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Fiocruz lança cartilha com recomendações para prevenção da covid na Páscoa

Fiocruz lança cartilha com recomendações para prevenção da covid na Páscoa

A Páscoa acontece no domingo (4) e a orientação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é para que a população fique em casa, passando a data apenas com as pessoas com as quais já estão convivendo no dia a dia. A fundação divulgou uma cartilha com orientações, mas lembrou que não há medida totalmente capaz de impedir a transmissão da covid-19.

Para quem pensa em fazer encontros no período, a Fiocruz atualizou a cartilha, que foi inicialmente criada para falar das celebrações do fim de ano. Clique aqui para baixar: https://www.correio24horas.com.br/fileadmin/user_upload/correio24horas/2021/04/01/_cartilha_cuidados-covid_pascoa_2.pdf

Segundo o serviço de monitoramento da Fiocruz, o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". O país teve em março o pior mês desde que a pandemia começou, com 66 mil mortes registradas.

Dicas da cartilha

As orientações foram feitas para quem vai celebrar a Páscoa em casa ou em outro local, se expnodo a diferentes níveis de contágios.  

As indicações são para usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo, ter uma máscara reserva pronta, caso a primeira fique suja e seja necessário trocar; evitar aglomerações, mantendo pelo menos 2m de distância das pessoas; dar preferência a locais abertos ou bem ventilados, evitando uso do ar-condicionado; lavar a mão frequentemente e não compartilhar os objetos e talheres da refeição. 

A Fiocruz recomenda que evitem ir a encontros pessoas que estejamcom sintomas de covid ou tenham sido diagnosticadas com a doença; que ainda está no período de 14 dias desde que teve os primeiros sintomas, mesmo sem ter feito teste; aguarda resultado de um teste para saber se tem covid; teve contato com alguém com a doença nas últimas duas semanas.

Também foi orientado que não vão aos encontros quem faz parte dos grupos de risco para casos graves da doença - portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos.

A Páscoa acontece no domingo (4) e a orientação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é para que a população fique em casa, passando a data apenas com as pessoas com as quais já estão convivendo no dia a dia. A fundação divulgou uma cartilha com orientações, mas lembrou que não há medida totalmente capaz de impedir a transmissão da covid-19.

Para quem pensa em fazer encontros no período, a Fiocruz atualizou a cartilha, que foi inicialmente criada para falar das celebrações do fim de ano. Clique aqui para baixar.

Segundo o serviço de monitoramento da Fiocruz, o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". O país teve em março o pior mês desde que a pandemia começou, com 66 mil mortes registradas.

Dicas da cartilha
As orientações foram feitas para quem vai celebrar a Páscoa em casa ou em outro local, se expnodo a diferentes níveis de contágios.  

As indicações são para usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo, ter uma máscara reserva pronta, caso a primeira fique suja e seja necessário trocar; evitar aglomerações, mantendo pelo menos 2m de distância das pessoas; dar preferência a locais abertos ou bem ventilados, evitando uso do ar-condicionado; lavar a mão frequentemente e não compartilhar os objetos e talheres da refeição. 

A Fiocruz recomenda que evitem ir a encontros pessoas que estejamcom sintomas de covid ou tenham sido diagnosticadas com a doença; que ainda está no período de 14 dias desde que teve os primeiros sintomas, mesmo sem ter feito teste; aguarda resultado de um teste para saber se tem covid; teve contato com alguém com a doença nas últimas duas semanas.

Também foi orientado que não vão aos encontros quem faz parte dos grupos de risco para casos graves da doença - portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos

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  • Chocolates da Páscoa custam até três vezes mais do que as barras

    Ainda que pequenos, os ovos de Páscoa nos supermercados estão com preços que assustam. Chocolates de formato oval, de quase 200g, estão custando, em média, R$ 50, conforme pesquisa feita pela reportagem nos mercados de Salvador e no aplicativo Preço da Hora Bahia. Apesar do mesmo sabor e marca, os ovos chegam a custar três vezes mais caro do que chocolates comercializados em barra (peso proporcional).

    O ovo Galak de 185g, por exemplo, custa R$ 47,99. O mesmo chocolate em barra de 80 g sai por R$ 6,89.

    A dona de casa Naiara Matias, 35 anos, entende que são produtos diferentes, mas não concorda que os valores sejam tão distintos. “Muito caro, né? Vou levar para o meu filho só porque não tem jeito. Sei que, pela cultura que se criou, fica mais caro mesmo. Porém, o sabor é igual ao da barra, não deveria ser tão mais caro”, reclama.

    Mesmo com os preços nas alturas, o CEO do Chocolat Festival/ Origem Week, Marco Lessa, explica que 30% do chocolate consumido anualmente sai no período da Páscoa. E não é para menos. De acordo com a própria Chocolat Festival, cada baiano consome 2 quilos de chocolate por ano.

    “A Bahia é um grande consumidor, está entre os oito maiores consumidores do país até pelo quantitativo de população. Em uma pesquisa de anos atrás, não me lembro exatamente o ano, Salvador estava entre as três capitais que mais compram chocolate”, afirmou.

    Ainda que a demanda seja enorme, não há desconto nos mercados. Enquanto a barra de Alpino 90g vale R$ 7,99, o ovo de 196g da mesma marca e sabor chega a ser vendido por R$ 43,99. Já a barra de 45g do Kit Kat Dark sai por R$ 2,99 enquanto o ovo da mesma marca de 227g custa R$ 39,99.

    Os valores surpreenderam o estudante Dener Valverde, 25, quando ele fez a comparação. “Tá difícil, viu? Os valores estão estrondosos. Vi um ovo de 400g por R$ 60 e corri para ver a barrinha de 120g, que estava R$ 9. A barra também está cara, mas o ovo sai por um valor muito acima do normal. E quando vem brinquedo? Pode jogar para R$ 100”, diz.

    Para quem, assim como Dener, não pode pagar tão caro, mas ainda quer optar pelo ovo tradicional, a melhor opção é ir aos atacados (confira alguns preços na tabela abaixo). No Atakarejo, por exemplo, ao invés de R$ 47,99, dá para encontrar o ovo Galak 180g de R$ 29,99, segundo o Preço da Hora. No caso do Alpino 196g também há queda: sai de R$ 43,39 para os mesmos R$ 29,00 do branco. Já o Dark Meio Amargo da Kit Kat de 227g sai de R$ 46,99 no Hiper Ideal para R$ 36,99 nas Americanas. São valores que podem mudar a depender da unidade e promoção.

    O estudante João Carlos Carvalho, 27, tem o costume de procurar justamente essas promoções e presentear a namorada toda Páscoa com os chocolates. Neste ano, a tradição deve ser mantida, mas a forma do presente é que mudará. De acordo com ele, é impraticável comprar ovos de Páscoa, então, serão as barras mesmo.

    "Um tamanho legal você não encontra por menos de R$ 60, tá muito caro. A gente sempre faz uma troca, um dá chocolate para o outro. Dessa vez, vai continuar tendo, mas vai ser com as barras mesmo. Compensa muito mais porque eu posso até comprar três ou quatro de diferentes sabores. O que vale é o afeto", afirma o estudante.

    Educador financeiro, Raphael Carneiro afirma que a opção de João faz sentido para quem quer economizar sem perder o costume de fazer um gesto carinhoso na data. Além disso, especificamente para quem tem criança em casa, é possível explorar um outro caminho. “Se os ovos da Páscoa são necessários e não pode trocar por algo diferente, vale, por exemplo, fazer em casa e com a criança, montando do jeito que preferir”, orienta.

    Ele destaca ainda o fato de poder 'customizar' os chocolates ao gosto de quem vai comê-los. "Dá para comprar os materiais e ingredientes para deixar com a cara de quem gosta. Você presenteia de uma forma ainda mais especial, adaptada a quem está recebendo", fala ele. Entre as opções, dá para fazer ovo com brigadeiro de colher e opções mais trabalhadas.

    Auge das vendas
    Quem atua com a produção dos ovos de Páscoa mais trabalhados, também chamados de ‘gourmet’, vê a produção aumentar no período. Luana Rodrigues, da Doces da Lua, trabalha com confeitaria ao longo do ano, mas é na época dos ovos de chocolate que ela recebe centenas de encomendas.

    “Trabalho com confeitaria o ano todo, fazendo bolos e doces. Na Páscoa, as vendas crescem em torno de 300%. Apesar de ser um período muito cansativo e que necessita de bastante programação, é o período em que tenho maior rendimento”, explica ela, que, em breve, estará encerrando as encomendas, pois já está atingindo a capacidade de produção. “Até o momento, foram quase 400 produtos vendidos”, diz.

    Guilherme Dietze, economista da Fecomércio-BA, explica o sucesso de vendas afirmando que há um público que sempre demanda o chocolate mais personalizado. Por isso, as vendas sempre são positivas para as empresas menores.

    Para mercados e lojas que trabalham especificamente com chocolate, a máxima se repete. “Os pequenos e microempreendedores que fazem esses ovos mais trabalhados e personalizados têm um perfil de cliente consolidado. Não é a massa que compra, mas há um mercado. É o grande momento do ano para eles, assim como para mercados e lojas que trabalham com esse produto”, afirma.

    No link a seguir, o leitor poderá conferir opções de compra de ovos artesanais sugeridas pelos leitores do CORREIO.

    Para Ingrid Nascimento, da Ingrid Cookies, a situação é bem parecida com a de Luana. Neste ano, a maioria do estoque da empreendedora já tem dono e destino definidos.

    “Os planejamentos e a procura pelos melhores produtos são feitos ano após ano para receber e satisfazer muitos clientes. Já estamos aceitando encomendas para os nosso ovos trufados com cookies e temos disponível para vendas ainda cerca de 20% do nosso estoque preparado para esse período de Semana Santa”, conta.

    Ingrid começou a trabalhar com produtos de páscoa em 2019 porque é praticamente impossível está no ramo da confeitaria e não produzir ovos para o período. Segundo ela, as vendas para esta época são muito lucrativas, competindo diretamente com o Natal.

    "As vendas crescem em 80% agora. Sem dúvidas é uma época muito lucrativa", fala.

    Veja a tabela de preço de ovos e barras:

    Chocolate Galak/Nestlé

    Barra de 80g: R$ 6,89
    Ovo de 185g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 47,99
    Ovo de 185g no Atakarejo: R$ 29,99

    Chocolate Alpino/Nestlé

    Barra de 90g: R$ 7,99
    Ovo de 196g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 43,39
    Ovo de 196g no Atakarejo: R$ 29,99

    Chocolate Dark/Kit Kat

    Barra de 45g: R$ 2,99
    Ovo de 227g no Hiper Ideal/Bom Preço: R$ 46,99
    Ovo de 227g na Americanas : R$ 36,99

    *Preços sujeitos a alterações

  • Com 32 mutações, nova variante do coronavírus pode comprometer imunidade

    Uma nova variante do coronavírus descoberta na África do Sul acendeu o alerta em cientistas devido ao seu alto número de mutações, que podem levar a novas ondas de covid-19. Já foram confirmados 10 casos em três países (Botsuana, África do Sul e Hong Kong) por sequenciamento genético.

    A variante B.1.1.529 tem 32 mutações na proteína spike, a parte do vírus que a maioria das vacinas usa para preparar o sistema imunológico contra a covid-19. As mutações na proteína spike podem afetar a capacidade do vírus de infectar células e se espalhar, mas também dificultar o ataque das células do sistema imunológico sobre o patógeno.

    O virologista do Imperial College London Tom Peacock defendeu que “deve ser muito, muito, monitorado devido a esse perfil horrível de picos”, acrescentando que pode acabar por ser um “aglomerado estranho” que não é muito transmissível. “Espero que seja esse o caso”.

    A médica Meera Chand, microbiologista e diretora da UK Health Security Agency, afirmou que, em parceria com órgãos científicos de todo o mundo, a agência monitora constantemente a situação das variantes de SARS-Cov-2 em nível mundial, à medida que vão surgindo e se desenvolvem.

    “Como é da natureza do vírus sofrer mutações frequentes e aleatórias, não é incomum que surjam pequenos números de casos apresentando novas mutações. Quaisquer variantes que apresentem evidências de propagação são avaliadas rapidamente”, acrescentou ao The Guardian.

    Os cientistas observam a nova variante, em busca de qualquer sinal de que esteja a ganhar força e acabe por se espalhar amplamente. Alguns virologistas da África do Sul já estão preocupados, especialmente devido ao recente aumento de casos em Gauteng, uma área urbana que inclui Pretória e Joanesburgo, onde já foram detectados casos com a variante B.1.1.529.

    Ravi Gupta, professor microbiologista da Universidade de Cambridge, afirmou que o seu trabalho em laboratório revelou duas mutações na B.1.1.529 que aumentam a infecção e reduzem o reconhecimento de anticorpos. “Parece certamente uma preocupação significativa com base nas mutações presentes”, disse.

    “Contudo, uma prioridade chave do vírus desconhecida é a infecciosidade, pois é isso que parece ter impulsionado principalmente a variante Delta. A fuga imune é apenas uma parte da imagem do que pode acontecer”, acrescentou Gupta.

    Já o professor François Balloux, diretor do Instituto de Genética do University College London, considera que o grande número de mutações na variante, aparentemente acumuladas num “único surto”, sugere que pode ter evoluído durante uma infecção crônica em uma pessoa com o sistema imunológico enfraquecido, possivelmente um doente com aids não tratada.

    “É difícil prever o quão transmissível pode ser nesta fase. Por enquanto, deve ser acompanhado de perto e analisado, mas não há razão para demasiada preocupação, a menos que comece a subir de frequência num futuro próximo”, afirmou Balloux.

  • Fiocruz Bahia: Bolsa Família reduziu mortalidade infantil em 16% dos casos

    Mais de 5,2 milhões de crianças morreram antes que pudessem completar cinco anos no Brasil, entre 2006 e 2015. Esse número poderia ser ainda maior caso não houvesse programas de transferência de renda, como Bolsa Família, que ajudou a reduzir em 16% a mortalidade nessa faixa etária.

    Essa é a conclusão do estudo realizado usando métodos estatísticos e big data, no Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). O resultado foi publicado nesta terça-feira (28), na revista PLOS Medicine.

    Os pesquisadores compararam os municípios de alta e baixa renda e entre aqueles onde há bons índices de administração de políticas sociais, assim como crianças nascidas prematuras e de diferentes grupos étnico-raciais.

    Foi feita a observação de mais de 6 milhões de crianças em todo o Brasil e concluiu que quanto mais pobre e melhor a administração do programa no município, maior o seu efeito em reduzir mortalidade de crianças entre 1 e 4 anos.

    De acordo com o estudo, esses pequenos são em maioria crianças que nasceram prematuras, filhas de mulheres negras e que nasceram em lugares em que a faixa de renda foi considerada muito baixa. Ou seja, local de nascimento, raça e prematuridade já determinam o curto tempo de vida dessas crianças.

    Aos mais velhos, está na memória que a mortalidade infantil já estampou muitas matérias na década de 1990. Por causas evitáveis, muitas famílias mais pobres perderam suas crianças. Mas o Brasil reagiu. De lá para cá, até 2018, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos diminuiu 67% por cento, de 52 para 14 mortes por 1000 nascidos vivos. E assim, cumpriu a meta 4 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da Organizações das Nações Unidas (ODS/ONU).

    Ainda assim, entre 2006 e 2015, mais de 5,2 milhões de crianças não completaram essa fase indo a óbito antes.

    Pesquisa realizada na Bahia
    As pesquisadoras associadas ao Cidacs/Fiocruz Bahia, Dandara Ramos e Nívea Bispo, lideram o estudo, e Dandara explica como obteve os resultados. Ela conta que criou um estudo em que comparou dois grupos, os que recebiam o benefícios, e aqueles que estavam em condições semelhantes de pobreza, número de filhos, mas seja por falta de um documento, por preencher o documento de forma inadequada ou porque possuem uma renda de até 20 ou 30 reais a mais não foram contempladas. Comparando os dois, ela pôde avaliar o impacto da transferência de renda.

    “Esse artigo é parte de um grande projeto do Cidacs/Fiocruz Bahia dedicado a avaliar o impacto de políticas sociais na saúde materno-infantil. Aqui, nosso foco foi dedicado ao impacto do PBF na sobrevivência de crianças entre 1 e 4 anos de idade. Para conseguir analisar o impacto do programa foi preciso aplicar o que chamamos de métodos quase-experimentais, com isso conseguimos balancear as diferenças entre os grupos ao ponto de garantir que qualquer diferença na mortalidade das crianças beneficiárias e não beneficiárias fosse resultado do PBF, e não de outras diferenças ou vieses entre esses grupos”, detalha.

    Recorte
    Um recorte importante do estudo foi analisar se o efeito do programa era o mesmo em subgrupos específicos. “O que encontramos foi um efeito maior do programa entre crianças nascidas prematuras, logo mais vulneráveis e sob maior risco de mortalidade, o que indica que receber a renda condicionada e a maior proximidade com os serviços de saúde ocasionada pelo PBF é ainda mais intensa para crianças prematuras que recebem do que aquelas que não recebem o benefício”, destacou Dandara Ramos.

    O mesmo resultado foi encontrado para crianças pretas, dentre as quais o impacto do PBF foi mais intenso do que para a população geral e do que para crianças pretas não beneficiárias. “Um achado muito importante, considerando os conhecidos impactos negativos do racismo na saúde da população negra no Brasil”, lembra a pesquisadora.

    Por anos, a mortalidade infantil foi um problema muito evidente no país, evidenciando desafios para o desenvolvimento e enfrentamentos das iniquidades em saúde – conceito utilizado para definir mortes e doenças evitáveis. Com essa redução, o Brasil segue desde o final dos anos 1990 em um percurso de redução da mortalidade que é, conforme atestam os dados, impulsionado com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

    A inovação por trás do estudo: o Cadastro Único e Big Data
    O Cadastro Único (CadÚnico) é um cadastro populacional para a obtenção de benefícios sociais no Brasil e existe desde 2006. Lá estão informações de mais de 117 milhões de brasileiros. Esses dados foram coletados quando um(a) cidadã (o) busca um benefício social, seja ele o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, e outros 23 programas sociais integravam o cadastro até 2019.

    No Cidacs, esse cadastro é matéria prima para os estudos da Coorte de 100 Milhões de Brasileir@s. Uma Coorte é um conjunto de informações para estudos ao longo do tempo, que em Saúde Coletiva, se denomina estudo longitudinal. Para que a pesquisadora Dandara Ramos pudesse ter acesso a esses dados, o Cidacs conseguiu a concessão do antigo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), e nossos cientistas de dados elaboraram os conjuntos de dados, denominados tecnicamente de datasets, de acordo com as variáveis (informações) que a pesquisa demanda para responder as perguntas.

    Robespierre Pita, criador do primeiro algoritmo de integração do Cidacs, explica o desafio para compor a linha do tempo que serve de eixo para as análises da Coorte não foi pequeno, trata-se do resultado de inúmeras inovações, pois não existe outro estudo com amostra tão robusta. Para cada indivíduo no CadÚnico, existem 200 colunas de informações. Ou seja, entra-se na ordem dos bilhões os registros a serem considerados e é pra isso que se convoca estratégias de big data. “Essas bases são administrativas, ou sejam, não foram feitas para a pesquisa e por isso precisam passar por uma fase de preparação”, explica o pesquisador.

    Os profissionais do Núcleo de Produção de Dados (NPD) têm que lidar com o fato de que a cada nova versão e atualização do Cadastro Único, surgem novas variáveis, novas formas de preenchimento de uma mesma informação. Como criar uma linha contínua quando quantidade de colunas e linhas vão mudando e ganhando nomes diferentes? Foi preciso fazer seleções, excluir, definir o que realmente era importante e assim harmonizar as bases.

    Parece muito técnico? É que para saber se um programa social impacta ou não na incidência de doenças ou mesmo num desfecho como a morte, é necessário fazer esse alinhamento ao longo do tempo. E assim saber contar a história das Donas Marias, dos seus filhos e netos, que ao longo do tempo precisaram de benefícios sociais. E eis que surge um novo desafio: nesse período, o beneficiário pode ter sido empregado e deixou de receber e ficou fora do programa. Portanto, trata-se de uma coorte dinâmica, esses indivíduos se separam, empregam-se, ganham novos filhos, netos, casam-se. “Tudo isso tem que ser considerado em um estudo de observação longitudinal”, explica Pita. As informações são da Ascom Fiocruz Bahia.

     

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