O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (6) que cerca de 8,9 milhões de brasileiros perderam o trabalho durante a pandemia. Segundo o levantamento, trata-se da a maior queda desde que a pesquisa começou a ser realizada no formato atual, em 2012.
Com isso, a taxa de desemprego subiu para 13,3%, alta de 1,1% com relação ao trimestre anterior e a maior para um segundo trimestre desde 2012.
A taxa de subutilização também foi recorde, assim como o número de pessoas desalentadas —aquelas que gostariam de trabalhar mas desistiram de buscar por uma vaga. Os resultados da pesquisa reforçam ainda a percepção de que a pandemia afetou de maneira mais dura trabalhadores menos qualificados e informais.
Conforme o IBGE, no trimestre encerrado em junho, 83,3 milhões de brasileiros tinham trabalho, 9,6% a menos do que nos três primeiros meses do ano. Já entre aqueles fora da força de trabalho atingiu o maior contingente da série, com 77,8 milhões de pessoas, ou 10,5 milhões a mais do que no trimestre anterior.
Em maio, a pesquisa indicou pela primeira vez que mais da metade da população em idade de trabalhar estava sem emprego. Em junho, a situação se agravou: apenas 47,9% dos brasileiros tinham alguma ocupação.
O comércio foi o setor mais afetado, com o fechamento de 2,1 milhões de postos de trabalho. Na construção civil, foram 1,1 milhão a menos. Entre os empregados domésticos, houve 1,3 milhão de demissões.
A categoria alojamento e alimentação também teve redução de 1,3 milhão de pessoas. Neste segmento estão hotéis, restaurantes e os vendedores de comida na rua, por exemplo. O setor de serviços é o único grande setor da economia que ainda não mostrou sinais de retomada.