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Mercados limitam compra de arroz, óleo e leite por cliente

Mercados limitam compra de arroz, óleo e leite por cliente

Toda semana é uma preocupação nova para a feira do soteropolitano. Depois do aumento expressivo no preço do arroz, agora, os cidadãos estão com a pulga atrás da orelha por outro motivo: a limitação da venda de arroz, óleo e leite, que passam por racionamento nas unidades dos grandes mercados de Salvador. Na maioria desses estabelecimentos, só se pode comprar até 10kg de arroz, 12 unidades de garrafas de óleo de soja, 10 unidades do leite de caixa e 5 pacotes do leite em pó de 200g. Em alguns casos, até o feijão, que está com os preços nas alturas, passa por racionamento de vendas.

O CORREIO foi às lojas para conferir onde a limitação ocorre, a causa do racionamento e o que os soteropolitanos acham do caso. Os entrevistados contaram que já tinham percebido as alterações nas prateleiras e, em sua maioria, afirmaram estar preocupados com a possibilidade da escassez dos itens nos estoques ser a causa para a imposição do limite de compras. Um cliente, que não quis se identificar, opinou que os mercados estão fazendo isso para evitar que as pessoas extrapolem nas compras do que já está em falta. "Provavelmente, tem algo em falta pra eles fazerem isso. O povo é todo desordenado e, quando vê um negócio em falta, corre todo afobado pra estocar. O que faz o mercado tomar esse tipo de atitude. Aqui, as pessoas levam a sério o 'farinha pouca, meu pirão primeiro", diz.

Limitar a comercialização desses produtos não é uma ação ocasionada apenas pela escassez como se pode imaginar. Entre os produtos com venda racionada, só o óleo de soja não está largamente disponível nas distribuidoras. Para os outros, existem fatores diferentes que influenciam no processo de limitação de venda nas grandes redes. É o que garante Joel Feldman, presidente da Associação Bahiana de Supermercados (Abase). "Em alguns casos, a limitação pode acontecer por conta de promoções para que a maioria dos clientes possam ter acesso às ofertas. Normalmente, a limitação está ligada a essa tentativa de evitar que o comerciante de mercados menores leve todos os produtos em promoção, por exemplo", explica.

Fator promocional
No caso do Extra, na Vasco da Gama, é justamente essa a justificativa que se vê nos cartazes que informam a limitação de compra: "Para que todos aproveitem essa oferta". O problema é que a oferta informada não é percebida, de fato, nos preços dos produtos. No local, encontra-se o preço das marcas de óleo de soja praticamente tabelado: a maioria saindo por R$ 6,99. Esse é o maior preço entre os mercados visitados pela reportagem do CORREIO, que passou por Big Bompreço, Rede Mix e teve acesso aos valores do Bompreço. O arroz, que não está barato em nenhum lugar, lá, não sai por menos de R$ 4,79, enquanto, em outros estabelecimentos como o Big Bompreço, é possível encontrar o arroz da mesma marca por menos de R$ 3,99. No caso do feijão, que também tem venda limitada, só dá pra sair com um quilo do produto ao desembolsar, no mínimo, R$ 6,89.

O Extra foi procurado pela nossa reportagem para explicar quais motivos levaram a rede a limitar a venda desses produtos e confirmar se isso estaria associado a uma promoção por parte da empresa. Por meio de assessoria, a rede informou que a limitação ocorre para que todos possam adquirir arroz, óleo, feijão, leite em caixa e leite em pó, que são os produtos limitados pelo mercado. "O Extra informa que, para que um maior número de clientes possa se abastecer, a rede está limitando a compra dos produtos em lojas por tempo indeterminado", declara.

Sobre o arroz, Joel acredita que a ação de limitar esteja ligada diretamente ao preço do grão, o que faz com que o mercado tenha menos do produto em estoque e queira distribuir de maneira mais uniforme o que se tem para comercialização. "O arroz subiu muito de preço porque há uma preferência pela exportação do produto, que é algo mais rentável, neste momento, para o produtor. Então, os mercados daqui têm menos potencial de adquirir esse item para comercializar", declara.

O que acham os clientes
Cláudia Alves, 35 anos, cuidadora de idosos, acredita que a limitação do arroz, por exemplo, em nada significa uma preocupação com o consumidor. "Isso aí é pressão deles pro povo achar que o arroz tá acabando e comprar mesmo com o preço nas alturas. Pra mim, não cola. Eles estão é exportando tudo e, no pouco que fica aqui, botam pra lenhar nos preços. Todos esses limitados aí subiram. Eu mesmo que não compro. Sei substituir, optar por outra coisa. Não tem arroz, vai macarrão e tá tudo em ordem", fala.

Quem também tem evitado adquirir os itens em limitação é Regina da Silva, 52, dona de casa que afirma que vai esperar o preço cair para voltar a tomar leite, mas admite que, ao saber da limitação, ficou com receio que estes itens fiquem em falta por muito tempo. Segundo ela, só não se rendeu e comprou bastante para não atrapalhar os outros. "Engraçado que limitaram o que mais subiu de preço. Achei estranho e logo pensei que estivesse acabando. O que mais seria, né? Mas não saí comprando desesperada com medo de acabar não. A gente fica naquela dúvida, mas não vou fazer isso e pensar só em mim porque, se eu fizer isso, tem gente que não vai conseguir comprar", conta.

Outra cliente, que preferiu não revelar sua identidade, não teve a mesma resiliência de Regina. Foi ao mercado sem pensar em óleo, mas, ao ver a limitação, quis garantir a presença do produto na sua residência por um tempo, mesmo com o preço acima do normal. "Eu nem ia comprar, falando a verdade. Não uso muito o óleo de soja. Mas tô vendo esse negócio de limitação. Vai que acaba, né? Então, vou garantir dois ou três pra não ter problema. Melhor prevenir do que remediar", argumenta.

Preços
A reportagem do CORREIO registrou os valores dos produtos em racionamento no Walmart, localizado na Joana Angélica, no Extra, da Vasco da Gama e no Rede Mix, da Rua Amazonas, na Pituba, que não estipulou nenhuma limitação para arroz, feijão, óleo, leite em pó ou de caxia. Apesar disso, a rede informou, através de nota, que está limitando a venda de óleo de soja, sendo permitida a compra de cinco unidades nos supermercados e dez unidades nos atacados. A seguir, os preços de cada um dos mercados visitados:

Big Bompreço
Arroz:

Emoções, R$ 3,99,

Cammil, R$ 4,29

Pop, R$ 3,75

Óleo:

Soya, R$ 5,99

Liza, R$ 6,49

Primor R$ 5,99

Leite de caixa:

Piracanjuba, R$ 5,39

Betânia, R$ 4,19

Damare, R$ 4,39

Extra
Arroz:

Emoções, R$ 4,79

Cammil, R$ 4,99

Tio João, R$ 4,99

Feijão:

Kicaldo, R$ 6,89

Cammil, R$ 9,49

Líder, R$ 6,89

Óleo:

Soya, R$ 6,99

Liza, R$ 6,99

ABC, R$ 6,99

Leite em pó (200g):

CCGL, R$ 5,99

Regina, R$ 5,99

La Serenissima, R$ 6,99

Rede Mix
Arroz:

Emoções, R$ 4,29

Cammil, R$ 4,29

Tio João, R$ 6,99

Óleo:

Soya, R$ 5,69

Primor R$ 5,69

Leite em pó (800g):

Itambé, R$ 20,98

Camponesa, R$ 21,98

Betânia, R$ 20,98

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    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

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    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

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    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

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