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Médica nega ter pulado de prédio e diz que ex-namorado falou em 'acabar' com ela

Médica nega ter pulado de prédio e diz que ex-namorado falou em 'acabar' com ela

A médica Sáttia Lorena Aleixo, 27 anos, que caiu do 5º andar do prédio Serra do Mar, no bairro de Armação, em Salvador, contou em depoimento à polícia que o então namorado dela, o médico Rodolfo Cordeiro Lucas, falava em acabar com ela, segundo revelou em depoimemto obtido pela TV Bahia.

Sáttia Lorena teve lesões graves após a queda e precisou ser internada, mas já recebeu alta hospitalar e continua fazendo tratamento em uma clínica. Ela foi ouvida pela segunda vez, no dia 28 de setembro, e declarou que sofreu ameaças e agressõs do ex-namorado. Rodolfo chegou a ser preso como suspeito depois da queda, no dia 20 de julho, mas foi liberado.

A delegada Bianca Torres, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Brotas), contou que Sáttia foi ouvida no dia do acidente, mas havia sofrido perda de memória recente. "A vítima acordou, está consciente, mas em decorrência do trauma que ela sofreu, comprometeu a memória recente dela", explica a delegada.

Porém, nesse segundo depoimento, Sáttia disse ter recordado que foi segurada pelo pescoço por Rodolfo, ameaçando cortar o rosto e afirmando que acabaria com a vida dela.

Ainda segundo depoimento obtido pela TV Bahia, na semana anterior à queda, Rodolfo teria ameaçado caso Sáttia decidisse terminar o relacionamento. Sáttia achou que fosse "brincadeira", segundo depoimento. No dia da queda, ao partir para cima dela, ele teria repetido: "Eu avisei".

Sáttia negou que tenha tentado suicídio e diz se lembrar de Rodolfo soltando a mão dela após pedir para não morrer. Segundo a reportagem, Sáttia afirmou já ter sofrido agressões psicológicas, puxões de cabelo e socos.

Bilhetes, briga e sangue

Em setembro, o Ministério Público da Bahia devolveu à delegacia o inquérito policial que indiciou o médico. De acordo com o ministério, o promotor de Justiça Luciano Assis remeteu de volta o inquérito á unidade que investiga o caso para que sejam realizadas novas diligências, como escuta de novas testemunhas e realização de reconstituição do fato. O órgão também solicitou que a vítima seja ouvida novamente.

Rodolfo foi indicado por tentativa de feminicídio em 3 de agosto. Sáttia Lorena sofreu traumatismo craniano. O inquérito foi concluído e remetido à Justiça, mas não foi feito um pedido de prisão contra Rodolfo Lucas.

Polícia encontra bilhetes em apartamento de onde médica caiu do quinto andar

Isso porque ele já havia sido preso em flagrante, mas acabou sendo liberado pela própria Justiça. Testemunhas disseram que a médica estava consciente instantes após o acidente e que chegou a pedir para não morrer.

Conforme antecipado com exclusividade pelo CORREIO, constam na peça que embasa o indiciamento do médico bilhetes encontrados no apartamento em Armação. As mensagens, supostamente escritas pela médica, foram achadas por policiais em meio a objetos espalhados na sala do imóvel.

As informações foram passadas ao CORREIO por fontes da Secretaria de Segurança Pública (SSP) que tiveram acesso ao local. O conteúdo dos bilhetes aponta para desabafos sobre uma possível relação abusiva. Há também mensagens comentando o desempenho sexual de um homem que não é nomeado.

Além dos bilhetes, objetos e móveis desarrumados somam-se ao quebra-cabeças do inquérito instaurado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas. Remédios, alguns controlados, e uma mancha de sangue também foram encontrados em um dos quartos do apartamento.

Outro lado
O CORREIO entrou em contato com o advogado Gamil Föppel, que faz a defesa do médico Rodolfo Cordeiro Lucas. Em nota, Gamil criticou o relatório da Deam de Brotas. Leia o posicionamento na íntegra:

"Os menores erros, apesar de não pouco graves, são os erros de língua portuguesa. É com pesar que a defesa-técnica de Rodolfo Lucas encara o relatório formulado pela Autoridade Policial. O relatório leva a crer que esta autoridade desconhece a diferença entre acusado e investigado, o que apenas pode ser interpretado como má-fé (o que a defesa não acredita) ou como reflexo de uma falta de entendimento de conceitos jurídicos básicos (o que é perdoável). Ora o investigado, expressão técnica atribuída a quem responde a uma investigação penal, é chamado de acusado, ora é chamado de autor, posições processuais incompatíveis com a fase preliminar de investigação. Chama a atenção, ainda, a escolha conveniente (ou a talvez amnésia seletiva) de deixar-se de mencionar alguns aspectos muito relevantes, como a conclusão dos peritos daquela mesma Polícia Civil, que foram inequívocos ao constatarem presentes, na amostra de sangue de Sáttia Aleixo, substâncias controladas, tais como como o metamizol, a fenitoína, o diazepam e amidazolam. Chama a atenção, também, a escolha conveniente por não se mencionar, no Relatório Policial, a indicação, pela perícia daquela mesma Polícia Civil, de ESTAREM PRESENTES evidências de autolançamento do corpo de Sattia Aleixo.

Mas não é só isso. A autoridade também se esquece, ou desconhece, que as testemunhas não são do acusado, mas da justiça. Em seu relatório, além das omissões seletivas, há verdadeiras inclusões mentirosas. Assim, diversamente do que foi dito, nenhuma testemunha foi acompanhada ou mesmo orientada pela defesa técnica do investigado. É verdadeiramente lamentável que uma funcionária pública concursada, de quem se espera a boa técnica e a imparcialidade na condução de investigações criminais, promova verdadeiro recorte parcial em uma peça informativa cujo objetivo é narrar a cadeia de investigação, toda ela contrária às aparentes pretensões acusatórias da Autoridade Policial."

Reconstituição
Uma reprodução simulada aconteceu na quarta-feira (28) como parte da investigação da tentativa de feminicídio contra a médica. Equipes da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT) participaram da simulação, que ajudou a analisar posicionamentos da vítima, dos objetos na cena e de testemunhas nos imóveis próximos.

A delegada Bianca Torres Andrade acompanhou o trabalho dos técnicos. “Com esta simulação, poderemos chegar a um melhor entendimento do que ocorreu no dia 20 de julho e também atender a solicitação do Ministério Público da Bahia (MP-BA)”, explicou. “Já realizamos outras oitivas que também irão complementar esta nova fase das investigações”, diz.

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  • De azul e branco, baianos e turistas celebram a Rainha do Mar

    Colares, fitinhas, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta das ruas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se reuniram para celebrar a Rainha do Mar, Iemanjá, nesta sexta-feira (2).

    Por volta das 6h30, o sol estava escondido entre as nuvens, mas isso não impediu que o público fosse para o local e formasse uma longa fila para entregar o presente à Iemanjá.

    Na multidão estava o biólogo Maick dos Santos, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo. Esta é a segunda vez que ele participa da festa.

    “Eu vim ano passado pela primeira vez e decidi voltar este ano, porque eu gosto muito da energia, de toda a cultura que envolve a celebração”, disse.

    Para o paulista, este dia é marcado pela valorização da cultura e das religiões de matrizes africanas.

    “Acho importante as pessoas entenderem de onde elas vêm. É um momento para celebrar a ancestralidade, a religiosidade e toda a história da cultura preta”, destacou.

    Pouco tempo depois, o sol apareceu e as nuvens se dispersaram no céu. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a temperatura máxima chegue até 32º nesta sexta, na capital baiana.

    De vestido azul e tranças pretas, a oceanógrafa Ana Beatriz participa da festa todos os anos. Baiana de Salvador, ela escolheu uma roupa leve para curtir o dia em meio ao calor que faz na cidade.

    “Acho que é um momento para agradecer pelo ano que passou e pedir prosperidade e caminhos abertos para este ano que está começando”, disse.

    Quem também é veterana na celebração é a carioca Inês Cunha. Este é o sétimo ano que ela participa da festa e, segundo a carioca, já virou tradição usar a mesma camisa branca com o trecho de uma música em homenagem à Rainha do Mar.

    "Eu uso essa camisa, porque ela tem o trecho de uma música da Império Serrano, de quando a escola de samba fez uma homenagem à Iemanjá”, explicou.

    “Hoje é um dia para se recomeçar com as raízes, com a ancestralidade. Cada vez que a gente vem, a gente descobre uma coisa diferente. Já fiz minha oração, molhei os pés no mar, participei da roda de samba e agora estou volta do para o hotel”.

    Quem ficou responsável pelo presente principal de Iemanjá foi a Casa de Oxumarê, localizada na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Ele será entregue por volta das 16h desta sexta.

    O tema deste ano é Olokun que, segundo os organizadores, é o espírito do vasto do oceano que mora nas profundezas, e foi escolhido através de um jogo de búzios feito pelo babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê.

    "Temos dois presentes hoje: um foi o sonho dos pescadores e [o outro], a concha, foi escolhida pelo oráculo. A concha representa não só a riqueza do mar, o oxogênio, mas também a mudança do ser", explicou Babá Pecê.

    Entre os adornos utilizados no presente estavam conchas, flores, uma imagem que representa a Rainha do Mar, comidas, além de outras "coisas secretas" que, de acordo com os organizadores, não podem ser detalhadas.

    Autoridades políticas estiveram no local, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues e do vice-governador Geraldo Júnior. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve comparecer pela tarde dutante a entrega do presente.

  • Parte de prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador

    Parte do prédio que abrigou o Restaurante Colon por 107 anos, em Salvador, desabou na manhã desta quinta-feira (25), um dia após ser interditado pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal). Tradicional na capital baiana, o estabelecimento localizado no bairro do Comércio, foi citado na obra "O Sumiço da Santa", do escritor baiano Jorge Amado.

    Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira. Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.

    De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.

    A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

    Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.

    A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.

    A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram nesta quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.

    Imóvel em área tombada pelo Iphan
    Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.

    Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.

    O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.

    Fechamento do restaurante
    Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.

    Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.

    A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.

    No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.

  • Vendedores ambulantes são deslocados para 'passarela' no carnaval de Salvador; entenda

    Os vendedores ambulantes que trabalham na Barra terão uma área específica no carnaval de Salvador em 2024. A prefeitura vai montar uma espécie de passarela atrás da balaustrada da orla para os trabalhadores.

    O anúncio foi feito pelo titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Alexandre Tinoco. "Eles poderão ficar de forma confortável e segura, podendo servir as pessoas através da balaustrada", disse à TV Bahia nesta quarta-feira (24).

    Entenda a diferença:
     Nos carnavais anteriores, os ambulantes ficavam na calçada, na frente da balaustrada.

     Neste ano, esses trabalhadores poderão ficar na estrutura montada ao fundo, especialmente para eles.

     O espaço vai abrigar também os isopores grandes dos ambulantes — o kit entregue pela prefeitura a cada trabalhador de serviço no carnaval é composto por um isopor grande e dois pequenos. Na folia de 2024, a caixa maior não poderá ficar na calçada.

     Mas os ambulantes poderão circular pela calçada e pela pista para se aproximar dos blocos, por exemplo, desde que usem os isopores pequenos.

    O objetivo com isso é "desafogar" as ruas do circuito para facilitar a circulação de pessoas.

    A estrutura está sendo montada entre o Farol da Barra e o Barra Vento. A estimativa da Semop é de que cerca de 320 a 350 ambulantes ocupem o espaço.

    Ao todo, considerando o Circuito Dodô, que vai da Barra à Ondina, e o Circuito Osmar, no Campo Grande, 4.110 trabalhadores foram cadastrados para o carnaval deste ano.

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