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Autotestes em Salvador: preços, onde comprar, como usar e alguns alertas

Autotestes em Salvador: preços, onde comprar, como usar e alguns alertas

O despachante Mario Sousa Santos, 45, começou a ter sintomas de coronavírus no início da semana passada. Tinha escutado no rádio que a venda de autotestes estava liberada e procurou uma farmácia para comprar o produto. Aproveitou para comprar um para a esposa e outro para a filha, com quem vive, e gastou R$150. Tirou as dúvidas de como usar na farmácia e fez o teste em casa - que deu positivo nos três casos.

O Brasil já possui seis autotestes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na Bahia, os produtos começaram a ser comercializados justamente na última semana. Apesar de não servir como laudo comprobatório para viagens ou mesmo para ter um atestado e solicitar afastamento no trabalho, a ferramenta é importante para o acompanhamento, como explica o infectologista Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

"A pessoa pode fazer o teste para saber se ainda está positiva, mas principalmente na prevenção. Ela pode se testar para poder evitar a transmissão", disse o especialista. No caso de Mario, nosso personagem, a empresa onde ele trabalha aceitou o autoteste como comprovação da infecção por covid e solicitou que ele realize um PCR após 10 dias.

Em Salvador, algumas farmácias já disponibilizam o teste. De acordo com a Anvisa, o autoteste é capaz de detectar a presença do vírus no organismo com mais de 99% de assertividade no resultado. Em caso de resultado positivo, a recomendação no ministério da saúde é isolamento domiciliar imediato, e em caso agravamento dos sintomas é necessário que o paciente procure ajuda médica.

O valor gira entre R$59,90 e R$69,90. As farmácias levantadas pelo CORREIO fazem promoção, reduzindo o valor em caso de compra de dois ou mais testes. Farmacêutica na Drogaria São Paulo, Carine Pinto detalha como funciona e alguns cuidados a se tomar para a realização da testagem.

"A caixa vem com 3 itens. O tubinho, com reagente, a placa e o swab nasal que é o cotonete. O cliente pega o swab, passa 10x em cada narina. É um teste nasal, não precisa ir lá no fundo como o PCR, é mais confortável e traz segurança para uma autocoleta. Girou 10x em cada narina, coloca no tubinho com o reagente, fricciona por 5x e coloca 3 gotas na placa", resumiu a farmacêutica.


Carine Pinto, farmacêutica, explicou ao CORREIO como o autoteste deve ser manuseado (Foto: Arisson Marinho/CORREIO)
A placa que aponta o resultado tem duas tirinhas. Uma com a letra C e outra com a letra T. Para ter certeza que o teste é válido, um traço vermelho tem que aparecer na direção do C, independente do resultado. Aí vêm as variações: se somente a tirinha do C estiver marcada, é porque o teste deu negativo, ou não-reagente para Covid. O teste positivo 'acende' as tirinhas C e T.

Segundo Carine, apesar do teste não servir de documento oficial para comprovar que o paciente tem covid, a ferramenta é interessante por ser mais confortável e prática. A Drogaria São Paulo vende testes das marcas Kovalent e Eco, ambas por R$69,90. No caso da compra de duas caixas, o valor da unidade cai para R$55.

"O armazenamento na residência é bem simples. Longe de incidência solar e lugares muito abafados e nem em locais muito úmidos por conta da proteção ao reagente. A validade de produtos comprados hoje é até 2024. O cuidado maior é com a preservação, mas não tem muito segredo, não", detalha a farmacêutica.

Ao acrescentar os autotestes no Plano Nacional de Expansão de Testagem, o Ministério da Saúde afirmou que a estratégia é complementar e deve ser usada somente como uma maneira de triagem de casos.

Ainda de acordo com o Ministério, o modelo é semelhante ao teste TR-Ag (sensibilidade varia entre 90,30% e 96,75% e a especificidade varia de 98,80% a 100%). Ainda assim, por ser feito por pessoa leiga, podem ocorrer erros na execução ou interpretação, de forma que é uma estratégia complementar aos demais, sendo usado como triagem.

Em caso de resultado positivo, a orientação é que o paciente procure um profissional de saúde para nova avaliação e, aí sim, notificar o caso positivo no sistema do SUS para a contabilização. A pessoa será orientada a ficar isolada, manter a higiene das mãos e dos ambientes, e usar a máscara para quebrar a cadeia de transmissão. Se o indivíduo tiver piora dos sintomas, deverá procurar o médico para uma nova avaliação.

O CORREIO levantou 5 redes de farmácias onde é possível fazer a compra do produto em Salvador. Nas drogarias Pague Menos e Drogal, encontramos os valores unitários mais baratos: R$59,90 a caixa do autoteste da Eco Diagnóstica. Na Drogasil, a caixa do autoteste da Needs sai a R$67,90. Quem quiser comprar 3 caixas, ganha um desconto e compra cada unidade por R$52, totalizando R$156. Ainda na Drogasil, há o autoteste da Novel a R$69,90 ou R$59,90 no caso da compra de duas caixas. Nas drogarias Pacheco e São Paulo, a caixa sai a R$69,90. A promoção por lá é o 'leve 4 e pague 3'.

Procurada, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirmou que até o momento não há indicativo de distribuição de autoteste para Covid.

Em nota, a Sesab afirmou que continua fazendo análises no Laboratório Central de Saúde Pública de amostras coletadas em unidades públicas de saúde de todo o estado e fez distribuição de testes de antígeno, que são realizados por profissionais de saúde.

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  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • De azul e branco, baianos e turistas celebram a Rainha do Mar

    Colares, fitinhas, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta das ruas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se reuniram para celebrar a Rainha do Mar, Iemanjá, nesta sexta-feira (2).

    Por volta das 6h30, o sol estava escondido entre as nuvens, mas isso não impediu que o público fosse para o local e formasse uma longa fila para entregar o presente à Iemanjá.

    Na multidão estava o biólogo Maick dos Santos, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo. Esta é a segunda vez que ele participa da festa.

    “Eu vim ano passado pela primeira vez e decidi voltar este ano, porque eu gosto muito da energia, de toda a cultura que envolve a celebração”, disse.

    Para o paulista, este dia é marcado pela valorização da cultura e das religiões de matrizes africanas.

    “Acho importante as pessoas entenderem de onde elas vêm. É um momento para celebrar a ancestralidade, a religiosidade e toda a história da cultura preta”, destacou.

    Pouco tempo depois, o sol apareceu e as nuvens se dispersaram no céu. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a temperatura máxima chegue até 32º nesta sexta, na capital baiana.

    De vestido azul e tranças pretas, a oceanógrafa Ana Beatriz participa da festa todos os anos. Baiana de Salvador, ela escolheu uma roupa leve para curtir o dia em meio ao calor que faz na cidade.

    “Acho que é um momento para agradecer pelo ano que passou e pedir prosperidade e caminhos abertos para este ano que está começando”, disse.

    Quem também é veterana na celebração é a carioca Inês Cunha. Este é o sétimo ano que ela participa da festa e, segundo a carioca, já virou tradição usar a mesma camisa branca com o trecho de uma música em homenagem à Rainha do Mar.

    "Eu uso essa camisa, porque ela tem o trecho de uma música da Império Serrano, de quando a escola de samba fez uma homenagem à Iemanjá”, explicou.

    “Hoje é um dia para se recomeçar com as raízes, com a ancestralidade. Cada vez que a gente vem, a gente descobre uma coisa diferente. Já fiz minha oração, molhei os pés no mar, participei da roda de samba e agora estou volta do para o hotel”.

    Quem ficou responsável pelo presente principal de Iemanjá foi a Casa de Oxumarê, localizada na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Ele será entregue por volta das 16h desta sexta.

    O tema deste ano é Olokun que, segundo os organizadores, é o espírito do vasto do oceano que mora nas profundezas, e foi escolhido através de um jogo de búzios feito pelo babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê.

    "Temos dois presentes hoje: um foi o sonho dos pescadores e [o outro], a concha, foi escolhida pelo oráculo. A concha representa não só a riqueza do mar, o oxogênio, mas também a mudança do ser", explicou Babá Pecê.

    Entre os adornos utilizados no presente estavam conchas, flores, uma imagem que representa a Rainha do Mar, comidas, além de outras "coisas secretas" que, de acordo com os organizadores, não podem ser detalhadas.

    Autoridades políticas estiveram no local, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues e do vice-governador Geraldo Júnior. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve comparecer pela tarde dutante a entrega do presente.

  • Parte de prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador

    Parte do prédio que abrigou o Restaurante Colon por 107 anos, em Salvador, desabou na manhã desta quinta-feira (25), um dia após ser interditado pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal). Tradicional na capital baiana, o estabelecimento localizado no bairro do Comércio, foi citado na obra "O Sumiço da Santa", do escritor baiano Jorge Amado.

    Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira. Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.

    De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.

    A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

    Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.

    A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.

    A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram nesta quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.

    Imóvel em área tombada pelo Iphan
    Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.

    Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.

    O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.

    Fechamento do restaurante
    Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.

    Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.

    A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.

    No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.

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