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Investimentos do governo em Defesa Civil caem 43% em 2021

Investimentos do governo em Defesa Civil caem 43% em 2021

O governo de Jair Bolsonaro (PL) reduziu em 43% os recursos para a Defesa Civil. Ao longo de 2021, foram empenhados R$ 918,6 milhões para a área responsável pela preparação do País para eventos climáticos extremos, menos que o montante de R$ 1,63 bilhão destinado no ano passado. Nesta temporada de chuvas, o Brasil ainda não chegou ao ápice da estação, mas as intempéries já provocaram danos. No extremo sul da Bahia e em Minas Gerais, mais de 300 mil pessoas sofreram com as enchentes das últimas semanas.

A falta de investimentos no setor significa que este ano terá o menor gasto da União com a Defesa Civil pelo menos desde 2016, de acordo com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) do governo federal compilados pela reportagem.

A área não foi contemplada pelo duto das emendas RP-9, o chamado "orçamento secreto". Revelado pelo Estadão, o esquema criado por Bolsonaro para garantir apoio político, sem transparência sobre a distribuição do dinheiro, não empenhou recursos para a Defesa Civil. Os investimentos da União na área foram fortalecidos apenas por emendas de bancadas estaduais: o Congresso destinou R$ 30,8 milhões; outros R$ 4,1 milhões chegaram via emendas individuais.

À reportagem, o Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela área, disse "condenar qualquer tentativa de uso político da tragédia" e afirmou ter destinado pouco mais de R$ 1 bilhão para a área em 2021 - a diferença se deve ao critério adotado pela pasta, que inclui o pagamento dos chamados "restos a pagar" no cálculo - recursos empenhados em anos anteriores e quitados agora.

Emergência
Até o momento, 63 municípios do sul da Bahia já decretaram situação de emergência por causa das chuvas. Ao menos 7,4 mil pessoas estão desabrigadas em decorrência das enchentes na região. Outras 21,5 mil estão desalojadas, o que significa que tiveram de deixar suas casas, mas não precisaram recorrer a abrigos providenciados pelas prefeituras. As chuvas também tinham resultado em 14 mortes até a sexta-feira passada, e deixado ao menos 276 feridos. As cidades mais afetadas são Itamaraju, Jucuruçu, Prado, Itanhaém e Medeiros Neto.

Em Minas, as chuvas deixaram ao menos 2.024 desabrigados e 9.871 desalojados, além de 49 feridos e cinco mortos. O número total de pessoas afetadas era de pouco menos de 16 mil, segundo o mais recente boletim da Defesa Civil mineira, divulgado anteontem. Os municípios mais atingidos são os dos vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce.

No Orçamento da União, as ações de Defesa Civil estão agrupadas sob o guarda-chuva do programa orçamentário 2218 - "Gestão de riscos e desastres". Além desta rubrica principal, o levantamento do Estadão considerou outros programas relacionados, como o de código 1027 ("Prevenção e preparação para desastres") e 1029 ("Resposta aos desastres").

A reportagem considerou um conjunto de 15 ações orçamentárias relacionadas ao assunto, mas a mais relevante é a ação de código 22BO ("ações de proteção e Defesa Civil"). Dos pouco mais de R$ 900 milhões já empenhados (isto é, reservados para gastar) pela União para a área da Defesa Civil, a maior parte (R$ 727,3 milhões) foi para a rubrica.

A ação 22BO inclui desde os repasses para os municípios baianos e mineiros atingidos pelas chuvas recentes até a Operação Carro-Pipa (OCP), tocada pelo MDR em parceria com o Comando do Exército. A operação distribui água para a população de regiões rurais afetadas pela estiagem. A Operação Carro-Pipa foi uma das menos impactadas pela queda de investimentos em Defesa Civil: o volume de recursos executado pelo MDR em parceria com o Comando do Exército é de cerca de R$ 485 milhões até o momento em 2021, ante R$ 521 milhões em 2020 - uma redução de cerca de 7%.

Na semana passada, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que integra a estrutura do Ministério do Desenvolvimento Regional, reconheceu a situação de emergência em vários municípios mineiros e baianos - o que abre caminho para o envio de recursos extras para as cidades. O dinheiro é usado para restabelecer serviços básicos, para desobstruir vias e para comprar mantimentos para os atingidos, por exemplo.

Para os municípios do sul da Bahia e de Minas foram destinados cerca de R$ 14 milhões até o momento, segundo informou o MDR, em nota ao Estadão. Em todo o País, eram 60 municípios com situação de emergência reconhecida pela pasta até quinta-feira passada.

Deficiências
No Brasil, a Defesa Civil está organizada na União, nos Estados e nos municípios. O conjunto dos órgãos que integram esta estrutura é conhecido como Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec). A lei federal que organiza o sistema foi criada em 2012, mas segue sem regulamentação até hoje - um problema que persistiu nos mandatos presidenciais de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

Nos últimos anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) vem emitindo alertas sobre a falta de critérios objetivos e de planejamento na distribuição de dinheiro para projetos de prevenção de desastres naturais. Em fevereiro de 2020, por exemplo, uma auditoria relatada pelo ministro Augusto Nardes concluiu que a União estava direcionando recursos para áreas menos necessitadas, em detrimento de outras onde as carências eram maiores. A auditoria do TCU encontrou ainda situação precária em muitos órgãos municipais de Defesa Civil - a maioria das cidades não possui um plano municipal de redução de riscos.

Em resposta à reportagem, o MDR afirmou que "episódios extremos provocados pelo clima acontecem em todo o mundo e não há ações que poderiam ter evitado o aumento do nível dos rios e alagamentos das áreas, tal o volume de precipitações registradas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

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    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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