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Eleitos, Dallagnol e casal Moro comemoram vitória: 'Lava Jato vive e vai chacoalhar Brasília'

Eleitos, Dallagnol e casal Moro comemoram vitória: 'Lava Jato vive e vai chacoalhar Brasília'

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), sua esposa Rosangela Moro (União Brasil) e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos) comemoraram as respectivas vitórias nas urnas no último domingo (2), com menções à Operação Lava Jato.

Moro, senador eleito pelo Paraná, publicou que "A Lava Jato vive e vai chacoalhar Brasília novamente".

"Grande vitória. Vencemos todo o sistema político contra nós. Poucos aliados políticos, mas valorosos. Vencemos o PT no Paraná", escreveu. Ele atuou enquanto juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba durante a operação e, depois, deixou a magistratura para virar ministro de Bolsonaro.

Dallagnol, eleito como o deputado federal mais votado do Paraná, também comemorou: "Hoje, a Lava Jato renasceu como uma fênix, mas não das cinzas, e sim dos corações dos mais de 340 mil paranaenses".

Moro o parabenizou pela vitória: "O povo paranaense mandou um recado claro sobre o que pensa a respeito do procurador da Lava Jato e sobre todas as artimanhas jurídicas que visaram e ainda visam prejudicá-lo".

Para a vaga do Senado, Dallagnol estava apoiando Alvaro Dias (Podemos), que também tinha discurso de defesa da operação.

Já Rosangela, deputada federal eleita por São Paulo, publicou que honrará cada voto. Ela fez o comentário em resposta a uma publicação do União Brasil, que a definiu como um nome que "levanta a bandeira da Lava Jato e das pessoas com doenças raras".

Prisão de Lula

Sergio Moro e Deltan Dallagnol tiveram papel central na prisão de Lula. Durante a campanha, ambos fizeram publicações críticas quanto ao ex-presidente, que angariou 48,43% dos votos no 1º turno.

Moro foi o juiz responsável por condenar Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo caso do triplex do Guarujá (SP). Lula ficou preso por 580 dias e ficou impedido de concorrer às eleições de 2018.

A condenação, no entanto, foi anulada pelo STF em abril de 2021, assim como a do sítio do Atibaia. Na época, a maioria dos ministros concordou com a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar Lula. Em junho de 2021, Moro foi considerado um juiz parcial pelo STF na condução do processo do triplex do Guarujá.

Deltan foi condenado por danos morais contra Lula por conta de uma apresentação de PowerPoint, exibida durante coletiva de imprensa, para divulgar a primeira denúncia da Operação Lava Jato contra o ex-presidente. A denúncia em questão era sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo o tríplex no Guarujá.

Por isso, ele teve que pagar uma indenização de R$ 75 mil. Ele pediu para que apoiadores o ajudassem com transferências por Pix, que totalizaram, segundo o procurador, R$ 575 mil.

As duas figuras também foram protagonistas da "Vaza Jato", uma série de reportagens que publicou mensagens vazadas entre procuradores e Moro, então juiz, no decorrer da Operação. Isso culminou na anulação das decisões da Lava Jato pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e, posteriormente, na revogação da prisão de Lula.

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    Moro afirmou que Lula "não conseguiu responder"" perguntas importantes e mentiu ao dizer que os diretores da Petrobras envolvidos em corrupção não teriam sido indicados pela Presidência da República. O ex-juiz também negou a intenção de integrar o Executivo novamente caso Bolsonaro seja reeleito.

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