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Prefeitura de SP registrou boletim de ocorrência em janeiro após sistema mostrar vacinação de Bolsonaro em posto no Peruche

Prefeitura de SP registrou boletim de ocorrência em janeiro após sistema mostrar vacinação de Bolsonaro em posto no Peruche

A Prefeitura de São Paulo registrou um boletim de ocorrência no dia 9 de janeiro deste ano após constar no sistema que o ex-presidente Jair Bolsonaro tomou vacina da Janssen contra a Covid na Unidade Básica de Saúde do Parque Peruche, na Zona Norte da capital, no dia 19 de julho de 2021.

A adulteração também é investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU). A apuração está sob sigilo. Nesta quarta (3), Bolsonaro reafirmou que não se vacinou contra a Covid e disse que não houve adulteração nos dados do cartão.

Segundo a gestão municipal, apesar de haver o registro do sistema Vacivida, a UBS nunca fez atendimento ao ex-presidente tampouco recebeu o lote da vacina citada.

No boletim, ao qual o g1 e a GloboNews tiveram acesso, também é informado que a suposta funcionária que teria aplicado a vacina nunca trabalhou no local.

A dose foi validada pelo Ministério da Saúde e confirmado que o CPF cadastrado pertence ao ex-presidente.

Por conta da suspeita de fraude, funcionários do Programa Municipal de Imunização (PMI) registraram o boletim de ocorrência.

"Não posso afirmar que foi um ataque hacker, por isso fizemos o BO para apuração. Os fatos apontam para possível fraude de registro, por isso o PMI procurou a Polícia Civil e abriu um BO para investigação dos fatos", disse o prefeito Ricardo Nunes (PMDB).

O Ministério da Saúde disse, em nota, que não há relato de invasão externa (ataque hacker).

O g1 questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o andamento das investigações e aguarda retorno.

Um dia antes da data em que consta a falsa aplicação da vacina, Bolsonaro recebeu alta de um hospital privado em São Paulo, no qual tinha sido internado por conta de uma obstrução intestinal.

Investigação da PF
Nesta quarta (3), o ex-presidente foi alvo de uma operação da Polícia Federal por suspeita de fraude nos cartões de vacinação dele e da filha, de 12 anos.

De acordo com as investigações, as fraudes aconteceram em 21 de dezembro de 2022, pouco antes de viajarem para os EUA (no penúltimo dia de mandato).

Após ser lançado no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização. Os dados foram retirados do sistema em 27 do mesmo mês, segundo relatório da Polícia Federal.

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