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Feira registra piores números da pandemia e tem recorde de mortes em 24h

Feira registra piores números da pandemia e tem recorde de mortes em 24h

O auxiliar administrativo Matheus Oliveira, 28 anos, confessa que relaxou. Seguiu a pandemia à risca por mais de um ano até ver pais e avós vacinados contra a doença. Depois disso, se sentiu mais à vontade para ousar: uma festinha aqui, uma viagem acolá, visitas mais frequentes à sua casa e à casa alheia. Até que na segunda semana de junho vieram os sintomas: paladar e olfato ausentes, um pouco de febre e cansaço que logo evoluiu para dificuldades de respirar. Precisou ir para o hospital.

Matheus ficou internado por 12 dias até que recebeu alta médica na última segunda-feira (28), quando voltou pra casa e descobriu que seus pais e a avó mais velha, dona Juçara, 82, também tiveram a doença. Todos assintomáticos. Matheus é morador do bairro de Muchila, em Feira de Santana, que quebrou recordes em junho no número de casos ativos, novos casos em 24h, mortes em 24h e número de casos num mesmo mês.

Sobrevivente, Matheus agradece por ter escapado de estatísticas como a do dia em que teve alta, quando 14 pessoas morreram no município. Foi o maior número desde o início da pandemia, que teve o primeiro caso do estado registrado justamente em Feira de Santana.

Segundo o boletim epidemiológico da cidade, havia 7.479 pessoas contaminadas pela covid-19 - maior número até agora. Junho também é o mês com o maior número de mortes (124 no total) e o mês com o maior número de casos, 5.696.

"Quando vi que meus pais estavam vacinados, minhas avó também, me tirou um peso das costas. No começo eu tava muito estressado, alucinado mesmo com medo deles terem a doença e, quando vi que estavam com as duas doses da vacina no braço, aí confesso que relaxei", diz Matheus, que ainda se recupera da doença.

Secretário de saúde local, Marcelo Britto defende que somente a aceleração da vacinação pode dar um remédio verdadeiro contra a pandemia. "O que temos que fazer é aumentar a vacinação. Enquanto não aumentarmos a vacinação, não vamos conseguir vencer de forma definitiva a covid. Até porque depois de um ano e meio as pessoas começaram a ficar estressadas e cansadas de ficarem presas dentro de casa e começam a se soltar um pouco, principalmente na faixa etária mais jovem", afirmou.

Sobre os números de junho, o secretário afirmou que é preciso levar em consideração que Feira de Santana tem a maior população do interior do estado e tem o maior entroncamento rodoviário do Nordeste, com grande circulação de pessoas das mais diversas regiões diariamente.

Segundo o secretário, é preciso considerar que, apesar dos números incômodos, Feira de Santana tem um coeficiente de incidência de aproximadamente 8 mil infectados por milhão de habitantes. Um número menor que outros pólos do interior e região metropolitana de Salvador como Lauro de Freita (11 mil/milhão), Itabuna (15,3 mil infectados/milhão), Ilhéus (12,8 mil infectados/milhão) e Vitória da Conquista (9,5 mil infectados/milhão).

Marcelo Britto também afirma que a taxa de óbito em Feira de Santana é mais baixa que a atual média do Estado e quase a metade do que é registrado em Salvador, por exemplo. Feira tem taxa de óbito por coronavírus em 1,84% de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, enquanto que o Estado como um todo está em 2,5% e Salvador com 3%.

"Há necessidade de descer o máximo a idade de vacina. Hoje basicamente os hospitais de campanha internam pacientes mais jovens, justamente aqueles não vacinados. Com relação aos dados, sim, os dados são piores", afirmou o secretário.

O mês mais mortal da Bahia desde o primeiro caso de coronavírus registrado foi em março de 2021, justamente quando a pandemia completava um ano no Estado. Naquela ocasião, 2.280 pessoas morreram por complicações da doença, ultrapassando agosto do ano passado, quando mais de 1,9 mil morreram.

Foram momento de terror, no começo daquele mês, foram raros os dias em que não houve mais de 100 mortes por dia computadas no estado. Os números acentuados vieram justamente após o período em que aconteceria o carnaval em épocas normais, que seria de 15 a 17 de fevereiro.

Comércio
O comércio de Feira de Santana funcionará normalmente nesta sexta-feira (2). Apesar do feriado da Independência da Bahia, as lojas têm permissão para abrir caso desejem.

A abertura opcional ficou definida após um acordo coletivo envolvendo o Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, as lojas que possuem até 20 funcionários e quiserem abrir devem pagar R$ 65 para cada funcionário escalado, enquanto as que possuem mais de 20 colaboradores devem bonificar em R$ 70, além do vale-transporte do dia.

Já no caso dos supermercados, o valor será de R$ 74,88 e o pagamento poderá ser feito até o sexto dia útil após o feriado.

O Secretário Marcelo Britto indica que a abertura do comércio também é uma estratégia para que as pessoas não se aglomerem em festas com as lacunas de feriados como o da Independência da Bahia e como foi o São João, no dia 24, quando o município não decretou feriado e as atividades da cidade funcionaram normalmente.

"Neste último feriado, por exemplo, de São João, não houve decretação de feriado, Feira de Santana continuou aberta para evitar que as pessoas se aglomerassem em festas. Todas as noites, o município faz ronda com a guarda municipal, a Polícia Militar. O pessoal da vigilância epidemiológica, sanitária, do Procon, justamente para não permitir as aglomerações e, quando encontra, faz as punições previstas em lei", disse.

Até esta quarta-feira (30), Feira de Santana havia recebido 282.018 doses de vacinas da Sesab. Foram 199.649 doses aplicadas em 1ª dose e outras 79.038 em 2ª dose de acordo com o Vacinômetro do município. O índice de quem completou o ciclo de vacinação em Feira é de 11,74%, ou seja, aqueles que tomaram as duas doses. O número é levemente superior à média do estado, que é de 10,67%.

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  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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