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Crime não afeta movimento em bares do Rio Vermelho: 'É como se nada tivesse acontecido'

Crime não afeta movimento em bares do Rio Vermelho: 'É como se nada tivesse acontecido'

A violência em um bairro que é cartão-postal da cidade chamou a atenção no noticiário nessa quarta-feira (4), quando um segurança foi baleado por um homem, que tomou a arma da vítima após uma discussão. No entanto, não afetou a movimentação nos bares e barracas do entorno.

“Está tudo normal, é como se nada tivesse acontecido. O pessoal está chegando devagarinho, porque hoje [quarta à noite] é mais tranquilo mesmo”, disse Rafael de Souza, funcionário do bar Bohemia.

A vítima, que não teve a identidade revelada, foi baleada em um bar no Largo de Santana depois que outro homem, com quem bebia, tomou seu revólver e o atacou. O homem, que trabalha como segurança na região, mas estava de folga, foi baleado três vezes. O estado de saúde dele é considerado grave.

O aposentado Gilson Santiago, 64 anos, se encontrou com os amigos tranquilamente, em um bar, no Largo de Santana. “Não estou apreensivo, porque a violência é normal no país todo, em qualquer lugar. Se for ficar pensando nisso, a gente não sai de casa”, contou.

Ele, que acompanhou o caso pela televisão, completou dizendo que o que mais o deixa em estado de alerta é a possibilidade de assaltos. “O que deixa a gente apreensivo de estar na rua são os arrastões que estão acontecendo. O problema é Salvador”, concluiu.

As amigas Natali Araujo e Thais Paixão souberam do caso ao chegar em outro bar, no mesmo local. “Estou digerindo a informação, mas não me sinto insegura não. Eu entendo que essas coisas ocorrem em Salvador. Infelizmente, a gente vive em uma cidade bem violenta, mas eu ainda me sinto, de certa forma, bem aqui no Rio Vermelho”, disse Natali.

Apesar de o caso chamar sua atenção, Thais acredita que a banalização da violência chegou a um ponto em que não é capaz de chocar tanto. “Recebi uma informação adicional, que me deu uma camada a mais de atenção, mas não me pôs em estado de alerta ainda. A violência está tão normalizada que a gente não se choca mais”, contou Thais.

Clima tranquilo para donos de barracas
As pessoas que trabalham nas barracas de comida que são montadas durante a tarde, no Largo, compartilhavam da mesma sensação. Funcionárias de uma barraca de acarajé acreditam que o crime não afetará o movimento no local, por não ter ocorrido à noite, quando o fluxo de pessoas é mais intenso.

“Acredito que não vai ter diferença. Primeiro que não foi uma coisa à noite para repercutir tanto. E segundo que o pessoal está tão acostumado à violência... Se não fosse isso, o bar não estaria cheio de pessoas”, justifica a funcionária, que preferiu não se identificar.

Ali próximo, duas mulheres que trabalham em uma barraca vendendo beiju comen sobre o caso. “O clima está tranquilo. Até percebi que tinha uma viatura ali parada, mas a sensação de vulnerabilidade acompanha a gente em todos os lugares da cidade”, contou a proprietária da barraca.

Policiamento reforçado

Uma viatura da Polícia Militar (PM-BA) foi encaminhada para reforçar a segurança no local. Por meio de nota, a PM informou que integrantes da 12ª CIPM foram acionados logo depois de receberem informações sobre uma confusão. Até o momento, o autor dos disparos não foi preso.

Entenda o caso

De acordo com testemunhas, os tiros foram efetuados por volta das 06h30. Tudo aconteceu após um desentendimento entre três homens que bebiam juntos na praça ao lado do Acarajé da Dinha, que, apesar do horário, estava cheia de gente.

"Num determinado momento, a briga que estava lá fora veio para a região dos bares, que estava vazia. Um deles, que é segurança e por isso estava armado, puxou o revólver, mas não atirou. Só ameaçou. Aí outro tomou a arma e começou a disparar", conta uma pessoa que passava no momento do ocorrido. "Foi uma correria danada", completa.

Os dois primeiros disparos foram efetuados já dentro da área de um bar, onde normalmente é ocupado por cadeiras. "O homem ferido correu para as mesas do outro bar e acabou caindo. Aí o cara armado se aproximou e deu um outro tiro na direção do rosto", relata outra testemunha.

Na fuga, o autor dos disparos tentou tomar um carro, mas acabou rendendo um motoqueiro. "Ele foi para o meio da pista e começou a apontar para os motoristas, só que na hora passava um homem numa moto, que foi obrigado a descer. O cara montou na moto e sumiu, largando o revólver no chão", acrescenta.

O funcionário de um bar, que funciona 24 horas no local, disse que viveu momentos de terror. "Estava limpando as mesas quando escutei os pipocos bem perto de mim. Corri na hora. Esses caras estavam bebendo na praça já há um tempo e começaram a confusão entre eles lá. Nunca os vi por aqui".

O homem ferido, que não teve identidade revelada, foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Ele deve passar por cirurgia. De acordo com a Polícia Civil, a 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho investiga a tentativa de homicídio.

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    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

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    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

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    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

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    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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