Sexta, 03 Maio 2024 | Login

A região do Subúrbio Ferroviário de Salvador ganhou mais uma unidade de ensino, que foi totalmente reconstruída pela Prefeitura para atender a 720 alunos entre o 1º e 5º ano do Ensino Fundamental. O prefeito Bruno Reis e o secretário municipal de Educação (Smed), Thiago Dantas, inauguraram nesta terça-feira (7) a nova Escola Municipal Anfilófio de Carvalho, localizada em Periperi, cuja estrutura agora conta com salas de aula climatizadas, acessibilidade e padrão sustentável. O investimento foi de R$ 8,9 milhões.

A escola mais do que dobrou a capacidade de vagas ofertadas após a obra, uma vez que as instalações anteriores abrigavam 294 alunos matriculados do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. A nova estrutura tem 2,3 mil m² de área construída com 12 salas de aula climatizadas, sala multiuso, auditório, sala de leitura, sala para Atendimento Educacional Especializado (AEE), entre outros espaços.

"Mais uma escola que a gente entrega em Salvador que vai atender 720 crianças do Subúrbio, daqui de Periperi. Uma escola desse porte, com salas climatizadas, com quadra poliesportiva, com toda infraestrutura, tem a capacidade de contribuir de forma decisiva para mudar o presente e o futuro dessas crianças. Essa é uma manhã emocionante, porque a gente vê o quanto as crianças estão felizes e dizendo o quanto amam a escola. Um equipamento desse porte só estimula, faz com que elas tenham a felicidade de vir estudar e melhora o aprendizado", disse Bruno Reis.

A nova Anfilófio de Carvalho traz acessibilidade completa para crianças com necessidades especiais, tem capacidade para gerar e utilizar energia de fonte solar, além de fazer a reutilização de água pluvial e ter elevador para facilitar a locomoção de pessoas com baixa mobilidade. O equipamento também conta com quadra poliesportiva coberta, parque infantil, área de recreio, cantina e outras comodidades.

Essa é a 17ª escola entregue pela atual gestão municipal como parte da estratégia de reforçar o aprendizado na rede de educação da cidade. Como lembrou o prefeito Bruno Reis, serão 50 novas escolas em Salvador até o final de 2024, fora outras 200 unidades que já foram ou estão sendo reformadas. São mais de R$ 115 milhões investidos no setor.

"No próximo ano vamos fortalecer e ampliar ainda mais a quantidade de entregas da educação. Além de melhorar a farda, vamos também reforçar o kit escolar, com uma quantidade maior de materiais. Também vamos entregar uma mochila para cada criança. Já disse aqui às mães e aos pais que não precisam comprar mochila para o ano que vem. Além disso, vamos dar dois pares de tênis para cada criança da rede municipal. Com isso, será um fardamento completo: mochila, material didático, merenda de qualidade e escolas com toda infraestrutura", afirmou o prefeito.

Avanços - Jeanderson Santos, de 12 anos, é aluno do 5º ano do Ensino Fundamental e estuda na Anfilófio de Carvalho desde os três anos. Ele contou que já gostava de frequentar a escola antes para ficar com os amigos, e agora ficará por mais tempo ainda na unidade. "Achei tudo maravilhoso, a gente precisava mesmo desse espaço porque a escola velha já estava debilitada. Então é muito bom ter uma escola nova porque tem um espaço melhor para todo mundo. Gostei muito da quadra, gosto muito de jogar bola e às vezes tenho mais vontade de ficar aqui com os colegas do que em casa", afirmou.

A autônoma Natalice Silva Brandão, de 32 anos, tem o filho Aron, de 10 anos, matriculado na escola desde os cinco anos. "Sei nem o que dizer. A melhoria para as crianças é algo maravilhoso, para os professores também. As crianças vão gostar bastante, tem muita coisa aqui que está melhor do que em escola particular. Não tenho o que falar, nem deu tempo de conhecer tudo o que fizeram. Me chamou muito a atenção as salas de aula, todas agora estão com ar-condicionado, ficou uma beleza", comentou.

Titular da Smed, Thiago Dantas destacou a ampliação de vagas em mais de 100%. "Nosso esforço de melhorar a infraestrutura da educação envolve não apenas as condições físicas das escolas, mas também a ampliação da oferta de vagas. Esse equipamento de Periperi é mais um de primeiro mundo, construído num padrão altíssimo e que vai ter durabilidade de prazo bastante longo. E, em termos de oferta de vagas, saiu da possibilidade de abrigar 300 alunos para mais de 700. A Prefeitura segue ampliando a rede. Toda reforma que é feita tem como meta também essa ampliação da oferta de vagas", disse.

Thiago disse que a ideia do município é climatizar todas as salas de aula da rede. "Esse é um compromisso do prefeito Bruno Reis. Em breve, vamos soltar uma licitação grande pensando em climatizar toda a rede, algo que tem efeito imediato. Todas as escolas que passam por um processo de climatização apresentam, de maneira automática, um crescimento em termos de ensino por conta do conforto térmico e acústico das salas de aula. Vamos pensar medidas para acelerarmos o quanto puder esse movimento", afirmou.

Publicado em Bahia

Pela primeira vez, na manhã desta quarta-feira (8), o menino transgênero alvo de ataques em Poções, no sudoeste baiano, foi chamado pelo nome social dele na escola onde estuda. Embora o Ministério da Educação reconheça o uso do nome social para menores de 18 anos, a unidade onde a criança estuda não tinha feito as mudanças até as violências contra o estudante se tornarem públicas.

O garoto e a mãe dele, Janaína Brito, 40 anos, são alvos de ataques transfóbicos há um mês. A casa deles chegou a ser apedrejada por criminosos duas vezes. O ciclo de violência contra mãe e filho, identificado de forma fictícia pela inicial R., foram noticiados no último sábado (4), pelo CORREIO.

A mãe do menino lutava para que ele e outras crianças transgênero da cidade tivessem direito ao uso do nome social nas escolas, o que despertou a ira do conservadorismo local.

"Não existe alegria enquanto todas as crianças não tiverem seus direitos contemplados", afirmou Janaína.

Ela aguarda a votação de um Projeto de Lei (PL), da vereadora Larissa Laranjeira (PCdoB), que garantiria o direito ao nome social em escolas. O projeto seria necessário, segundo a Associação Nacional LGBTI, pois uma determinação federal já indica que as escolas são obrigadas a realizar a troca do nome de batismo pelo nome social quando o requerimento for feito por um responsável legal dos estudantes.

O MEC não respondeu aos questionamentos da reportagem. Já a Secretaria Municipal de Poções afirma que, desde o dia 29 de abril realizou as mudanças nos registros escolares da criança. A versão contraria a realidade enfrentada por R. diariamente - a de negação do direito ao próprio nome.

A mãe dele desconhece a mudança alegada pelo município e defende que não só seu filho seja tratado como merece. Numa reunião escolar na semana passada, uma professora sugeriu que R. era "muito jovem" para ser reconhecido como transgênero.

"Hoje, estamos atuando na formação docente para que os professores compreendem a necessidade do respeito à cidadania e dignidade do adolescente", afirmou a secretaria municipal de Educação, Dirani Fagundes.

A violência contra a criança mobilizou organizações - governamentais e não-governamentais - ao redor do país. Na última terça (7), o Ministério Público da Bahia (MP) realizou uma reunião sobre o caso e a Ordem dos Advogados de Vitória da Conquista entregou um parecer técnico à Prefeitura de Poções à respeito do PL que regulamenta o nome social no âmbito da administração pública em Poções.

Na mira do MP, pastor diz que não incitou ataques

A Primeira Igreja Batista de Poções, se manifestou, por meio de rede social, em defesa do pastor Luciano Novais, que teve o nome associado a um áudio que incitou a comunidade evangélica contra R. e o Projeto de Lei (PL).

Em um dos trechos do áudio, o pastor convoca religiosos a irem até a Câmara Municipal para pressionarem vereadores a não aprovarem o projeto que contempla pessoas transgênero. "Estaremos um monte de evangélicos na Câmara. Para que os vereadores se sintam inibidos a não votar nessa aberração”.

O posicionamento da PIB nega a convocação do pastor aos "irmãos de fé" tenha associação a qualquer motivação de agressão e ataque transfóbico".

"Faz-se necessário ESCLARECER que não SOMOS HOMOFÓBICOS, e jamais consentiríamos com a falta do devido respeito a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais e de gênero", diz a nota.

O MP irá apurar "eventuais condutas ilícitas e criminais cometidas contra" o garoto cometidas pelo pastor.

Publicado em Bahia

Se a Bahia fosse um estudante, o estado teria sido reprovado no ensino médio seis vezes seguidas, de acordo com as notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o principal indicador de qualidade na área, que é publicado a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O índice estabelece uma média para avaliar o ensino que varia de zero a dez e apresenta metas para as unidades da federação e municípios brasileiros, de acordo com a realidade de cada um.

Pois a última vez que a Bahia atingiu a meta foi em 2011, quando alcançou uma média 3 no Ideb. De lá para cá, o número oscilou negativamente, recuperou-se, caiu de novo até fechar em 2019 com 3,2, quando a meta era de 4,5. Um novo resultado deve ser divulgado este ano, mas o fato é que os estudantes baianos que concluíram o ensino médio em instituições públicas de ensino estaduais entre os anos de 2013 e 2019 receberam um serviço abaixo da média prevista.

No mais recente levantamento, o estado divide a última colocação com o Amapá, Pará e o Rio Grande do Norte. Antes disso, em 2017, o ensino médio baiano era isoladamente o pior do Brasil, com uma média de 2,7. Quando o indicador foi lançado, em 2007, a Bahia ocupava a 17ª posição entre as 27 unidades da federação, mas veio perdendo espaço até passar à disputa por espaço na lanterna do ensino médio. Nacionalmente, o Ideb tem uma média de 4,2% no geral e de 3,9 pontos na rede pública. O Ceará é o estado com o melhor rendimento na rede pública, alcançando uma nota de 5,2. Na rede privada, o destaque fica para Goiás, com 6,8.

Nos anos finais do Ensino Fundamental, a Bahia ocupa o penúltimo lugar no ranking, ao lado de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará, com uma nota de 4,1. A avaliação está abaixo do planejamento estadual, de 4,5. A pior média foi do Amapá, de 4,0, e somente sete estados conseguiram alcançar o objetivo.

Os números do Ideb demonstram que o desempenho da educação vai diminuindo à medida em que os estudantes avançam no sistema educacional, alcançando o pior desempenho nas séries mais altas. Nas séries iniciais do ensino fundamental, normalmente sob a responsabilidade dos municípios, as metas de evolução foram alcançadas. A situação vai se modificando nas etapas finais do ensino fundamental e no ensino médio, de responsabilidade dos governos estaduais.

O Ideb é um indicador de qualidade educacional que combina informações sobre o desempenho dos estudantes na conclusão da e 5ª e da 9ª série do ensino fundamental, além da 3ª série do ensino médio, com o percentual daqueles que concluem a formação, segundo o Inep. “Sabe-se que, no Brasil, a questão do acesso à escola não é mais um problema, já que quase a totalidade das crianças ingressa no sistema educacional. Entretanto, as taxas de repetência dos estudantes são bastante elevadas, assim como a proporção de adolescentes que abandonam a escola antes mesmo de concluir a educação básica. Outro indicador preocupante é a baixa proficiência obtida pelos alunos em exames padronizados”, aponta uma nota técnica do instituto.

Raidalva da Silva, coordenadora pedagógica territorial do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), explica que a análise dos indicadores é bastante complexa. “O fato de ter um crescimento no Idep não significa necessariamente o aprendizado porque existem outros fatores que interferem nisso também”, ressalta.

“O uso dos dois componentes para medir a qualidade da educação é muito importante porque não adianta ter alunos que vão muito bem numa prova quando mais da metade dos estudantes são reprovados. E por outro lado, não se pode aprovar os alunos se eles não aprendem”, explica Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do Todos pela Educação.

A partir do indicador é possível monitorar o sistema de ensino do país, destaca o Inep, além de nortear políticas públicas para melhorias, ao detectar escolas ou redes de ensino cujos alunos apresentam baixa performance e monitorar a evolução destas performances.

Na análise que o Todos pela Educação faz do Ideb, a Bahia aparece entre os estados com inconstância na evolução do indicador no ensino médio.

Evasão
No documento Anuário Brasileiro da Educação Básica 2021, elaborado pela organização social, apenas 50,2% dos jovens de 19 anos no estado concluem o ensino médio até esta idade – menor percentual em todo o país e contrasta com a realidade de outros estados nordestinos, como o Ceará, que atingiu 72,9%, Pernambuco com 70,5% e o Piauí com 70,2%. São Paulo tem o maior percentual, com 86,5%.

Gabriel Corrêa, líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, explica que o Idep deve ser analisado em comparação com as metas estabelecidas para o programa. “Em 2007, na criação do indicador, o MEC (Ministério da Educação) divulgou metas para o Ideb em cada unidade da federação, em cada município e em cada escola”, lembra. “É importante comparar sempre porque se não os problemas no ensino podem ser maquiados. Um estado que estava melhor colocado sempre vai ter metas mais ambiciosas do que outro que partiu de baixo”, avisa.

“As metas e o histórico são importantes para nos dar a dimensão do que está acontecendo. As comparações são importantes, mas precisam ser contextualizadas”, avisa.

Segundo ele, até antes da pandemia, o que se percebia no cenário nacional era uma dificuldade para o desenvolvimento do último ciclo da educação básica. “O que a gente via antes da pandemia é que o Brasil vinha avançando de maneira muito consistente nos anos iniciais do ensino fundamental. Isso era percebido nos indicadores gerais do país e na grande maioria dos estados, que conseguiam avançar num ritmo importante entre o 1º e o 5º ano”, lembra. Do 6º ao 9º ano, o crescimento já se tornava mais lento.

“No ensino médio, temos as etapas mais críticas da educação básica. Com exceção de 2019, em que houve um avanço generalizado, a evolução é muito baixa”, explica.

As dificuldades para o atingimento das metas nos anos finais do processo de educação são sinais importantes de problemas, reconhece Gabriel Corrêa. Ele frisa não ter analisado profundamente os dados da Bahia e destaca que a dificuldade é comum à grande maioria dos estados brasileiros. “Essa é uma etapa muito preocupante no país. Quando olhamos os dados nacionais neste sentido, percebemos que estamos avançando, mas numa velocidade muito abaixo do que deveríamos, porque as metas não estão sendo atingidas”, pondera.

“A Bahia está avançando nos indicadores, porém sem atingir as metas definidas. Este é um ponto de atenção”, frisa. Para Gabriel Corrêa, os anos finais do ensino médio demandam um esforço gerencial das unidades de ensino muito maior que nos ciclos iniciais. “São mais professores, não é mais a figura da pedagoga que acompanha o estudante em todas as disciplinas e a própria adolescência e juventude tornam necessários esforços para mais engajamento dos estudantes”, explica. Resumindo, diz Corrêa: “de modo geral, temos escolas de ensino médio muito desinteressantes e incapazes de engajar os estudantes”. Junto com a complexidade da etapa de aprendizado, ele acrescenta a existência de políticas públicas mal formuladas.

Outro sinal de alerta em relação à qualidade da educação básica na Bahia pode ser percebido no mais recente ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), com informações sobre os estados. Apesar do levantamento ter sido publicado em 2015, os dados não costumam sofrer grandes variações em um curto espaço de tempo, afirma Gabriel Corrêa. No levantamento, baseados nas notas dos estudantes em Português, Matemática e Ciências, a Bahia aparece em penúltimo lugar, com uma média de 361 pontos, à frente apenas de Alagoas.

Se fosse um país, o estado estaria à frente apenas da República Dominicana, num universo de comparação com países latino-americanos.

A Secretaria de Educação da Bahia foi procurada para falar sobre os dados, mas não retornou até o fechamento desta edição.

Publicado em Bahia

O governador Rui Costa anunciou nesta sexta-feira (8) que as aulas nas escolas da rede estadual da Bahia voltarão ao modelo 100% presencial a partir do dia 18 de outubro. O anúncio foi feito por Rui durante visita à cidade de Floresta Azul, no sul baiano.

"As escolas estão no modelo híbrido, mas na segunda-feira, dia 18, voltaremos com as aulas 100% presenciais. Até lá, temos mais uma semana para finalizar a preparação e organização para esse retorno", explicou Rui. Depois, o governador escreveu sobre o assunto também nas redes sociais. "O retorno acontecerá de forma segura, respeitando todos os protocolos, como já ocorria no modelo híbrido. Sobre a volta da torcida aos estádios, vamos divulgar esta definição em breve", disse.

A rede estadual de ensino voltou com as aulas semipresenciais no dia 26 de julho para o Ensino Médio e em 9 de agosto para os alunos do Ensino Fundamental. Segundo a Secretaria da Educação do Estado (SEC), são 125.481 estudantes, de 388 escolas, que devem comparecer aos colégios estaduais da Bahia. Desde março de 2020, por conta da pandemia da covid-19, os alunos não frequentavam presencialmente as salas de aula.

Em setembro, com a queda dos casos, Rui chegou a falar de voltar às aulas totalmente presenciais no início de outubro. "Se a gente continuar caindo como está hoje, números caindo, se continuar, em outubro a gente pretende voltar com as aulas normais", disse, na época.

Depois, voltou atrás. “Os números vinham caindo. Caíram até dois mil casos diários. Eu já tinha acionado a Secretaria da Educação para iniciar, em outubro, as aulas 100% presenciais. Mas infelizmente, para nossa surpresa e tristeza, os números subiram bastante. Em 10 dias, subiram de 2 mil para 2.700 casos ativos, o que fez com que a gente desse um freio nesse processo de liberação e vamos aguardar o que vai acontecer nos próximos dias”, disse, no dia 30 de setembro.

Publicado em Bahia

O retorno dos 120 mil estudantes do ensino fundamental II está marcado para a segunda-feira (9), quando o Governo do Estado vai reabrir as escolas para os alunos, mas no que depender dos professores não haverá aula. A categoria está decidida a voltar somente quando todos os trabalhadores estiverem imunizados.

No dia 26 de julho, os colégios da rede estadual reabriram para receber os 780 mil estudantes matriculados no ensino médio, profissionalizante e Ensino de Jovens e Adultos (EJA), mas o movimento foi tímido. Atualmente está em uso o modelo híbrido, ou seja, aquele em que o aluno tem parte das aulas presenciais e outra parte virtual.

Segundo o coordenador-geral da Associação dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, a volta às aulas do ensino fundamental II não terá adesão de professores e nem de alunos.

“A categoria está aguardando a vacina e os pais estão com medo de mandar os filhos para as escolas porque sabem que ainda não é seguro. O município de Salvador também tentou retomar as aulas, em maio, com os professores ainda se vacinando, e os pais não mandaram os filhos. Nós acreditamos que mais uma vez não vai funcionar”, disse.

Apesar das declarações, havia estudantes na porta das escolas na primeira semana se volta às aulas, mas o movimento foi fraco. Em algumas unidades os alunos foram embora porque não havia professores e em outras não apareceu ninguém.

O governador Rui Costa tem rebatido o argumento da falta de vacina afirmando que outras categorias já estão em atuação, e que muitas não pararam mesmo sem vacina. Na véspera da reabertura das escolas ele afirmou que os estudantes mais pobres são os mais prejudicados, e ameaçou cortar o ponto dos professores que não comparecerem às escolas.

“Todos os trabalhadores brasileiros estão trabalhando desde o início da pandemia e o segmento dos professores foi o único que teve uma condição ímpar, uma condição singular, de voltar a trabalhar somente depois de 100% da categoria ter tomado a 1ª dose e mais de 80% ter tomado a 2ª dose. Esse era o desejo de todos os trabalhadores brasileiros, de só voltar depois da 1ª dose, e isso foi dado aos professores. Agora, é hora de os professores devolverem com muito carinho esse cuidado”, disse, na época.

A APLB contesta os números e disse que solicitou ao governo em reunião, na semana passada, os dados atualizados da imunização da categoria, e que ainda aguarda retorno. Na segunda-feira (9), data para a volta dos estudantes do fundamental II, haverá uma nova reunião entre a Associação e representantes do governo para discutir, entre outros assuntos, vacinação, protocolos de segurança e volta às aulas.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) informou que "sempre promoveu o diálogo com diferentes sujeitos da área da Educação sobre o planejamento do ano letivo continuum e que já realizou três reuniões com a APLB Sindicato, nos últimos dez dias, para tratar sobre o ensino híbrido. Uma nova reunião será realizada nos próximos dias com representantes da categoria, SEC e a Secretaria de Relações Institucionais".

Publicado em Bahia

Cerca de 160 mil estudantes da rede municipal de Salvador vão retornar às aulas na próxima semana, por isso, professores e representantes da gestão municipal se reuniram para discutir os desafios do próximo ano letivo, nesta quinta-feira (18). A Jornada Pedagógica 2021 está sendo transmitida pelo YouTube e o acesso é livre para todos os públicos.

O secretário Municipal de Educação, Marcelo Oliveira, foi quem abriu o evento e destacou três eixos que vão nortear as ações da pasta esse ano. O primeiro deles será o foco no processo de alfabetização. Os gestores têm percebido que muitas crianças apresentam dificuldades com a leitura, mesmo após as séries iniciais, e criaram um programa batizado de ‘Aprender pra valer’.

“Vamos focar na capacitação das crianças no primeiro e no segundo ano de ensino para reparar as deficiências. Problemas na alfabetização acaba resultando em reprovações, e isso causa a distorção idade/ série, outra frente que vamos abordar. São 8 mil alunos com defasagem. Reduzir essas diferenças ajuda também na redução da evasão escolar”, disse.

O terceiro eixo é o controle mais rigoroso dos custos com a educação. O prefeito Bruno Reis participou da solenidade de abertura e afirmou que a pandemia terá consequências inevitáveis para educação. Ele acredita que a única maneira de reparar os estragos é com empenho e investimento público.

“A falta das aulas presenciais com certeza vai deixar efeitos na educação da nossa cidade que só com muito trabalho, empenho e, principalmente, com a decisão firme de investimento de recursos é que vamos poder reparar o tempo perdido. E depois, crescer na qualidade da educação para que a gente possa disputar as primeiras posições entre as melhores cidades do Brasil em qualidade de educação”, afirmou.

Jornada Pedagógica
O tema desse ano é a “Educação e seus desafios: ressignificação das estratégias de ensino e aprendizagem”. Um dos assuntos tratados é o continuum curricular 2020/2021 – um plano pedagógico emergencial, construído de forma colaborativa pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), que contempla a recuperação do conteúdo de 2020 e o cumprimento do currículo de 2021.

Em razão das medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19, neste ano, o evento foi virtual, pelo canal da Smed no YouTube, e foi aberto a todos os integrantes da Rede Municipal de Educação – professores, gestores, coordenadores e técnicos.

Entre os palestrantes convidados está o roteirista e professor João Alegria, diretor de Educação da Fundação Roberto Marinho, que destacou os “Desafios e alternativas para o uso do audiovisual, tecnologias e o ensino híbrido na escola pública”. Participou também o geógrafo Celso Antunes, especialista em Inteligência e Cognição, mestre em Ciências Humanas (USP) e membro fundador da entidade Todos pela Educação, que faz uma palestra sobre “Novas maneiras de ensinar, novas maneiras de aprender”.

Aulas virtuais
A realização das aulas virtuais foi a saída encontrada pelo Município para atender a demanda da educação enquanto os encontros presenciais não forem autorizados. O coordenador-geral do Sindicado dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, aprovou a medida, mas fez algumas ressalvas.

“Nossa luta sempre foi em defesa da vida. Nós consultamos 13 mil educadores e 97% deles disseram que só voltariam às aulas presenciais com vacina. Então, a atividade remota deve ser reconhecida nesse momento como uma ação emergencial, mas é preciso que sejam oferecidos equipamentos e capacitação para esses educadores. Por enquanto, as despesas com internet e compra de computadores ou celulares está sendo custeada pelos professores”, afirmou.

Ele contou também que muitos educadores não tem habilidade com produção de vídeo e precisam de treinamento. O assunto será discuto em reunião com representantes do Estado e do Município na próxima semana.

A APLB vai fazer também uma campanha em 30 cidades da Bahia para arrecadar equipamentos eletroeletrônicos usados, mas em condições de uso, para que estudantes carentes possam se preparar para a próxima edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Para a dona de casa, Isaura Souza, 41 anos, a decisão de retomar as aulas virtuais é positiva. Ela tem dois filhos na rede municipal de ensino e está preocupada com o futuro das crianças. “Quando a gente fica muito tempo parado acaba esquecendo o conteúdo e vai ficando para trás na comparação com os estudantes das escolas particulares. Aulas à distância nunca serão a mesma coisa de aulas presenciais, mas é melhor do que ficar parado”, disse.

Aulas presenciais
Mesmo sem data definida para a retomada das aulas presenciais, o protocolo para quando esse momento chegar já está definido. O documento foi elaborado pela prefeitura e pelo governo do estado e apresentado, nesta quarta-feira (17), ao Tribunal de Justiça da Bahia, Ministério Público, e Defensoria Pública. O objetivo do Executivo é consegui a aprovação do Judiciário e fazer possíveis alterações recomendadas pelos órgãos antes dos encontros presenciais começarem.

A realização das aulas presenciais está condicionada a três fatores: redução no número de óbitos provocados pelo novo coronavírus, queda na taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e desaceleração do número de casos ativos.

“Nós validamos esse documento em reunião com o governo do estado, prefeitos, dirigentes da UPB, e deputados estaduais membros da comissão de educação essa semana. Vamos depois nos reunir também com o sindicato dos professores buscando validar esses critério”, afirmou Bruno Reis, em entrevista coletiva na quarta-feira.

Ele voltou a afirmar que o momento não permite a retomada das aulas e fez críticas a quem defende a reabertura das escolas. No início da semana, um grupo de pais e professores fez um protesto em frente ao prédio em que o prefeito mora.

“Vocês sabem que eu sempre defendi uma data, sempre condicionada a realidade do momento. Ninguém aqui é irresponsável para retomar a educação sem ter condições de oferecer leitos de UTI. Então, pode fazer manifestação onde quiser que não está me dizendo nada. Não há clima, e é uma irresponsabilidade defender nesse momento a retomada da educação. Eu também quero uma data, mas ela sempre esteve e estará condicionada ao cenário da pandemia em nossa cidade”, concluiu.

Publicado em Bahia