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Família de operário morto em Paripe faz protesto: 'Perdeu a vida por uma bobagem'

Família de operário morto em Paripe faz protesto: 'Perdeu a vida por uma bobagem'

Dezenas de familiares, amigos e vizinhos do operário José Raymundo Bispo dos Santos, 54 anos, que foi morreu após ser esfaqueado na localidade de Bate Coração, em Paripe, se reuniram em protesto no fim da manhã desta terça-feira (30). Em frente ao boteco onde José foi morto, o grupo gritou palavras de ordem e pediu a prisão em definitivo do suspeito de matá-lo, que não teve nome divulgado pela polícia.

Irmã do operário, Valdeci Bispo dos Santos, 46, expressou indignação com o ocorrido e pediu para que as autoridades não liberem o suspeito na audiência, que estava marcada para às 10h desta terça, na Vara de Custódia de Salvador. "Ele não pode ficar solto, todo mundo viu que agiu com maldade para matar o meu irmão, que nem pôde se defender", fala Valdeci.

A dona de casa também contestou a tese apresentada pelo suspeito de que teria agido em legítima defesa na ocasião. "Meu irmão não bateu nele, eles apenas discutiram por conta do troco. José não encostou a mão nele, que esperou meu irmão sentar de costas para esfaquear ele na covardia. Um sujeito desse não pode ficar solto de jeito nenhum", pediu Valdeci.

A irmã diz que a confusão aconteceu porque o dono do bar não serviu a bebida paga por José Raymundo - ele usou uma cédula de R$ 20 e recebeu R$ 15 de troco. "Ele não recebeu o conteúdo que deveria ser entregue a ele. Ele questionou pelo fato que não tinha recebido. E ele (acusado) já tinha hábito de fazer isso com as pessoas. E ele só trabalha bebendo. Uma pessoa que trabalha com bebida não pode consumir. Meu irmão veio, pediu que devolvesse os R$ 20. Em seguida, meu irmão deu as costas e se sentou. De imediato ele já veio com faca na cintura e deu dois golpes. Minha sobrinha ainda tentou desapartar a confusão, correndo risco até de ser esfaqueada. Ele deu o troco, mas não deu a bebida. Esse foi todo problema. Imagine a pessoa perder a vida por uma coisa besta, bobagem", lamentou.

Procurado para informar o resultado da audiência, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) não respondeu até a publicação da matéria. Segundo informações, no entanto, a prisão do suspeito foi convertida em preventiva e ele segue preso até o julgamento. Quando questionada, a Polícia Civil da Bahia (PC-BA) apenas confirmou detalhes de como a prisão foi realizada, sem confirmar se, de fato, o suspeito disse ter matado José em legítima defesa.

"O suspeito da morte de José Raymundo Bispo dos Santos, de 54 anos, foi autuado em flagrante por homicídio. O homem, de 72, foi conduzido para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP),por policiais militares, no domingo (28), logo após o crime. Oitivas estão sendo realizadas para esclarecer a motivação do homicídio", escreve por nota.

Sobre a audiência de custódia, a advogada criminalista Carolina Neris explica que acontece para ouvir tanto quem decretou a prisão como quem foi preso. "É o controle para saber se a prisão foi legal ou ilegal, e se a pessoa deve ser mantida presa preventivamente ou liberada para responder ao processo em liberdade", afirma.

Nos casos de flagrante, ela pontua ainda que o normal é que o acusado responda pelo processo em liberdade. "Em regra, a pessoa presa em flagrante deve responder ao processo em liberdade, sendo presa somente se condenada após o fim do processo. Em regime de exceção, a lei estabelece que seja decretada a prisão preventiva em casos específicos em que a liberdade do acusado coloque em risco o andamento do processo", destaca.

Jonata Wiliam, outro advogado criminalista, aponta por quais crimes o suspeito deve ser enquadrado. "Ele pode ser indiciado pelo crime de homicídio qualificado, previsto no art. 121, §2º do Código Penal, passível de enquadramento no motivo fútil (inciso II), por meio cruel (inciso III), ou por uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (inciso IV), todos do Código Penal, podendo ser aplicados de forma isolada, ou cumulativamente", afirma.

Ainda segundo o advogado, de acordo com o Código Penal, "em caso de condenação perante o Tribunal do Juri, após o devido processo legal ele pode alcançar uma pena de reclusão de até 40 anos, dependendo da incidência das qualificadoras do homicídio".

 

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  • De azul e branco, baianos e turistas celebram a Rainha do Mar

    Colares, fitinhas, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta das ruas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se reuniram para celebrar a Rainha do Mar, Iemanjá, nesta sexta-feira (2).

    Por volta das 6h30, o sol estava escondido entre as nuvens, mas isso não impediu que o público fosse para o local e formasse uma longa fila para entregar o presente à Iemanjá.

    Na multidão estava o biólogo Maick dos Santos, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo. Esta é a segunda vez que ele participa da festa.

    “Eu vim ano passado pela primeira vez e decidi voltar este ano, porque eu gosto muito da energia, de toda a cultura que envolve a celebração”, disse.

    Para o paulista, este dia é marcado pela valorização da cultura e das religiões de matrizes africanas.

    “Acho importante as pessoas entenderem de onde elas vêm. É um momento para celebrar a ancestralidade, a religiosidade e toda a história da cultura preta”, destacou.

    Pouco tempo depois, o sol apareceu e as nuvens se dispersaram no céu. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a temperatura máxima chegue até 32º nesta sexta, na capital baiana.

    De vestido azul e tranças pretas, a oceanógrafa Ana Beatriz participa da festa todos os anos. Baiana de Salvador, ela escolheu uma roupa leve para curtir o dia em meio ao calor que faz na cidade.

    “Acho que é um momento para agradecer pelo ano que passou e pedir prosperidade e caminhos abertos para este ano que está começando”, disse.

    Quem também é veterana na celebração é a carioca Inês Cunha. Este é o sétimo ano que ela participa da festa e, segundo a carioca, já virou tradição usar a mesma camisa branca com o trecho de uma música em homenagem à Rainha do Mar.

    "Eu uso essa camisa, porque ela tem o trecho de uma música da Império Serrano, de quando a escola de samba fez uma homenagem à Iemanjá”, explicou.

    “Hoje é um dia para se recomeçar com as raízes, com a ancestralidade. Cada vez que a gente vem, a gente descobre uma coisa diferente. Já fiz minha oração, molhei os pés no mar, participei da roda de samba e agora estou volta do para o hotel”.

    Quem ficou responsável pelo presente principal de Iemanjá foi a Casa de Oxumarê, localizada na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Ele será entregue por volta das 16h desta sexta.

    O tema deste ano é Olokun que, segundo os organizadores, é o espírito do vasto do oceano que mora nas profundezas, e foi escolhido através de um jogo de búzios feito pelo babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê.

    "Temos dois presentes hoje: um foi o sonho dos pescadores e [o outro], a concha, foi escolhida pelo oráculo. A concha representa não só a riqueza do mar, o oxogênio, mas também a mudança do ser", explicou Babá Pecê.

    Entre os adornos utilizados no presente estavam conchas, flores, uma imagem que representa a Rainha do Mar, comidas, além de outras "coisas secretas" que, de acordo com os organizadores, não podem ser detalhadas.

    Autoridades políticas estiveram no local, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues e do vice-governador Geraldo Júnior. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve comparecer pela tarde dutante a entrega do presente.

  • Parte de prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador

    Parte do prédio que abrigou o Restaurante Colon por 107 anos, em Salvador, desabou na manhã desta quinta-feira (25), um dia após ser interditado pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal). Tradicional na capital baiana, o estabelecimento localizado no bairro do Comércio, foi citado na obra "O Sumiço da Santa", do escritor baiano Jorge Amado.

    Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira. Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.

    De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.

    A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

    Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.

    A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.

    A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram nesta quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.

    Imóvel em área tombada pelo Iphan
    Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.

    Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.

    O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.

    Fechamento do restaurante
    Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.

    Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.

    A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.

    No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.

  • Vendedores ambulantes são deslocados para 'passarela' no carnaval de Salvador; entenda

    Os vendedores ambulantes que trabalham na Barra terão uma área específica no carnaval de Salvador em 2024. A prefeitura vai montar uma espécie de passarela atrás da balaustrada da orla para os trabalhadores.

    O anúncio foi feito pelo titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Alexandre Tinoco. "Eles poderão ficar de forma confortável e segura, podendo servir as pessoas através da balaustrada", disse à TV Bahia nesta quarta-feira (24).

    Entenda a diferença:
     Nos carnavais anteriores, os ambulantes ficavam na calçada, na frente da balaustrada.

     Neste ano, esses trabalhadores poderão ficar na estrutura montada ao fundo, especialmente para eles.

     O espaço vai abrigar também os isopores grandes dos ambulantes — o kit entregue pela prefeitura a cada trabalhador de serviço no carnaval é composto por um isopor grande e dois pequenos. Na folia de 2024, a caixa maior não poderá ficar na calçada.

     Mas os ambulantes poderão circular pela calçada e pela pista para se aproximar dos blocos, por exemplo, desde que usem os isopores pequenos.

    O objetivo com isso é "desafogar" as ruas do circuito para facilitar a circulação de pessoas.

    A estrutura está sendo montada entre o Farol da Barra e o Barra Vento. A estimativa da Semop é de que cerca de 320 a 350 ambulantes ocupem o espaço.

    Ao todo, considerando o Circuito Dodô, que vai da Barra à Ondina, e o Circuito Osmar, no Campo Grande, 4.110 trabalhadores foram cadastrados para o carnaval deste ano.

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