Quinta, 28 Março 2024 | Login

A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan obteve 79,6% de eficácia nos ensaios clínicos. De acordo com a instituição, o acompanhamento com um grupo de 16 mil participantes por dois anos não registrou ainda nenhum caso grave da doença entre os que receberam o imunizante.

A fase de estudos clínicos da vacina contra a dengue começou em 2016, com a administração do imunizante a 10 mil voluntários com idade entre 2 e 59 anos. Mais 6 mil pessoas receberam um placebo. A incidência de dengue sintomáticos entre os participantes foi avaliada a partir dos 28 dias da imunização e seguiu por dois anos. O estudo prosseguirá o acompanhamento por cinco anos e será encerrado em 2024.

A eficácia da vacina foi ainda maior entre as pessoas que haviam contraído a doença antes do estudo, chegando a 89,2%. Entre as pessoas que nunca tiveram contato com o vírus, a eficácia ficou em 73,5%.

A vacina protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. No entanto, no período da pesquisa, apenas os tipos 1 e 2 estavam em circulação no Brasil. A eficácia para evitar a infecção por essas variedades ficou em 89,5% e 69,6%, respectivamente.

Efeitos adversos

Entre os mais de 10 mil imunizados, apenas três pessoas apresentaram eventos adversos considerados graves até 21 dias após aplicação da vacina, sendo que todas se recuperaram totalmente.

Anos de pesquisa

A vacina do Butantan contra a dengue usa tecnologia do Instituto Nacional de Saúde norte-americano, licenciada em 2009. A primeira fase dos ensaios clínicos foi realizada nos Estados Unidos, entre 2010 e 2012, e a segunda parte da pesquisa, no Brasil, entre 2013 e 2015. Os testes mostraram que a vacina é segura e protege contra os quatro sorotipos do vírus, o que era uma das maiores dificuldades para o desenvolvimento de um imunizante contra a doença.

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A partir desta segunda-feira (8), o trabalho de eliminação dos focos ou possíveis criadouros de ovos do mosquito Aedes aegypti voltará a ser realizado dentro dos domicílios de Salvador. Os agentes de endemias, vinculados à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), receberam permissão para visitar as casas após liberação do Ministério da Saúde.

A ação estava suspensa desde março de 2020, em virtude da pandemia da Covid-19. Desde então, só era possível visitar os arredores dos imóveis. Com o baixo índice de transmissão e de ocupação de leitos na cidade, a atividade poderá ser normalizada.

Para visitar os ambientes privados, é necessário que o agente já tenha tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19. Ele também deve utilizar máscara de proteção facial obrigatoriamente. Antes de entrar nas residências, é também necessário perguntar se os moradores da casa tiveram algum sintoma gripal nos últimos 14 dias. Em caso de resposta afirmativa, a nota recomenda que a visita não seja feita.

A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Isolina Miguez, destaca que as visitas são fundamentais para intensificar ainda mais o controle do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. "Vamos poder retomar medidas importantes, como o Levantamento Rápido de Índices (LIRAa) para Aedes, além de assegurar que todas as informações educativas estão sendo cumpridas pelos moradores, a partir dos cuidados que serão monitorados de perto, dentro das casas", explica.

Além das ações de rotina, o CCZ está promovendo o Plano Verão Sem Mosquito, que visa prevenir e reduzir os criadouros do mosquito da cidade nesse período que antecede a estação. "Esse é o momento do ano em que é mais propício para o desenvolvimento do mosquito, com o favorecimento do clima caracterizado por sol com chuvas esparsas. O objetivo é deixar o ambiente na melhor condição possível para eliminar possíveis focos de Aedes", complementa Isolina.

Dados – Entre janeiro e outubro de 2021, Salvador registrou 657 casos de dengue, 539 ocorrências de chikungunya e 52 notificações para zika. Se comparado com o mesmo período do ano passado, as três doenças tiveram uma redução em mais de 90%.

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A partir de quinta-feira (18), o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), inicia a campanha de mobilização contra o Aedes aegypti. Até abril próximo, as equipes estarão nas ruas às quintas e sextas-feiras, às 8h, visitando pontos estratégicos para combater a proliferação do mosquito.

Entre janeiro e março deste ano, a SMS notificou 99 casos de dengue, 58 de chikugunya e 18 de zika. O trabalho preventivo é resultado do monitoramento do Aedes na capital. De acordo com a subgerente de arboviroses do CCZ, Cristina Guimarães, o mês de março é historicamente pontuado por um aumento do número de ocorrências das doenças transmitidas pelo mosquito na cidade.

"Fecharemos o cerco ao Aedes com a eliminação de focos em diversas áreas da capital, reforçando a necessidade de cada cidadão também contribuir com o trabalho dos agentes de saúde, só que dentro das próprias casas. Para isso, é necessário que as pessoas mantenham boas práticas, como vasos limpos e evitando acumulação de entulho, por exemplo", explicou Cristina.

Cronograma – Nesta quinta (18) e sexta-feira (19), as inspeções serão realizadas em cemitérios, templos religiosos, borracharias, pontos de reciclagem e imóveis acumuladores. Na próxima semana, dias 25 e 26 de março, é a vez de praças públicas, bocas de lobo e instituições de saúde como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e clínicas.

Nos dias 1º e 2 de abril, as inspeções acontecem em instituições de ensino municipais, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Smed). Nos dias 8 e 9 de abril, as equipes estarão em inspeções em hotéis, pontos turísticos e ação em imóveis de acumuladores em parceria com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e Secretaria Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre).

Os mercados municipais, feiras livres, parques e estações de transbordo serão vistoriados nos dias 15 e 16 de abril. Nos dias 22 e 23 de abril, as ações ocorrerão em órgãos públicos e em instituições de ensino.

Publicado em Bahia

A pandemia do novo coronavírus impõe aos brasileiros desafios inéditos, que vão além das medidas de restrição e isolamento social, e atinge a saúde no país com o aumento exponencial do número de casos e de mortes causadas pelo vírus.

Além da preocupação com a Covid-19, a população deve ficar atenta às arboviroses, doenças causadas pelo arbovírus, como dengue, zika e chikungunya.

A Bahia também enfrenta cada vez mais casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. O estado teve um aumento de 320,9% no número de casos prováveis de chikungunya em 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.

Ao todo, 295 municípios baianos registraram notificação sobre a doença. O número de casos de zika teve aumento de 48% e não registrou mortes em 2020. Já a dengue registrou alta de 32,7% e cinco mortes na Bahia.

Já na capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até setembro de 2020 foram registrados 9.572 casos em Salvador, enquanto que no mesmo período de 2019 foram 2.788. Um aumento de 243%.

A permanência do confinamento em casa, exatamente no momento em que a pandemia coincide com o verão, é de fundamental importância se dedicar a impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika vírus e chikungunya, alerta Angelina Oliveira, especialista em Saúde Pública e diretora da Padrão Enfermagem Salvador.

A especialista destaca que os ambientes domésticos são mais propícios para a proliferação do mosquito. “Basta um recipiente com um pouco de água para que o Aedes aegypti deposite seus ovos”, alerta. Angelina Oliveira ressalta ainda que ações simples podem ajudar a combater o mosquito.

“É indispensável não deixar acumular água parada em lugares que costumam ser esquecidos nas nossas próprias casas, como em garrafas, que devem ser guardadas sempre de cabeça para baixo, pratos dos vasos de plantas e pneus velhos, latas e outros recipientes”, pontua a especialista.

Outra preocupação é a semelhança dos sintomas entre a Covid-19 e as doenças provocadas pelo Aedes aegypti. Angelina Oliveira diz que a principal diferença são os sintomas respiratórios, já que febre e dores de cabeça e no corpo são indicativos dessas doenças.

Ainda sem a imunização em massa contra a Covid-19, o tratamento tanto para as doenças transmitidas pelo mosquito quanto para a infecção causada pelo coronavírus serve apenas para aliviar os sintomas, pois o processo de cura depende do organismo de cada paciente.

No entanto, a especialista recomenda que antes de se medicar, um médico deverá ser consultado, já que pode haver necessidade de assistência médica, com internações nos casos mais graves.

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Os casos de chikungunya subiram 334% na Bahia entre janeiro e agosto deste ano, se comparado com o mesmo período de 2019. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), em 2020 foram registrados 33 mil casos, enquanto que no ano passado 7,5 mil pessoas foram notificadas com a doença.

O crescimento em Salvador também é alarmante, com um aumento de 256%. Entre janeiro e agosto do ano passado, a capital baiana registrou 2.163 infectados, já no mesmo período de 2020, os casos giram em torno de 7,5 mil. O bairro com mais casos é Paripe.

A chikungunya pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite dengue e zika, ou pelo Aedes albopictus. O primeiro é mais comum no Brasil, já o segundo é mais encontrado em locais cheios de vegetação. Os principais sintomas da doença são febre, dor nas articulações, dor de cabeça, fadiga e erupções na pele.

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Um estudo da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, apontou que a exposição à dengue pode fornecer imunidade contra a covid-19. O estudo foi liderado pelo brasileiro Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do Comitê Científico do Consórcio Nordeste.

Segundo a agência de notícias Reuters, a pesquisa, que ainda não tem revisão dos pares, comparou a distribuição geográfica dos casos de covid-19 com a disseminação da dengue em 2019 e 2020 no Brasil.

Locais com taxas mais baixas de infecção por coronavírus e crescimento mais lento de casos foram os mesmos que sofreram intensos surtos de dengue neste ano ou no último, descobriu Nicolelis.

“Esta descoberta surpreendente levanta a possibilidade intrigante de uma reatividade imunológica cruzada entre os sorotipos de Flavivirus da dengue e o SARS-CoV-2”, afirma o estudo, referindo-se aos anticorpos do vírus da dengue e ao novo coronavírus.

“Se comprovada como correta, essa hipótese pode significar que a infecção por dengue ou a imunização com uma vacina eficaz e segura contra a dengue poderia produzir algum nível de proteção imunológica contra o coronavírus", aponta.

De acordo com Nicolelis, os resultados são particularmente interessantes porque estudos anteriores mostraram que pessoas com anticorpos da dengue no sangue podem apresentar resultados falsamente positivos para anticorpos de covid-19, mesmo que nunca tenham sido infectadas pelo coronavírus.

“Isso indica que há uma interação imunológica entre dois vírus que ninguém poderia esperar, porque os dois vírus são de famílias completamente diferentes”, disse Nicolelis, acrescentando que mais estudos são necessários para comprovar a conexão.

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