Quinta, 28 Março 2024 | Login
Consumo virtual de atividades culturais cresce na pandemia

Consumo virtual de atividades culturais cresce na pandemia

Os brasileiros aumentaram o consumo de atividades culturais no ambiente on-line durante a pandemia e pretendem manter o hábito mesmo depois da volta à normalidade presencial, aponta a pesquisa Hábitos Culturais II, realizada em conjunto pelo Itaú Cultural e pelo Datafolha. Divulgado na manhã desta quinta-feira (22), o levantamento mostra que apresentações de música, teatro e dança e podcasts experimentam crescimento de público on-line, enquanto que o acesso a webinares e as visitas a museus e exposições perdem terreno em 2021.

De acordo com a pesquisa, que ouviu 2.276 indivíduos em todo o país, entre os dias 10 de maio e 9 de junho, o aumento de consumo de cultura no ambiente virtual ocorreu no momento em que os brasileiros passaram a ficar mais conectados à internet. O levantamento aponta que 76% dos entrevistados passaram a se conectar todos os dias, em contraponto ao ano de 2020, quando índice era de 71%. Interessante dizer que cada ponto percentual representa cerca de 1,5 milhão de pessoas.

O consumo de apresentações artísticas de teatro, dança e música dobrou de 2020 para cá. No ano passado, 20% dos indivíduos disseram que consumiam este tipo de atividade no ambiente on-line, já em 2021 esse índice subiu para 40%. Ou seja, significa que houve um aumento de 30 milhões para 60 milhões de pessoas que vivenciaram esta experiência.

"É um dado bem expressivo. É um número bastante relevante e que responde ao que o mundo cultural e artístico fizeram com ainda mais intensidade, de setembro até o comecinho de junho. O quanto essa intensidade de produção reverberou no público", enaltece Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

De acordo com os dados, 80% dos que assistiram a apresentações de teatro, música e dança nesse ambiente pretendem seguir com a prática mesmo após a volta à normalidade. O índice é o mesmo declarado para aulas ou oficinas de arte. Já entre os espectadores de apresentações infantis, o índice é de 81%, semelhante aos 82% declarados pelos habitués de seminários nas redes.


Saron destaca que a pesquisa é importante porque joga luz sobre os desafios que estão por vir. "Claro que queremos o contato físico que virá com a imunidade coletiva, a partir da vacina. Nós queremos voltar, precisamos do contato físico. Mas o desejo é continuar acompanhando as atividades virtuais. Quase 80% das pessoas disseram querem permanecer realizando atividades culturais por meio remoto. Então o digital veio pra ficar. O mundo da cultura precisa estar pronto para receber as pessoas", defende.

Mais podcasts, músicas e jogos eletrônicos
Outra atividade que teve forte crescimento durante a pandemia foi a audição de podcasts. Em 2020, 24% dos entrevistados informaram que acessavam plataformas do gênero. Este ano, o índice subiu para 39%, um salto de 15 pontos percentuais.

O consumo de jogos eletrônicos também apresentou aumento, com salto de 32% para 43% no percentual de entrevistados que realizaram a atividade, no comparativo entre 2020 e 2021. O consumo de música on-line foi outro que ganhou novos adeptos (de 74% para 79%), bem como o consumo de filmes e séries, que saiu de 68% para 75% dos entrevistados.


Os cursos livres (de 35% para 41%) e a leitura de livros digitais (de 36% para 40%) também ganharam espaço no consumo on-line. Os espetáculos infantis, por outro lado, se mantiveram estáveis (23%). “Instituições, corpos estáveis, grupos artísticos e uma legião de profissionais da área criaram um ambiente mais leve para estes tempos tão duros”, completa Saron.

Quedas
A pesquisa Itaú Cultural/DataFolha aponta, entretanto, que nem todas as atividades ganharam força on-line durante a pandemia. Os webinares, que estouraram logo no início do distanciamento social, perderam terreno. Em 2020, 30% dos entrevistados praticavam a atividade. Em 2021, o índice caiu para 23%.
As visitas on-line a exposições e museus também recuaram. No levantamento realizado em 2020, 16% diziam realizar este tipo de atividade. No levantamento atual o índice encolheu para 11%.

É menor o índice de continuidade da prática no caso das exposições e museus (67%). Registraram patamares equivalentes, estatisticamente, visitas virtuais a centros culturais (78%), oficinas de criação para crianças (75%) e visitas guiadas a projetos artísticos (76%).


Esta edição procurou investigar, ainda, outras atividades não mensuradas na versão anterior da pesquisa. De acordo com o levantamento, o índice de consumo virtual de seminários ficou em 24%, seguido por aulas ou oficinas de arte (21%), visitas a centros culturais (15%), oficinas de criação para crianças (15%) e projetos artísticos (12%).

Democratizaçnao do acesso
Outro dado levantado pela pesquisa mostra que as atividades on-line ampliaram o acesso e aumentaram o interesse do público para a cultura. De acordo com o levantamento, 72% informaram que as atividades on-line permitiram acesso a atividades culturais que, de outra forma, não seriam experimentadas. Na pesquisa anterior, realizada em 2020, o índice tinha sido de 67%.

O conteúdo on-line ampliou o acesso especialmente entre os jovens de 16 a 24 anos onde a concordância com a afirmativa foi de 79%. Os que se dizem menos impactados foram os indivíduos entre 45 e 65 anos, que apontaram taxa de concordância de 69%.

O interesse por atividades culturais também aumentou graças à oferta de conteúdos on-line. Os mais impactados foram os indivíduos entre 16 e 24 onde a concordância com a afirmativa foi de 64%. O estrato da Classe C registrou 59% de concordância com o benefício.

 

Itens relacionados (por tag)

  • Luigi é o sexto eliminado do reality; Isabelle se destaca com 61,02% da média dos votos

    Após enfrentar um paredão quádruplo, Luigi foi o sexto participante eliminado do Big Brother Brasil 24, na noite desta terça-feira (30).

    O carioca deixou o reality com 7,29% da média dos votos para ficar, sendo superado por Juninho (12,14%), Alane (19,55%) e Isabelle, que despontou com 61,02%.

    Em seu discurso, Tadeu Schmidt tentou confundir um pouco os brothers e citou a dança, que é uma característica que unia os emparedados. O apresentador destacou ainda o papel de coadjuvante do eliminado, que deixou de aproveitar oportunidades de ter papel central na história do BBB 24.

    “Eu queria dizer o seguinte para a pessoa que sai hoje. Seu perfil é encantador. Na lista de itens que descrevem quem você é, são tantas características adoráveis. Começar pela sua história, sempre dançando no corre da vida, sua inteligência, sua garra, o seu jeito mesmo. São mil motivos para as pessoas se apaixonarem por você”, iniciou o apresentador, mencionando as qualidades do brother.

    “Mas faltou alguma coisa. Talvez aquele gesto, aquela atitude na hora certa, aquele, sei lá, que faz o povo torcer por você. Porque se não torcem por você, é que estão torcendo por outra pessoa, se apaixonaram por outra pessoa”, ponderou Tadeu, que salientou o quando emparedado aproveitou a vivência dentro da casa, mas lembrou que ele não protagonizou as situações mais relevantes do jogo.

    “Do seu jeito, respeitando seus limites, você aproveitou cada momento. Mas com os grandes acontecimentos da casa, qual foi a sua participação? Não basta ser uma pessoa superbacana, guerreira, se você aceitou o papel de coadjuvante, do seu lado tem sempre um personagem principal, alguém muito mais relevante na história do BBB 24, e parece que você não faz questão de ocupar o centro do palco. Mesmo nos momentos em que você só precisava aproveitar a oportunidade que o programa escancarou para você. A gente falou, vai lá, faz o teu nome. Você fez?”, pontuou o apresentador.

    Na sequência, ele ressaltou a importância de agarrar as oportunidades, antes que seja tarde. “Não pode deixar para depois. Não pode esperar o momento perfeito para virar a estrela dessa história, porque esse momento pode nunca chegar. A oportunidade pode ser rápida demais. E cada semana de sobrevida nessa casa é a oportunidade de algo lindo acontecer na sua vida. Imagina se a ação que vocês tiveram hoje fosse marcada para amanhã e o Luigi fosse eliminado hoje, perdendo a chance de ganhar um carro. Imagina. Ainda bem que foi hoje, Luigi, que o eliminado é você”, concluiu.

    Confira o resultado da votação:

    Isabelle
    Média: 61,02%
    Voto Único: 66,02%
    Voto Torcida: 56,01%

    Alane
    Média: 19,55%
    Voto Único: 17,33%
    Voto Torcida: 21,76%

    Juninho
    Média: 12,14%
    Voto Único: 8,61%
    Voto Torcida: 15,68%

    Luigi
    Média: 7,29%
    Voto Único: 8,04%
    Voto Torcida: 6,55%

  • Pitty: 'Certeza de que será uma das maiores emoções da minha vida esse show na minha cidade'

    Um show gratuito e inédito de uma das maiores roqueiras do Brasil nas ruas de Salvador. A cantora Pitty não esconde a alegria em realizar esse feito. No dia 17 de setembro, domingo, às 19h, ela certamente vai lotar o Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, com a apresentação e gravação audiovisual em comemoração aos 20 anos do lançamento do álbum 'Admirável Chip Novo'. Em conversa com o Alô Alô Bahia, a artista que começou a carreira na cena alternativa de Salvador reflete sobre o projeto e seus significados.

    O disco Admirável Chip Novo foi o primeiro álbum solo da cantora, com hits como Equalize, Teto de Vidro, Máscara e outros. Vinte anos depois de lançado, o álbum permanece atual, "talvez mais atual do que na época", define. O trabalho lhe rendeu um Disco de Platina, com mais de 250 mil cópias vendidas, e o troféu "Revelação" no Prêmio Multishow de Música Brasileira.

    Pitty assina a direção do show e será acompanhada por sua tradicional banda, com Martin Mendonça (guitarra), Paulo Kishimoto (baixo) e Jean Dolabella (bateria). O evento faz parte do Festival da Primavera, promovido pela Prefeitura de Salvador. Além disso, a cantora anunciou um 'disco-presente', a ser lançado em outubro, com nomes como Sandy, Emicida e Ney Matogrosso cantando as faixas do álbum.

    Alô Alô Bahia - Quando o projeto foi anunciado, você mencionou que "é um sonho ocupar a rua com o rock". O que isso representa para você e para Salvador, especificamente?

    Pitty: Quando eu comecei a fazer música e a tocar, na adolescência, o rock era o underground do underground em Salvador, não tinha muitos espaços na cidade. E às vezes pensava: “Imagina que massa um dia que o rock puder estar nas ruas da cidade, que todo mundo puder ter acesso, ouvir, ver, vivenciar um show de rock em praça pública”. Por isso quando soube que esse show rolaria, fiquei realmente muito muito muito feliz e tenho certeza que será das maiores emoções da minha vida fazer o show “ACNXX” na minha cidade. Vai ser incrível.

    Alô Alô Bahia - No lançamento dessa ideia, foi dito que o álbum 'Admirável Chip Novo' continua relevante mesmo após 20 anos. O que você acha que contribui para a atemporalidade desse disco?

    Pitty: Olha, eu acredito que as letras, que falam de assuntos que hoje são muito mais discutidos do que na época, como o excesso de tecnologia, feminismo e preconceito, alguns conceitos que ainda não tinham esses nomes definidos, assuntos que já chamavam minha atenção naquele momento, mas que ainda não estavam na pauta da mídia e da sociedade, por assim dizer. E também pela sonoridade, que traz um rock com diversas influências, feito com muita verdade, com muita paixão, porque essa é a minha forma de fazer música. E o rock, que para mim é um estilo de vida, está muito vivo.

    Alô Alô Bahia - Como é saber que uma geração toda “cresceu com você”? Adolescentes que se sentiram melhor em ouvir “Seja você" e hoje te acompanham como adultos…

    Pitty: É muito gratificante, uma alegria para mim ver pessoas de todas as idades na plateia dos shows, incluindo os que me acompanham desde o lançamento de “Admirável Chip Novo”. Como artista é uma sensação muito boa saber que minha música toca as pessoas de alguma maneira e que muitas vão acompanhando o meu trabalho e se conectando com o que eu produzo em cada momento.

    Alô Alô Bahia - O que esperar para os próximos 20 anos, tanto da carreira como na vida de Pitty?

    Pitty: Eu continuarei produzindo, pesquisando, experimentando, fazendo discos, shows e outras expressões artísticas que certamente surgirão pelo caminho.

    Fonte: Alô Alô Bahia

  • Bruno Mars canta hits e faz versão de 'Evidências' no melhor show do The Town

    Ainda maior do que era há seis anos, quando esteve no Brasil pela última vez, Bruno Mars chegou validado por superlativos: único artista escalado duas vezes e em dias nobres para a temporada; maior cachê já pago pelo empresário Roberto Medina (calcule todas as atrações das nove edições do Rock In Rio no Brasil e uma outra dezena lá fora); e atração que mais rápido esgotou ingressos.

    Mars tem sua personalidade construída por uma colagem de bons ídolos: Elvis (quem ele imitava aos 4 anos de idade, ainda no Havaí), Michael Jackson (quem ele tenta imitar até hoje, aos 37), Little Richard (quem ele nem ninguém nunca conseguiu, de fato, imitar) e Prince (que salvou sua persona por fazê-lo acreditar que uma imitação aqui seria possível).

    Mas não importam as referências, e sim o que se faz com elas. Bruno Mars chegou para liquidificá-las todas em um show cheio de estímulos (cores, figurinos, coreografia) e uma musicalidade de muitas faces que poderia confirmá-lo como um ponto evolutivo fora da curva ou como um simulacro validado pela falta de referência histórica de sua plateia. Afinal, quem é Bruno Mars?

    Bruno Mars são todos esses, e mais alguns. Antes do show, ele usa uma coroa dourada como símbolo em uma cortina gigante que cobre o palco. Quando o show começa, sob muita pressão do funk 24k Magic, a cortina cai para que luzes azuis explodam na plateia. "Tô aqui, São Paulo", grita duas vezes. E canta Finesse, um R&B de baile old school, elegante e cool, 1970 e 2023.

    "Hey, babe, it’s me, Bruninho", diz ele, individualmente para as 100 mil pessoas presentes.

    Mars usa a estratégia do choque contínuo e incessante. Por ter uma hora ou um pouco mais de show, deixa o fogo alto o tempo todo, e as coisas não param de acontecer. Ele pede que todos batam palmas e faz começar um soul chamado Treasure.

    E aqui é hora de reconhecer algo: à sua frente estão pessoas de 16 a 20 anos ouvindo canções de 1970 (espiritualmente falando) que, por sua mediação, podem chegar aos originais Marvin Gaye, Otis Redding e Smokey Robinson. Pense nas almas salvas de Luisa Sonza e Post Malone. É algo bem sério.

    Mas Bilionaire negocia sua própria alma soul com a do hitmaker que busca a dimensão do popstar. E é justamente onde Mars começa a ser mais ele e deixa de ser cânone de seus ídolos. Sua voz vibra limpa nas regiões quase inexploradas de Stevie Wonder e Michael Jackson. Algo muito alto para os homens, e nada é feito por falsetes.

    Curioso como suas escolhas oscilam entre a velha escola da música preta de seu país e canções tão superficialmente felizes, como Marry You. Mas é isso que parece aumentar seu raio de alcance. Runaway Baby, que vem na sequência, é um rock and roll de peso que vira funk e emula outro ídolo, James Brown. Ele dança muito, canta e mantém a temperatura alta.

    Só ao piano, Mars faz uma série de canções. Young, Wild and Free, Talking to the Moon, Nothing On You e Leave The Door Open. Faz tudo rápido, curto, concentrado, e consegue a maior conexão com sua plateia. Chega a When I Was Your Man e, comovido pela resposta da plateia, faz a canção inteira.

    E então vem a surpresa. O tecladista de Mars toca ao piano Evidências, conhecida com Chitãozinho e Xororó, e deixa a plateia cantar, do início ao fim. Mars termina sua longa sessão solo e chama a banda de novo para Locked Out of Heaven e Just The Way You Are. Ele volta e finaliza com Uptown Funk!

    E afinal, quem é Bruno Mars? Livre para fazer o que entender, Mars, um pouco por exclusão, um pouco por talento puro, é um dos melhores artistas de sua geração. E fez o melhor show deste festival.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.