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Cientistas calculam: Bahia só imunizará toda população em novembro de 2023

Cientistas calculam: Bahia só imunizará toda população em novembro de 2023

Se o ritmo da vacinação permanecer como está agora, a Bahia só vai conseguir imunizar sua população em 23 de novembro de 2023. Já Salvador, apontada como modelo para outras cidades, como Fortaleza, por exemplo, terminará o esquema vacinal dos seus habitantes em 29 de maio de 2022. Isso, pelo menos, é o que projeta o Painel de Vacinação da Covid-19, sistema criado por cientistas de diversas universidades brasileiras que fazem parte do grupo ModCovid19.

Os pesquisadores criaram um modelo matemático que fornece previsões de quando a vacinação será concluída em cada município brasileiro. O cálculo é feito com base no ritmo de vacinação da segunda dose nos últimos 30 dias em cada cidade. Isso significa que quanto mais doses forem aplicadas, mais rápido vai ser o fim da imunização da população. No entanto, nessa atual realidade de 'vacinação a conta-gotas', devido aos constantes atrasos no envio de doses pelo Ministério da Saúde, as previsões dos cientistas não são nada positivas.

Há duas semanas, por exemplo, a projeção do grupo era bem mais positiva: a Bahia iria terminar a imunização em agosto de 2022 e Salvador em janeiro de 2022. O problema é que, nesses 15 dias, o ritmo de aplicação da segunda dose diminuiu em 50% a nivel estadual (De 16 mil segundas doses por dia para 8 mil) e 33% a nível municipal (De 5,7 mil segundas doses por dia para 3,8 mil), segundo os cientistas.

Quando uma cidade passa a aplicar poucas segundas doses, o ritmo de vacinação despenca e a projeção do fim da imunização é bastante aumentada. Esse é o caso de Porto Seguro, de 150 mil habitantes, localizado no sul da Bahia. Lá, apenas 14 segundas doses estão sendo aplicadas por dia, o que jogou a data final de imunização para 25 de junho de 2036. Essa data estipulada representa o momento em que 80% da população maior com 20 anos daquele território estará vacinada com as duas doses.

Os números assustam, mas o professor Krerley Oliveira, coordenador do estudo e do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), alerta que a previsão não é uma sentença e que ela vai mudar assim que o município aumentar seu ritmo de vacinação.

“Essa data é muito sensível a oferta de vacinas. No momento que você tem doses e insumos, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem estrutura e capacidade de vacinar rapidamente a população. É uma previsão que pode mudar a qualquer momento”, diz.

No caso da Bahia, que tem 14,9 milhões de habitantes, o ritmo de vacinação é de 16 mil segundas doses por dia. Já Salvador, onde moram 2,9 milhões de pessoas, são aplicadas 5,7 mil segundas doses por dia. Das 20 maiores cidades do estado, a capital baiana é a que tem uma melhor previsão de vacinação, seguida por Jequié, Lauro de Freitas, Teixeira de Freitas e Ilhéus. Na outra ponta, Porto Seguro, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Valença e Itabuna são os que estão em situação mais complicada. Confira a lista completa no final do texto.

Nesse ritmo de vacinação, entre as capitais brasileiras, Salvador tem a sétima melhor previsão de término da vacinação. A cidade perde apenas para Natal, Belo Horizonte, Manaus, Vitória, Porto Alegre e Campo Grande, municípios com menos habitante do que a capital baiana. Campo Grande, inclusive, tem uma população de 900 mil pessoas e é a única que, segundo os cientistas, pode terminar de imunizar a população ainda em 2021, mais especificamente no dia 21 de dezembro.

Já a nível estadual, mesmo sendo o quarto maior estado em população, a Bahia é apenas o 16º com melhor previsão de vacinação, atrás de estados menores como Acre, Mato Grosso e Alagoas, e dos outros três maiores: São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro.

Pelo menos 70% da população tem que estar vacinada, alerta Sbim
Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), a vacina para covid-19 é importante para reduzir a mortalidade causada pelo vírus, manter o funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e os serviços essenciais. Mas para que isso faça efeito, considerando a transmissibilidade da doença, é preciso que cerca de 70% da população esteja imunizada. Esse índice, de acordo com os cálculos do Painel de Vacinação da Covid-19, vai demorar para ser atingido.

“O mais importante agora é vacinar as prioridades. Nos preocupa o fato dos idosos não completarem o sistema de vacinação. Tem muitos que não tomaram a segunda dose e outros até a primeira. As vezes tem cidades onde a vacinação tá evoluindo bem, mas não na faixa etária dos que são mesmo mais necessitados”, lamenta Krerley.

Para o professor, o trabalho feito pelo grupo pode ser utilizado pelos agentes públicos e cidadãos como um instrumento para analisar o avanço da vacinação no país. Dentro da plataforma, também é possível conferir detalhes sobre doses aplicadas por dia, doses aplicadas com atraso, demanda diária por vacinas, vacinação precoce e abandono da vacinação. Também é possível optar por ver os dados totais do país – no dia do fechamento desta reportagem, por exemplo, a previsão era de que a vacinação fosse completada em 9 de setembro de 2022.

Os dados utilizados pelo grupo foram extraídos do Ministério da Saúde. Antes de começar os cálculos, eles descartam os números inconsistentes, como de vacinados que teriam nascido no século XIX, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e até recebido a vacina antes de 2021. Mesmo com toda a ‘limpeza’ feita, é possível que ainda haja alguma imprecisão causada pela demora na atualização dos dados, por exemplo.

“Tem informações que são enviadas pelo município com atraso e pode ter mudanças que vão ocorrendo ao longo do dia. Nos números de hoje, pode estar faltando dados de ontem ou anteontem. Por isso, não é algo definitivo. Estamos sempre atualizando”, explica.

Brasil vive escassez de vacina
Para os pesquisadores, a pouca quantidade de vacina existente no Brasil é a principal razão para o baixo ritmo de vacinação e, consequentemente, para a previsão pessimista de quando a imunização será encerrada na Bahia. “A gente precisa de mais vacina, precisamos completar a imunização dos prioritários de campanhas para influenciar as pessoas a se vacinarem. Só assim poderemos nos livrar da pandemia e de suas consequências econômicas e sanitárias, como desemprego, mortes e surgimento de variantes”, defende o professor Krerley.

A Sesab concorda com isso e, diante desse cenário, não se arrisca a fazer alguma projeção. “Cabe ao Ministério da Saúde enviar doses em quantitativo suficiente e manter regularidade nas entregas para que seja possível essa programação com assertividade. No momento, não é adequado fazer previsões com base em entregas realizadas a conta-gotas por parte do Governo Federal”, disseram, em nota.

De acordo com o último censo, ocorrido em 2010, a estimativa populacional do estado com 18 anos ou mais é de 11,1 milhões de habitantes. No momento, a Bahia já imunizou 3,8 milhões de pessoas com a primeira dose, o que equivale a 34,1% da população vacinável, e 1,6 milhões com as duas doses, o que representa 14,2%.

Já em Salvador, que começará a vacinar todas as pessoas com 52 anos ou mais a partir dessa quinta-feira (10), o prefeito Bruno Reis disse que pretende imunizar 50% do público alvo ainda no mês de junho com a primeira dose. Atualmente, a cidade está com 42% alcançado de um total de 1,978 milhão de pessoas acima de 18 anos.

Ministério da Saúde argumenta que escassez de vacina é realidade mundial
Em nota, o Ministério da Saúde disse que a escassez de vacinas é uma realidade mundial e ressaltou que a distribuição de doses aos estados é estimada de acordo com as previsões de entrega dos laboratórios. “Existem, ainda, variáveis que não dependem do Ministério, como a aprovação de vacinas pela Anvisa, a velocidade de produção dos fabricantes e a importação dos imunizantes e dos insumos para a sua produção”, afirmaram.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, em maio, um segundo contrato foi assinado para garantir 100 milhões de doses adicionais das vacinas Pfizer/BioNTech para o Brasil, que devem chegar no país entre setembro e dezembro de 2021. O Brasil também aguarda 3 milhões de doses da vacina da Janssen, cujo prazo de validade é 27 de junho, mas que ainda não tem data de chegada em solo nacional.

Com essas doses, a expectativa das autoridades de saúde é que o ritmo de vacinação seja acelerado e, consequentemente, a previsão dos cientistas melhore ao longo de 2021. O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, por exemplo, admitiu em depoimento à CPI da Covid que ainda não há vacina suficiente para imunizar toda população até o fim do ano. Mesmo assim, ele repetiu a promessa de que todos os brasileiros acima de 18 anos serão vacinados ainda em 2021.

A Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), o Instituto Butantan, que produz no Brasil a vacina CoronaVac, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina de Oxford/AstraZeneca, foram procuradas, mas não responderam até o fechamento do texto.

Ministério da Saúde reduz pela 3ª semana seguida chegada de vacinas contra covid-19
O Ministério da Saúde reduziu, pela terceira semana seguida, a previsão de entrega de vacinas contra a covid-19 para o mês de junho. Em 19 de maio, segundo o Estadão, contava-se com 52,2 milhões de vacinas a serem distribuídas em todo território nacional. Nesta semana, a contabilidade está em 37,9 milhões, uma redução de 27%. As estimativas são atualizadas semanalmente.

Desde quando o governo federal começou a fazer previsões das entregas de vacinas, em fevereiro de 2021, os números precisaram ser constantemente atualizados e reduzidos. Inicialmente, em fevereiro eram previstas 12,3 milhões de doses de CoronaVac e AstraZeneca. Foram entregues apenas 6,9 milhões de ampolas.

Nos meses seguintes, o mesmo problema aconteceu. Em março foram entregues apenas 23,6 milhões de vacinas, quando o previsto inicialmente era de 38,8 milhões. Abril e maio não foram diferentes: 59,4 milhões de doses foram distribuídas nesses dois meses, sendo que o que tinha sido planejado era 77,8 milhões de doses.

Parte desse atraso tem relação com a dificuldade de produção dos imunizantes em solo nacional devido à falta de insumos, principalmente o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Esse produto é importado da China. O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, culpou o governo federal pelo atraso, devido as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em ataque ao país asiático. No mês passado, por exemplo, Bolsonaro sugeriu que a China fazia guerra química com a covid.

Para o mês de julho, a previsão mais atualizada do governo federal é entregar 35 milhões de doses de vacina. Já em agosto e setembro de 2021, serão 141 milhões de ampolas distribuídas em todo o país.

Entenda como são feitas as estimativas dos cientistas de quando a vacinação vai terminar:
1) Pesquisadores coletam os números de vacinação de cada cidade brasileira através do banco de dados do Ministério da Saúde.

2) É feito uma limpeza nos dados, ou seja, há um descarte nos números que são inconsistentes, aqueles que são cadastrados com algum erro no sistema federal. Por exemplo: vacinados que teriam nascido no século XIX, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e até recebido a vacina antes de 2021.

3) Com os dados em mãos, o grupo calcula a velocidade de aplicação das segundas doses nos últimos 30 dias, em cada cidade brasileira. O resultado disso é chamado de “ritmo da vacinação”. Esse é o fator chave do modelo matemático criado pelos cientistas.

4) Com base no ritmo da vacinação, os cientistas desenvolveram um modelo matemático que calcula quando 80% da população com 20 anos ou mais terá tomado as duas doses da vacina contra a covid. A data alcançada é considerada como o fim da vacinação.

5) Periodicamente, com a chegada de novas vacinas, o aumento ou a diminuição do ritmo de vacinação e outros critérios que impactam na aplicação do imunizante, os cálculos são atualizados e a data do fim da vacinação pode aumentar ou diminuir. Quanto maior o ritmo da vacinação, menos tempo o país levará para concluir a imunização da população.

Confira a previsão para o fim da vacinação no Brasil, Bahia e nas 20 maiores cidades do estado:

Brasil:
Previsão do fim da vacinação: 09/06/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 403.717 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 137.796 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 51.846.929 (24,48%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 23.418.325 (11,06%)

Bahia:
Previsão do fim da vacinação: 23/11/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 24.821 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 7.934 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 3.813.754 (25,54%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 1.585.252 (10,62%)

Salvador:
Previsão do fim da vacinação: 29/05/2022
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 7.361 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 3.837 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 866.897 (30,03%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 375.647 (13,01%)

Feira de Santana:
Previsão do fim da vacinação: 12/03/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 1.543 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 218 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 148.404 (23,95%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 64.080 (10,34%)

Vitória da Conquista:
Previsão do fim da vacinação: 20/01/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 244 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 125 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 87.867 (25,76%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 34.073 (9,99%)

Camaçari:
Previsão do fim da vacinação: 31/08/2026
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 324 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 80 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 54.247 (17,83%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 18.647 (6,13%)

Juazeiro:
Previsão do fim da vacinação: 09/01/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 189 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose 79 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 40.917 (18,76%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 18.608 (8,53%)

Itabuna:
Previsão do fim da vacinação: 22/01/2027
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 132 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 54 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 51.941 (24,31%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 22.367 (10,47%)

Lauro de Freitas:
Previsão do fim da vacinação: 21/01/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 499 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 166 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 50.777 (25,18%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 21.288 (10,56%)

Teixeira de Freitas:
Previsão do fim da vacinação: 22/04/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 125 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 113 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 27.548 (15,11%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 11.060 (6,81%)

Ilhéus:
Previsão do fim da vacinação: 11/08/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 165 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 100 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 57.760 (36,12%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 24.319 (15,21%)

Barreiras:
Previsão do fim da vacinação: 11/02/2026
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 154 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 45 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 31.635 (20,15%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 12.580 (8,01%)

Jequié:
Previsão do fim da vacinação: 08/10/2022
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 279 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 146 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 46.603 (29,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 23.647 (15,15%)

Alagoinhas:
Previsão do fim da vacinação: 07/09/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 177 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 63 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 37.542 (24,65%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 13.719 (9,01%)

Porto Seguro:
Previsão do fim da vacinação: 25/06/2035
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 7 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 14 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 26.262 (17,43%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 10.579 (7,02%)

Simões Filho:
Previsão do fim da vacinação: 20/08/2032
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 67 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 18 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 22.886 (16,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 8.854 (6,52%)

Paulo Afonso:
Previsão do fim da vacinação: 05/08/2025
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 247 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 37 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 28.030 (23,65%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 11.513 (9,71%)

Eunápolis:
Previsão do fim da vacinação: 19/04/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 74 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 53 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 20.162 (17,62%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 9.324 (8,15%)

Santo Antonio de Jesus:
Previsão do fim da vacinação: 09/02/2034
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 68 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 11 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 21.543 (21,04%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 10.544 (10,30%)

Valença:
Previsão do fim da vacinação: 14/09/2027
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 93 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 22 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 17.282 (17.77%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 7.538 (7,75%)

Luis Eduardo Magalhães:
Previsão do fim da vacinação: 29/05/2024
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 85 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 39 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 12.201 (13,53%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 4.200 (4,66%)

Candeias:
Previsão do fim da vacinação: 16/09/2023
Ritmo de vacinação da 1ª dose: 227 doses/dia
Ritmo de vacinação da 2ª dose: 52 doses/dia
Quantidade de pessoas imunizadas com a 1ª dose: 16.488 (18,85%)
Quantidade de pessoas imunizadas com a 2ª dose: 6.703 (7,43%)

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  • Clínica oferece 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos em cidades da Bahia

    Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em março, a clínica CAM vai oferecer 300 mamografias gratuitas para pacientes de 40 a 70 anos. A ação do grupo Oncoclínicas foi idealizada pela mastologista Carolina Argolo e chega ao terceiro ano consecutivo.

    O trabalho é fruto de uma parceria com a rede de postos Shell através da campanha "Meu Combustível Salva".

    “O nosso objetivo é aumentar o acesso de pacientes ao exame de rastreamento, conscientizar a população sobre a importância da prevenção e contribuir para o combate ao câncer de mama”, afirma a médica da CAM, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.

    Podem se inscrever para a realização do exame pacientes de 40 anos a 70 anos de idade nas seguintes condições:

    que tenham realizado mamografia há um ano ou mais (ou nunca tenham realizado o exame)
    que sejam usuárias do SUS

    As interessadas devem fazer o agendamento no último sábado de fevereiro através do telefone (71) 3512-8600. Os exames serão feitos nas unidades da clínica em Salvador (Itaigara e Canela) e Lauro de Freitas.

    Em casos de resultados suspeitos, as pacientes serão encaminhadas para diagnóstico final (biópsia) e tratamento no Hospital Aristides Maltez.

    Importância do diagnóstico precoce
    Ao longo de 10 meses, a clínica disponibiliza ainda mais mamografias gratuitas — são duas mil, no total.

    A CAM justifica a iniciativa ao considerar a dificuldade de acesso ao exame no sistema de saúde do país. A mamografia é a forma mais eficaz de diagnóstico precoce do câncer de mama.

    “O exame de mamografia salva vidas, pois é capaz de identificar nódulos muito pequenos, quando eles ainda não são palpáveis”, explica Carolina Argolo. A especialista lembra que o diagnóstico em fase inicial aumenta em 90% a chance de cura.

    Além disso, o início do rastreamento aos 40 anos reduz a mortalidade em 10 anos em 25% dos casos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

    Campanha Meu Combustível Salva
    Todas as pessoas que abasteceram seus veículos com gasolina V Power, por meio do aplicativo Shell Box durante o último mês de outubro, contribuíram automaticamente com a doação de mamografias. A iniciativa é parte da campanha “Meu Combustível Salva”, vigente na Bahia e em Sergipe.

  • Lula anuncia recursos para agência da ONU de refugiados palestinos denunciada por Israel

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15), em discurso no Cairo, que o Brasil vai realizar uma doação para a agência da ONU voltada para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

    A entidade está sob investigação após acusação de Israel de que alguns de seus integrantes supostamente teriam ligação com o Hamas e participado dos ataques de 7 de Outubro. Por isso, mais de dez nações, a maior parte europeias, cortaram o financiamento.

    "Meu governo fará um novo aporte de recursos para a UNRWA e exortamos todos os países a manterem e reforçar suas contribuições", afirmou o presidente, sem detalhar o valor e dizer quando será feita a contribuição.

    No site da UNRWA, a planilha de doações de 2022 mostra que o Brasil contribuiu com apenas US$ 75 mil para a agência, um percentual insignificante (menos de 0,01%) diante do total de US$ 1,17 bilhão recebido naquele ano. Estados Unidos, Alemanha e União Europeia são os maiores doadores; juntos, destinaram mais da metade dos recursos à disposição da UNRWA.

    O governo federal ainda não detalhou de quanto será a nova doação.

    O presidente também aproveitou para criticar os países ricos que cortaram seus financiamentos à organização. Afirmou que as denúncias precisam ser investigadas, mas a organização não pode parar por causa disso.

    "No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina. As recentes denúncias contra funcionários da agência precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la", afirmou.

    Na sequência, ele acrescentou que refugiados em outros países, como Jordânia, Síria e Líbano, também ficarão desamparados sem os recursos. E chamou essa ação de "covardia".

    "É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva", completou.

    A declaração ocorreu na sede da Liga Árabe. O presidente participou de uma sessão plenária extraordinária da organização, onde discursou para representantes dos países-membros.

    Os cortes de recursos anunciados após as acusações israelenses podem agravar ainda mais a situação dos palestinos em Gaza, que já lidam com deslocamentos forçados, bombardeios constantes, insuficiência de hospitais e carência de água e de comida.

    O discurso na Liga Árabe era um dos momentos mais aguardados da viagem do presidente ao continente africano. Ele já havia falado na tribuna da organização em dezembro de 2003, durante o seu primeiro mandato.

    Antes do discurso, Lula teve uma reunião reservada com o secretário-geral da organização, Ahmed Abul Gheit.

    O mandatário voltou a criticar, na sessão plenária, Israel por suas ações no conflito com o grupo terrorista Hamas. Tel Aviv está na iminência de uma operação terrestre em Rafah, cidade ao sul de Gaza que faz fronteira com o Egito.

    "Operações terrestres na já superlotada região de Rafah pronunciam novas calamidades e contrariam o espírito das medidas cautelares da Corte [Internacional de Justiça]. É urgente parar com a matança. A posição do Brasil é clara: não haverá paz enquanto não houver um Estado palestino dentro de fronteiras mutuamente acordas e internacionalmente reconhecidas, que inclui a Faixa de Gaza e Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital", afirmou Lula.

    O presidente também voltou a atacar Israel, falando que o país ataca indiscriminadamente, atingindo a população civil.

    "O ataque do Hamas de 7 de outubro contra civis israelenses é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil. A reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inadmissível e constitui um dos mais trágicos episódios desse longo conflito. As perdas humanas e materiais são irreparáveis", afirmou o presidente.

    A Liga Árabe, fundada em 1945, é composta por 22 países: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Qatar, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.

    O primeiro compromisso oficial de Lula no Egito havia acontecido horas antes, quando foi recebido pelo ditador egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, em uma cerimônia no palácio presidencial de Heliópolis. Lula já havia então criticado Israel pela resposta dada após sofrer ataque do grupo terrorista Hamas e cobrou uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

    "O Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e [o Hamas na] Faixa de Gaza. A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas", afirmou o presidente.

    A chegada ao Egito ocorre em meio ao acirramento das tensões na Faixa de Gaza, especialmente pela situação de Rafah. A cidade tornou-se a única porta de saída da zona de conflito e por isso concentra uma grande população civil, que foge dos ataques.

    Também no Cairo ocorrem negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que envolveria a libertação de reféns. Participam representantes do Hamas, de Israel, do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos.

    O presidente deixa o Egito na noite desta quinta-feira (15) e segue para Addis Abeba, na Etiópia, onde participa da cúpula da União Africana.

  • Após 15 anos, educador social reencontra irmão durante Carnaval de Salvador

    Um abraço longo e emocionado uniu o vendedor ambulante Vitor da Silva, de 42 anos, ao educador social Joaquim Donato dos Santos Júnior, 36 anos, neste Carnaval de Salvador 2024, colocando fim a uma busca que já durava 15 anos. Os dois são irmãos e haviam se encontrado pela última vez em 2009, no enterro do pai deles.

    O reencontro ocorreu na manhã de sexta-feira (9), durante o segundo dia de Carnaval de Salvador. Vitor atuava como vendedor ambulante e catador no Carnaval e Joaquim, que atua como educador social, estava no primeiro dia de plantão do Catafolia, base de apoio para catadores montada pela Prefeitura de Salvador.

    Vitor resolveu ir à base do Dois de Julho para tomar um café. Ao chegar na base, Vitor ouviu a voz de Joaquim e o abordou. Imediatamente, Joaquim perguntou: “É você? Vitor?”. Ao tempo que Vitor perguntou se era Júnior. Depois disso, os dois se abraçaram por um longo tempo e choraram.

    “Eu tive esse privilégio de encontrá-lo depois de 15 anos. O último momento que nos encontramos foi em 2009, no enterro de nosso pai. Foi um momento de tristeza, mas graças a Deus nos reencontramos depois de muita busca minha por ele”, contou Joaquim.

    O Catafolia, local em que os dois se reencontraram, é uma das duas bases de apoio montadas pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Durante o Carnaval, para cada espaço, são disponibilizadas 400 vagas por dia pela Prefeitura. Na estrutura, os catadores têm acesso a café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, além de sanitários químicos e atendimento médico.

    “O que está tendo um significado maior na minha vida hoje é, primeiramente Deus e depois a minha família. Ele me reencontrou neste lugar. Eu nunca imaginei que fosse encontrar com ele aqui dentro, uma pessoa que trabalha com outras que vivem nas ruas. Ele tem esse olhar cuidadoso para quem vive na rua e isso é muito importante, pois quem vive na rua também é ser humano”, disse Vitor.


    Separação – A história de Vitor é marcada por muitos altos e baixos. Filho de Joaquim Donato e de Ana Paula Silva, ele foi criado por uma tia, pois a sua mãe morreu após o parto e o pai não quis cuidar do filho, história muito parecida com o enredo da novela Renascer, obra de Benedito Ruy Barbosa que atualmente está tendo um remake. Esse foi um dos traumas que o empurrou para o alcoolismo.

    “O meu pai também era alcoólatra, bebia muito. Depois entrou para a igreja e parou, mas Deus levou ele. Eu não tive uma infância muito boa. Por causa do meu problema com o alcoolismo, a minha mãe de criação me colocou para dormir na laje, no relento, me cobrindo com pano de chão. Dormi nas ruas por cinco meses. Mas eu sempre pensei que um dia daria a volta por cima e a minha volta por cima começou há nove anos, quando conheci a minha esposa e hoje mãe da minha filha”, contou.

    Joaquim Donato Júnior e Vitor são os únicos filhos vivos de Joaquim, pai. Eles perderam dois irmãos de forma trágica. A irmã Ana Paula morreu atropelada e o irmão Marcos morreu afogado. Vitor chegou a morar um período com Joaquim e o pai, mas devido a uma briga de família, saiu de casa. Após o enterro do pai, os irmãos não se viram mais, e como Vitor não tem redes sociais e nem tinha aparelho celular à época, foi muito difícil o reencontro.

    Busca – A tentativa de encontrar Vitor, foi um dos aspectos que motivou Joaquim Donato a trabalhar como educador social. Ele entrou no Consultório nas Ruas, um serviço da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), e em alguns momentos fez buscas por Vitor nos bairros de Itinga, Sete de Abril e Castelo Branco, mas não o encontrou.

    “Eu fiquei sabendo que ele estava se reunindo com outras pessoas dependentes de álcool no Largo do Caranguejo, em Itinga, no ‘sindicato’, como as pessoas costumam chamar esses grupos aqui em Salvador. Também soube que ele andou um tempo nas ruas e em Centros de Recuperação, por isso fiz essas buscas por esses bairros, mas sem sucesso”, contou.

    Encontro – Joaquim está no Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) da Sempre desde 19 de janeiro, há menos de um mês. “No momento em que eu me candidatei para a vaga, o meu objetivo era trabalhar com a população em situação de rua, na esperança de encontrar o meu irmão. Foi assim, que no meu primeiro plantão do Catafolia, eu o encontrei e quase não acreditei”, contou.

    “O momento foi muito emocionante, eu só fiz chorar bastante. O choro foi de felicidade, de alegria. Eu cheguei em casa sem acreditar, estatelado. Falei com a minha mãe, ela também não acreditou, aí mostrei a foto dele e da filha dele, foi aí que ela já pediu para marcar um dia para eles irem na nossa casa”, descreveu Joaquim.

    “No momento que eu o encontrei, eu já estava meio sem acreditar, mas como a nossa fé vem de lá de cima, Deus nos uniu de novo e ninguém vai nos separar. E se hoje eu estou tendo a oportunidade de contar a minha história, é graças ao Serviço Social. Ninguém faz esse trabalho, a não as pessoas que trabalham com a atenção social e com o morador de rua. Essa é uma história de superação. Eu já passei fome também e já dormi no relento, eu sei o que é isso, mas Deus colocou vocês aqui para nos ajudar. A função de vocês, incluindo a do meu irmão, é ajudar o povo. A minha vida agora é só agradecer. Eu sou muito grato”, agradeceu Vitor.

    Os planos dos irmãos agora são se manter unidos e fortalecidos. “O que eu mais queria era esse encontro e agora Vitor pode ter certeza que eu vou ajudá-lo no que precisar. E a minha sobrinha, que eu nem sabia que tinha, já é o meu xodó”, contou Joaquim, que mora apenas com a mãe e não tem filhos.

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