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Passa de 66 mil o número de pessoas desalojadas e desabrigadas pelas chuvas que atingem Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas desde 1º de julho. Os dados foram contabilizados junto aos governos estaduais. Até esta terça-feira (5), foram confirmadas seis mortes. Há, ainda, outras duas contabilizadas por municípios.

Somente em Alagoas, ao menos 56 municípios decretaram situação de emergência e seis óbitos em decorrência das chuvas. O total de pessoas afetadas passava de 56 mil na noite da segunda (4), sendo 47.651 desalojadas e 8.830 pessoas desabrigadas (veja vídeo acima).

Em Pernambuco, o estado contabilizou pelo menos 33 municípios afetados pelas chuvas, sendo que 22 cidades estão em situação de emergência. Ao todo, há 1.413 desabrigados e 8.318 desalojados, segundo dados divulgados na manhã desta terça.

O governo pernambucano não contabilizou, oficialmente, óbitos devido aos temporais. No entanto, o corpo de um homem de 20 anos foi encontrado nesta terça-feira (5) em Jaqueira, na Mata Sul; e, no domingo (3), um idoso morreu após tentar desentupir bueiros em Iati, no Agreste. Há, ainda, ao menos um homem desaparecido.

Já no Rio Grande do Norte, Natal, Parnamirim, Touros, Ceará-Mirim, Extremoz e São Gonçalo do Amarante decretaram calamidade pública. O governo estadual não divulgou balanço detalhado de desabrigados e desalojados, mas contabilizou aproximadamente 3 mil pessoas afetadas direta ou indiretamente pelas chuvas intensas e recorrentes desde a sexta-feira (1º).

Bahia, Piauí, Maranhão e Paraíba não registraram temporais com desabrigados e desalojados nesse mês de julho.

Ondas de Leste
O inverno, que começou oficialmente em 21 de junho, é um período de chuvas no litoral de parte do Nordeste, mas a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) explicou que há fatores que contribuem para os temporais, como as Ondas de Leste e o La Niña.

As Ondas de Leste, também chamadas de Distúrbios Ondulatórios de Leste, são perturbações no campo de vento e pressão que atuam na faixa tropical do globo terrestre, em área de influência dos ventos alísios, que se deslocam desde a costa da África até o Litoral leste do Brasil.

Na prática, o que ocorre é a formação de nuvens de chuva por causa da circulação de correntes de vento que vêm do continente africano, passam pelo oceano e chegam ao Nordeste do Brasil. Nesse começo de julho, elas afetaram principalmente Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte.

Esse mesmo fenômeno provocou fortes chuvas em diversas cidades de Pernambuco entre o fim de maio e início de junho, ocasionando a morte de 130 pessoas em deslizamentos de barreiras, enchentes e outras ocorrências relacionadas ao temporal.

Fonte:G1

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De acordo com um levantamento feito pela CNN Brasil, sete cidades nordestinas não registraram mortes em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia. Ao todo, 40 municípios em todo o país não contabilizaram óbitos pela doença.

Esse número representa 0,7% do total de 5.570 municípios no Brasil. Desta forma, podemos considerar que mortes pela Covid foram contabilizadas em cerca de 99,3% do território brasileiro.

As sete cidades da região nordeste que não contabilizaram óbitos foram Riachão do Bacamarte, na Paraíba; São Luís do Piauí e Massapê do Piaí, no estado do Piauí; Bodó, Galinhos e Pedra Preta, no Rio Grande do Norte; e Santa Filomena do Maranhão, no estado maranhense.

Ainda baseado no levantamento feito pela CNN, todos os municípios brasileiros já confirmaram pelo menos uma infecção do vírus.

Os outros estados que possuem cidades que ainda não registraram mortes pela doença são: São Paulo (1), Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (5), Santa Catarina (2), Paraná (1), Goiás (2), Mato Grosso (1), Distrito Federal (1) e Tocantins (4).

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No ano de 2020, 237 pessoas LGBT+ tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia, segundo relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), agora em parceria com o grupo Acontece Artes e Política LGBTI+, de Florianópolis. Dos casos, foram contabilizadas 224 homicídios e 13 suicídios.

É a primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada, em 1980, que travestis ultrapassaram os gays em número de mortes: 161 travestis e trans (70%), 51 gays (22%) 10 lésbicas (5%), 3 homens trans (1%), 3 bissexuais (1%) e finalmente 2 heterossexuais confundidos com gays (0,4%).

Houve uma redução das mortes violentas de 28%, segundo os dados do GGB. O recorde da série histórica é de 2017, quando houve 445 mortes violentas de pessoas LGBT+. Em 2019, foram 329 mortes registradas.

Segundo o prof. Luiz Mott, fundador do GGB, os LGBT+ estão mais cautelosos por conta de um aumento de ódio no discurso, relacionado por ele à presidência de Jair Bolsonaro (sem partido). Ela credita que "o persistente discurso homofóbico do Presidente da República e sobretudo as mensagens aterrorizantes dos 'bolsominions' nas redes sociais no dia a dia" levaram "a se acautelar mais, evitando situações de risco de ser a próxima vítima, exatamente como ocorreu quando da epidemia da Aids e a adoção de sexo seguro por parte dessa mesma população.”

Distribuição geográfica
Em números absolutos, o Nordeste ocupa o primeiro lugar em número de mortes com 113 casos, seguido do Sudeste com 66, Norte e Sul com 20 mortes cada e o Centro-Oeste, 18 mortes. Em termos relativos, isto é, número de mortes por um milhão de habitantes, a média nacional foi 1,28 mortes. O maior índice de violência foi registrado também no Nordeste, 2,12; Centro Oeste, 1,28; Norte, 1,26; Sudeste, 0,82 e Sul, 0,78.

Fortaleza é a capital considerada mais homotransfóbica em 2020. Teve 20 LGBT+mortos, o dobro de São Paulo, que é cinco vezes mais populosa. O GGB destaca os números também de Natal, com mesma quantidade de mortes que Salvador (5), uma cidade com dois milhões a mais de habitantes.

Alagoas desponta como o estado mais violento do Nordeste e do Brasil, acumulando 4,8 mortes para cada um milhão de habitantes, seguido por Roraima no Norte, com 4,4; no Centro Oeste, Mato Grosso, com 1,97; Minas Gerais no Sudeste, com 0,96 e no Sul, o líder dos assassinatos foi Santa Catarina com 0,8 mortes. O risco de uma pessoas LGBT+ ser assassinada em Alagoas é 6 vezes maior do que em Santa Catarina.

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Na Bahia, a BR-116 é conhecida pelo tráfego intenso de caminhões. Já na BR-101, o fluxo é bem maior com os veículos de passeio. Mas nos trechos dessas duas rodovias federais que cortam o estado circulam mais do que uma simples carga ou viajantes comuns. Elas são os acessos mais importantes para a entrada das armas que chegam às facções baianas e também colocam o estado como a principal rota do contrabando de armas nas regiões Norte e Nordeste do país.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no ano passado, só de pistolas, foram 5.918 unidades apreendidas. Parte das armas que chegam à Bahia cruza a BR-116, que corta mais a região do semiárido, e a BR-101, no litoral do estado. “As apreensões nessas duas rodovias somam mais da metade das ocorrências da PRF. O volume de apreensão na Bahia supera outros estados que também são rotas do contrabando, como Goiás e Tocantins, de grande extensão territorial”, declarou o chefe do Comando de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia, o inspetor Jader Ribeiro.

Ele disse ainda que essas armas são enviadas à Bahia pelas duas maiores organizações criminosas do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), para alimentar a disputa entre as facções baianas. São fuzis, granadas e pistolas com mira laser. Desde o início do ano passado, o CV vem alimentando belicamente sua filial na Bahia, o Comando da Paz, para fazer frente à arquirrival Bonde do Maluco (BDM), ligada ao PCC.

“Nos dois últimos anos, colocamos equipes exclusivas para combater esse tipo de crime, além do uso de operações temáticas em períodos especiais, as abordagens rotineiras e o estreitamento com outras forças de segurança, como a Polícia Civil e a Polícia Federal”, declarou o chefe do Comando de Operações Especiais da PRF no estado.

As BRs 116 e 101 seguem o sentido sul-norte e norte- sul e são mais bem estruturadas. Por isso, têm melhores condições de tráfego. Além disso, ligam municípios importantes. “A BR-101 corta cidades como Itabuna, Eunápolis e dá acesso à Porto Seguro. A BR-116 corta a cidade de Vitória da Conquista, Jequié, Feira de Santana, cidades mais importantes economicamente e onde essas armas são distribuídas”, disse o inspetor.

As armas contrabandeadas trazidas a Salvador trafegam antes pelas BRs 101 ou 116 para depois chegar à BR-324, que liga Salvador a Feira de Santana. “Tem outros desvios que podem ser feitos por rodovias estaduais, mas para acessar a BR-324, tem que passar pela 101 ou 116 quase que obrigatoriamente”, pontuou Ribeiro.

Quem sai de São Paulo e do Rio de Janeiro e quer chegar até Recife e Fortaleza e em outros estados do Nordeste, tem que passar pela Bahia, pois, devido a sua extensão, dá acesso dos estados da região para o sul do país. E é por isso que a BR-101 e BR-116 são também rota do tráfico internacional para abastecer outros estados que compõem o Nordeste. A Bahia faz divisa com os estados de Pernambuco e Piauí, ao norte; com o Tocantins, a oeste; com Goiás, a sudeste; Minas Gerais, ao sul; Espírito Santo, a sudeste; e Sergipe e Alagoas, a nordeste.

“Os criminosos que vêm do Rio de Janeiro, São Paulo, que são os grandes mercados distribuidores tanto de armas quanto de drogas, eles têm que rodar pela Bahia, por isso que em algumas apreensões que são feitas aqui no estado tem o destino final das mercadorias Recife, Fortaleza, Natal”, explicou Ribeiro. Pela Bahia também são enviadas armas para a região Norte do país. Entre o Pará, que é o segundo maior estado da região, e o Sudeste, muitos veículos passam pelas rodovias baianas.

Esconderijo
As armas que chegam à Bahia são escondidas nos veículos pelas organizações criminosas. “Geralmente, os veículos são preparados por grupos em São Paulo. Lá tem quadrilhas especializadas que criam receptáculos dentro dos veículos de cargas e passeio. Quando são armas longas, são desmontadas, e as peças são acondicionadas dentro do chassi, para-choque, carroceria e tanque de combustível”, contou o inspetor Jader Ribeiro, da PRF.

Ele disse que os criminosos optam para esconder as armas em caminhões. “Se for veículo de carga, escondem dentro das mercadorias. Eles gostam muito de esconder dentro de transporte de grãos porque é muito difícil a fiscalização encontrar. Muitas vezes, você tem que descarregar uma carga de 10, 20 toneladas, para achar uma mercadoria dessas escondida. Tudo para dificultar a fiscalização”, explicou Ribeiro.

Publicado em Polícia

Os nove estados do Nordeste, liderados pela Bahia, acertaram os termos de compra de 25 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Resta apenas assinar o contrato com o Fundo Soberano Russo, que desenvolveu e distribui o produto. As informações são da Folha de S.Paulo.

As doses seriam importadas da Rússia, mas é importante lembrar que a vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governador Rui Costa tem atacado a postura do órgão, o qual acusa de "insensibilidade" diante do agravamento da crise sanitária.

“Fico indignado com a falta de sensibilidade da Anvisa e do Governo Federal. Hoje tenho 300 pessoas aguardando regulação para leitos de UTI. Nos últimos 15 dias abrimos 300 leitos e estes foram ocupados em sua integralidade. Estou com pessoas pedindo desesperadamente um leito de UTI, enquanto isso, temos que lidar com a absoluta insensibilidade de um presidente da República fazendo gracinha e enviando mensagens para sua tropa de choque atacar governadores e prefeitos”, desabafou nessa terça o governador baiano, durante reunião virtual com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e outros governadores. Rui pediu ajuda dos parlamentares para agilizar o trâmite da liberação de compras das vacinas pelos estados.

Nesta quarta, em entrevista a canais de TV locais, o governador voltou a criticar a Anvisa e o governo federal pela postura diante da falta de celeridade na aprovação.

Abril a julho
Em tese, as primeiras doses chegariam em abril e seriam todas entregues até julho - o laboratório brasileiro União Química também vai produzir o imunizante, o que será objeto de outro contrato com os governadores.

À Folha, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), informou que as doses da Sputnik serão entregues para o Programa Nacional de Imunização. Dias é o coordenador da seção de vacinação do Fórum de governadores.

Alguns governadores de fora da região, porém, pensam em usar as doses em seus próprios estados caso o governo federal não consiga cumprir seus prazos de vacinação, conforme a Folha apurou junto a três governos das regiões Sul e Centro-Oeste. O Ceará estuda como proceder.

Dias conta também que, nessa terça-feira (2), a União Química prometeu aos governadores tomar providências para obter aprovação da Sputnik na Anvisa. Até segunda-feira, o laboratório apresentaria aos governadores o cronograma de produção e entrega do produto.

Vacina do Butantan
Segundo Dias, os governadores também pediram uma “proposta firme de entrega” de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, da chinesa Sinovac.

A intenção é comprar do instituto paulista mais 30 milhões de doses. Outras vacinas em vista estão “em espera”: não é possível negociar enquanto o governo federal não chega a um acordo com Pfizer, Janssen e Moderna.

Nesta semana, o Congresso aprovou a lei que também autoriza estados, Distrito Federal e municípios a “assumir os riscos referentes à responsabilidade civil” pelos efeitos adversos das vacinas” e a compra dos produtos, sob certas condições.

A responsabilidade pelos riscos pós-vacinação vem sendo um empecilho na compra de vacinas como a produzida pela Pfizer. Na prática, trata-se mesmo de uma autorização para a compra de vacinas por outros governos que não o federal - e também por empresas.

Publicado em Saúde

Os governadores do Nordeste assinaram uma carta em que se colocaram contra o fim do gasto mínimo para saúde e educação. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (24) e assinado pelos gestores dos nove estados da região. A proposta de cortar o piso para as áreas é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O fim do gasto mínimo está previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. O documento foi elaborado pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC) e está alinhado com os posicionamentos da equipe econômica do governo federal.

Também nesta quarta, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou uma nota contra a medida. Para a entidade, a aprovação da PEC Emergencial “causará uma pressão enorme sobre os Municípios e trará impactos preocupantes à sociedade brasileira”.

“Caso aprovada a mudança, os Municípios terão de ampliar o comprometimento da receita com as despesas de educação e saúde. Isso porque, hoje, mais de 95% dos Municípios já aplicam muito acima do mínimo constitucional em ambas as áreas, em razão da demanda que recebem na ponta da execução dessas políticas públicas”, completou.

Publicado em Política

A Bahia é o segundo estado do país que mais vacinou contra covid-19 até o momento, atrás apenas de São Paulo, e é proporcionalmente também o segundo que mais vacinou sua população (0,53% já recebeu a primeira dose de imunizante). Os dados são do consórcio de empresa e contabilizam informações sobre vacinados em 15 estados e no Distrito Federal até às 20h do domingo (24).

Desde 17 de janeiro, 580.806 pessoas foram vacinadas no Brasil, somando os imunizados de Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, DF, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Isso equivale a apenas 0,27% da população brasileira e 9,68% das doses distribuídas aos estados.

Os dados de doses e pessoas vacinadas foram coletados com os governos estaduais, segundo o consórcio. A estimativa da população é de acordo com o IBGE.

São Paulo é o estado que mais vacinou em números totais. Já levando em conta o percentual da população imunizada, o Rio Grande do Sul, terceiro em números totais, lidera.


Veja os dados por estado, com o percentual da população de cada um que foi imunizada:

AL: 16.409 (0,49%)
AP: 3.231 (0,37%)
BA: 78.586 (0,53%)
CE: 33.689 (0,37%)
DF: 15.134 (0,5%)
ES: 9.797 (0,24%)
MA: 21.491 (0,3%)
MS: 16.775 (0,6%)
PB: 423 (0,01%)
PE: 34.336 (0,36%)
PI: 12.985 (0,4%)
PR: 57.200 (0,5%)
RJ: 58.465 (0,34%)
RN: 15.531 (0,44%)
RS: 76.260 (0,67%)
SP: 130.494 (0,28%)

Publicado em Saúde

Uma pesquisa realizada em novembro desse ano, por uma das maiores empresas de serviço do mundo, a Delloite, mostrou que apesar da crise desencadeada pela pandemia, existe uma expectativa de que, no próximo ano, haja uma ampliação no quadro de contratações da ordem de 44% em empresas brasileiras e nordestinas, em 36 segmentos diferentes.

As aberturas de novas vagas no mercado de trabalho seriam reflexo da curva de recuperação, que faria uma recomposição dos postos de trabalho perdidos na crise. Apesar do estudo apontar para um cenário melhor, as incertezas em relação à economia ainda são muitas, especialmente, com o fim do auxílio emergencial, em janeiro. A perspectiva é que a taxa de desemprego suba de 13,1% para perto de 17% em 2021.

O presidente da seccional local da Associação Brasileira de Recursos Humanos(ABRH) Wladimir Martins acredita que ainda é cedo para definir cenários futuros no mercado de trabalho em virtude das inúmeras instabilidades, no entanto, reconhece que algumas áreas despontaram nesse período. “Com a perspectiva da vacina e se não houver novas situações de fechamento, acredito que 2021 será um pouco mais promissor, mas acredito que crescimento real só em 2022”, afirma.

A diretora de Operações na Região Nordeste da Consultoria LHH, Mariângela Shoenacker afirma que o mercado de trabalho foi afetado em todas as cadeias de produção, mas tanto o impacto como a recuperação ocorreram em níveis diferentes para cada área. “Frente a um cenário de incertezas macroeconômicas e de mercado, as empresas demostram de acordo com a pesquisa da Deloitte, um apetite moderado das empresas por investimentos em produção e crescimento orgânico em 2021”, diz a representante da LHH. Ela destaca que a formação de pessoas para conduzir essas mudanças de modelo de negócios e tecnologia é considerada prioritária para grande parte das empresas pesquisadas em 2021.

Áreas em crescimento

Mariângela salienta que, por conta do isolamento imposto, houve necessidade das empresas adotarem canais de venda online e modelos de trabalho remoto para promoverem a continuidade de seus negócios. “Com isto, a necessidade de ampliar os investimentos em tecnologia para suportar essas transições e, consequentemente, em segurança digital para garantir a conformidade da gestão de dados”.

Com uma postura parecida, o presidente Global da LHH Ranjit de Sousa diz que a falta de atenção dada aos funcionários cria uma série de desafios. “As pessoas são, literalmente, a força vital de uma economia. Se as pessoas estiverem otimistas em relação a seus empregos e suas vidas, podem levar os negócios a novos patamares e energizar economias inteiras com suas decisões de compra”, defende. Para ele, é necessário que as empresas e organizações engajem e dêem segurança aos seus colaboradores quanto ao futuro. “Essa é fundamental para a empresa ter sucesso”, acredita.

O representante da ABRH acredita que, mesmo com os ajustes tradicionais do fim de um ano e início de outro, ainda haverá uma tendência alta de desemprego, pois muitos segmentos ainda não conseguiram se reorganizar para voltar a produzir. “A área de logística, por exemplo, teve uma explosão de crescimento muito significativo nesse período, especialmente porque, no Brasil, havia uma defasagem quando comparada aos outros países”, diz. Martins lembra que os setores de saúde e construção civil passaram por 2020 sem crises e com possibilidades de crescerem no próximo ano.

Martins também destaca a área financeira como um mercado potencial para o próximo ano. “Os setores que precisarão de profissionais qualificados e prontos para entrarem em cena são justamente os que lidam com finanças, segurança da informação, inclusive para atender as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados, e a área de recursos humanos, que precisarão estar prontos para atuarem com a terceira onda da Covid-19, que se caracterizará pelas sequelas físicas e psicológicas advindas da pandemia”, esclarece.

Novos cenários

Mariângela Shoenacker acredita que, em decorrência da maior adoção do home office, existe a tendência de os profissionais poderem buscar oportunidades que estão além das suas cidades e até do próprio país. “Há uma tendência que as equipes no futuro possam trabalhar de forma colaborativa de locais totalmente distantes fisicamente. Isso aumenta as possibilidades de um profissional bem adaptado ao mundo digital de encontrar uma vaga, mas, ao mesmo tempo, pode aumentar a concorrência por profissionais já que, de uma hora para outra, a concorrência passa de local para ser global”, pontua.

Para a especialista, dentro desse novo cenário de empregabilidade, uma qualidade muito necessária é a adaptabilidade. “O mercado ainda precisa encarar seus profissionais como mais do que uma coleção de habilidades. O trabalhador que vai se destacar no futuro será aquele capaz de aprender e aplicar diferentes habilidades, adotar novos modos de pensar e ajudar na criação de culturas”, esclarece.

A diretora da LHH salienta que, para ter sucesso neste contexto de mudanças, além de ter uma boa alfabetização digital (saber pilotar ferramentas tecnológicas para melhorar o seu desempenho, seja presencial ou remotamente), os profissionais devem ter desenvolvido as competências socioemocionais, em especial a capacidade de adaptação, de inovação, agilidade de aprendizagem, pensamento crítico, comunicação e inteligência emocional.

O representante da ABRH acredita que, mesmo com os ajustes tradicionais do fim de um ano e início de outro, ainda haverá uma tendência alta de desemprego, pois muitos segmentos ainda não conseguiram se reorganizar para voltar a produzir. “A área de logística, por exemplo, teve uma explosão de crescimento muito significativo nesse período, especialmente porque, no Brasil, havia uma defasagem quando comparada ao outros países”, diz. Martins lembra que os setores de saúde e construção civil passaram por 2020 sem crises e com possibilidades de crescerem no próximo ano.

O presidente da ABRH diz que quem deseja se recolocar não deve ficar sentado esperando as oportunidades, mas que é preciso buscar o autoconhecimento e a requalificação. “Resiliência, flexibilidade, adaptabilidade, inteligência emocional, criatividade serão as outras competências exigidas para esse novo momento”, finaliza Martins.

NÚMEROS DO TRABALHO

• 47% das empresas aumentarão ou manterão equipes em homeoffice.

• 95-96% investiram em Cloud, equipamentos, rede e telecom, serviços de TI Soluções Sistemas, ferramentas, softwares de gestão Gestão de dados Big data, analytics, inteligência artificial.

• 94% manterão ou aumentaram investimentos em Segurança digital

• 84% dos empresários informam que vão investir em 2021 no treinamento e formação de funcionários.

• A pesquisa indica um grande espaço para avanço na adoção de práticas estruturadas e formalizadas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) por parte das empresas, tais como indicadores de gerenciamento de impacto social e relatórios de sustentabilidade.

• A adequação à LGPD é um desafio para empresas, mas deve entrar na pauta das organizações como forte prioridade no próximo ano.


Áreas que estão vencendo a crise

Logística
Saúde
Construção civil
Finanças
Recursos Humanos
Tecnologia
Segurança da informação
Qualidades exigidas do profissional
Perfil colaborativo
Intimidade com o mundo digital
Adaptabilidade
Capacidade de aprendizado
Inovador

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