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Brasil empata com Equador em jogo marcado por VAR e expulsões

Brasil empata com Equador em jogo marcado por VAR e expulsões

O ano da Copa do Mundo do Catar começou para o Brasil. A seleção deu o pontapé inicial em 2022 nesta quinta-feira (27), mas ficou devendo. Em um dia sem grande atuação, a equipe do técnico Tite só empatou em 1x1 com o Equador, no estádio Casa Blanca, em Quito, pela 15ª rodada das Eliminatórias. Casemiro abriu o placar, e Félix Torres deixou tudo igual.

A arbitragem foi a protagonista da partida. O árbitro de vídeo chamou o juiz Wilmar Roldán ao monitor quatro vezes - e em todas ele mudou de decisão, salvando o Brasil. Com o auxílio do VAR, o goleiro equatoriano Domínguez foi expulso, o goleiro Alisson teve cartão vermelho anulado duas vezes e dois pênaltis para os donos da casa foram retirados.

O empate com o Equador fez a seleção igualar um recorde nas Eliminatórias: a maior sequência invicta de toda a história do torneio, com 31 jogos sem perder. A última derrota aconteceu há mais de seis anos, em outubro de 2015, para o Chile, por 2x0, em Santiago.

A marca é a mesma do próprio Brasil, que também alcançou a invencibilidade de 31 partidas entre 1954 e 1993, até cair para a Bolívia por 2x0 em La Paz (a primeira derrota na história da seleção em Eliminatórias).

Durante o duelo, Daniel Alves também fez história. O baiano saiu do banco para se tornar o terceiro jogador que mais vezes defendeu a seleção brasileira. Aos 38 anos, o lateral-direito chegou a 121 jogos, ultrapassando Rivellino, com 120. Daniel só fica atrás de outros dois lendários laterais: Cafu, com 150 partidas, e Roberto Carlos, com 132.

O Brasil, já classificado para a Copa do Mundo do Catar, segue líder invicto das Eliminatórias, agora com 36 pontos em 14 jogos disputados. Já o Equador, que também está perto de assegurar a vaga, chegou a 24, na terceira posição.

A próxima missão da Seleção será diante do Paraguai, na terça-feira (1º), às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte. O zagueiro Éder Militão está suspenso, pelo segundo cartão amarelo.


Gol do Brasil e expulsões

O duelo entre Equador e Brasil começou animado. Ainda antes dos dois minutos de jogo, Emerson Royal fez falta em Moisés Caicedo. Estupiñán cruzou e Enner Valencia apareceu completamente livre para cabecear. A bola raspou a trave de Alisson, mas saiu à esquerda.

A seleção de Tite não se deixou abalar. Aos cinco minutos, veio a primeira chance brasileira - e com gol. Coutinho cobrou escanteio, houve um bate rebate da defesa e, na sobra, o camisa 11 levantou de novo. Matheus Cunha tentou o cabeceio, a redonda tocou na zaga e sobrou para Casemiro concluir para o fundo da rede: 1x0.

Pouco depois, o Brasil também ficou com um homem a mais na partida. Matheus Cunha foi lançado e disputou bola na entrada da área. Até que o goleiro Domínguez saiu mal e deu uma 'voadora' no atacante, acertando uma solada no pescoço do jogador. Após revisar o lance no monitor, o árbitro mostrou o cartão vermelho para o arqueiro, aos 14 minutos. Na cobrança, Coutinho mandou para fora.

A vantagem numérica da pentacampeã em campo, porém, durou pouco. Cinco minutos depois, Emerson atingiu Estrada em dividida e levou o segundo amarelo, resultando na expulsão.

A situação quase se inverteu aos 25 minutos, quando Alisson também levou o vermelho depois de sair para fazer corte e atingir o rosto de Enner Valencia. O juiz foi novamente ao vídeo, e mudou a cor do cartão, dando o amarelo para o goleiro brasileiro. Assim, as duas equipes seguiram com 10 jogadores.

Depois de tanta agitação, poucas chances claras foram criadas no primeiro tempo. O Brasil só voltou a ter uma oportunidade aos 51 minutos, quando Matheus Cunha recebeu de Vini Jr. e arriscou. A bola foi bloqueada, mas voltou para o camisa 7, que bateu de novo, passando perto da trave direita de Galíndez.

Empate e mais VAR em ação

O segundo tempo também começou com o Equador chegando com perigo primeiro - e, dessa vez, chegou a balançar a rede. Após cruzamento pela direita, Estupiñán apareceu do outro lado e cruzou. Daniel Alves e Alisson se atrapalharam, a bola ficou com Estrada, que mandou para o fundo do gol, aos 3 minutos. Mas nada valeu: a arbitragem marcou saída de bola pela linha de fundo.

O Brasil descontou na sequência, com batida de chapa de Casemiro, mas foi para fora. Aos 9, mais um susto: Estupiñán caiu após tentar passar por Raphinha, e o juiz assinalou pênalti. Mas, mais uma vez, mudou de ideia ao olhar o monitor do VAR.

A seleção canarinha ainda tentou ampliar com Alex Sandro, de batida forte de fora da área, e Gabriel Jesus, que recebeu de Daniel Alves, dominou, cortou para o meio e bateu. Mas Galíndez impediu os dois momentos.

Aos 29 minutos, o Equador conseguiu o empate. Ayrton Preciado cobrou escanteio, Félix Torres subiu com Casemiro, mas ganhou a disputa e conseguiu cabecear para o fundo da rede. Alisson chegou a tocar a bola, mas não evitou o gol: 1x1.

Já nos acréscimos, o VAR voltou a entrar em ação. Alisson saiu do gol para afastar a bola de soco, mas atingiu a cabeça de Ayrton Preciado na sequência do movimento. O árbitro marcou o pênalti, expulsou o goleiro brasileiro e, pela quarta vez, foi ao monitor checar. De novo, voltou atrás: cancelou a penalidade e o segundo cartão amarelo para Alisson. No fim, o empate se manteve.

FICHA TÉCNICA

Equador 1x1 Brasil - 15ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Catar-2022

Equador: Alexander Domínguez, Angelo Preciado (Romario Caicedo), Torres, Hincapié e Estupiñán; Alan Franco (Galíndez), Moisés Caicedo (Jhegson Méndez), Gruezo (Ayrton Preciado) e Plata; Estrada (Carcelén) e Enner Valencia. Técnico: Gustavo Alfaro.

Brasil: Alisson, Emerson Royal, Éder Militão, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Philippe Coutinho (Daniel Alves); Raphinha (Antony), Vinicius Júnior (Gabriel Jesus) e Matheus Cunha (Gabigol). Técnico: Tite.

Estádio: Rodrigo Paz Delgado (Casa Blanca), em Quito, no Equador
Gols: Casemiro, aos 5 minutos do primeiro tempo; Félix Torres, aos 29 minutos do segundo tempo;
Cartões amarelos: Enner Valencia e Moisés Caicedo, do Equador; Alisson, Raphinha e Éder Militão, do Brasil;
Cartão vermelho: Alexander Domínguez, do Equador; Emerson Royal, do Brasil;
Arbitragem: Wilmar Roldan, auxiliado por Alexander Guzman e Jhon Leon (trio da Colômbia). VAR: Leodan Gonzalez, do Uruguai.

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  • Lula anuncia recursos para agência da ONU de refugiados palestinos denunciada por Israel

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15), em discurso no Cairo, que o Brasil vai realizar uma doação para a agência da ONU voltada para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

    A entidade está sob investigação após acusação de Israel de que alguns de seus integrantes supostamente teriam ligação com o Hamas e participado dos ataques de 7 de Outubro. Por isso, mais de dez nações, a maior parte europeias, cortaram o financiamento.

    "Meu governo fará um novo aporte de recursos para a UNRWA e exortamos todos os países a manterem e reforçar suas contribuições", afirmou o presidente, sem detalhar o valor e dizer quando será feita a contribuição.

    No site da UNRWA, a planilha de doações de 2022 mostra que o Brasil contribuiu com apenas US$ 75 mil para a agência, um percentual insignificante (menos de 0,01%) diante do total de US$ 1,17 bilhão recebido naquele ano. Estados Unidos, Alemanha e União Europeia são os maiores doadores; juntos, destinaram mais da metade dos recursos à disposição da UNRWA.

    O governo federal ainda não detalhou de quanto será a nova doação.

    O presidente também aproveitou para criticar os países ricos que cortaram seus financiamentos à organização. Afirmou que as denúncias precisam ser investigadas, mas a organização não pode parar por causa disso.

    "No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina. As recentes denúncias contra funcionários da agência precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la", afirmou.

    Na sequência, ele acrescentou que refugiados em outros países, como Jordânia, Síria e Líbano, também ficarão desamparados sem os recursos. E chamou essa ação de "covardia".

    "É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva", completou.

    A declaração ocorreu na sede da Liga Árabe. O presidente participou de uma sessão plenária extraordinária da organização, onde discursou para representantes dos países-membros.

    Os cortes de recursos anunciados após as acusações israelenses podem agravar ainda mais a situação dos palestinos em Gaza, que já lidam com deslocamentos forçados, bombardeios constantes, insuficiência de hospitais e carência de água e de comida.

    O discurso na Liga Árabe era um dos momentos mais aguardados da viagem do presidente ao continente africano. Ele já havia falado na tribuna da organização em dezembro de 2003, durante o seu primeiro mandato.

    Antes do discurso, Lula teve uma reunião reservada com o secretário-geral da organização, Ahmed Abul Gheit.

    O mandatário voltou a criticar, na sessão plenária, Israel por suas ações no conflito com o grupo terrorista Hamas. Tel Aviv está na iminência de uma operação terrestre em Rafah, cidade ao sul de Gaza que faz fronteira com o Egito.

    "Operações terrestres na já superlotada região de Rafah pronunciam novas calamidades e contrariam o espírito das medidas cautelares da Corte [Internacional de Justiça]. É urgente parar com a matança. A posição do Brasil é clara: não haverá paz enquanto não houver um Estado palestino dentro de fronteiras mutuamente acordas e internacionalmente reconhecidas, que inclui a Faixa de Gaza e Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital", afirmou Lula.

    O presidente também voltou a atacar Israel, falando que o país ataca indiscriminadamente, atingindo a população civil.

    "O ataque do Hamas de 7 de outubro contra civis israelenses é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil. A reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inadmissível e constitui um dos mais trágicos episódios desse longo conflito. As perdas humanas e materiais são irreparáveis", afirmou o presidente.

    A Liga Árabe, fundada em 1945, é composta por 22 países: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Qatar, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.

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    A chegada ao Egito ocorre em meio ao acirramento das tensões na Faixa de Gaza, especialmente pela situação de Rafah. A cidade tornou-se a única porta de saída da zona de conflito e por isso concentra uma grande população civil, que foge dos ataques.

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    O presidente deixa o Egito na noite desta quinta-feira (15) e segue para Addis Abeba, na Etiópia, onde participa da cúpula da União Africana.

  • Inscrições para o Concurso Público Unificado terminam sexta-feira

    Com a oferta de 6.640 vagas para 21 órgãos federais, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) chegou à reta final do período de inscrição, que termina nesta sexta-feira (9). Ao longo de 20 dias, mais de 1,5 milhão de candidatos escolheram uma ou mais carreiras em um dos blocos temáticos lançados em oito editais.

    Para isso, é necessário apenas selecionar o bloco temático e o nível de escolaridade que o candidato pretende concorrer, com taxas de inscrição no valor de R$ 90 para vagas do ensino superior e R$ 60 para os concorrentes de nível médio.

    Isenção de taxas

    Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que promove o processo seletivo, mais de 90% dos pedidos de isenção das taxas de inscrição foram atendidos, com mais de 600 mil candidatos que poderão concorrer livres de custo. São pessoas que integram o Cadastro Único (CadÚnico); bolsistas do ProUni; financiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); ou, ainda, doadores de medula óssea que puderam se beneficiar da isenção.

    Nesses últimos dias de inscrição, os candidatos que não tiveram os pedidos de isenção aceitos ainda poderão pagar a taxa e participar do concurso. Todo o processo de inscrição é feito pela página da Cesgranrio, que é a banca realizadora do processo seletivo, com o uso da conta gov.br.

    Outra inovação no processo que possibilita a igualdade de acesso aos cargos efetivos é a aplicação da prova em 220 municípios brasileiros - de todos os estados e o Distrito Federal - no dia 5 de maio. Antes da data, os inscritos poderão verificar os dados finais da inscrição no dia 29 de fevereiro e no dia 29 de abril já será possível consultar o local de prova.

    A previsão é que no dia 3 de junho sejam divulgados os resultados das provas objetivas e preliminares das provas discursivas e de redação e, no dia 30 de julho saia o resultado final com a classificação dos aprovados.

  • Alckmin diz que setor automotivo investirá R$ 100 bilhões até 2029

    O setor automotivo brasileiro deverá receber cerca de R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos anos. O número, apresentado por representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, foi divulgado nesta quarta-feira (7) pelo ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, veiculado pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    Alckmin se reuniu na terça-feira (6) com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima. Durante o encontro, o dirigente disse que o total a ser investido na indústria automotiva brasileira será maior do que os R$ 41,2 bilhões anunciados na semana anterior.

    Segundo Alckmin, “será um investimento recorde”, que resultará na construção de, pelo menos, quatro fábricas.

    “Já temos fábrica de ônibus elétrico. Teremos também duas fábricas de carros elétricos. São duas montadoras. A BYD [empresa chinesa que assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford] em Camaçari [BA]; e a GWM [Great Wall Motors, também chinesa], em São Paulo. Mas outras virão”, acrescentou.

    O ministro lembrou que o setor automotivo tem, entre suas vantagens, a de estimular uma cadeia longa de produtos que favorecem desde as indústrias do aço e de vidro, até de pneus e autopeças, “gerando muito emprego e agregando muito valor”.

    “Isso será facilitado pela retomada da economia”, disse o ministro ao destacar que esses investimentos são estimulados por iniciativas como a do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que ampliou as exigências de sustentabilidade para a frota automotiva nacional, de forma a viabilizar a descarbonização dos veículos por meio de incentivos fiscais.

    “Duas boas notícias vão aumentar a venda da indústria automotiva. A primeira é a queda da Selic [taxa básica de juros], que deve se manter. A outra é o Marco de Garantia, aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, se [uma empresa] vende um carro e a pessoa não paga, agora com o Marco de Garantia pode-se pegar o carro de volta”, argumentou Alckmin.

    Reoneração gradual

    Na entrevista, Alckmin reiterou as justificativas do governo para a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. Segundo ele, a preocupação do governo é com a responsabilidade fiscal, visando a meta de déficit primário zero.

    “Há um tripé importante para economia: juros, câmbio e imposto. A reforma tributária trouxe eficiência econômica para o país. O câmbio, a R$ 5, está bom para a exportação. Precisamos ainda baixar os juros, que já estão caindo 0,5 ponto percentual ao mês”, disse.

    “A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.

    O ministro disse acreditar que tudo se resolverá com diálogo, e que as negociações voltarão após o carnaval. “Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre”, acrescentou ao sair da entrevista.

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