de Freitas, aberta há apenas seis meses.

“Historicamente, as vagas do Natal também costumam ser preenchidas por quem esteve conosco no Dia das Crianças”, diz a assessoria da empresa. No entanto, como a quantidade de vagas temporárias no Natal costumam ser maior do que no Dia das Crianças, é bom ficar de olho numa oportunidade. A operadora de caixa Luciene Guimarães Souza, 29 anos, começou assim na Ri Happy. Em 2016, surgiu uma vaga temporária no Dia das Crianças. No mesmo ano, ela trabalhou no Natal. Dois meses depois, ela foi contratada de forma definitiva para a unidade do Salvador Shopping.

“O gerente disse que tinha gostado do meu desempenho e perguntou se eu teria interesse em voltar, caso surgisse uma vaga. Logo em janeiro ele me ligou informando que a vaga tinha aparecido. Eu tinha acabado de fazer uma cirurgia e voltei a trabalhar com um mês de operada, no tempo certinho permitido pelo médico. Acho que foi meu empenho, dedicação e o jeito de tratar os clientes que chamou a atenção do pessoal. Eu dei o meu melhor para isso”, revela.

Com a abertura da unidade em Lauro de Freitas, Luciene, que mora na cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS), acabou sendo transferida para o local, mais perto da sua casa. “Hoje estou há cinco anos na empresa. Primeiro como auxiliar de caixa e agora como efetivo. Quem sabe, no futuro, não possa virar uma assistente ou até mesmo gerente. A empresa sempre abre oportunidades para a gente mostrar nosso talento. Só precisamos aproveitar”, conta.

Paulo Motta, presidente do Sindicato de Lojistas (Sindlojas), também está esperançoso pelo aumento de vagas temporárias no Natal de 2021. “Temos expectativa positiva quanto a contratação temporária para esse último trimestre, principalmente com o regular funcionamento do comércio. Prevemos 5 mil empregos temporários no estado”, disse. No entanto, isso ainda é a metade das 10 mil vagas temporárias obtidas em 2019, segundo o sindicalista.

A nível nacional, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê a maior oferta de vagas temporárias para os últimos oito anos. A estimativa é que, no Natal, surjam 94,2 mil empregos temporários. A entidade prevê ainda aumento de 3,8% nas vendas natalinas, em comparação com o ano passado. O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL Salvador), Silvio Correa, e as empresas Americanas e Le Biscuit também foram contactadas, mas não deram retorno até o fechamento do texto.

Para especialista em RH, vaga temporária é oportunidade para ser efetivado
O presidente da ABRH-BA, Wladmir Martins, defende que o trabalhador que seja contratado para uma vaga temporária possa dar o seu melhor para que isso se torne um emprego definitivo. “Vaga precisa de foco. Procure focar no que você quer, pois você tem a oportunidade de ser contratado definitivamente. Se você conseguir algo temporário, dê o seu melhor, todo o seu potencial”, explica. Segundo Martins, as vagas temporárias tem o objetivo de suprimir uma demanda concentrada em determinados períodos do ano.

“Mas eu vejo muitas empresas utilizarem o temporário para selecionar alguns e efetivarem. É como se fosse um período de experiência. É por isso que o trabalhador não pode ver como algo sem futuro e dedicar pouca energia. Pelo contrário, tem que mostrar interesse, o que tem de melhor e as suas competências. Muitas vezes essa contratação não vem imediatamente, mas logo depois o funcionário pode ser chamado”, explica.

Para quem está desempregado e procura uma oportunidade dessa, a dica do especialista é ficar de olho justamente nas empresas que costumam ofertar mais vagas temporárias. “Normalmente, essas oportunidades estão em plataformas de distribuição de vagas. Só é preciso tomar cuidado para não usar uma plataforma falsa. Procure também ir presencialmente nesses locais onde há captação de serviços, visite o comércio, descubra onde é o setor de contratação, distribua currículos. É estar presente onde vão surgir as vagas”, diz.

A cozinheira Arlene Oliveira, que você conheceu no início da reportagem, diz estar fazendo justamente isso. “Não é exagero não. Já enviei muitos currículos, estou de olho nas vagas divulgadas nos jornais, tenho cadastro nas empresas... tudo que eu quero na vida é aproveitar uma oportunidade dessa”, relata.

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A administradora Érica Duran saiu de um salão de beleza falido para ser dona da franquia da CleanNew em Salvador. Ela começou em 2016 como funcionária da empresa, juntou dinheiro e passou a ser franqueada em 2019. A aquisição custou cerca de R$80 mil e, em 2020, mesmo com a pandemia, a franquia fechou o ano com um faturamento de cerca de R$ 1 milhão. Cada vez mais baianos seguem o caminho de Érica. O número de franquias na Bahia subiu de 5.958 no 2º trimestre de 2020 para 6.217 unidades em 2021, o que corresponde a cerca de cinco franquias abertas por semana. O faturamento local do setor foi de cerca de R$ 1,3 bi, com crescimento de 40,8% em relação ao ano passado. Os números são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

A franquia de Érica está no grupo das chamadas microfranquias, que exigem um investimento inicial mais baixo. Como referência, a ABF adota como padrão o valor de três vezes o PIB anual per capita como máximo de investimento para o negócio se classificar como microfranquia. Atualmente, esse valor está em 105 mil reais. Nos tempos de crise, as chamadas microfranquias são as mais procuradas. Segundo o estudo da ABF mais recente sobre esse modelo de negócios, há cerca de 600 redes no país.

Grande parte das microfranquias não possuem espaço físico e esse é o caso da franquia da CleanNew em Salvador. “Eu só tenho dois carros, uma garagem e o material que os funcionários usam”, diz Érica. Ela conta que começou a obter lucro 12 meses após a aquisição da franquia, o que é um período considerado padrão. Alguns modelos levam até 24 meses para dar retorno. Hoje, a margem mensal de faturamento está em 30%.

Segundo Érica, o segredo durante a pandemia foi o lançamento do serviço de sanitização. Somente em março e abril de 2020 o faturamento chegou a cair em até 50%, mas, depois, a franquia iniciou a recuperação. “Além da sanitização, as pessoas, ao passarem mais tempo em casa, deram mais atenção e usaram mais o ambiente interno e demandaram mais por limpeza”, explica. “Eu tiro de lição que é importante não parar de criar coisas novas, de se movimentar. Mesmo você já tendo atingido seu objetivo, se parar, o negócio vai começar a cair”, acrescenta Érica.

De acordo a diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF, Adriana Auriemo, as microfranquias funcionam, principalmente, como uma alternativa num período de retração econômica e redução da oferta de vagas de emprego. “No momento em que estamos vivendo, os modelos de negócio mais enxutos se transformam em uma alternativa ainda mais interessante, uma vez que oferecem um modelo de negócio pronto e testado, além do treinamento e suporte de um empresário mais experiente, o franqueador”, afirma.

Candido Espinheira, diretor da ABF Regional Nordeste, concorda e acrescenta que a maior procura por microfranquias vem de profissionais que perderam o emprego e, com o dinheiro da rescisão, decidem investir em pequenos negócios. “O cenário macroeconômico de desemprego, aliado à alta nas taxas de juros, fez crescer a procura por esse tipo de negócio, que é considerado de baixo investimento”, coloca.

O analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Tauan Sousa, alerta que, por outro lado, as microfranquias se caracterizam como um negócio de baixo risco e que isso, em geral, significa também baixo lucro. “Cabe ao franqueado descobrir qual é o seu perfil. Geralmente, as com menos risco têm também menos rentabilidade. Os mercados mais arriscados podem gerar maior margem de lucro. As microfranquias, proporcionalmente, têm uma boa margem de lucro, mas o faturamento é mais baixo, principalmente no início. No final, o resultado é menor do que as franquias de médio e grande porte”, explica.

Vantagens e desvantagens

Ao comprar uma franquia, a franqueadora concede o direito de uso da marca, know-how e manuais ao franqueado. Portanto, investir em franquias baratas é apostar em um negócio já testado e que já obteve sucesso no mercado, o que diminui expressivamente os riscos para o empreendedor. A franqueadora, ao vender uma unidade da sua rede, presta suporte para instalação do negócio, realiza treinamentos e transmite todo o know-how que faz o negócio se manter.

Carina Carvalho é dona de quatro franquias da Cacau Show na Bahia. Ela conta que se encantou pelo negócio durante uma palestra, na mesma hora resolveu se inscrever, passou pelo processo de seleção e abriu a primeira loja em 2013. “Eu vi uma oportunidade de negócio, a marca já era consolidada e não tinha e continua não tendo concorrente direta”, diz ela.

Carina também tem uma loja própria que começou do zero e faz um comparativo entre os dois modelos de negócio. “Abrir uma empresa do zero é muito mais difícil porque, sendo franquia, você já pega o know-how, o nome, a clientela. Não precisa se preocupar com precificação e divulgação, por exemplo. Quando você abre um negócio, é preciso fazer um plano, estratégia, formatar todo o processo. Por outro lado, a vantagem do negócio próprio é que é seu, ninguém tira de você”, destaca.

O analista do Sebrae, Tauan Sousa, alerta para alguns cuidados. “O pacote da franquia vem com uma série de ferramentas para diminuir possíveis riscos ao abrir um negócio, mas é importante dizer que os riscos continuam existindo. O sucesso do negócio vai depender da operação e da resposta do mercado. Também vale ressaltar que, enquanto franqueado, você tem que, além de pegar o royalty, seguir as regras da franquia, mesmo que às vezes você não concorde com elas. Existem uma série de procedimentos e condições previstas em contrato”, destaca.

Quais os passos para abrir uma franquia?

Para Sousa, é importante que o franqueado tenha perfil empreendedor, mesmo que o objetivo seja qual for o tamanho da franquia. “Isso significa ter vontade de trabalhar, determinação, disciplina e foco. O franqueador não é uma babá, quem vai colocar em prática e trabalhar duro é o franqueado. Então é preciso evitar o amadorismo e encarar a franquia, mesmo que pequena, de forma profissional. Uma coisa que é óbvia, mas que pode ser muito difícil na prática é não misturar o financeiro pessoal com o da empresa. Geralmente, o microfranqueado confunde as duas contas e isso atrapalha demais”, alerta.

Antes da aquisição de uma microfranquia é necessário que o interessado siga alguns passos importantes:

Conheça o sistema de franquias
Faça uma análise do seu perfil e das suas afinidades
Busque os segmentos que são do seu interesse
Avalie sua capacidade de investimento
Selecione algumas microfranquias para aprofundar a pesquisa
Faça uma análise de rentabilidade lucratividade e tempo de retorno de cada uma delas
Avalie a experiência do franqueador e o suporte que será oferecido
Verifique a saúde financeira da microfranquia e o cumprimento às exigências legais
Converse com quem já possui uma microfranquia
Procure a ajuda de especialistas

O franqueado da Unhas Cariocas, Edson Shinji Kawaguchi, sempre teve, junto com a esposa, o sonho de ter o próprio negócio, mas pesquisou bastante antes de investir e optou por uma franquia. Ele abriu a esmalteria em fevereiro de 2020, no Parque Shopping Bahia, em Lauro de Freitas, com um investimento de R$ 25 mil para a aquisição. “A princípio, a gente ia abrir na raça mesmo, mas depois, pesquisando e analisando os riscos, achamos melhor pegar uma franquia. A gente não tinha o know-how de empreendedor, nunca tínhamos mexido com comércio”, conta.

“A gente não sabia o que abrir, então eu passei a andar bastante pelos shoppings observando quais lojas tinham mais movimento. Aí os quiosques de esmalteria me chamaram a atenção. Eram sempre movimentados e tinham o fato de que não precisa agendar, é só chegar e fazer, o que era até uma demanda pessoal da minha esposa”, acrescenta Kawaguchi.

Franquias mais cobiçadas na Bahia

Segundo o analista do Sebrae, Tauan Sousa, um setor bastante procurado entre as microfranquias e franquias de pequeno porte é o de prestação de serviços. “Na área de microfranquias e franquias de pequeno porte, o setor de prestação de serviços tem muitas unidades. Isso porque é mais simples de fazer acontecer, geralmente demanda menos estrutura”, coloca. Na Bahia, segundo o balanço da ABF do 2º trimestre deste ano, o setor fica com 19,5% do total de unidades de franquia, somente atrás de Saúde, Beleza e Bem-Estar (25,3%).

Este último está entre os três setores de franquias na Bahia que, segundo Sousa, vêm apresentando crescimento e podem ser uma boa aposta de investimento. “De uma forma geral, uma área que vem crescendo muito é a de estética e bem-estar. Outra área é de pet, não só petshop, mas o segmento como um todo. Falando de Salvador, por ser uma cidade turística, todos aqueles serviços que direta ou indiretamente estão ligados ao atendimento aos turistas também vêm crescendo muito”, coloca.

De acordo com a pesquisa da ABF, as franquias mais cobiçadas na Bahia são do setor de Saúde, Beleza e Bem Estar, que responde a 33,7% da fatia de faturamento das franquias no estado (R$ 186.789.966,02). Alimentação - Food Service (13,5%) e Serviços e outros negócios (11,4%) vêm logo atrás.

Comparando o 2º trimestre de 2020 com o de 2021, o setor de Entretenimento e Lazer foi o que mais aumentou o faturamento (882,8%). Em seguida, vem Hotelaria e Turismo (397,4%) e Moda (166,4%). Quem menos cresceu foi Comunicação, Informática e Eletrônicos (0,6%). O setor com menor faturamento é Limpeza e Conservação, com 0,7%, faturando no período R$ 9.271.724,31.

Franquias para se adquirir por até 10 mil reais em 2021 segundo a ABF:

+Ágil (Serviços e Outros Negócios): Investimento entre R$ 5mil e R$ 10 mil
Drs. Protect (Serviços e Outros Negócios): Investimento entre R$ 8 mil e R$ 9 mil
UNE Imóveis em Rede (Casa e Construção): Investimento a partir de R$ 9.900
TZ Viagens (Hotelaria e Turismo): Investimento a partir de R$ 5.500
Monitorias Reforço Escolar (Serviços Educacionais): Investimento a partir de R$ 7.990
Insole (Serviços e Outros Negócios): Investimento a partir de R$ 10 mil
CI (Hotelaria e Turismo): Investimento a partir de R$ 5.500
PremiaPão (Comunicação, Informática e Eletrônicos): Investimento a partir de R$ 10 mil
Limpeza Com Zelo (Limpeza e Conservação): Investimento a partir de R$ 4 mil
Trust Intercâmbio Cultural e Turismo (Hotelaria e Turismo): Investimento a partir de R$ 4.500
Portal da Cidade (Comunicação, Informática e Eletrônicos): Investimento a partir de R$ 4 mil
Elevor (Comunicação, Informática e Eletrônicos): Investimentos a partir de R$ 10 mil
Mazze Semi Joias (Moda): Investimento a partir de R$ 9 mil
Bellaza (Saúde, Beleza e Bem Estar): Investimento de R$ 9 mil
RH Franquia Online (Serviços e Outros Negócios): Investimento a partir de R$ 9.900
DryWash (Serviços Automotivos): Investimento a partir de R$ 3.165
Clube Turismo (Hotelaria e Turismo): Investimento a partir de R$ 5.900
Tutores (Serviços Educacionais): Investimento de R$ 10 mil
Bioflora (Saúde, Beleza e Bem Estar): Investimento a partir de R$ 6.990

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Os donos de pequenos negócios demonstraram sua capacidade de se reinventar frente aos desafios impostos pela pandemia. Desde março de 2020, foi preciso buscar soluções para atravessar um caminho repleto de incertezas. Mais de um ano e meio depois, um novo horizonte começa a ficar visível e, neste dia 5 de outubro, data em que se celebra o Dia da Micro e Pequena Empresa, o papel de destaque exercido por esses empreendimentos na economia é exaltado.

O Dia da Micro e Pequena Empresa faz referência ao estatuto criado em 1999, que abriu caminho para a construção da Lei Geral, instituída em 2006, que estabeleceu normas para o tratamento diferenciado aos pequenos negócios, no lastro de políticas públicas focadas no desenvolvimento econômico do país.

Os números do portal do Simples Nacional já evidenciam a força desses empreendimentos e, sobretudo, dos empreendedores baianos. Mesmo durante a pandemia, os registros de micro e pequenas empresas não reduziram. Entre setembro de 2020 e setembro de 2021, o estado registrou 137.707 novos pequenos negócios, entre microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, chegando a um total de 994.692.

O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, lembra que os pequenos negócios são responsáveis pela geração de emprego e renda para milhares de pessoas em todo o estado e representam 98% do total de empresas registradas.

“Quando uma crise impacta um pequeno negócio muitas pessoas são afetadas. Durante essa pandemia, vimos empresários tendo que remodelar seus negócios para manter as portas abertas, buscando meios de manter o fôlego para atravessar esse momento difícil”.

Entre as mudanças mais significativas, aponta Khoury, está a necessidade de investimento em presença digital. “A pandemia acelerou processos, que antes apareciam como tendência. Hoje, ter presença digital é praticamente uma necessidade de sobrevivência”, ressaltou o superintendente.

Uma pesquisa do Sebrae evidencia essa realidade. O estudo mais recente, publicado em junho, aponta que 64% dos pequenos negócios na Bahia passaram a utilizar ferramentas digitais para fazer suas vendas.

Semana Sebrae O Sebrae acompanhou de perto a situação das micro e pequenas empresas nesse período de dificuldade. A instituição investiu esforços para levar o conteúdo necessário aos empresários, de acordo com a demanda no atual contexto. “Somos uma instituição de conhecimento e é nossa obrigação fornecer as soluções e ferramentas necessárias para que o empreendedor supere as dificuldades”.

Na última segunda-feira (4), a Semana Sebrae de Capacitação Empresarial deu início à sua sexta edição, com uma programação extensa focada no processo de retomada das vendas. As capacitações acontecem em formato presencial e online, em Salvador e diversos municípios baianos.

Jorge Khoury lembra que, na edição passada, realizada em formato totalmente online, as capacitações focaram nas demandas para os empreendedores frente a um novo contexto. “Agora, enxergamos uma perspectiva de retomada do caminho para o crescimento e, por isso, estamos trazendo conteúdos que possam levar aos empreendedores essas orientações de como se manter competitivo e sustentável diante de uma nova realidade”, conclui.

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