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Número de morte por problemas do coração cresce 32% na pandemia

Número de morte por problemas do coração cresce 32% na pandemia

Num cenário de pandemia onde todas as atenções estão voltadas para as doenças respiratórias por conta da Covid-19 médicos se preocupam também com doenças do coração. É que durante a pandemia as mortes por doenças cardíacas cresceram 50% no país em relação ao ano anterior. Se comparadas as mortes em casa, quando o paciente não busca tratamento, o crescimento de mortes por causas do coração também foi significativo. Entre 16 de março e 31 de maio 15.870 pessoas morreram de doenças cardíacas antes de chegar ao atendimento médico neste ano. No mesmo período do ano passado foram 11.997, um aumento de 32%.

Na Bahia, até o mês de agosto, uma média de duas mortes por por doenças cardíacas a cada hora foi registrada. Dados obtidos pelo CORREIO junto à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), indicam que 11.500 pessoas morreram por doenças cardiovasculares no estado nos primeiros meses de 2020. Em todo ano passado foram 20464 mortes na Bahia por esse mesmo motivo.

Para os especialistas, o abandono de acompanhamento médico regular gerado pelo isolamento e pelo medo de se expor a ambientes hospitalares, principalmente no início da pandemia, pode ser a causa do crescimento nas mortes. Diante do cenário, cardiologistas baianos vão se reunir virtualmente para discutir os impactos da pandemia na especialidade e se atualizar nas mais recentes inovações da área no 32 Congresso de Cardiologia do Estado da Bahia, que acontece virtualmente entre 10 e 12 de Outubro.

“Sem dúvidas, a súbita interrupção de acompanhamento por parte de pacientes que precisavam de atenção cardiológica mais próxima está sendo um grande problema que estamos vivenciando neste momento.Manter um acompanhamento com seu cardiologista, com todos os cuidados de proteção, é fundamental. E, na análise de cada caso, a depender da condição do paciente, o profissional poderá indicar a recomendação de um intervalo maior de retornos, se isso for possível”, explica Gilson Feitosa-Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia - Secção Bahia, cardiologista do Hospital Aliança e do Hospital Santa Izabel e professor universitário.

O médico explica que uma característica básica de várias das condições ligadas à cardiologia acaba gerando a necessidade de acompanhamento constante. “Em realidade, a grande maioria das doenças cardiovasculares é silenciosa em sua fase inicial. Um paciente com colesterol alto, por exemplo, nada sente até ter um evento. As pessoas costumam acreditar que hipertensão arterial leva a dor de cabeça, mas na verdade, na imensa maioria dos casos é silenciosa. São dois dos muitos exemplos que passam despercebidos se não fizermos uma avaliação periódica. Identificar estas condição numa fase muito precoce fazem muita diferença”, diz Filho.

Até para os eventos agudos, como são os derrames ou infartos, por exemplo, o isolamento acabou se transformando em um complicador, dizem os médicos. “Lá no início da pandemia, existia um medo maior de sair de casa, a orientação do isolamento que era correta, mas os eventos agudos não deixaram de acontecer, e muito desses pacientes chegaram mais tarde ao hospital, justamente pelo medo do covid. E isso gera impacto inevitavelmente”, relata o médico cardiologista, Dr. Joberto Sena, diretor científico do congresso.

Por fim, os médicos alertam que o próprio coronavírus pode acabar gerando reflexos na saúde cardíaca dos pacientes. “Ainda que a porta de entrada do covid seja essencialmente por vias aéreas, de modo ainda não completamente esclarecido este vírus tem o potencial de desencadear problemas cardíacos, através.por exemplo, de uma inflamação do coração,e pode gerar infartos ou embolias”, relata Filho.

Inovações
Além de discutir os reflexos da pandemia na saúde cardíaca, o congresso virtual discute ainda o que há de mais avançado na área. Dentro da programação do evento, por exemplo, um simpósio satélite realizado pelo Hospital Santa Izabel está voltado especificamente ao estudo de casos inovadores.

Na programação serão debatidos e apresentados temas como os manejos de microcardiopatias em situações especiais e de síndrome coronariana crônica, métodos diagnósticos funcionais e anatômicos não invasivos e invasivos, estratégia de revascularização e como utilizar antiarrítmicos e anticoagulantes em fibrilação atrial “Este Simpósio Satélite, que já é tradição na área, representa uma oportunidade para discutirmos os avanços e as novas técnicas e evidências científicas, além de promover discussão de casos clínicos e contribuir com o processo contínuo de troca de experiências e fortalecimento de vínculos.”, afirma Sena.

“Serão discutidas as aplicações práticas das mais importantes e recentes pesquisas em cardiologia no mundo. Profissionais experientes da Bahia, do Brasil e um internacional discutirão detalhes a respeito de infarto, insuficiência cardíaca, hipertensão, dislipidemia, prevenção, arritmias, procedimentos, etc, para uma aplicação imediata que possa, ao fim, aperfeiçoar o atendimento aos nossos pacientes. Nos surpreendemos pela procura e desejo de contribuir de todos os profissionais realmente envolvidos. Tudo isso só reforça a reconhecida qualidade da cardiologia baiana”, completa Gilson.

Itens relacionados (por tag)

  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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