Quinta, 28 Março 2024 | Login

O tiro que matou o pedreiro Rui Antônio da Silva, de 61 anos, atravessou também todas as pessoas de sua família. “Era o nosso pilar, nossa referência. Ele foi abatido onde achava que estava seguro dessa violência”, declarou a filha do idoso, a atendente de telemarketing Paula Andrade, 30. O pai dela estava em casa, no bairro do Alto do Coqueirinho, quando foi atingido no abdômen, após o imóvel ter sido arrombado por policiais militares na madrugada do dia 04 de março deste ano. De janeiro até o dia 18 deste mês, 162 pessoas foram baleadas dentro de residências em Salvador e Região Metropolitana, das quais 146 morreram. Os dados são do Instituto Fogo Cruzado (IFC).

“Minha madrasta, Maria das Graças, estava com o meu pai na hora. Ela contou que ele acordou assustado com a porta arrombada e levantou para ver o que estava acontecendo, foi quando o policial entrou atirando. Ela disse aos PMs que meu pai era traficante, que não era quem eles procuravam”, declarou Paula. Os policiais coloraram o pedreiro numa viatura e o levaram ao Hospital Roberto Santos, no /Cabula. Eles não permitiram que Maria das Graças fosse junto. Depois de ir a quatro unidades de saúde, a esposa encontrou o marido já morto. A apuração do IFC aponta 16% das ocorrências foram durante ações e operações policiais. Ou seja, 26 em que 24 pessoas vieram a óbito.

Maria das Graças denunciou a ação desastrosa na Corregedoria da Polícia Militar. Lá, ela foi informada que o policial atirou porque Rui partiu para cima com “arma branca”. “Não houve isso! O PM entrou atirando e só depois pediu para que a luz fosse ligada. Foi aí, que percebeu que tinha baleado um idoso e não um jovem, como eles estão acostumados a fazer”, disse Paula, que luta para que o caso seja investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. “Até agora não tivemos uma resposta da Corregedoria. Nosso advogado vai lá e mandam a enviar e-mail, que nunca respondem”, criticou a filha da vítima.

De acordo com o levantamento do IFC, o bairro que lidera o maior número de ocorrências é Tancredo Neves, com oito baleados dentro de casa, sendo que apenas uma pessoa sobreviveu, José Pedro Nascimento dos Santos, de apenas seis anos. Ele estava no sofá quando atingido. A bala passou pelo vidro, furou a cortina, atingiu o garoto de raspão e foi parar na parede da residência, na rua Isaias de Oliveira, no dia 31 de março.

Segundo a família da criança, os tiros foram disparados durante uma perseguição policial, quando um homem passou correndo pela rua e a polícia passou, logo em seguida, disparando na direção dele. A criança foi levada para uma unidade de saúde pela família e levou quatro pontos no braço.

Os dados do IFC apontam Cosme de Farias como o segundo bairro do ranking, com seis baleados – cinco mortos e um ferido –, mas foi em Mata Escura um dos casos de maior repercussão em Salvador no mês de outubro. Nas primeiras horas do dia 01, duas pessoas de uma mesma família, entre elas uma criança, morreram após um "bonde" (grupo de homens armados) invadir uma casa na Rua das Mangueiras. Sarah Sofia Santana de Jesus, de apenas seis anos, foi baleada na cabeça. Chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Os criminosos estavam atrás do enteado da mãe dela, que consegui escapar. "Ele tinha envolvimento. Quando percebeu que os caras estavam chegando, correu. A gente não sabe se ele morava lá também ou se estava só de passagem", relatou na ocasião o parente da criança, que preferiu não se identificar.

O crime aconteceu na localidade conhecida como Inferninho. De acordo com moradores, a região é controlada pelo Bonde do Maluco (BDM), que disputa a liderança do bairro com o Comando Vermelho (CV). No ataque, padastro de Sofia, o eletricista Adalto Guedes, 53, foi atingido duas vezes, sendo que um dos tiros atingiu a barriga. Ele morreu no dia seguinte no Hospital Geral do Estado (HGE). Em relação às mortes, a PC disse que a investigação “está em andamento na 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), onde ocorrem oitivas, detalhes não serão divulgados para não atrapalhar a investigação”.

RMS

No ranking das ocorrências, entre a terceira e a sexta posição estão localidades da RMS, a exemplo da localidade de Núcleo Colonial JK, zona rural de Mata de São João, que ocupa a quarta posição. Isso porque, no dia 28 de agosto, aconteceu uma chacina, em duas casas da mesma rua. Cinco das nove vítimas foram baleadas – os demais os corpos foram encontrados carbonizados.

Segundo a polícia, quatro homens entraram em uma casa para matar um alvo, identificado como Preá. Eles atiraram nas pessoas e depois atearam fogo no imóvel. Um adolescente, que escapou do ataque, buscou ajudar na casa vizinha. Quando abriram a porta para ajudá-lo, duas mulheres foram baleadas pelos criminosos.

De acordo com as investigações, a matança foi motivada por ciúmes. O mandante do crime matou familiares da atual namorada dele, além do ex-namorado dela, Preá.

Foram quatro suspeitos envolvidos na chacina. Dois deles morreram em confronto com a polícia dias depois em Mata de São João – um dos mortos seria o mandante e executor do crime. Um terceiro suspeito foi preso, mas não teve o nome divulgado. Ele confessou a participação nas mortes . Ainda na ocasião, um quarto homem conseguiu fugir durante a ação e era procurado na região. Atualmente, a PC informou que o inquérito já foi concluído e remetido ao Judiciário.

Especialistas

Em seu entendimento, o especialista em segurança pública, o coronel Antônio Jorge, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário Estácio FIB da Bahia, atribuiu a dois fatores que impulsionam os dados do IFC. “Quando ocorrem esses ataques dentro de residências, normalmente’ têm duas fundamentações: ou se trata de violência doméstica ou de execução, porque os autores saem em busca daquelas pessoas. É muito comum essa questão do tráfico de drogas, porque, quando alguém está em débito ou pratica alguma ação, que a facção entende que deve ser punido de forma exemplar, eles (traficantes) não medem esforços”, explicou.

Membro da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas, Dudu Ribeiro, complementa a discussão ao apontar as ações “ extrajudiciais, promovidas por agentes do Estado”. “É também um sintoma importante de que a inviolabilidade do lar dos cidadãos negros e negras das regiões periféricas não é respeitado pelos agentes do Estado e ele não é cobrando pela justiça. Se a gente tem um sistema que concorda com a invasão de domicílios e um modelo de segurança pública que promove a lógica da ocupação dos territórios e da produção de muitos eventos de tiroteios, a gente vai ter também essa violência os lares das pessoas”, declarou Ribeiro.

Posicionamentos

O CORREIO questionou a Polícia Civil sobre os números do levantamento do IFC, se a quantidade de pessoas mortas e feridas dentro de residências é um indicativo de que o baiano não está seguro nem dentro de sua própria casa. “Não comentamos dados não oficiais”, respondeu a PC em uma nota. A mesma pergunta foi realidade a Secretaria de Segurança Pública (SSP), através do e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. e também à Polícia Militar, no e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. . Os pedidos foram realizados dia 20 deste mês, mas até o momento não tivemos resposta.

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Um desentedimento com Mãe Bernadete levou Sérgio Ferreira de Jesus, 45 anos, morador do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, a mandar áudios aos traficantes de drogas da região, instigando para que eles executassem a líder quilombola. Segundo a Polícia Civil, ele praticava extração ilegal de madeira no território quilombola e teve uma discussão com a líder quilombola.

Após o episódio, ele enviou um áudio aos traficantes dizendo que Mãe Bernadete ia acionar a polícia para derrubar uma das barracas que ficava no quilombo e ia denunciar o tráfico no local. O áudio motivou Ydney Carlos dos Santos de Jesus, 28 anos e Marílio dos Santos, 34 anos, a planejarem o crime.

O crime foi praticado por Arielson da Conceição Santos, 24 anos, e Josevan Dionísio dos Santos, 26 anos. Ao todo, seis pessoas foram indiciadas, inclusive um homem que guardou as armas usadas no crime e ajudou Arielson a fugir após o crime. Entenda a participação de cada um deles aqui.

Segundo a polícia, Sérgio também facilitou a entrada dos autores no imóvel. Após o crime, um dos envolvidos facilitou a fuga de um dos atiradores e guardou as armas utilizadas no homicídio.

Entre os seis envolvidos, dois encontram-se com mandados de prisão em aberto e, portanto, foragidos. Outro teve a prisão solicitada ao Poder Judiciário. O executor ainda não localizado é fugitivo do sistema prisional e tem condenação por homicídios cometidos em Simões Filho e Madre de Deus.

A polícia continua fazendo diligências para localizar os foragidos. Para colaborar, a população pode fornecer informações sem precisar se identificar, para o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ligando 181.

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Ao longo desta segunda-feira (13) e também na terça-feira (14), testes práticos e o acompanhamento do sistema interno de câmeras corporais estão sendo realizados por integrantes da empresa, esta é a quinta classificada para viabilizar as bodycams e é avaliada por uma comissão, no Centro de Operações e Inteligência (COI). A Secretaria da Segurança Pública iniciou na manhã desta segunda-feira (13), a terceira Prova de Conceito (POC) das câmeras corporais.

Especialistas das Superintendências de Gestão Tecnológica e Organizacional (SGTO) e de Gestão Integrada da Ação Policial (Siap), além de profissionais das Polícias Militar e Civil, de outras empresas candidatas, do Ministério Público Estadual, da Procuradoria Geral do Estado, da Defensoria Pública do Estado e de movimentos sociais acompanham a POC diretamente do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

“Nosso trabalho é acompanhar essa nova fase com atenção para garantir que tudo ocorra bem, conforme o edital pede. Estamos atentos a tudo o que é apresentado por essa nova empresa”, detalhou o major Jurandilson Nascimento, diretor de Videomonitoramento da SSP, em nota.

Anteriormente, duas empresas não atingiram o que foi solicitado ainda na fase de apresentação da documentação, enquanto as outras duas passaram pela Prova de Conceito realizada, mas, por apresentarem inconsistência nas imagens geradas pelos equipamentos foram reprovadas.

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Entre janeiro e 5 de novembro deste ano, o estado registrou 78 casos de feminicídio, de acordo com a Polícia Civil. O número é equivalente a 7,8 assassinatos de mulheres por mês.

No mesmo período do ano passado, foram computados 90 feminicídios, o que significa uma redução de 13,3%. Feminicídios são mortes de mulheres apenas por serem mulheres, em casos que envolvem violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

O relatório Elas Vivem, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança em 2022, registrou que a Bahia é o estado do Nordeste com maior índice de violência contra a mulher. Larissa Neves, pesquisadora e organizadora do projeto, afirma que 75% dos feminicídios são cometidos pelos companheiros das vítimas.

“É muito importante que as mulheres conversem sobre o que sentem. Que elas tenham ali pessoas de confiança para sinalizar o que ela está passando. Elas precisam externalizar, porque muitas vezes a gente naturaliza esses ciclos da violência, justamente porque a gente não sabe que isso é violência. A gente acredita que isso faz parte da relação e acaba não falando, porque nós temos vergonha de dizer e sinalizar que estamos sendo controladas”, diz a pesquisadora.

Apenas em Salvador e Região Metropolitana, foram cinco tentativas de feminicídio com arma de fogo em 2023, das quais quatro mulheres morreram e uma ficou ferida, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Julieta Palmeira, antiga Secretária de Políticas para Mulheres e membro da União Brasileira de Mulheres, defende a necessidade de executar melhor as políticas existentes para a proteção das mulheres. “É preciso ampliar o número de delegacias especializadas, fazer valer a lei que dá celeridade às medidas protetivas e fortalecer os serviços locais de acolhimento às mulheres em situação de violência, as redes de acolhimento”, diz.

Entre janeiro e 5 de novembro deste ano, o estado registrou 78 casos de feminicídio, de acordo com a Polícia Civil. O número é equivalente a 7,8 assassinatos de mulheres por mês.

No mesmo período do ano passado, foram computados 90 feminicídios, o que significa uma redução de 13,3%. Feminicídios são mortes de mulheres apenas por serem mulheres, em casos que envolvem violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.

O relatório Elas Vivem, organizado pela Rede de Observatórios da Segurança em 2022, registrou que a Bahia é o estado do Nordeste com maior índice de violência contra a mulher. Larissa Neves, pesquisadora e organizadora do projeto, afirma que 75% dos feminicídios são cometidos pelos companheiros das vítimas.

“É muito importante que as mulheres conversem sobre o que sentem. Que elas tenham ali pessoas de confiança para sinalizar o que ela está passando. Elas precisam externalizar, porque muitas vezes a gente naturaliza esses ciclos da violência, justamente porque a gente não sabe que isso é violência. A gente acredita que isso faz parte da relação e acaba não falando, porque nós temos vergonha de dizer e sinalizar que estamos sendo controladas”, diz a pesquisadora.

Apenas em Salvador e Região Metropolitana, foram cinco tentativas de feminicídio com arma de fogo em 2023, das quais quatro mulheres morreram e uma ficou ferida, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado.

Julieta Palmeira, antiga Secretária de Políticas para Mulheres e membro da União Brasileira de Mulheres, defende a necessidade de executar melhor as políticas existentes para a proteção das mulheres. “É preciso ampliar o número de delegacias especializadas, fazer valer a lei que dá celeridade às medidas protetivas e fortalecer os serviços locais de acolhimento às mulheres em situação de violência, as redes de acolhimento”, diz.

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A família da ialorixá Bernadete Pacífico contratou peritos particulares para revisar o trabalho da Polícia Civil da Bahia. A líder quilombola foi assassinada em agosto deste ano dentro do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

Nesta terça-feira (7), o filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, relatou ao g1 que os peritos farão a revisão do trabalho de perícia e do laudo da morte da líder quilombola, já que a família está sem acesso ao inquérito policial.

No dia 18 de setembro, quando o assassinado da ialorixá completou um mês, a Polícia Civil da Bahia pediu à Justiça a prorrogação do inquérito que apura o assassinato. Esta prorrogação seria por mais um mês, com vencimento no dia 18 de outubro.

O g1 questionou à polícia se o inquérito foi concluído, ou se foi prorrogado novamente, e aguarda resposta. A ialorixá integrava o programa de proteção do Governo Federal, e a família quer saber quais protocolos de proteção estavam adotados antes dela ser executada.

Ainda relacionado à proteção, Jurandir Wellington revelou ao g1 que, agora, a família está sob segurança ininterrupta da Polícia Militar. Ele agora está com a tutela dos três sobrinhos, filhos de Binho do Quilombo – liderança quilombola e filho de Bernadete, que foi assassinado em 2017.

"Quero entender por que não estamos com acesso ao inquérito. O inquérito está em sigilo até para família. Não resolveram o caso de Binho, e não vou permitir que o de minha mãe fique na mesma situação", desabafou Jurandir.

Pelo menos três homens suspeitos de envolvimento no crime foram presos, em setembro. Na época, a polícia disse que um deles foi o executor do crime, enquanto os outros dois teriam guardado as armas usadas para matar Mãe Bernadete, e receptado os celulares da líder quilombola e de seus familiares.

Câmeras quebradas

Parte das medidas adotadas no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) era o monitoramento da casa da líder quilombola através de câmeras de segurança. A família de Bernadete Pacífico, afirmou que três equipamentos não estavam funcionando no dia do assassinato.

Das sete câmeras instaladas, apenas quatro contribuíram para o processo de investigação e três não estavam com funcionamento adequado. Segundo o advogado David Mendéz, representante da família de Mãe Bernadete, o problema se deu por falta de recursos. Os advogados que representam a família também têm relatado ameaças.

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A mãe da cantora gospel Sara Freitas Sousa Mariano disse que a filha começou a relatar que era agredida pelo marido em maio deste ano. A vítima era casada com Ederlan Santos Mariano havia 13 anos. Nesta segunda-feira (30), ele segue preso por ser o principal suspeito do assassinato da mulher.

Dolores Freitas disse ter provas de que Ederlan agredia e ameaçava a filha dela. A idosa também descreveu um episódio que corrobora com a versão do advogado da família, de que Ederlan forçava Sara a manter relações sexuais.

"Ela veio confessar [as agressões] a partir do dia 13 de maio. A última vez que falei com ela foi na segunda-feira. Me disse: 'mãe, tenho algo muito sério para falar com a senhora'. Na terça, mandei mensagem pela manhã, perguntei o que queria falar comigo, mas tenho certeza que aquele áudio quem ouviu foi o infeliz", disse Dolores.

"As agressões eram na frente da minha neta. Uma vez Sara chegou da igreja com minha neta e disse: ‘mãe, ele veio pelado, dizendo: 'você vai transar comigo, você está dando mais valor à igreja que ao seu marido, está acabando o casamento'. Ela disse que foi horrível, e empurrou Esmeralda para dentro do quarto, para que não visse ele nu.

O feminicídio foi cometido na noite de terça-feira (24) e Ederlan está detido por mandado judicial desde a madrugada de sábado (28). Segundo os delegados que investigam o caso, ele confessou o crime. No entanto, a defesa do investigado nega que tenha havido esta confissão, e sustenta que o marido de Sara é inocente.

Segundo Dolores, a filha tinha uma quantia guardada e pretendia sair de casa com esse dinheiro. No entanto, ela suspeita de que Ederlan tenha descoberto o plano.

"Ela disse: mãe, tenho mais de R$ 20 mil guardado dentro dos meus sapatos. Ele sabe que eu tenho esse dinheiro, mas não sabe onde está. Eu tenho muita agenda [como cantora] e vou sair [de casa] lá para novembro, quando essa agenda terminar’. E a última agenda esse infeliz armou, para matar minha filha".

A família de Sara quer a guarda da filha do então casal, que está com os pais de Ederlan. Ela disse não confiar na mãe do investigado, porque ela sabia que a cantora recebia ameaças do filho e não ajudou a vítima.

“A minha preocupação com minha neta, é porque ela está com a mãe [de Ederlan], que não pôde ajudar a minha filha a ser salva. Não quero deixar [com a família do pai]. Não que a mãe dele seja [uma pessoa ruim] ... é porque eu não quero que ele tenha contato com a filha mais. Eu não confio, porque assim como ele matou Sara, ele pode fazer mal à filha".

Sogra de Sara desaconselhou separação
A sogra da cantora gospel Sara Freitas Sousa Mariano – assassinada pelo marido, Ederlan Santos Mariano –, a aconselhou a não terminar o casamento, porque o filho iria matá-la. O feminicídio foi cometido na noite de terça-feira (24) e ele está preso desde a madrugada de sábado (28), quando confessou o crime.

O advogado Marcus Rodrigues, que representa a família da cantora, deu novos detalhes sobre as violências que eram impostas a Sara, e reforçou o medo que ela tinha de pedir a separação.

"Em conversa com a própria mãe do acusado, ela disse que estava pensando em separar, porque não via mais outra alternativa. A mãe [de Ederlan] falou: 'não separe, que se você separar ele vai te matar'. Então assim, ela tinha três medos com a separação: o afastamento do lar, ser julgada por causa da religião e de perder a vida", disse Marcus.

No sábado, Marcus já havia falado sobre a forma violenta de Ederlan agir com a esposa, e falou ainda que ele também estuprava Sara.

"Era um relacionamento tóxico, em que ele agredia ela, não somente verbalmente, como fisicamente também. Ele bebia muito, chegava em casa agredindo, forçava a Sara a ter relações sexuais, e isso acabou nesse fato criminoso", analisou Marcus.

A ameaça de morte caso pedisse a separação também foi revelada por Sara à irmã, Soraya Correia. Assim como o advogado da família, ela também acredita na hipótese de premeditação do crime.

Segundo Soraya Correia, Ederlan agredia Sara constantemente e, em uma das vezes, ela chegou se trancar no quarto com a filha do casal, uma criança de 11 anos.

"Ela estava com medo dele, dizia que ele era agressivo. Ele ameaçava de morte. Ela chegou a dizer algumas vezes que ia denunciar, e ele disse que ela podia até denunciar, mas no dia que ele saísse de lá, ia acabar com a raça dela. Ele fazia uma quebradeira dentro de casa. Um dia, ela se trancou dentro do quarto com a criança. Tenho provas, tenho um áudios em que minha irmã contava", destacou Soraya.

Prisão do investigado
Ederlan foi preso pelo crime na madrugada de sábado, após confessar à polícia ter matado a esposa. Ele foi detido temporariamente, porque um dos delegados que investiga o caso apontou que houve clara intenção dele "em destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vitima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei pena".

Sara deixou uma filha de 11 anos, fruto do relacionamento de 13 anos com Ederlan.

"A família está destroçada. Eu ainda não tive contato com a filha, que pra mim é uma das maiores vítimas também. Estamos aguardando ansiosamente a chegada da mãe [de Sara], para a gente dar continuidade e fazer com que a justiça seja feita", disse Marcus.

Em um dos dias em que esteve na delegacia para conversar com policiais sobre o paradeiro da esposa, Ederlan foi perguntado por um jornalista sobre uma suposta campanha de arrecadação que ele teria feito nas redes sociais, para ajudar a procurar a esposa, mas ele abandonou a entrevista.

A polícia ainda não sabe de que forma Sara Mariano foi assassinada, porque o corpo dela foi encontrado parcialmente carbonizado. Somente laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vão apontar se e como ela foi assassinada antes de ter o corpo carbonizado, ou se foi queimada viva.

Histórico

Sara Mariano foi vista pela última vez com vida na noite de terça-feira (24), ao deixar a casa da família. Na ocasião, Ederlan Mariano registrou boletim de ocorrência pelo desaparecimento da esposa, e afirmou que ela tinha saído para ir a eventos religiosos, mas alegou não saber quais.

Ele disse ainda à polícia que uma câmera de segurança flagrou o momento em que Sara deixou a residência e entrou em um carro, mas que não sabia quem era o motorista que a levou. Ederlan chegou a pedir para que as pessoas o ajudassem a descobrir onde a esposa estava.

Na tarde de sexta-feira (27), três dias após o desaparecimento, o corpo de uma mulher foi encontrado queimado em uma área de mata às margens da BA-093, na região de Dias D'Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador.

4 de 4 Corpo de Sara Mariano foi encontrado nesta sexta-feira (27), em uma área de mata às margens da BAR-093, no trecho da cidade de Dias D'Ávila — Foto: Reprodução/TV Bahia
Corpo de Sara Mariano foi encontrado nesta sexta-feira (27), em uma área de mata às margens da BAR-093, no trecho da cidade de Dias D'Ávila — Foto: Reprodução/TV Bahia

Para a Polícia Civil, Ederlan reconheceu que se tratava de Sara, já que um anel e a sandália dela foram encontrados próximo ao cadáver. A versão de Ederlan, sobre o suposto evento gospel, foi contestada por um pastor, amigo de Sara, no mesmo dia.

Segundo o líder religioso André Santos, não houve nenhum evento em igrejas do município, no dia e horário relatado por Ederlan. Apesar disso, a própria Sara havia publicado nas redes sociais que estava a caminho de Dias D'Ávila, horas antes do desaparecimento.

Soraya, irmã de Sara, também questionou as informações passadas pelo marido da vítima, e disse que não acreditava na versão dele. A mãe de Sara, Dolores Freitas, contou que a filha havia dito que tomaria uma decisão importante no dia que desapareceu, no entanto, não chegou a falar o que seria.

Antes de confessar o crime à polícia, Ederlan foi às redes sociais para lamentar o desaparecimento da esposa e pedir ajuda às pessoas que tivessem informações sobre ela. Ele também relatou que não havia tido brigas recentes com Sara.

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Um homem foi mantido em liberdade após um vídeo em que ele aparecia abusando sexualmente da sobrinha, de 6 anos, circular na internet. O crime foi registrado em Amontada, na região norte do Ceará, em 9 de outubro.

O vídeo foi gravado pela vítima do estupro e publicado no status do WhatsApp do abusador. Acredita-se que ela tenha feito a publicação sem o homem perceber.

Após a circulação das imagens, pessoas próximas aos envolvidos denunciaram o caso à polícia. O homem foi detido, mas foi liberado horas mais tarde porque não houve flagrante do crime.

Conforme apurado pelo g1, a vítima do estupro é sobrinha da então esposa do criminoso. Os dois teriam se separado após ela saber do crime. A mulher teria pedido para o companheiro cuidar da criança enquanto ela estava fora de casa.

A mãe da vítima fez um boletim de ocorrência na noite do dia 9 de outubro na Delegacia Regional de Itapipoca, município vizinho a Amontada, uma vez que a Delegacia Municipal de Amontada não funciona no período noturno.

Questionada sobre a soltura do abusador, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS) informou apenas que apura as circunstâncias de um caso de estupro de vulnerável e que mais detalhes serão repassados posteriormente para não comprometer os trabalhos policiais.

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O bairro de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador voltou a ser palco de confronto entre as facções do Comando Vermelho (CV) e do Bonde do Maluco (BDM) por volta das 9h30 desta quarta-feira (18). O caso foi registrado na Rua dos Araçás, próximo ao campo de futebol do bairro. O primeiro confronto aconteceu na noite dessa terça-feira (17).

A reportagem do CORREIO apurava informações sobre os confrontos, quando ouviu ao menos 10 disparos próximos a Avenida Afrânio Peixoto, conhecida como Avenida Suburbana. Moradores ouvidos pela reportagem afirmam que homens do CV estão na região de matagal do local.

"Está acontecendo aqui na área de mata, aqui em cima do campo de futebol. Os homens do CV estão escondidos ali onde ficam as bananeiras e 'trocando tiro' com os meninos daqui. Eles estão aqui desde anteontem e armados até os dentes, então não para de ter confronto toda hora", afirma um morador, sem se identificar.

A informação que circula entre quem reside no bairro é que os homens do CV conseguiram permanecer na região de Plataforma, mesmo sem conseguir expulsar traficantes do BDM que ainda estão presentes. "Chegaram aqui na segunda-feira, quando houve os primeiros tiroteios. De lá para cá, não parou de acontecer porque eles estão entocados no mato e conseguiram ficar por lá", relata uma outra moradora, sem dizer o nome.

A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) foi procurada pela reportagem para informar se registrou tiroteios na noite de terça-feira, mas respondeu que não foi acionada para a ocorrência descrita. No momento do tiroteio já nesta manhã, moradores que estavam nas ruas correram e tentaram se proteger dos tiros.

Um motoboy, que ia deixar uma criança na Rua das Araçás, precisou voltar as pressas no momento em que ouviu os primeiros disparos. "Eu ia deixar o pequeno lá e, pouco depois, ouvi os pipocos. Na hora, dei a volta com a moto e trouxe ele de volta. A gente pensa que é sossegado durante o dia, mas parece quem nem isso mais tem. É tiro toda hora e todo mundo corre risco", fala ele, sem saber como vai deixar a criança no local.

Parte dos estudantes do Colégio Estadual Bertohldo Cirilo dos Reis, localizado em Plataforma, foi liberada após o tiroteio. A reportagem ouviu estudantes que explicaram a situação. "Depois dos tiros, eles avisaram que iam liberar, mas também que quem não se sentisse seguro poderia ficar. Uma parte dos alunos saiu e outra ficou. Agora, eles trancaram o portão por segurança e só vão liberar depois das 11h, quando tudo estiver mais calmo".

O Colégio Estadual de Plataforma também suspendeu as aulas e os estudantes aguardam para ir para casa. O CORREIO entrou em contato com a Secretaria Estadual da Educação (SEC) para saber informações sobre as aulas e aguarda resposta.

Nas escolas municipais Úrsula Catarino e São Braz, os alunos foram liberados apenas na companhia dos pais. No entanto, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) informou, por meio de sua assessoria, que as aulas na rede municipal não foram afetadas.

Apesar dos tiroteios, o comércio na região segue em funcionamento normal e moradores circulam no bairro em direção a Avenida Suburbana. Viaturas da Rondesp circulam nas ruas.

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Jutai Eudes Ribeiro Ferreira (PP), prefeito de São Félix do Coribe, foi preso durante uma operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (10), na cidade do Oeste baiano. Batizada de Palácio do Poder, a operação foi iniciada para cumprir mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre irregularidades em licitação, mas a prisão de Jutai aconteceu em flagrante.

Segundo divulgado pela TV Bahia, a prisão ocorreu após os policiais encontrarem armamento de uso restrito e drogas na casa do político. O CORREIO tentou entrar em contato com a prefeitura da cidade, mas não obteve retorno.

A Operação Palácio do Saber investiga irregularidades em licitações com objetos que chegam a R$ 15 milhões. Além de São Félix do Coribe, sessenta e três oficiais cumpriram 19 mandados de busca e apreensão nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Vitória da Conquista e Barreiras.

As ordens foram expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região pelo fato de Jutai Ribeiro ter foro privilegiado. Também são investigados os possíveis delitos de desvios de verba pública federal, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 34 anos de prisão.

Em abril do ano passado, o prefeito foi denunciado por irregularidades na contratação de serviços médicos para o enfrentamento da pandemia. Após a denúncia ser acatada pelo Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), foi aplicada multa de R$3 mil.

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quinta-feira (5) que a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio de Janeiro estão convictas na elucidação dos assassinatos dos médicos ortopedistas no Rio de Janeiro.

Na madrugada desta quinta-feira (5) três médicos ortopedistas foram mortos enquando estavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, próximo ao hotel onde é realizado um congresso internacional de cirurgia ortopédica. Marcos de Andrade Corsato, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida não moram no Rio de Janeiro e estavam na cidade para participar do evento.

Um quarto médico ficou ferido e foi internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, que também fica na Barra da Tijuca.

“Eles estão firmes [Polícia Federal], junto com a Polícia Civil, com a convicção de que vão elucidar esse crime porque há indicações que podem conduzir à configuração da materialidade da autoria do delito”, afirmou Dino, ao ser questionado sobre o crime durante anúncio de medidas de segurança pública na Bahia.

O ministro informou ter entrado em contato com o governador do Rio de Janeiro, Claúdio Castro, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para articular a colaboração da Polícia Federal com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, responsável pelo inquérito, e a Polícia Legislativa da Câmara, já que uma das vítimas, Diego Ralf Bomfim, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que, além de agentes federais, equipamentos, como de perícia e balística, estão à disposição da polícia do Rio de Janeiro para a investigação do crime.

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