Quinta, 28 Março 2024 | Login
Resumo das Olimpíadas: futebol salva em manhã de derrotas e eliminações brasileiras

Resumo das Olimpíadas: futebol salva em manhã de derrotas e eliminações brasileiras

Dias de luta, dias de glória... A frase é boa para falar sobre os recentes resultados brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio. Depois de uma manhã de terça com duas medalhas e vitórias importantes, o Brasil teve derrotas e eliminações nesta quarta. Só quem salvou foi o futebol masculino que, com a vitória sobre a Arábia Saudita, garantiu passagem para as quartas de final.

Entre as tristezas, o revés do vôlei masculino para o Comitê Olímpico Russo. Jogo em que já era esperada dificuldade, sabíamos que seria duro, diga-se de passagem, mas em se tratando dos nossos atuais campeões olímpicos, a expectativa é sempre de vitória. Também tivemos derrotas do handebol masculino e eliminações nas duplas mistas de tênis (com direito a provocação de Djokovic), tênis de mesa e natação.

Seleção nas quartas do futebol
Assim como a seleção feminina, a masculina segue para o mata-mata das Olimpíadas. Liderados por Richarlison, que marcou dois gols, o Brasil venceu a Arábia Saudita por 3 a 1 e passou para as quartas de final, onde enfrentará o Egito. O atacante se isolou na artilharia das Olimpíadas de Tóquio 2020, com cinco gols.

Nos outros resultados da rodada do futebol, dois rivais históricos ficaram pelo caminho e estão fora da disputa por medalhas. A Alemanha empatou com a Costa do Marfim, amargando terceiro lugar no grupo do Brasil. E a Argentina empatou com a Espanha e também deu adeus às Olimpíadas.

Desclassificações que renderam provocações dos jogadores brasileiros. Primeiro com um tchauzinho aos hermanitos em foto postada por Douglas Luiz. Depois, com uma cutucada de Richarlison nos alemães.

Rússia atropela Brasil no vôlei masculino
O vôlei masculino brasileiro sofreu sua primeira derrota em Tóquio. E foi justamente para um antigo calo no sapato, a Rússia - que joga sob o nome Comitê Olímpico Russo por causa do escândalo de doping no esporte do país.

Foi rápido e fácil: os atuais campeões olímpicos caíram em 3 sets a 0, parciais 25/22, 25/20 e 25/20. Mesmo resultado da queda para os mesmos adversários na Liga das Nações. Só que lá, a classificação às finais já estava encaminhada.

Nas Olimpíadas, a situação é diferente. O Brasil soma duas vitórias e cinco pontos na chave B e está em terceiro lugar no grupo, atrás dos Estados Unidos e da Rússia, que lidera com folga, invicta.

O Brasil volta à quadra nesta quinta-feira, às 23h05 (horário de Brasília). Para que a classificação às quartas não se torne um drama, precisa vencer os Estados Unidos. E na última rodada da fase, ainda encara a França. Os quatro melhores de cada grupo passam.

Brasileiros ficam longe do pódio na ginástica
A final do individual geral de ginástica foi disputada na manhã desta quarta e os brasileiros acabaram longe do pódio. Caio Souza começou bem e poderia entrar para o top 10 pela primeira vez, mas uma queda no solo e outra no cavalo com alças derrubou o ginasta para a 17ª posição, somando 81,532 pontos. Diogo Soares, de apenas 19 anos, acabou na 20ª posição em sua primeira final olímpica, com 81,198 pontos.

Daiki Hashimoto manteve a tradição japonesa na prova e faturou o ouro no individual geral, somando 88,465 pontos. A prata ficou com o chinês Xiao Ruoteng, campeão mundial em 2017, que somou 88,065. Atual campeão mundial, o russo Nikita Nagornyy completou o pódio, com 88,031 pontos.

Derrota sofrida de Calderano
Uma das derrotas que os brasileiros mais lamentaram nesta manhã de quarta foi do mesatenista Hugo Calderano. Ele já havia feito história ao se classificar pelas quartas de final - superando o melhor desempenho da história do país na modalidade (oitavas de final com o próprio Hugo em 2016 e de Hugo Hoyama em 1996).

Contra o alemão Dimitrij Ovtcharov, Calderano chegou a abrir 2 a 0 e 8/4 no terceiro set, mas acabou levando a virada. No quinto set, houve um momento icônico, em que o brasileiro abriu 7 a 1, mas acabou levando a virada - o que rendeu memes nas redes sociais com a famigerada derrota do futebol em 2014.

Hugo Calderano segue em Tóquio para a disputa da competição por equipes. A partir de domingo, ao lado de Gustavo Tsuboi e Victor Ishiy joga a competição na qual o país é cabeça-de-chave número 6. A estreia é contra a Sérvia.

Eliminação brasileira com provocação de Djokovic
E o espírito olímpico? Segundo o tenista Marcelo Melo, faltou um pouco a Novak Djokovic na vitória da dupla mista da sérvia sobre a brasileira, nesta quarta pela manhã. Djokovic e Nina Stojanovic venceram Melo e Luisa Stefani por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/4, eliminando os brasileiros.

O número 1 do mundo festejou bastante cada ponto durante todo o jogo. Algumas vezes, vibrava e gritava em direção à delegação brasileira que acompanhava o duelo. A postura não agradou Melo, que também foi acertado por um smash do sérvio nas costas.

- Não vou criar polêmica, mas quem viu o jogo entende o que eu quero dizer nas entrelinhas e outras coisas também. Tem certas coisas que eu não consegui entender para que. Estamos nas Olimpíadas, não fizemos nada, uma vez quase acertou a Luisa. Para mim tem que ter certos limites, mas não vou criar polêmica.

O sérvio se mostrou surpreso ao ser questionado em coletiva, mas evitou estender o assunto logo após soltar uma risada irônica.

- Melo disse que eu tentei provocá-lo? Sério? Não tenho nada a dizer sobre isso - disse o número 1 do mundo.

Quarta ingrata na natação
A manhã de quarta-feira foi ingrata para os brasileiros da natação. Vinícius Lanza e Caio Pumputis, nos 200m medley, e Larissa Oliveira, nos 100m livre, fizeram tempos fora dos 16 melhores em suas respectivas provas eliminatórias e ficam de fora das semifinais individuais.

O mesmo aconteceu com o revezamento 4x200m livre feminino. Aline Rodrigues, Larissa Oliveira, Naná Almeida e Gabi Roncatto fizeram o quinto tempo de sua bateria, com 7m59s50. Marca que também não foi suficiente para ficar entre as oito melhores que foram à final.

Jejum de vitórias no handebol
O Brasil está em situação delicada no handebol masculino após acumular sua terceira derrota em três jogos em Tóquio. Depois de perder para Noruega e França, agora a equipe caiu para a Espanha por 35 a 25 e permanece em quinto lugar no Grupo A da competição.

Mas há esperanças. A seleção ainda tem duas partidas pela frente no torneio olímpico. Primeiro, o time enfrenta a Argentina na quinta-feira, às 21h, e depois encerra a participação na fase de grupos diante da Alemanha no sábado, às 7h30h (horários de Brasília). Os quatro primeiros de cada grupo avançam às quartas de final.

Itens relacionados (por tag)

  • Lula anuncia recursos para agência da ONU de refugiados palestinos denunciada por Israel

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15), em discurso no Cairo, que o Brasil vai realizar uma doação para a agência da ONU voltada para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

    A entidade está sob investigação após acusação de Israel de que alguns de seus integrantes supostamente teriam ligação com o Hamas e participado dos ataques de 7 de Outubro. Por isso, mais de dez nações, a maior parte europeias, cortaram o financiamento.

    "Meu governo fará um novo aporte de recursos para a UNRWA e exortamos todos os países a manterem e reforçar suas contribuições", afirmou o presidente, sem detalhar o valor e dizer quando será feita a contribuição.

    No site da UNRWA, a planilha de doações de 2022 mostra que o Brasil contribuiu com apenas US$ 75 mil para a agência, um percentual insignificante (menos de 0,01%) diante do total de US$ 1,17 bilhão recebido naquele ano. Estados Unidos, Alemanha e União Europeia são os maiores doadores; juntos, destinaram mais da metade dos recursos à disposição da UNRWA.

    O governo federal ainda não detalhou de quanto será a nova doação.

    O presidente também aproveitou para criticar os países ricos que cortaram seus financiamentos à organização. Afirmou que as denúncias precisam ser investigadas, mas a organização não pode parar por causa disso.

    "No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar a ajuda humanitária à Agência da ONU para os Refugiados da Palestina. As recentes denúncias contra funcionários da agência precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la", afirmou.

    Na sequência, ele acrescentou que refugiados em outros países, como Jordânia, Síria e Líbano, também ficarão desamparados sem os recursos. E chamou essa ação de "covardia".

    "É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia. Basta de punição coletiva", completou.

    A declaração ocorreu na sede da Liga Árabe. O presidente participou de uma sessão plenária extraordinária da organização, onde discursou para representantes dos países-membros.

    Os cortes de recursos anunciados após as acusações israelenses podem agravar ainda mais a situação dos palestinos em Gaza, que já lidam com deslocamentos forçados, bombardeios constantes, insuficiência de hospitais e carência de água e de comida.

    O discurso na Liga Árabe era um dos momentos mais aguardados da viagem do presidente ao continente africano. Ele já havia falado na tribuna da organização em dezembro de 2003, durante o seu primeiro mandato.

    Antes do discurso, Lula teve uma reunião reservada com o secretário-geral da organização, Ahmed Abul Gheit.

    O mandatário voltou a criticar, na sessão plenária, Israel por suas ações no conflito com o grupo terrorista Hamas. Tel Aviv está na iminência de uma operação terrestre em Rafah, cidade ao sul de Gaza que faz fronteira com o Egito.

    "Operações terrestres na já superlotada região de Rafah pronunciam novas calamidades e contrariam o espírito das medidas cautelares da Corte [Internacional de Justiça]. É urgente parar com a matança. A posição do Brasil é clara: não haverá paz enquanto não houver um Estado palestino dentro de fronteiras mutuamente acordas e internacionalmente reconhecidas, que inclui a Faixa de Gaza e Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital", afirmou Lula.

    O presidente também voltou a atacar Israel, falando que o país ataca indiscriminadamente, atingindo a população civil.

    "O ataque do Hamas de 7 de outubro contra civis israelenses é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil. A reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inadmissível e constitui um dos mais trágicos episódios desse longo conflito. As perdas humanas e materiais são irreparáveis", afirmou o presidente.

    A Liga Árabe, fundada em 1945, é composta por 22 países: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Qatar, Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.

    O primeiro compromisso oficial de Lula no Egito havia acontecido horas antes, quando foi recebido pelo ditador egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, em uma cerimônia no palácio presidencial de Heliópolis. Lula já havia então criticado Israel pela resposta dada após sofrer ataque do grupo terrorista Hamas e cobrou uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

    "O Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e [o Hamas na] Faixa de Gaza. A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas", afirmou o presidente.

    A chegada ao Egito ocorre em meio ao acirramento das tensões na Faixa de Gaza, especialmente pela situação de Rafah. A cidade tornou-se a única porta de saída da zona de conflito e por isso concentra uma grande população civil, que foge dos ataques.

    Também no Cairo ocorrem negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que envolveria a libertação de reféns. Participam representantes do Hamas, de Israel, do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos.

    O presidente deixa o Egito na noite desta quinta-feira (15) e segue para Addis Abeba, na Etiópia, onde participa da cúpula da União Africana.

  • Inscrições para o Concurso Público Unificado terminam sexta-feira

    Com a oferta de 6.640 vagas para 21 órgãos federais, o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) chegou à reta final do período de inscrição, que termina nesta sexta-feira (9). Ao longo de 20 dias, mais de 1,5 milhão de candidatos escolheram uma ou mais carreiras em um dos blocos temáticos lançados em oito editais.

    Para isso, é necessário apenas selecionar o bloco temático e o nível de escolaridade que o candidato pretende concorrer, com taxas de inscrição no valor de R$ 90 para vagas do ensino superior e R$ 60 para os concorrentes de nível médio.

    Isenção de taxas

    Segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), que promove o processo seletivo, mais de 90% dos pedidos de isenção das taxas de inscrição foram atendidos, com mais de 600 mil candidatos que poderão concorrer livres de custo. São pessoas que integram o Cadastro Único (CadÚnico); bolsistas do ProUni; financiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); ou, ainda, doadores de medula óssea que puderam se beneficiar da isenção.

    Nesses últimos dias de inscrição, os candidatos que não tiveram os pedidos de isenção aceitos ainda poderão pagar a taxa e participar do concurso. Todo o processo de inscrição é feito pela página da Cesgranrio, que é a banca realizadora do processo seletivo, com o uso da conta gov.br.

    Outra inovação no processo que possibilita a igualdade de acesso aos cargos efetivos é a aplicação da prova em 220 municípios brasileiros - de todos os estados e o Distrito Federal - no dia 5 de maio. Antes da data, os inscritos poderão verificar os dados finais da inscrição no dia 29 de fevereiro e no dia 29 de abril já será possível consultar o local de prova.

    A previsão é que no dia 3 de junho sejam divulgados os resultados das provas objetivas e preliminares das provas discursivas e de redação e, no dia 30 de julho saia o resultado final com a classificação dos aprovados.

  • Alckmin diz que setor automotivo investirá R$ 100 bilhões até 2029

    O setor automotivo brasileiro deverá receber cerca de R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos anos. O número, apresentado por representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, foi divulgado nesta quarta-feira (7) pelo ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, veiculado pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

    Alckmin se reuniu na terça-feira (6) com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima. Durante o encontro, o dirigente disse que o total a ser investido na indústria automotiva brasileira será maior do que os R$ 41,2 bilhões anunciados na semana anterior.

    Segundo Alckmin, “será um investimento recorde”, que resultará na construção de, pelo menos, quatro fábricas.

    “Já temos fábrica de ônibus elétrico. Teremos também duas fábricas de carros elétricos. São duas montadoras. A BYD [empresa chinesa que assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford] em Camaçari [BA]; e a GWM [Great Wall Motors, também chinesa], em São Paulo. Mas outras virão”, acrescentou.

    O ministro lembrou que o setor automotivo tem, entre suas vantagens, a de estimular uma cadeia longa de produtos que favorecem desde as indústrias do aço e de vidro, até de pneus e autopeças, “gerando muito emprego e agregando muito valor”.

    “Isso será facilitado pela retomada da economia”, disse o ministro ao destacar que esses investimentos são estimulados por iniciativas como a do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que ampliou as exigências de sustentabilidade para a frota automotiva nacional, de forma a viabilizar a descarbonização dos veículos por meio de incentivos fiscais.

    “Duas boas notícias vão aumentar a venda da indústria automotiva. A primeira é a queda da Selic [taxa básica de juros], que deve se manter. A outra é o Marco de Garantia, aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, se [uma empresa] vende um carro e a pessoa não paga, agora com o Marco de Garantia pode-se pegar o carro de volta”, argumentou Alckmin.

    Reoneração gradual

    Na entrevista, Alckmin reiterou as justificativas do governo para a reoneração gradual da folha de pagamento de 17 setores da economia. Segundo ele, a preocupação do governo é com a responsabilidade fiscal, visando a meta de déficit primário zero.

    “Há um tripé importante para economia: juros, câmbio e imposto. A reforma tributária trouxe eficiência econômica para o país. O câmbio, a R$ 5, está bom para a exportação. Precisamos ainda baixar os juros, que já estão caindo 0,5 ponto percentual ao mês”, disse.

    “A preocupação do [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, de não fazer déficit, está, portanto, correta. Eram 17 setores, mas incluíram os municípios. Então dobrou o custo de R$ 9 bilhões para R$ 18 bilhões. É uma questão de constitucionalidade. Para abrir mão de R$ 9 bilhões, tem de informar o que será cortado ou que imposto será aumentado. A preocupação é fiscal e jurídica”, argumentou.

    O ministro disse acreditar que tudo se resolverá com diálogo, e que as negociações voltarão após o carnaval. “Nossa expectativa é de diálogo, e nisso o presidente Lula é mestre”, acrescentou ao sair da entrevista.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.