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Bahia tem quase 650 órfãos de vítimas da covid com até 6 anos

Bahia tem quase 650 órfãos de vítimas da covid com até 6 anos

Ainda é comum escutar que a covid-19 não atinge tanto assim as crianças. Mas, por mais que a maioria esmagadora das quase 27 mil vítimas da doença na Bahia não seja dos pequenos, cada uma dessas mortes representa um impacto em uma família, e, muitas vezes, uma criança que fica sem pai e/ou mãe. Entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro de 2021, ao menos 646 crianças de até seis anos de idade na Bahia ficaram órfãos de um dos pais vítimas da covid-19. O estado ocupa o quinto lugar no ranking nacional de registros absolutos e a 18ª posição se considerados os números a cada 100 mil habitantes (confira a lista completa no final da reportagem).

Das 646 crianças, 21,3% (138) não tinham completado nem ao menos 1 ano. Já 15,6% (101) tinham 1 ano de idade, 16,5% (107) 2 anos de idade, 13,9% (90) 3 anos, 10,2% (66) 4 anos, 11,6% (75) tinham 5 anos e 9,9% (64), 6 anos. Os dados obtidos pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), foram levantados com base no cruzamento entre os CPFs dos pais nos registros de nascimentos e de óbitos feitos nos 685 Cartórios de Registro Civil do estado desde 2015, quando as unidades passaram a emitir o documento diretamente nas certidões de nascimento das crianças recém-nascidas em toda região baiana.

O levantamento aponta ainda que cinco pais faleceram antes mesmo do nascimento de seus filhos, enquanto três crianças, de até seis anos, perderam pai e mãe vítimas da covid-19. Esse é o caso da pequena Agnes, agora com 11 meses. A bisavó, a avó e a mãe dela morreram no intervalo de uma semana. O pai, que ficou internado por cerca de 40 dias, morreu no dia 18 de abril deste ano.

Agnes então ficou sob os cuidados do casal Maiquele e Kelly, que é irmã do pai biológico de Agnes. A bebê chegou com covid-19 e as duas também foram infectadas, mas todas se recuperaram bem. “Desde a hora em que recebemos a notícia do falecimento do pai, em nenhum momento a gente pensou em ver como ficaria a situação, já aceitamos a missão que Deus estava dando para a gente. Já tínhamos o plano de adotar daqui a uns cinco anos, mas não foi no nosso tempo, foi no tempo de Deus. Agnes é o que vem trazendo a nossa alegria diária diante de toda essa tragédia”, conta Maiquele de Jesus, 26 anos.

Mesmo tão pequena, segundo Maiquele, Agnes sente a falta dos pais. “Nas datas de falecimento a gente vê que ela chora, fica de dengo, eu acredito que ela sente. No dia em que a mãe dela faleceu, ela chorou o dia inteiro. Quando passa, ela volta a ser sorridente. Porque Agnes é muito alegre, não é de ficar chorando e abusando, é uma menina de luz, que traz paz diante das turbulências da vida”, acrescenta.

Com o consentimento do avô materno e da avó paterna, o casal entrou com um processo pela guarda de Agnes, que tinha 4 meses na época. A guarda provisória já foi concedida pelo período de um ano e já foi aberto o pedido da guarda definitiva. “Já estamos desde agora deixando a história dela bem aberta em casa. Revelamos fotos que ficam espalhadas aqui para ela ir crescendo e vendo as imagens dos pais. Quando ela tiver o entendimento, vamos sentar e conversar. Temos uma psicóloga que acompanha a família, isso tudo para que não seja um choque para ela”, afirma Maiquele.

Já Luan*, 5 anos, perdeu a mãe, Luana*, que faleceu de covid-19 em maio, aos 40 anos. Ele ficou sob os cuidados do pai, mas quase o perdeu também. A mãe e o pai do menino foram internados no mesmo dia. Ela faleceu uma semana depois, ele teve alta quase três meses depois.

“Os médicos pediam muito que a família orasse por ele, a gente realmente teve medo de que Luan* ficasse sem a mãe e sem o pai”, diz uma amiga de Luana*.

“Foi muito complicado porque o processo de recuperação do pai é lento, ele ainda não está 100%. Felizmente, ele tem uma rede de apoio muito forte formada por familiares e amigos, mas ela era o porto seguro da família”, diz a amiga.

Ela acrescenta outro fator que aumenta os desafios da família: Luan* é autista. “Isso faz com que ele demande mais cuidados. Vem sendo um desafio e ele é acompanhado por um psicólogo”, explica.

A mãe de Luan* e a amiga se conheceram na faculdade de pedagogia e o plano das duas era comemorar os 13 anos de formadas em julho de 2022, vislumbrando o fim da pandemia.

“A gente precisa parar de subestimar a pandemia e entender que ela ainda não acabou. O vírus continua matando, mesmo que de forma desacelerada. Mas a mensagem que eu deixo é para a gente acreditar na ciência, porque a vacina vem salvando muitas vidas. Infelizmente, ela chegou tarde no nosso país, não chegou a tempo de salvar minha amiga, que iria se vacinar na semana em que ela morreu”, finaliza a pedagoga.

Órfãos da covid-19 no Brasil

No Brasil, de 16 de março de 2020 a 24 de setembro de 2021, ao menos 12.211 crianças de até 6 anos de idade ficaram órfãs de um dos pais vítimas da covid-19. Segundo os dados levantados pela Arpen-Brasil, 25,6% dessas crianças que perderam um dos pais não tinham completado 1 ano. Já 18,2% tinham 1 ano de idade, 18,2% 2 anos de idade, 14,5% 3 anos, 11,4% 4 anos, 7,8% tinham 5 anos e 2,5%, 6 anos. Os números mostram ainda que 223 pais faleceram antes do nascimento dos filhos, enquanto 64 crianças até a idade de 6 anos perderam pai e mãe.

O presidente da Arpen-Ba, Daniel Sampaio, explica como os dados foram obtidos. “Nós temos um banco de dados tanto para óbito quanto para nascimento. A partir do número elevado de vítimas da covid-19 aqui no Brasil, decidimos fazer uma análise qualitativa desse banco de dados, cruzando algumas informações, para chamar a atenção da população e mostrar que o impacto vai além do número de mortos em si”.

Desde 2015, uma parceria da ARPEN Brasil com a Receita Federal possibilitou que o número de CPF das crianças fosse gerado por ocasião do registro de nascimento. Os cartórios de registro civil foram habilitados a emitir o CPF gratuitamente e, na emissão da certidão de nascimento, o CPF também é gerado, sendo interligado com o CPF dos genitores. “O que fizemos foi cruzar os CPFs dos genitores das crianças com os CPFs de pessoas que tiveram o óbito por covid-19 registrado nesse período de pandemia”, acrescenta Sampaio.

Desde o ano passado, vem se discutindo a possibilidade do Governo Federal prestar um suporte para as crianças que perderam seus pais para a covid-19. Ao final do seus trabalhos, a CPI da covid deve apresentar uma série de propostas a respeito da pandemia e, entre elas, uma pensão de R$ 1 mil para órfãos de vítimas do coronavírus.

A pensão para órfãos seria paga a qualquer a família que tenha ao menos uma criança ou um adolescente cujo genitor tenha morrido em decorrência da infecção por coronavírus e não tenha contribuído para a Previdência Social. O beneficiário receberia R$ 1 mil por mês até completar 18 anos.

Impacto sobre as crianças

A psicóloga e psicanalista Niliane Brito, da clínica Spazio Psi, destaca que cada criança vai sentir o impacto do luto dos pais de uma maneira diferente, então é preciso individualizar o cuidado e prestar atenção aos sinais que ela dá. “O luto para uma criança A não vai ser o mesmo para uma criança B, mesmo que elas tenham a mesma idade e tenham ambas perdido os pais para a covid. Mas é importante que haja uma despedida. Na covid esse ritual fica comprometido por conta do risco de contaminação, mas é fundamental que seja feito, mesmo que de outras formas”, afirma.

Segundo Niliane, a partir da perda, é comum que a criança perca a referência, ficando sem rumo. “Quando ela perde pai e mãe, por mais que vá para os cuidados de outra pessoa da família, vai ser uma nova configuração, com uma rotina modificada radicalmente”, diz. A partir disso, a criança pode desenvolver comportamentos não saudáveis que servem como sinal de alerta para os responsáveis buscarem o acompanhamento de um psicólogo. “O principal deles é a agressividade, com crianças que mordem ou beliscam. Muitas delas, independente da idade, às vezes não sabem externalizar corretamente suas emoções e o corpo acaba falando por elas”, coloca.

A psicóloga alerta ainda que, se o processo de luto não for corretamente vivido, o indivíduo pode desenvolver ansiedade, gatilhos, dificuldade de confiar nas pessoas e outros transtornos emocionais que terão impactos até a vida adulta. “Às vezes uma criança que perdeu o pai ou a mãe para a covid pode passar a se desesperar a qualquer sinal de doença, assim como pode também acreditar que foi abandonada ou desenvolver uma ansiedade muito grande em relação ao seu futuro”, finaliza.

A reportagem tentou contato com o Conselho Regional de Serviço Social da Bahia (Cress-Ba) para entender o que acontece com uma criança que perde pai e mãe, mas não teve sucesso. A Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-Ba) também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.

Crianças até 6 anos que perderam os pais por covid-19 no Brasil:

Rondônia - 244 órfãos no total; 13,44 órfãos a cada 100 mil habitantes
Goiás - 809 órfãos no total; 11,22 órfãos a cada 100 mil habitantes
Mato Grosso - 378 órfãos no total; 10,59 órfãos a cada 100 mil habitantes
Acre - 99 órfãos no total; 10,91 órfãos a cada 100 mil habitantes
Amapá - 73 órfãos no total; 8,31 órfãos a cada 100 mil habitantes
São Paulo - 3.836 órfãos no total; 8,22 órfãos a cada 100 mil habitantes
Sergipe - 168 órfãos no total; 7,18 órfãos a cada 100 mil habitantes
Santa Catarina - 506 órfãos no total; 6,89 órfãos a cada 100 mil habitantes
Paraíba - 267 órfãos no total; 6,57 órfãos a cada 100 mil habitantes
Paraná - 753 órfãos no total; 6,49 órfãos a cada 100 mil habitantes
Distrito Federal - 199 órfãos no total; 6,43 órfãos a cada 100 mil habitantes
Amazonas - 271 órfãos no total; 6,34 órfãos a cada 100 mil habitantes
Espírito Santo - 258 órfãos no total; 6,27 órfãos a cada 100 mil habitantes
Tocantins - 88 órfãos no total; 5,47 órfãos a cada 100 mil habitantes
Roraima - 91 órfãos no total; 5,01 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio Grande do Sul - 567 órfãos no total; 4,94 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio de Janeiro - 774 órfãos no total; 4,43 órfãos a cada 100 mil habitantes
Bahia - 646 órfãos no total; 4,31 órfãos a cada 100 mil habitantes
Mato Grosso do Sul - 121 órfãos no total; 4,26 órfãos a cada 100 mil habitantes
Ceará - 385 órfãos no total; 4,16 órfãos a cada 100 mil habitantes
Pernambuco - 366 órfãos no total; 3,78 órfãos a cada 100 mil habitantes
Pará - 310 órfãos no total; 3,53 órfãos a cada 100 mil habitantes
Rio Grande do Norte - 112 órfãos no total; 3,14 órfãos a cada 100 mil habitantes
Alagoas - 97 órfãos no total; 2,88 órfãos a cada 100 mil habitantes
Minas Gerais - 579 órfãos no total; 2,70 órfãos a cada 100 mil habitantes
Piauí - 72 órfãos no total; 2,18 órfãos a cada 100 mil habitantes
Maranhão - 142 órfãos no total; 1,98 órfãos a cada 100 mil habitantes

Os Números são da ARPEN e a estimativa populacional do IBGE, divulgada em agosto deste ano


**Nomes trocados para preservar a privacidade das fontes

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    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

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    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

  • Americanas abre quase 400 vagas temporárias na Bahia para a Páscoa

    A Americanas está recrutando funcionários para vagas temporárias na Páscoa. Do total, 393 vagas são para atuação em lojas da Bahia. Em todo o país, a empresa abriu mais de 6 mil vagas para o período, para o cargo de operador de loja.

    As vagas da Bahia estão distribuídas nas cidades de Salvador, Alagoinhas, Amargosa, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Cachoeira, Caetité, Camacan, Camaçari, Camamu, Campo Formoso, Candeias, Catu, Conceição do Coité, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Dias D'ávila, Entre Rios, Esplanada, Euclides da Cunha, Eunápolis, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ibotirama, Iguaí, Ilhéus, Ipiaú, Ipirá, Irará, Irecê, Itaberaba, Itabuna, Itamaraju, Itaparica, Itapetinga, Jacobina, Jaguaquara, Jequié, Juazeiro, Lauro De Freitas, Livramento Nossa Senhora, Luís Eduardo Magalhães, Maraú, Mata De São João, Monte Santo, Nova Pojuca, Nova Viçosa, Paulo Afonso, Porto Seguro, Presidente Tancredo Neves, Queimadas, Remanso, Ribeira do Pombal, São Gonçalo dos Campos, Santa Luz, Santa Maria da Vitória, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Santo Estevão, Seabra, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Santa Cruz de Cabrália, Teixeira de Freitas, Tucano, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Vitória da Conquista.

    O perfil procurado pela empresa é de pessoas com idade a partir de 18 anos, ensino médio completo e perfil dinâmico, ágil e resiliente para atuar como operador de loja. Entre as atividades estão o atendimento ao cliente, operação de caixa, organização de itens nas gôndolas, parreiras de ovos de Páscoa e suporte à operação de retirada, na loja, de pedidos feitos pelo site e app da Americanas.

    As oportunidades não exigem experiência prévia e os interessados devem ter disponibilidade para trabalhar entre fevereiro e abril.

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