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Caso Daniel Alves: o que mostram as imagens da boate em Barcelona

Caso Daniel Alves: o que mostram as imagens da boate em Barcelona

A mulher que acusa Daniel Alves de estupro passou 1 minuto abraçada à prima depois de deixar o banheiro onde, supostamente, foi violentada. É isso que mostram as câmeras de segurança da boate Sutton, onde aconteceu o episódio, em 30 de dezembro do ano passado. As imagens estão protegidas por sigilo judicial e não podem ser divulgadas, mas o site UOL teve acesso às gravações e relatou o que mostram os vídeos.

Segundo o portal, as interações entre o jogador e a mulher de 23 anos podem ser divididas em três partes principais: os primeiros minutos em que estão juntos na área VIP, os momentos anteriores a que ambos se dirijam ao banheiro e o que acontece depois que eles saem do lavabo.

O UOL afirma que o relato dos fatos foi feito com base na observação de mais de três horas de vídeos. A hora exata dos fatos foi suprimida, já que as câmeras da discoteca apresentam discrepâncias de alguns minutos em seus relógios.

Os primeiros minutos
Os vídeos mostram a denunciante com duas mulheres na área VIP da boate - uma amiga e a prima. O ambiente é de festa, e as três dançam com Daniel Alves e Bruno Brasil, o amigo que acompanhava o jogador naquela noite.

De acordo com o UOL, as imagens mostram o momento em que a espanhola se afasta do baiano depois de ser tocada por ele nas nádegas. Esse é um dos fatos relatados por ela e por sua prima no depoimento à Justiça espanhola. A jovem estende os braços para dançar com a prima, saindo de perto do lateral.

Os minutos antes da entrada no banheiro
As três mulheres aparecem conversando entre si, de costas para Daniel Alves e Bruno, que estão sentados em um sofá da área VIP. O jogador se levanta do sofá e vai até a porta do banheiro privativo. Segundo o UOL, as câmeras não estavam apontadas para a porta, mas é possível ver o sapato usado por Daniel Alves refletido em um espelho.

A espanhola conversava com as amigas. Ela olha em direção à porta do banheiro pelo menos três vezes, até ir ao encontro do atleta. Em seu depoimento, a denunciante afirmou que o jogador fazia sinais para que ela fosse até onde ele estava. Ela também falou à Justiça que não sabia que se tratava de um banheiro.

O UOL disse que teve acesso também a fotos da área VIP da Sutton e que, na data em que aconteceu o caso, não havia qualquer indicação de que o local se tratava de um lavabo. Em depoimento, um funcionário da boate confirmou que a porta não possuía qualquer sinal que deixasse claro que se tratava de um banheiro, como uma placa.

O que acontece depois
Por motivos óbvios de privacidade, não há câmeras no lavabo. Assim, as imagens só voltam a mostrar Daniel Alves após ele deixar o recinto. Bruno e a prima da denunciante estão conversando perto do sofá. A amiga, que antes estava com elas, não volta a aparecer nas imagens.

O jogador passa reto por Bruno e a prima da espanhola, e começa a olhar em direção à pista e às outras áreas reservadas da discoteca - ficando de costas para o sofá e para a porta do banheiro privativo. As imagens ainda exibem Daniel Alves conversando com um homem. Seria um desconhecido, que, pelo que aparece no vídeo, pede uma selfie ao brasileiro.

A jovem então deixa o banheiro, e conversa rapidamente com a prima. Ela se despede de Bruno com dois beijos no rosto, enquanto a denunciante se limita a cumprimentá-lo com as mãos. Quando as duas deixam a área VIP, Daniel Alves finalmente se vira em direção ao amigo e conversa com ele.

O UOL disse que também teve acesso à câmera que mostra o corredor de acesso à discoteca. O vídeo mostra a mulher e a prima caminhando em direção à saída. A jovem apresenta dificuldade para caminhar. Ela mostra o joelho ferido à amiga, e começa a chorar. As duas se abraçam por um minuto, até que são abordadas por um segurança da discoteca, a poucos metros da porta de saída.

Ainda chorando, a denunciante explica ao funcionário o que aconteceu. Ela volta a mostrar o joelho ferido, e o segurança chama o gerente da Sutton. Enquanto os quatro conversam, Daniel Alves e Bruno passam rapidamente, escoltados por outro segurança, em direção à saída. Eles evitam olhar para o grupo. O jogador passa a menos de um metro da espanhola, que está de costas para ele - não há contato visual.

Pouco depois, o gerente leva a jovem e sua prima para uma sala reservada. Não há imagens de vídeo deste recinto. Segundo depoimentos dos funcionários da Sutton, foi neste local que o responsável pela discoteca entrou em contato com a polícia e com o atendimento médico. A mulher deixou a boate em uma ambulância. Ela fez os primeiros exames no Hospital Clinic de Barcelona.

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  • Prazo para decisão sobre caso Daniel Alves é de 20 dias após depoimentos, diz jornal

    O Tribunal de Barcelona tem 20 dias, depois de ouvir todos os depoimentos, para tomar uma decisão sobre o caso Daniel Alves, conforme informações do jornal espanhol Marca. O ex-jogador é acusado de estuprar uma jovem de 23 anos no banheiro de uma casa noturna e, nesta quarta-feira, dá a sua versão dos fatos à juíza Isabel Delgado Pérez, que já ouviu a denunciante e outras testemunhas. Enquanto a decisão não é tomada, o brasileiro continua preso.

    Existe a possibilidade de que seja realizada uma nova sessão de depoimentos, na quinta-feira, dependendo da duração da fala de Daniel Alves nesta quarta, quando ainda serão ouvidas algumas testemunhas. Também serão analisados dados periciais, como imagens das câmeras de segurança da casa noturna onde aconteceu o episódio e exames médicos da denunciante.

    Se o ex-jogador for considerado culpado, ainda poderá recorrer ao Tribunal de Apelação, mas terá de aguardar o novo processo na prisão, a segunda instância da Justiça espanhola.

    A pena máxima para o caso é de 12 anos de prisão. O Ministério Público pede nove anos de reclusão. A tendência é que, se condenado, o jogador tenha, no máximo, seis anos de cárcere. O motivo é o pagamento da defesa à Justiça, ainda no início do processo, no valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil). Ainda assim, a acusação contesta a possível redução da pena. O MP indica, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar ou comunicar com a vítima pelo mesmo período.

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    Preso provisoriamente desde janeiro de 2023 no Centro Penitenciário de Brians 2, a cerca de 40km de Barcelona, Daniel Alves já foi preparado para mudar de versão pela quinta vez no caso do estupro.

    Durante o julgamento, que acontecerá em fevereiro, o jogador dirá que estava bêbado e que não se lembra do episódio, apontou reportagem do portal Uol.

    A defesa do jogador já tentou em três recursos diferentes conseguir a liberdade até o julgamento. Alves disse inicialmente que não conhecia a mulher que o acusa de estupro, em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.

    Posteriormente, o jogador disse que entrou no banheiro com a mulher que o acusa, mas que nada aconteceu. Em seguida, afirmou que houve apenas sexo oral e, por último, admitiu que houve penetração, mas com consentimento.

    A acusação pede 12 anos de prisão para Daniel Alves, que é a pena máxima prevista.

  • Lares não são mais seguros: 162 foram baleadas em casas em Salvador e RMS

    O tiro que matou o pedreiro Rui Antônio da Silva, de 61 anos, atravessou também todas as pessoas de sua família. “Era o nosso pilar, nossa referência. Ele foi abatido onde achava que estava seguro dessa violência”, declarou a filha do idoso, a atendente de telemarketing Paula Andrade, 30. O pai dela estava em casa, no bairro do Alto do Coqueirinho, quando foi atingido no abdômen, após o imóvel ter sido arrombado por policiais militares na madrugada do dia 04 de março deste ano. De janeiro até o dia 18 deste mês, 162 pessoas foram baleadas dentro de residências em Salvador e Região Metropolitana, das quais 146 morreram. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado (IFC).

    “Minha madrasta, Maria das Graças, estava com o meu pai na hora. Ela contou que ele acordou assustado com a porta arrombada e levantou para ver o que estava acontecendo, foi quando o policial entrou atirando. Ela disse aos PMs que meu pai era traficante, que não era quem eles procuravam”, declarou Paula. Os policiais coloraram o pedreiro numa viatura e o levaram ao Hospital Roberto Santos, no /Cabula. Eles não permitiram que Maria das Graças fosse junto. Depois de ir a quatro unidades de saúde, a esposa encontrou o marido já morto. A apuração do IFC aponta 16% das ocorrências foram durante ações e operações policiais. Ou seja, 26 em que 24 pessoas vieram a óbito.

    Maria das Graças denunciou a ação desastrosa na Corregedoria da Polícia Militar. Lá, ela foi informada que o policial atirou porque Rui partiu para cima com “arma branca”. “Não houve isso! O PM entrou atirando e só depois pediu para que a luz fosse ligada. Foi aí, que percebeu que tinha baleado um idoso e não um jovem, como eles estão acostumados a fazer”, disse Paula, que luta para que o caso seja investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. “Até agora não tivemos uma resposta da Corregedoria. Nosso advogado vai lá e mandam a enviar e-mail, que nunca respondem”, criticou a filha da vítima.

    De acordo com o levantamento do IFC, o bairro que lidera o maior número de ocorrências é Tancredo Neves, com oito baleados dentro de casa, sendo que apenas uma pessoa sobreviveu, José Pedro Nascimento dos Santos, de apenas seis anos. Ele estava no sofá quando atingido. A bala passou pelo vidro, furou a cortina, atingiu o garoto de raspão e foi parar na parede da residência, na rua Isaias de Oliveira, no dia 31 de março.

    Segundo a família da criança, os tiros foram disparados durante uma perseguição policial, quando um homem passou correndo pela rua e a polícia passou, logo em seguida, disparando na direção dele. A criança foi levada para uma unidade de saúde pela família e levou quatro pontos no braço.

    Os dados do IFC apontam Cosme de Farias como o segundo bairro do ranking, com seis baleados – cinco mortos e um ferido –, mas foi em Mata Escura um dos casos de maior repercussão em Salvador no mês de outubro. Nas primeiras horas do dia 01, duas pessoas de uma mesma família, entre elas uma criança, morreram após um "bonde" (grupo de homens armados) invadir uma casa na Rua das Mangueiras. Sarah Sofia Santana de Jesus, de apenas seis anos, foi baleada na cabeça. Chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

    Os criminosos estavam atrás do enteado da mãe dela, que consegui escapar. "Ele tinha envolvimento. Quando percebeu que os caras estavam chegando, correu. A gente não sabe se ele morava lá também ou se estava só de passagem", relatou na ocasião o parente da criança, que preferiu não se identificar.

    O crime aconteceu na localidade conhecida como Inferninho. De acordo com moradores, a região é controlada pelo Bonde do Maluco (BDM), que disputa a liderança do bairro com o Comando Vermelho (CV). No ataque, padastro de Sofia, o eletricista Adalto Guedes, 53, foi atingido duas vezes, sendo que um dos tiros atingiu a barriga. Ele morreu no dia seguinte no Hospital Geral do Estado (HGE). Em relação às mortes, a PC disse que a investigação “está em andamento na 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), onde ocorrem oitivas, detalhes não serão divulgados para não atrapalhar a investigação”.

    RMS

    No ranking das ocorrências, entre a terceira e a sexta posição estão localidades da RMS, a exemplo da localidade de Núcleo Colonial JK, zona rural de Mata de São João, que ocupa a quarta posição. Isso porque, no dia 28 de agosto, aconteceu uma chacina, em duas casas da mesma rua. Cinco das nove vítimas foram baleadas – os demais os corpos foram encontrados carbonizados.

    Segundo a polícia, quatro homens entraram em uma casa para matar um alvo, identificado como Preá. Eles atiraram nas pessoas e depois atearam fogo no imóvel. Um adolescente, que escapou do ataque, buscou ajudar na casa vizinha. Quando abriram a porta para ajudá-lo, duas mulheres foram baleadas pelos criminosos.

    De acordo com as investigações, a matança foi motivada por ciúmes. O mandante do crime matou familiares da atual namorada dele, além do ex-namorado dela, Preá.

    Foram quatro suspeitos envolvidos na chacina. Dois deles morreram em confronto com a polícia dias depois em Mata de São João – um dos mortos seria o mandante e executor do crime. Um terceiro suspeito foi preso, mas não teve o nome divulgado. Ele confessou a participação nas mortes . Ainda na ocasião, um quarto homem conseguiu fugir durante a ação e era procurado na região. Atualmente, a PC informou que o inquérito já foi concluído e remetido ao Judiciário.

    Especialistas

    Em seu entendimento, o especialista em segurança pública, o coronel Antônio Jorge, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio FIB da Bahia, atribuiu a dois fatores que impulsionam os dados do IFC. “Quando ocorrem esses ataques dentro de residências, normalmente’ têm duas fundamentações: ou se trata de violência doméstica ou de execução, porque os autores saem em busca daquelas pessoas. É muito comum essa questão do tráfico de drogas, porque, quando alguém está em débito ou pratica alguma ação, que a facção entende que deve ser punido de forma exemplar, eles (traficantes) não medem esforços”, explicou.

    Membro da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Dudu Ribeiro, complementa a discussão ao apontar as ações “ extrajudiciais, promovidas por agentes do Estado”. “É também um sintoma importante de que a inviolabilidade do lar dos cidadãos negros e negras das regiões periféricas não é respeitado pelos agentes do Estado e ele não é cobrando pela justiça. Se a gente tem um sistema que concorda com a invasão de domicílios e um modelo de segurança pública que promove a lógica da ocupação dos territórios e da produção de muitos eventos de tiroteios, a gente vai ter também essa violência os lares das pessoas”, declarou Ribeiro.

    Posicionamentos

    O CORREIO questionou a Polícia Civil sobre os números do levantamento do IFC, se a quantidade de pessoas mortas e feridas dentro de residências é um indicativo de que o baiano não está seguro nem dentro de sua própria casa. “Não comentamos dados não oficiais”, respondeu a PC em uma nota. A mesma pergunta foi realidade a Secretaria de Segurança Pública (SSP), através do e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e também à Polícia Militar, no e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. . Os pedidos foram realizados dia 20 deste mês, mas até o momento não tivemos resposta.

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