Sexta, 03 Maio 2024 | Login
Salvador e RMS tem a pior inflação para um mês de fevereiro nos últimos seis anos

Salvador e RMS tem a pior inflação para um mês de fevereiro nos últimos seis anos

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 0,83% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Apesar de ter apresentado a terceira desaceleração seguida (havia sido de 1,42% em novembro, 1,04% em dezembro e 0,86% em janeiro), o índice representou a maior inflação para um mês de fevereiro em seis anos – desde 2016, quando havia ficado
em 1,41%.

Nacionalmente, a Região Metropolitana de Salvador ficou com a 3ª menor inflação dentre as 16 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE – maior apenas do que as verificadas nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (RS) (0,43%) e Fortaleza (CE) (0,77%). No Brasil como um todo, o IPCA teve importante aceleração em fevereiro, indo a 1,01% (frente a 0,54% em janeiro). Foi a maior inflação para o mês, no país, desde
2015 (quando havia ficado em 1,22%).

Dentre as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE, a inflação de fevereiro ficou mais alta no município de São Luís (MA) (1,33%) e nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (RJ) (1,32%) e Curitiba (PR) (1,28%). Com esse resultado, o IPCA na RM Salvador acumula alta de 1,70% nos dois primeiros meses de 2022. Está acima do índice nacional (1,56%), mas é apenas o 7º mais elevado entre os 16 locais investigados.

Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação na RM Salvador teve uma leve desaceleração, ficando em 11,33%, frente a 11,44% em janeiro. No Brasil como um todo, o IPCA acumula alta de 10,54% nos 12 meses encerrados em fevereiro, com 13 das 16 áreas mantendo inflação igual ou maior que 10,00%.

Aumentos nos preços dos alimentos (1,54%) e da educação (5,71%) puxam inflação
Em fevereiro, a inflação oficial na Região Metropolitana de Salvador (0,86%) foi resultado de aumentos nos preços médios em oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. O maior aumento veio da educação (5,71%), o que é de certa forma esperado em fevereiro, uma vez que o IBGE concentra nesse mês a captação dos reajustes da maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares. Entretanto, em 2022, a alta
dos custos com educação, na RM Salvador, foi a maior em cinco anos, desde 2017, quando o índice havia sido de 7,63%.

O aumento foi puxado pelas mensalidades do ensino fundamental (10,34%), que, individualmente, exerceram a maior pressão inflacionária em fevereiro, na RMS. Mas todos os produtos e serviços que compõem o grupo educação registraram altas, com destaques importantes também para as mensalidades do ensino médio (8,98%), pré-escola (8,80%) e ensino superior (2,44%).

Apesar de terem registrado o maior aumento, os custos com educação exerceram apenas a segunda principal influência na alta no custo de vida da RM Salvador, em fevereiro. Foi o grupo alimentação e bebidas, com aumento de 1,54%, que mais puxou para cima o IPCA do mês. A inflação dos alimentos (1,54%) acelerou frente ao registrado em janeiro (1,14%) e foi a maior em quase um ano e meio, desde setembro de 2020, quando o IPCA do grupo havia sido de 1,97%. Tanto a alimentação no domicílio (1,63%) quanto fora de casa (1,27%) tiveram aumentos relevantes.

A cenoura (49,98%) teve, em fevereiro, o maior aumento dentre todas as centenas de produtos e serviços pesquisados para formar o índice de inflação. Em seguida, nesse ranking, vieram a batata-inglesa (28,60%) e o repolho (20,14%). As refeições fora – almoço ou jantar – também exerceram uma pressão inflacionária importante no mês, embora tenham aumentado menos (1,29%). Isso ocorre porque o peso delas é maior nas despesas das famílias da RM Salvador.

O grupo habitação (-0,83%) foi o único a ter queda média dos preços em fevereiro, na RMS, influenciado fortemente pelo recuo na energia elétrica (-5,19%). Apesar disso, itens importantes no grupo e para as famílias, como o gás de botijão (3,69%) e o condomínio (2,68%), estiveram entre as principais pressões de alta no custo de vida, no mês.

Na RM Salvador, INPC foi de 0,87% em fevereiro
Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), ficou em 0,87% em fevereiro. Apresentou mais uma desaceleração (havia sido de 0,91% em janeiro), porém se manteve acima do IPCA (0,83%).

O índice na RMS foi menor do que registrado no país como um todo (1,00%), sendo o 4º mais baixo entre as áreas pesquisadas.
Nos dois primeiros meses de 2021, o INPC acumula alta de 1,80% na RMS e, no acumulado nos 12 meses terminados em fevereiro, chega a 11,74%. Em ambos os casos está acima dos índices nacionais (1,68% e 10,80%, respectivamente) e também mais alto do que o IPCA da RM Salvador (1,70% e 11,33%).

Itens relacionados (por tag)

  • Transferência bancária por DOC encerra nesta segunda-feira (15)

    Após quatro décadas de existência, a transferência por meio de Documento de Ordem de Crédito (DOC) acaba nesta segunda-feira (15), às 22h. Nesse horário, os bancos deixarão de oferecer o serviço de emissão e de agendamento, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, para transferência entre instituições financeiras distintas.

    No ano passado, as instituições bancárias haviam anunciado o fim da modalidade de transferência. A data máxima de agendamento do DOC vai até 29 de fevereiro, quando os bancos terminam de processar os pagamentos, encerrando o sistema definitivamente.

    Além do DOC, deixará de ser oferecida também, as 22h de hoje, a Transferência Especial de Crédito (TEC), modalidade por meio da qual empresas podem pagar benefícios a funcionários e que também está em desuso.

    Nos últimos anos, o DOC e a TEC perderam espaço para o Pix, sistema de transferência instantânea do Banco Central sem custo para pessoas físicas. Criado em 1985, o DOC permite o repasse de recursos até as 22h, com a transação sendo quitada no dia útil seguinte à ordem. Caso seja feito após esse horário, a transferência só é concluída dois dias úteis depois.

    Estatísticas
    Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com base em dados do Banco Central, as transações por DOC somaram 18,3 milhões de operações no primeiro semestre de 2023, apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações feitas no período.

    Em número de transações, o DOC ficou bem atrás dos cheques (125 milhões), da TED (448 milhões), dos boletos (2,09 bilhões), do cartão de débito (8,4 bilhões), do cartão de crédito (8,4 bilhões) e do Pix, a modalidade preferida dos brasileiros, com 17,6 bilhões de operações.

    Utilizada principalmente para transferência de grandes valores, a Transferência Eletrônica Disponível (TED) continuará em vigor. Criada em 2002, a TED permite o envio dos recursos entre instituições diferentes até as 17h dos dias úteis, com a transação levando até meia-hora para ser quitada.

  • Produção de veículos aumenta 1,3% em 2023, diz Anfavea

    A produção de veículos cresceu 1,3% % em 2023, ao alcançar 2,20 milhões de unidades ante as 2,37 milhões produzidas no mesmo período do ano anterior, segundo balanço divulgado hoje (10) pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para a entidade, os números poderiam ser melhores, caso as exportações não tivessem caído 16% e as importações aumentado 29%. Segundo os dados, a produção de caminhões e ônibus caiu 37,5%, em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023.

    As vendas de veículos novos tiveram alta de 11,2%, em 2023, com 2,18 milhões mil unidades emplacadas contra as 2,10 milhões do mesmo período do ano anterior. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, 9,7% a mais que em 2022.

    “A média diária de emplacamentos cresceu de forma consistente ao longo de 2023, fechando com 12,4 mil unidades/dia em dezembro, melhor resultado dos últimos quatro anos. O bom desempenho no último mês foi puxado principalmente pelas locadoras, que compraram 75 mil unidades, 30 mil a mais que a média do ano passado. Outro fator que impulsionou os emplacamentos foram as promoções para vendas de modelos híbridos e elétricos antes da volta do Imposto de Importação, que ocorreu na virada deste ano”, diz a Anfavea.

    As exportações tiveram queda de 16% de janeiro a dezembro de 2023, com 403,9 mil unidades comercializadas no mercado externo. No mesmo período do ano passado esse número foi 480,9 mil. A queda ocorreu devido à diminuição de vendas em países como Argentina (-16%), Chile (-57%) e Colômbia (-53%). Para 2024 a Anfavea, estima que as vendas cresçam 6,1% (2.45 milhões de unidades), 6,2% na produção (2.47 milhões) e 0,7% nas exportações (407 mil unidades). Segundo o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, há motivos para acreditar em um ano positivo para o setor automotivo brasileiro porque, além da expectativa de crescimento do mercado interno e da produção, há a publicação da Medida Provisória nº 1.205 que instituiu o Programa Mover.

    “Trata-se de uma política industrial muito moderna e inteligente, que garante previsibilidade a toda a cadeia automotiva presente no país e as novas empresas que chegarem, e ainda privilegia as novas tecnologias de descarbonização, os investimentos em P&D e favorece a neoindustrialização,” explicou.

  • Após arroz subir 18%, feijão deve ficar mais caro em 2024

    A dupla de alimentos indispensáveis no prato dos brasileiros deve ficar mais cara no próximo trimestre de 2024. É porque as condições climáticas impactaram de forma negativa tanto a produção de arroz quanto a de feijão no último semestre de 2023.

    Segundo os dados do IPCA, só entre janeiro e dezembro do ano passado, o arroz teve um aumento de 18%. Além disso, os últimos dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA) também registraram aumento.

    Em janeiro do ano passado a saca de arroz de 50 kg, vendida pelos produtores, custava cerca de R$ 92 e fechou o ano comercializada a R$ 126.

    Para Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, o cenário atual já era previsto, pois a última safra foi menor, mesmo que o arroz tenha registrado quedas no final de 2022. A estiagem que castigou o Rio Grande do Sul, estado que possui 80% da produção nacional, fez com que muitas fazendas não conseguissem render o esperado pelo mercado.

    O pesquisador também afirmou que há a expectativa dos valores diminuírem, mas nada parecido com o que era praticado antes do aumento.

    Mesmo que o arroz esteja mais caro, não há risco de desabastecimento do produto no país, já que existe a possibilidade do alimento ser importado de diversos locais. Porém, a situação é diferente em relação ao feijão, pois há variedades da leguminosa que são cultivadas somente em território nacional.

    Para 2024, a estimativa era de que a colheita do feijão fosse de aproximadamente 3 milhões de toneladas, mas a safra deve registrar retração de mais ou menos 2,5%. Com isso, o preço deve subir com maior intensidade até março.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.