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Entenda o que muda no cartão de crédito com a aprovação do Desenrola

Entenda o que muda no cartão de crédito com a aprovação do Desenrola

A poucas horas do fim do prazo, o Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei do Desenrola, de renegociação de dívidas. Porém, o projeto, que agora vai à sanção presidencial, também limita os juros do rotativo.

Caso não aprovasse o texto na última segunda, 2, o Desenrola perderia a validade. Isso porque a medida provisória (MP) que criou o programa foi editada no início de junho. Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, a MP foi incorporada ao projeto que cria um teto para os juros de modalidades do cartão.

Por meio de um acordo entre o governo e o relator do projeto, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), o texto foi aprovado sem alterações. Caso recebesse emendas, o projeto teria de ser analisado novamente pelos deputados.

Com a validação, as taxas terão um teto de 100% do valor da dívida caso as instituições financeiras não apresentem uma proposta de autorregulação em 90 dias.

Outras medidas para facilitar o acesso ao crédito estão no texto. Entre elas, a dispensa da apresentação de certidões de quitação de tributos federais, se o interessado não estiver inscrito em cadastro de inadimplente, e tira a obrigatoriedade de provar quitação eleitoral em operações de crédito.

Maioria dos varejistas do Brasil adota o parcelamento sem juros no cartão de créditoNove em cada dez varejistas no País adotam o parcelamento sem juros no cartão de crédito para efetivar ao menos parte de suas vendas, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 2, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O estudo mostrou que 89,6% das empresas do varejo brasileiro dependeram do parcelamento sem juros no cartão de crédito para a efetivação de vendas. Esses estabelecimentos somam um faturamento médio anual equivalente a cerca de R$ 2,841 trilhões.

O levantamento foi conduzido com uma amostra de seis mil empresas de pequeno, médio e grande porte, de todos os segmentos do varejo, nas 26 capitais e no Distrito Federal, informou a CNC. A amostra corresponde a um universo de mais de dois milhões de varejistas, com margem de erro de 3%.

"A CNC defende o parcelado sem juros, porque comércio e serviços têm grande dependência dessa forma de pagamento nas vendas", apontou a entidade, em nota.

Do total de estabelecimentos do comércio varejista, 47%, ou 1,064 milhão de empresas, que representam R$ 1,493 trilhão em faturamento anual, têm metade dessa arrecadação dependente das vendas parceladas.

Para uma fatia de 29,3% dos varejistas, equivalente a cerca de 663 mil empresas com faturamento estimado em R$ 929 bilhões por ano, as vendas no parcelado sem juros representam entre 50% e 80% do total arrecadado.

Outros 13,2%, aproximadamente 297 mil empresas, com faturamento de cerca de R$ 418 bilhões anuais, têm a fatia de vendas parceladas superior a 80%. Os demais 10,4% dos estabelecimentos não souberam responder.

"A pesquisa mostra a relevância do parcelamento nas vendas do comércio e a consolidação do cartão de crédito como um condicionante do consumo nos últimos anos", declarou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota à imprensa.

"Para a CNC, é necessário encontrar uma solução para racionalizar as taxas de juros exorbitantes, que chegam a impressionantes 440% ao ano, seguindo o modelo implementado no cheque especial no início de 2020", completou.

A CNC informa que entregou ao Ministério da Fazenda, no fim de setembro, o estudo e o posicionamento da entidade em favor da manutenção do parcelamento sem juros no cartão de crédito, "sem intervenção nas condições de mercado, além da racionalização da taxa de juros do rotativo do cartão de crédito".

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também apurada pela CNC, apontou que a proporção de famílias que não têm condições de pagar suas dívidas atingiu 12,7% em setembro, um recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010.

"A busca por um consenso entre consumidores, bancos, varejistas e órgãos reguladores continua sendo o caminho mais promissor para garantir condições de consumo favoráveis e fomentar o crescimento econômico", defendeu a economista Izis Ferreira, responsável pelo estudo da CNC, na nota.

"Na hipótese do fim do parcelamento sem juros, diversos produtos e serviços simplesmente deixarão de ser consumidos pela maior parte da população, que depende de prazo para as compras", concluiu.

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  • Transferência bancária por DOC encerra nesta segunda-feira (15)

    Após quatro décadas de existência, a transferência por meio de Documento de Ordem de Crédito (DOC) acaba nesta segunda-feira (15), às 22h. Nesse horário, os bancos deixarão de oferecer o serviço de emissão e de agendamento, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, para transferência entre instituições financeiras distintas.

    No ano passado, as instituições bancárias haviam anunciado o fim da modalidade de transferência. A data máxima de agendamento do DOC vai até 29 de fevereiro, quando os bancos terminam de processar os pagamentos, encerrando o sistema definitivamente.

    Além do DOC, deixará de ser oferecida também, as 22h de hoje, a Transferência Especial de Crédito (TEC), modalidade por meio da qual empresas podem pagar benefícios a funcionários e que também está em desuso.

    Nos últimos anos, o DOC e a TEC perderam espaço para o Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central sem custo para pessoas físicas. Criado em 1985, o DOC permite o repasse de recursos até as 22h, com a transação sendo quitada no dia útil seguinte à ordem. Caso seja feito após esse horário, a transferência só é concluída dois dias úteis depois.

    Estatísticas
    Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em dados do Banco Central, as transações por DOC somaram 18,3 milhões de operações no primeiro semestre de 2023, apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações feitas no período.

    Em número de transações, o DOC ficou bem atrás dos cheques (125 milhões), da TED (448 milhões), dos boletos (2,09 bilhões), do cartão de débito (8,4 bilhões), do cartão de crédito (8,4 bilhões) e do Pix, a modalidade preferida dos brasileiros, com 17,6 bilhões de operações.

    Utilizada principalmente para transferência de grandes valores, a Transferência Eletrônica Disponível (TED) continuará em vigor. Criada em 2002, a TED permite o envio dos recursos entre instituições diferentes até as 17h dos dias úteis, com a transação levando até meia-hora para ser quitada.

  • Produção de veículos aumenta 1,3% em 2023, diz Anfavea

    A produção de veículos cresceu 1,3% % em 2023, ao alcançar 2,20 milhões de unidades ante as 2,37 milhões produzidas no mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado hoje (10) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para a entidade, os números poderiam ser melhores, caso as exportações não tivessem caído 16% e as importações aumentado 29%. Segundo os dados, a produção de caminhões e ônibus caiu 37,5%, em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023.

    As vendas de veículos novos tiveram alta de 11,2%, em 2023, com 2,18 milhões mil unidades emplacadas contra as 2,10 milhões do mesmo período do ano anterior. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, 9,7% a mais que em 2022.

    “A média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos. O bom desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação, que ocorreu na virada deste ano”, diz a Anfavea.

    As exportações tiveram queda de 16% de janeiro a dezembro de 2023, com 403,9 mil unidades comercializadas no mercado externo. No mesmo período do ano passado esse número foi 480,9 mil. A queda ocorreu devido à diminuição de vendas em países como Argentina (-16%), Chile (-57%) e Colômbia (-53%). Para 2024 a Anfavea, estima que as vendas cresçam 6,1% (2.45 milhões de unidades), 6,2% na produção (2.47 milhões) e 0,7% nas exportações (407 mil unidades). Segundo o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, há motivos para acreditar em um ano positivo para o setor automotivo brasileiro porque, além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, há a publicação da Medida Provisória nº 1.205 que instituiu o Programa Mover.

    “Trata-se de uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no país e as novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização,” explicou.

  • Após arroz subir 18%, feijão deve ficar mais caro em 2024

    A dupla de alimentos indispensáveis no prato dos brasileiros deve ficar mais cara no próximo trimestre de 2024. É porque as condições climáticas impactaram de forma negativa tanto a produção de arroz quanto a de feijão no último semestre de 2023.

    Segundo os dados do IPCA, só entre janeiro e dezembro do ano passado, o arroz teve um aumento de 18%. Além disso, os últimos dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA) também registraram aumento.

    Em janeiro do ano passado a saca de arroz de 50 kg, vendida pelos produtores, custava cerca de R$ 92 e fechou o ano comercializada a R$ 126.

    Para Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, o cenário atual já era previsto, pois a última safra foi menor, mesmo que o arroz tenha registrado quedas no final de 2022. A estiagem que castigou o Rio Grande do Sul, estado que possui 80% da produção nacional, fez com que muitas fazendas não conseguissem render o esperado pelo mercado.

    O pesquisador também afirmou que há a expectativa dos valores diminuírem, mas nada parecido com o que era praticado antes do aumento.

    Mesmo que o arroz esteja mais caro, não há risco de desabastecimento do produto no país, já que existe a possibilidade do alimento ser importado de diversos locais. Porém, a situação é diferente em relação ao feijão, pois há variedades da leguminosa que são cultivadas somente em território nacional.

    Para 2024, a estimativa era de que a colheita do feijão fosse de aproximadamente 3 milhões de toneladas, mas a safra deve registrar retração de mais ou menos 2,5%. Com isso, o preço deve subir com maior intensidade até março.

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