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Novos tremores de terra atingem zona rural de Amargosa e assustam moradores

Novos tremores de terra atingem zona rural de Amargosa e assustam moradores

Moradores do distrito de Corta Mão, zona rural do município de Amargosa, localizado no Vale de Jiquiriçá, no Centro Sul da Bahia, sentiram novos tremores de terra na noite de terça-feira (27), entre 20h e 22h, e madrugada desta quarta-feira (28), por volta das 1h da manhã. O de maior magnitude foi o de 1,8 na escala Richter, o mais forte registrado na região desde a instalação da rede de sismógrafos - equipamentos que monitoram e medem a intensidade de abalos sísmicos. A rede foi instalada no início de setembro, após o terremoto de magnitude 4,6 atingir a localidade no dia 30 de agosto, que deixou casas destruídas e fez os municípios de São Miguel das Matas e Amargosa decretarem situação de emergência.

“Não foi como os anteriores, mas o de ontem, a comunidade toda sentiu e a gente ficou preocupado de vir outro com intensidade maior. Deixou todo mundo apreensivo, muita gente foi dormir tarde, preocupado de ocorrer outro em sequência”, contou o professor Ivan Silva, 45 anos, morador do distrito de Corta Mão. O professor relata que os tremores mais fortes foram sentidos por volta das 20h30 e 22h. “Desde a instalação dos sismógrafos, tá registrando vários abalos por dia”, completa Silva.

A professora Duceni Santos Ferreira, 36 anos, que também mora em Corta Mão, viu sua casa tremer, mais uma vez. “A gente estava assistindo a novela e veio aquele desespero. Porque além do estrondo ser muito alto, a casa tremeu. Meus meninos ficam assustados, qualquer barulho acham que é tremor”, narrou a professora. A filha caçula, segundo Ferreira, tem tido problemas de sono. “Ela fica assustada com tudo, agarrada em minha perna, sem querer dormir”.

Moradores ficam do lado de fora de suas casas em Corta Mão, por medo de novos tremores. Crédito: Acervo pessoal/professor Ivan Silva.
A professora disse ainda que não consegue se acostumar com os abalos sísmicos. “Os geólogos estão dizendo que a gente tem que se acostumar, mas como se acostuma com uma situação dessa?”, disse a moradora, preocupada. Ela informou ainda que as rachaduras em sua casa, causadas pelo tremor mais forte em agosto, têm aumentado. A estudante Flávia Xavier, 15 anos também sentiu de sua casa: “já estava deitada, só ouvi o barulho, a cama balançou, e levantei correndo e carregando o mosquiteiro. Todo mundo saiu de suas casas e ficou na rua”.

O mestre em geofísica e técnico do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Eduardo Menezes, que instalou a rede sismográfica na região, acredita que foram três a quatro tremores. “Os moradores sentiram três, quatro tremores e o mais forte foi em Corta Mão, de 1,8, mas também foi sentido em Tabuleiro. Isso nos leva a crer que os epicentros estão em áreas diferentes”, explicou o Menezes, em análise preliminar.

O pesquisador ainda informou que foram registrado 45 microtremores pelos sismógrados, em maioria de baixa intensidadade, não percebidos pela população. Além do 1,8 em Amargosa, ocorreu outro em São Miguel das Matas, com magnitude preliminar de 1,3 na escala Ritcher, às 4h36 da manhã de hoje.

A partir da coleta de dados nas dez estações sismográficas que estão hoje no local, os pesquisadores irão avaliar se elas continuarão nos municípios. Se, durante esses dois meses, o número de tremores tiver permanecido igual, as estações sairão da região e somente uma, em Corta Mão, permanecerá. Ela já faz parte da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR). “A atividade sísmica continua. Com a apresentação do número total de eventos, vamos ter uma ideia da atividade real na região, se houve aumento ou constante. Em novembro temos a previsão de remover a rede, mas isso vai depender do comportamento dos tremores”, completou o técnico.

O custo com a manutenção desses equipamentos é, em média, R$ 8 a R$10 mil por mês, que estão sendo custeados pela UFRN, com apoio da prefeitura de Amargosa e da Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).

O prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro, informou que uma palestra foi feita com os moradores, na semana passada, para informar a população como agir nessas situações de tremores de terra. Ele também disse que custeará a manutenção da equipe de técnicos da UFRN que precisarem retornar à região. “Me comprometi com a universidade de manter esse tipo de apoio, de logística, como hospedagem e alimentação, para que eles façam essa avaliação periódica”, afirmou. Segundo Pinheiro, uma equipe da prefeitura irá ao distrito avaliar as novas avarias nas casas que possam ter surgido com os novos tremores.

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  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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