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Preço da manteiga encarece 30% no último ano em Salvador

Preço da manteiga encarece 30% no último ano em Salvador

Um pãozinho torrado, ovos bem mexidos ou simples cuscuz. O café da manhã tão tradicional na mesa de todo baiano tem sofrido adaptações devido à alta nos preços de alimentos nos últimos meses, sobretudo, da manteiga, item indispensável no dia a dia. O preço do produto encareceu 30,41% nos últimos 12 meses em Salvador, sendo possível encontrar um pote de 500g por R$ 37,04 - conforme pesquisa no Preço da Hora. O índice supera até mesmo a taxa de inflação geral acumulada no último ano, de 8,87%, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O economista Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-Ba, diz que múltiplos fatores constroem o cenário de alta para a manteiga, de modo igual para outros derivados do leite. Ele explica que o preço de commodities - produtos básicos a exemplo da soja, milho e trigo, que são componentes da ração animal - cresceram por conta da crise econômica na pandemia. Assim como devido à guerra da Ucrânia, visto que os dois países envolvidos são exportadores de insumos. O resultado do cenário culminou em baixa oferta dos grãos para alimentação dos bovinos.


Dietze ressalta que, no Brasil, ainda houve período de estiagem no último ano. Com a seca, produtores precisaram complementar alimentação do pasto justamente com ração - já inflacionada pela baixa oferta e alta demanda global - fazendo com que o custo de produção do leite e derivados ficassem ainda mais caros. “O IBGE mostra redução na produção de leite e disparada de preço”, relaciona.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a manteiga (1,49%) é um dos quatro produtos que compõem a cesta básica e tiveram aumento em setembro, na capital. Completam a lista a farinha de mandioca (1,59%), café em pó (0,49%) e arroz agulhinha (0,38%). Houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais no último mês. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande.

Para o economista Gustavo Palmeira, do DIEESE, a menor oferta de leite no campo e consequente aumento do preço dos derivados está mais ligada à questão climática e período de entressafra do que ao contexto da Ucrânia, Segundo ele, existe a possibilidade de influência internacional, porém, é preciso confirmar que a ração utilizada para produção de leite é derivada de trigo - produto o qual Rússia e Ucrânia são grande produtores.

O economista ainda relaciona o aumento do custo na produção de leite ao câmbio, que tornou mais cara a compra de insumos que dependem de matéria-prima importada, como os fertilizantes, suplementos minerais e medicamentos.

Na mesa do café da manhã, o item não foi o único a amargar o aumento do preço. De acordo com o IBGE, a variação acumulada dos últimos 12 meses do leite longa vida chegou a 61,5% e a do café moído chegou a 46,49%. O pão francês foi o produto que teve o menor índice nesse período, com 19,67%.

Adaptações
Por conta dos preços, consumidores têm escolhido cortar o produto, trocá-lo pela margarina ou diminuir o consumo. A dona de casa Marlucia Omena, 77, conta que comia com frequência alimentos com manteiga, mas já pensava em cortar por questão de saúde em razão do colesterol. Com o aumento do preço, ela finalmente parou de comprar manteiga e foi adaptando as receitas.

“Eu amava manteiga, comia pão com manteiga, bolacha com manteiga, era mortadela frita na manteiga, aipim, cuscuz, tudo tinha que ter manteiga. Hoje só como manteiga quando outra pessoa faz a comida. Em casa não uso manteiga de jeito nenhum. Até que me acostumei a comer pão com creme de ricota ou patê de frango, bolacha já não como mais e cuscuz agora é com leite”, ressalta.

Para adaptação, a dica que o economista Antonio Carvalho dá é justamente reduzir o consumo - em caso de itens não essenciais - para alertar os fornecedores sobre a expectativa de preço dos consumidores. “É a forma que consumidor tem [protestar], quando para de comprar, o fornecedor percebe e entende que preço que está cobrando não está sendo aceito”, avalia.

Já a nutricionista Barbara Dias Severo alerta que é importante estar atento ao consumo da margarina, que pode ocasionar o aumento das chances de ter derrame e infarto. E, embora a manteiga seja menos prejudicial à saúde, a substituição deve ser moderada em razão do produto ser rico em gorduras saturadas e colesterol. "O maior substituto da manteiga hoje é o óleo de coco, tem valor biológico muito melhor por ser fonte de gordura vegetal", indica.

Após alta de 66%, preço do leite tem queda na capital
Dados do DIEESE revelam que o preço do leite integral diminuiu em 16 capitais durante setembro, inclusive, em Salvador (2,15%). A queda vem após o acumulado dos últimos 12 meses marcar aumento de 66,15%.

O economista Gustavo Palmeira, do DIEESE, explica que, como a produção de leite requer menos processos e tempo para venda, o ajuste do preço é mais rápido do que dos derivados, que passam por mais etapas de produção até chegar no consumidor final. É esperado, portanto, que o iogurte, manteiga e queijo também reduzam os valores, contanto que o cenário continue o mesmo para o leite.

Queijo, iogurte, leite Fermentado, manteiga, creme de Leite, leite Condensado, requeijão e cream cheese são alguns dos derivados do leite Foto: reprodução

Em consonância, o preço da cesta básica na cidade de Salvador foi a capital com a segunda cesta básica mais barata (R$ 560,31) entre as capitais pesquisadas pelo Departamento, a cidade apresentou variação negativa de -2,88%, em relação a agosto. Contudo, na variação acumulada ao longo do ano, a elevação foi de 8,12%.

No mesmo mês, o trabalhador de Salvador remunerado pelo salário mínimo precisou trabalhar 101 horas e 43 minutos para adquirir a cesta básica. Em agosto, o tempo de trabalho necessário foi de 104 horas e 43 minutos, e, em setembro de 2021, de 95 horas e 46 minutos.

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  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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