Um estudante do curso de Biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Felipe Ferreira, acusou 9 seguranças da universidade de tê-lo espancado na última quinta-feira (10), nas dependências do campus da UEFS.
De acordo com o estudante, após sair de uma festa no Feira VI, bairro universitário vizinho da universidade, ele foi até o pórtico da universidade para tentar utilizar o wi-fi com o intuito de chamar um transporte por aplicativo. O estudante contou que teve seu acesso negado por seguranças da instituição devido ao horário. Com a negativa, ele pulou o muro. Os seguranças então o agrediram.
“Era madrugada e eu não tinha crédito no celular, então, tive a ideia de usar a rede wi-fi da universidade. Me apresentei no portão lateral onde um dos seguranças me informou que pelo horário eu não poderia entrar no campus, então eu ,erroneamente, decidi pular o muro. Dois guardas me encontraram e me imobilizaram, eu já havia comunicado meu nome, número de matrícula, curso e semestre, eles me soltaram e depois de uma discussão, começaram as agressões físicas e verbais. Neste momento já haviam cerca de 9 guardas (entre eles um não fardado) no local”, afirmou.
Ainda segundo o estudante, ele foi imobilizado por um dos seguranças para que os outros o agredissem com socos e palavras homofóbicas.
“O “chefe” dos guardas me imobilizou pelo braço direito e todos os outros desferiram tapas e murros contra o lado esquerdo do meu rosto enquanto me chamavam de “viado” depois que a primeira leva de agressões físicas terminou, um deles falou “é viado, só porque é femêa acha que não vai apanhar”. Eu xinguei eles de volta, então eles voltaram a me dar socos e tapas no lado direito da face. Eu joguei areia neles e além dos socos e tapas, recebi um pontapé nas minhas costelas”. O guarda que havia me desafiado a jogar areia de novo, pegou no revólver (sem retirá-lo do coldre) e me desafiou a jogar areia de novo, eu perguntei se ele iria me matar por acaso, depois disso os seus colegas começaram a tentar acalmá-lo”, detalhou o estudante.
Os seguranças fotografaram os documentos de Felipe e tentaram impedi-lo de chamar a polícia. Posteriormente, uma viatura foi acionada, só que com o estudante foi denunciado na condição de agressor.
“Enquanto eles fotografavam meus documentos, entendi a gravidade da situação, então pedi meu celular para chamar a polícia. Após horas tentando me convencer a simplesmente ir para casa e dizer para minha família que havia tropeçado ou que havia brigado com alguém na festa, eles decidiram chamar a polícia, mas me denunciando como agressor. Três policiais chegaram em uma viatura (número 9.6623) um desses policiais foi cumprimentado pelo guarda sem farda (que me agrediu tanto verbalmente quanto fisicamente) em tom amistoso com a seguinte fala: “Não tá me reconhecendo não é, como é que você tá?”, relatou Felipe.
Conforme relatou o estudante, ele foi levado para o fundo da viatura e uma queixa foi prestada contra ele. Seus pertences foram devolvidos e ele voltou para casa sem fazer exame de corpo de delito. Com o rosto e corpo muito machucados, ele disse que está bastante abalado e não teve nenhum tipo de assistência médica ou psicológica por parte da universidade.
Em nota, a UEFS informou que repudia todo ato de violência e que iniciará os trâmites de apuração do ocorrido. A instituição se comprometeu ainda a atuar com transparência e objetividade. A nota foi oublicada na página oficial da universidade no instagram.