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Luxemburgo sugeriu ‘mordaça’ e ouviu advogados; Fla muda estratégia para novos protestos contra Ferj

Luxemburgo sugeriu ‘mordaça’ e ouviu advogados; Fla muda estratégia para novos protestos contra Ferj

Antes de iniciar o pronunciamento que terminaria com um protesto simbólico, nesta sexta-feira, o técnico Vanderlei Luxemburgo conversou com dirigentes e advogados do Flamengo e houve um consenso: não valeria a pena que ele, como membro do futebol do clube, se desgastasse fazendo novas críticas à Federação de Futebol do Rio e ficasse vulnerável frente à Justiça Desportiva de novo.
A cena do treinador colando um esparadrapo na boca e mandando um recado (”Não vão me calar!”) serviu ao propósito de repercutir entre a torcida rubro-negra e brasileira e ganhou até manchetes de portais mundo.
— Vou continuar sendo da forma que sempre fui e vou seguir criticando o que achar que deve ser criticado. Nunca fui de ficar atrás de nada. Vou continuar buscando viver em um país melhor e que minhas filhas e meus netos encontrem um processo democrático ainda melhor. Não vão me calar de jeito nenhum — avisou o treinador, que teve a ideia da fita adesiva
— Se quiserem me tirar do Carioca, que me tirem. Só vou me posicionar quando tiver o meu direito de liberdade — completou, antes de sair da sala de imprensa com a boca tapada. O silêncio dentro de campo será a estratégia do clube agora. Advogados vão montar uma defesa para o julgamento do técnico no Pleno do TJD-RJ na próxima semana, quando será apreciado o recurso do Flamengo para a punição original de dois jogos.
Presidente da comissão do TJD-RJ que puniu o técnico na última segunda-feira, o auditor Antonio Vanderler de Lima foi ao STJD na última quinta-feira questionar o motivo da desautorização do tribunal regional. Mais tarde, o presidente do STJD, Caio Rocha, derrubou a liminar de seu vice-presidente, Ronaldo Piacenti, que liberava o treinador para o jogo.
A diretoria do Flamengo ficou satisfeita com os desdobramentos das declarações de Luxemburgo, mas um protesto está em pauta para o clássico contra o Fluminense amanhã, no Maracanã. No entanto, os jogadores não devem ser envolvidos na onda da “mordaça".
No entanto, se Vanderlei não irá ao estádio, provavelmente estará representado por bocas fechadas nas arquibancadas, já que a mobilização na internet é grande para um movimento antes da partida. O técnico pegou o gancho por ter recomendado a jornalistas que dessem “porrada na Federação” por liminar a inscrição de jovens no Estadual quando tinha alguns atletas lesionados. Após nova explicação de que não mandou agredir ninguém, Luxemburgo saiu do Centro de Treinamento em seu carro ciente de que sua postura não tem volta. Com cuidado maior nas palavras e tática contra ditaduras, Luxa, agora sim, incitou o ódio contra a Federação.

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