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Varíola do macaco se aproxima do Brasil; Sesab dá orientações para evitar contágio

Varíola do macaco se aproxima do Brasil; Sesab dá orientações para evitar contágio

O Ministério da Saúde da Argentina investiga o primeiro caso suspeito de varíola do macaco (monkeypox) registrado no país. O comunicado foi feito no último fim de semana. Por meio de nota, a autoridade governamental disse que um morador da província de Buenos Aires entrou em contato com o serviço de saúde com sintomas "compatíveis com o da varíola do macaco". O paciente apresentou pequenas feridas em distintas partes do corpo e febre. A pessoa infectada acabou de retornar de viagem à Espanha, onde ocorreu um pequeno surto da doença.

Por conta da proximidade entre Argentina e Brasil, países da América do Sul que fazem fronteira, especialistas brasileiros estão atentos para uma possível chegada do vírus ao território nacional, embora nenhuma medida efetiva de contenção tenha sido tomada. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) constituiu uma Câmara Técnica Temporária, nomeada de CâmaraPox MCTI, para monitorar os registros e o avanço do vírus pelo mundo. Já o Ministério da Saúde (MS) acompanha o caso suspeito de um brasileiro que está na Alemanha.

Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) garantiu que não há casos suspeitos. Questionada sobre o monitoramento ou adoção de algum protocolo especial de monitoramento e prevenção, o órgão não respondeu. Mas deu orientações de como os baianos residentes ou viajantes para países com registros podem escapar do contágio:

"Devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola do macaco (roedores, marsupiais e primatas); abster-se de comer ou manusear caça selvagem; higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel; evitar a exposição ao vírus e evitar contato com pessoas infectadas; além de não usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele", respondeu a Sesab, em nota.

A infectologista baiana Clarissa Cerqueira acredita que o registro de um caso na Argentina deve alertar as autoridades sanitárias brasileiras e torna ainda mais provável a chegada da varíola de macacos ao país.

"Com certeza já é uma situação de alerta. Na Europa já era, porque é um vírus mais contido na África. Agora, chegando na América do Sul, com um mundo globalizado, contatos frequentes e todo mundo viajando, a chance de chegar aqui é grande", diz.

A médica ainda ressalta que o ideal seria ter protocolos para conter o vírus, mas, como os casos ainda estão no começo, é um momento de observação para as autoridades sanitárias.

Brasil em atenção

Desde a semana passada, especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que formam a comissão do MCTI entregaram informes técnicos relativos à monkeypox, detalhando quais são os meios de contágio e o que já se sabe sobre os registros em outros países.

Já o MS solicitou maiores informações à Organização Mundial da Saúde (OMS) e também enfatizou a não letalidade da doença.

"A varíola do macaco é doença viral endêmica no continente africano e que, até o momento, não há notificação de óbitos entre os casos detectados em países não endêmicos”, disse a pasta, por meio de nota.

Pelo mundo

O infectado por monkeypox na Argentina se encontra em um bom estado de saúde e em isolamento, recebendo tratamento para os sintomas, disseram nesta segunda-feira (23), as autoridades portenhas de vigilância sanitária.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que espera identificar mais casos da doença à medida que países onde a ela normalmente não é encontrada aumentem a vigilância. Até sábado (21), 94 casos haviam sido confirmados e 28 suspeitas foram relatadas em 15 países que não são endêmicos para o vírus.
Na última sexta (20), a OMS convocou uma reunião de emergência para discutir o avanço do vírus na Europa.

Os casos confirmados já chegam a 37 em Portugal, após 14 pessoas terem a doença detectada nas últimas horas. As autoridades de saúde não descartam um aumento porque aguardam resultados de outras amostras. O número de casos confirmados no país disparou desde a quarta-feira (18), quando a Direção Geral de Saúde (DGS) de Portugal comunicou os primeiros cinco doentes.

A Inglaterra já tem 20 casos confirmados, de acordo com a última atualização de sexta-feira (20). A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido disse que o risco para a população britânica permanece baixo, e que pessoas com contato próximo aos casos confirmados devem se isolar por 21 dias.

O que é

A varíola do macaco é causada por um orthopoxvirus. É uma doença rara, transmissível por contato com animais e pessoas infectadas ou materiais contaminados. O vírus foi detectado pela primeira vez na República Democrática do Congo, em 1970, e se multiplicou em países da África Ocidental e Central.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham pelo corpo.

De acordo com autoridades de saúde espanholas, a doença não é particularmente infecciosa entre as pessoas, e a maioria dos infectados recupera-se em algumas semanas, embora casos graves tenham sido relatados.

Dengue com catapora

A infectologista Clarissa Cerqueira explica que a varíola do macaco parece uma mistura de catapora com dengue, porque os sintomas incluem febre, dores de cabeça e no corpo e a sensação de fraqueza típicas da dengue, com as erupções na pele que lembram a catapora. A doença, ainda segundo a especialista, é da mesma família da antiga e conhecida varíola, que foi erradicada e tinha uma taxa de letalidade que a tornava perigosa no passado.

"Clinicamente, não tem muita diferença. São parecidas por serem de um vírus da mesma família. Uma das grandes diferenças é a mortalidade. A varíola erradicada é mais grave que a de macaco, que tem a maioria dos casos como assintomáticos”.

Uma das medidas preventivas para conter a varíola do macaco é a vacinação com o imunizante usando para a antiga varíola até 1973. Porém, quem já se vacinou antes, precisaria repetir a dose em um cenário ideal, segundo Clarissa Cerqueira.

"Como a vacina é de vírus vivo atenuado, em geral uma dose é suficiente para proteger para o resto da vida. Mas o ideal seria que todo mundo tomasse porque se passou muito tempo e, em situações de surto, pode ser que precise vacinar todo mundo. Eu diria que a gente deveria priorizar os não vacinados, mas também disponibilizar para aqueles que tomaram a vacina antes", completa.

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    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

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    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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