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Pão com sabão, água sanitária e descaso em unidade prisional vem à tona em denúncia

Pão com sabão, água sanitária e descaso em unidade prisional vem à tona em denúncia

Detentos da Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP Itaitinga IV), na Grande Fortaleza, tem vivido dias de tortura e maus tratos, como relatam advogados e familiares.

Em denúncia enviada ao G1, os internos são obrigados a comer pão com sabão, ingerir água misturada com água sanitária, além de sabonetes líquidos no copo. Se tivessem almoço, o jantar não era servido. O chão é limpo através da saliva dos presos, e os produtos de higiene não são recebidos pelos detentos após saírem das mãos dos familiares.

Os primeiros casos de tortura vieram à tona em junho deste ano, quando onze policiais penais foram investigados quebrar dedos de detentos na Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (IPPO II), no município de Itaitinga.

Na outra unidade prisional, em UP Itaitinga IV, as denúncias chegaram no mês seguinte. As imagens de um dos detentos tendo a cabeça perfurada por balas de borracha foram divulgadas.

Uma advogada que acompanha um dos detentos, informou que o cliente dela foi estrangulado, e também observou presos com marcas de agressão.

"Chegou também ao meu conhecimento outro caso no qual eles (os agentes) estavam dando choques nos testículos. Teve outro que sofreu tortura psicológica. O diretor trocava ele de cela a cada três ou quatro dias, para que ele viesse a perder tudo. Quando troca de cela, ele perde o colchão, a água que a família leva, os produtos de higiene", disse.

Os "ataques coordenados" aos policiais penais foram repudiados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Com a repercussão negativa, a Justiça do Ceará afastou toda a diretoria por 90 dias em julho, mas o diretor retornou, causando insatisfação dos detentos.

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