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Gil, Caetano, Ivete e Luedji encerram festival com show inédito

Gil, Caetano, Ivete e Luedji encerram festival com show inédito

Os moradores de Salvador descobriram neste domingo (3) que o cenário do Farol da Barra precisava de quatro elementos para ficar completo. Eram Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luedji Luna e Ivete Sangalo cantando juntos. Foi essa mistura que encerrou a celebração do aniversário de 474 anos da capital baiana, reunindo um mar de gente no cartão postal da cidade.

O quarteto subiu ao palco do Viva Salvador vestido de branco e com muita sintonia. No chão, milhares de mãos estendidas para o alto saudaram a chegada deles. A música escolhida para começar foi Palco, marcante no repertório de Gil. A letra fala sobre a sensação de plenitude de estar em cima de um palco. Não por acaso, traduzia exatamente o momento. Ivete não parou um minuto e Caetano rebolou diversas vezes. Gil também caiu na dança e levou Luedji junto.

“Boa noite Bahia, boa noite, Salvador. Aniversariante, capital cultural do Brasil, hoje e sempre”, saudou Gil. Caetano, Ivete e Luedi fizeram o mesmo, na sequência. “Beleza, gente. Para mim é uma maravilha, um orgulho, uma honra, fazer festa para a cidade que eu mais amo neste mundo. Ao lado do meu irmão Gil, da maestrina Ivete Sangalo, e dessa lua nascente, Luedji”, declamou Caetano. “Que honra imensa pisar neste palco ao lado desses mestres. Aqui está Cabula, Brotas, minha cidade. Essa noite é um presente para mim”, disse Luedji. “É um prazer estar aqui na companhia desses amores, nessa cidade que é o grande amor desse país”, celebrou Ivete.

Daí em diante, o que mais se ouviu foi música. Para todos os climas. Do sagrado ao profano, chegando no Carnaval. A parte religiosa e simbólica, por exemplo, foi explícita em canções como Andar com Fé (Gil), Milagres do Povo (Caetano), Banho de Folhas (Luedji) e Muito Obrigado Axé (Ivete). O show também reservou momentos emocionantes de homenagens a Gal Costa e Moraes Moreira.

Para a alegria da social mídia Laiane Souza, de 28 anos, a canção aguardada por ela estava no repertório. Era Tigresa, de Caetano. Apesar de fã da dupla da Tropicália, foi a primeira vez que ela foi a um show dos dois. “Salvador está muito bem representada. Vemos diversas gerações. Tudo está harmonizando e representando não apenas Salvador, mas a Bahia. E o Farol precisava disso para ficar completo”, disse.

Chave de ouro

O show foi o momento de fechar com chave de ouro uma celebração que acontece desde o dia 15 de março, organizada pela prefeitura de Salvador. Para o prefeito Bruno Reis, este é um momento de alegria, mas também de agradecimento. “Estamos vivendo os nossos melhores momentos de toda a história. Temos muitos motivos para comemorar. A cidade nos últimos anos se reposicionou no Brasil, passando a ser uma cidade desejada por todos. E São Pedro ajudou. Não teve chuva, foi um dia praticamente de Verão”, celebrou o gestor da capital baiana.

Uma grande estrutura foi montada na Barra, incluindo banheiros químicos, segurança e equipe de salva -vidas, para receber as estrelas e a multidão - que pode acompanhar o show também através de telões instalados na Orla.

Pela reação do público, a palavra incrível é a certa para descrever o momento. Além de cantarem juntos, os artistas também fizeram solos. Apesar de não estar comemorando o aniversário ontem, o solo de Luedji cantando Banho de folhas foi um presente para a artesã Rita Rocha.

“Eu me identifico muito com essa música. Ela é linda, mas muito por Luedji, que tem uma voz original e tranquila, ela canta com a alma”, disse Rita, que saiu do Dique do Tororó direto para o Farol da Barra. O local sediou a tradicional “Volta no Dique”, outra atração do Festival da Cidade.

Prestígio

As principais estrelas estavam no palco. Mas outras também fizeram questão de ir para o Farol da Barra prestigiá-las. A cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes, assistiu ao show do camarote montado pela prefeitura na lateral da pista. A dançarina Lore Improta também estava lá, mas em um cercadinho na frente do palco.

A cantora Ju Moraes e a atriz Fernanda Rodríguez também marcaram presença na frente do palco. Para o ator Dan Ferreira, que é baiano, mas se mudou para o Rio Janeiro quando tinha apenas dois anos, o Viva Salvador foi um momento de celebrar suas raízes.

“Quem nasce na Bahia, por mais que saia, vai voltar. É como Gil fala, da régua e do compasso, para a gente sair e voltar cada vez maior. [...] Estou muito feliz de assistir esse show, porque eu vim pra cá rodar um longa e esse show está sendo a coroação desse momento”, contou Dan, que acabou de finalizar as filmagens do longa “Timidez”.

O cantor Jorge Vercillo estava lá revivendo uma união que já deu certo, mas que agora ganhou um bônus. “A Ivete já tinha feito um especial com Gil e Caetano na Globo, mostrando que não cantava só axé. A Ivete canta o que quer. Isso aqui vai ser um aperfeiçoamento daquele trabalho”, disse.

O show foi transmitido ao vivo na TV Globo, via Globoplay e Multishow. A emissora continuou com flashes da apresentação durante os intervalos da sua programação. Além disso, um programa especial com os melhores foi i exibido após o Big Brother Brasil . Quem foi à Barra ainda foi surpreendido com uma grande e emocionante queima de fogos no final do show: Salvador merece.

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  • De azul e branco, baianos e turistas celebram a Rainha do Mar

    Colares, fitinhas, flores e o cheiro de alfazema tomaram conta das ruas do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, onde baianos e turistas se reuniram para celebrar a Rainha do Mar, Iemanjá, nesta sexta-feira (2).

    Por volta das 6h30, o sol estava escondido entre as nuvens, mas isso não impediu que o público fosse para o local e formasse uma longa fila para entregar o presente à Iemanjá.

    Na multidão estava o biólogo Maick dos Santos, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo. Esta é a segunda vez que ele participa da festa.

    “Eu vim ano passado pela primeira vez e decidi voltar este ano, porque eu gosto muito da energia, de toda a cultura que envolve a celebração”, disse.

    Para o paulista, este dia é marcado pela valorização da cultura e das religiões de matrizes africanas.

    “Acho importante as pessoas entenderem de onde elas vêm. É um momento para celebrar a ancestralidade, a religiosidade e toda a história da cultura preta”, destacou.

    Pouco tempo depois, o sol apareceu e as nuvens se dispersaram no céu. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a temperatura máxima chegue até 32º nesta sexta, na capital baiana.

    De vestido azul e tranças pretas, a oceanógrafa Ana Beatriz participa da festa todos os anos. Baiana de Salvador, ela escolheu uma roupa leve para curtir o dia em meio ao calor que faz na cidade.

    “Acho que é um momento para agradecer pelo ano que passou e pedir prosperidade e caminhos abertos para este ano que está começando”, disse.

    Quem também é veterana na celebração é a carioca Inês Cunha. Este é o sétimo ano que ela participa da festa e, segundo a carioca, já virou tradição usar a mesma camisa branca com o trecho de uma música em homenagem à Rainha do Mar.

    "Eu uso essa camisa, porque ela tem o trecho de uma música da Império Serrano, de quando a escola de samba fez uma homenagem à Iemanjá”, explicou.

    “Hoje é um dia para se recomeçar com as raízes, com a ancestralidade. Cada vez que a gente vem, a gente descobre uma coisa diferente. Já fiz minha oração, molhei os pés no mar, participei da roda de samba e agora estou volta do para o hotel”.

    Quem ficou responsável pelo presente principal de Iemanjá foi a Casa de Oxumarê, localizada na Avenida Vasco da Gama, em Salvador. Ele será entregue por volta das 16h desta sexta.

    O tema deste ano é Olokun que, segundo os organizadores, é o espírito do vasto do oceano que mora nas profundezas, e foi escolhido através de um jogo de búzios feito pelo babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê.

    "Temos dois presentes hoje: um foi o sonho dos pescadores e [o outro], a concha, foi escolhida pelo oráculo. A concha representa não só a riqueza do mar, o oxogênio, mas também a mudança do ser", explicou Babá Pecê.

    Entre os adornos utilizados no presente estavam conchas, flores, uma imagem que representa a Rainha do Mar, comidas, além de outras "coisas secretas" que, de acordo com os organizadores, não podem ser detalhadas.

    Autoridades políticas estiveram no local, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues e do vice-governador Geraldo Júnior. O prefeito de Salvador, Bruno Reis, deve comparecer pela tarde dutante a entrega do presente.

  • Parte de prédio que abrigou restaurante citado em obra de Jorge Amado desaba em Salvador

    Parte do prédio que abrigou o Restaurante Colon por 107 anos, em Salvador, desabou na manhã desta quinta-feira (25), um dia após ser interditado pela Defesa Civil da capital baiana (Codesal). Tradicional na capital baiana, o estabelecimento localizado no bairro do Comércio, foi citado na obra "O Sumiço da Santa", do escritor baiano Jorge Amado.

    Por causa do risco de desabamento, parte da Praça Conde dos Arcos, localizada na Rua da Holanda, também foi isolada na quarta-feira. Enquanto o acesso ao local está interditado, a opção de tráfego, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), é seguir pela contramão, na Rua Alvares Cabral.

    De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por falta de manutenção, o prédio foi evacuado, em vistoria realizada no dia 28 de setembro de 2020, e o responsável pelo estabelecimento, aberto na época, foi notificado a suspender as atividades comerciais e evacuar o imóvel imediatamente.

    A interdição ocorreria até que o risco fosse sanado com a realização de serviços de recuperação e reforço estrutural das partes instáveis do imóvel, principalmente nos três últimos pavimentos superiores, sob a supervisão de um profissional habilitado junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA).

    Segundo a Codesal, a solicitação de inspeção predial foi encaminhada, então, à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) para a interdição do restaurante e imóvel. Na época, o prédio apresentou desprendimento de reboco da fachada lateral.

    A secretaria informou ainda que, na quarta-feira (24), a Codesal realizou uma nova vistoria no local, fechado há cerca de três anos, interditando, por precaução, a área do entorno com a ajuda da Transalvador.

    A Codesal ressaltou que até então, não houve necessidade de interditar os imóveis próximos. Antes do prédio desabar, equipes da secretaria retornaram nesta quinta-feira (25), ao local com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para nova avaliação.

    Imóvel em área tombada pelo Iphan
    Em nota, o Iphan informou que tem um processo aberto de fiscalização, desde 2022, para apurar possível degradação do imóvel, que está em área tombada pelo Instituto.

    Em vistoria realizada nesta quinta, antes do desabamento, foi constatado que o prédio estava em estado de degradação. O Iphan afirmou que por se tratar de imóvel particular, a responsabilidade pela conservação dos bens tombados é dos proprietários.

    O Iphan explicou que tem acionado órgãos públicos para se ter os nomes dos proprietários do prédio para adoção das medidas cabíveis, podendo gerar multa, em caso de negligência. Disse ainda que recebeu uma informação sobre a identidade do dono e o auto de infração está sendo emitido.

    Fechamento do restaurante
    Após 107 anos de funcionamento, o Restaurante Colon fechou as portas em novembro de 2021.

    Fundado em 1914 por José Maria Orge, que saiu da Galícia, na Espanha, para fugir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o restaurante já recebeu a presença de personalidades como Jorge Amado, Carlinhos Brown, Neuza Borges, Tatti Moreno, Nelson Rufino, entre outros.

    A decisão de fechar o local ocorreu após a pandemia da Covid-19. O último dia foi marcado por um sentimento de tristeza para clientes e funcionários.

    No entanto, os donos do restaurante decidiram reabrir o estabelecimento em outro imóvel, localizado na Rua Conselheiro Saraiva, também no bairro do Comércio.

  • Vendedores ambulantes são deslocados para 'passarela' no carnaval de Salvador; entenda

    Os vendedores ambulantes que trabalham na Barra terão uma área específica no carnaval de Salvador em 2024. A prefeitura vai montar uma espécie de passarela atrás da balaustrada da orla para os trabalhadores.

    O anúncio foi feito pelo titular da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Alexandre Tinoco. "Eles poderão ficar de forma confortável e segura, podendo servir as pessoas através da balaustrada", disse à TV Bahia nesta quarta-feira (24).

    Entenda a diferença:
     Nos carnavais anteriores, os ambulantes ficavam na calçada, na frente da balaustrada.

     Neste ano, esses trabalhadores poderão ficar na estrutura montada ao fundo, especialmente para eles.

     O espaço vai abrigar também os isopores grandes dos ambulantes — o kit entregue pela prefeitura a cada trabalhador de serviço no carnaval é composto por um isopor grande e dois pequenos. Na folia de 2024, a caixa maior não poderá ficar na calçada.

     Mas os ambulantes poderão circular pela calçada e pela pista para se aproximar dos blocos, por exemplo, desde que usem os isopores pequenos.

    O objetivo com isso é "desafogar" as ruas do circuito para facilitar a circulação de pessoas.

    A estrutura está sendo montada entre o Farol da Barra e o Barra Vento. A estimativa da Semop é de que cerca de 320 a 350 ambulantes ocupem o espaço.

    Ao todo, considerando o Circuito Dodô, que vai da Barra à Ondina, e o Circuito Osmar, no Campo Grande, 4.110 trabalhadores foram cadastrados para o carnaval deste ano.

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